Jorge Amado - Capitães da Areia
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- Название:Capitães da Areia
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- Год:1937
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- Tu ainda fica cego de tanto lê, Professor... Se ainda fosse luz elétrica... - olhou Dora sem se resolver.
- Que é, Gato?
- Esse diabo desta linha... Nunca vi coisa mais difícil. Meter isso no rabo desta agulha...
- Dê cá...
Enfiou a linha, deu um nó numa das pontas. Gato disse para Professor:
- Só mulher é que sabe fazer esse troço...
Estendeu a mão para receber a agulha, mas Dora não entregou.
Perguntou o que é que Gato tinha que coser. Gato mostrou o paletó roto no bolso. Era aquela roupa de casimira que fora do Sem-Pernas quando ele andara feito menino rico numa casa da Graça:
- É uma roupa porreta! - fez o Gato.
- Boa mesmo apoiou Dora. - Tira o casaco.
Professor e Gato ficaram vendo ela coser. Em verdade não era uma maravilha de costura, mas eles nunca tinham tido ninguém que remendasse suas roupas. E somente Gato e Pirulito tinham costume de remendar eles mesmos as suas. Gato porque era metido a elegante e tinha uma amante, Pirulito porque gostava de andar limpo. Os outros deixavam que os farrapos que arranjavam se esfarrapassem ainda mais, até se tornarem trapos inúteis. Então mendigavam ou furtavam outra calça e outro paletó. Dora acabou o serviço:
- Tem mais?
Gato alisou o cabelo cheio de brilhantina:
- As costas da camisa...
Virou-se. A camisa estava rasgada de cima a baixo. Dora mandou que ele sentasse, começou a coser no corpo dele mesmo. Quando os dedos dela tocaram pela primeira vez nas costas de Gato, ele sentiu um arrepio. Como quando Dalva passava as unhas crescidas e tratadas, arranhando suas costas e dizendo:
- A gatinha arranha o gatinho...
Mas Dalva não cosia suas roupas, talvez nem soubesse enfiar uma linha no fundo de uma agulha. Gostava era de se bater com ele na cama, arranhar suas costas, mas de propósito, pra o arrepiar e o excitar, para que o amor se fizesse ainda melhor. E Dora, não. Não era de propósito. A mão dela unhas maltratadas e sujas, roídas a dente não queria excitar, nem arrepiar. Passava como a mão de uma mãe que remendava camisas do filho. A mãe do Gato morrera cedo. Era uma mulher frágil e bonita.Também tinha as mãos maltratadas, que esposa de operário não tem manicura. E era dela também aquele gesto de remendar as camisas de Gato, mesmo nas costas de Gato.A mão de Dora o toca de novo. Agora a sensação é diferente. Não é mais um arrepio de desejo. É aquela sensação de carinho bom, de segurança que lhe davam as mãos de sua mãe. Dora está por detrás dele, ele não vê. Imagina então que é sua mãe que voltou. Gato está pequenino de novo, vestido com um camisolão de bulgariana e nas brincadeiras pelas ladeiras do morro o rompe todo. E sua mãe vem, faz com que ele se sente na sua frente e suas mãos ágeis manejam a agulha, de quando em vez o tocam e lhe dão aquela sensação de felicidade absoluta. Nenhum desejo. Somente felicidade. Ela voltou, remenda as camisas do Gato. Uma vontade de deitar no colo de Dora e deixar que ela cante para ele dormir, como quando era pequenino. Se recorda que ainda uma criança. Mas só na idade, porque no mais é igual a um homem furtando para viver, dormindo todas as noites com uma mulher da vida, tomando dinheiro dela. Mas nesta noite é totalmente criança esquece Dalva, suas mãos que o arranham, lábios que prendem os seus em beijos longos, sexo que o absorve. Esquece sua vida de pequeno batedor de carteiras, de dono de um baralho marcado, jogado desonesto. Esquece tudo, é apenas um menino de quatorze anos com uma mãezinha que remenda suas camisas. Vontade de que ela cante para ele dormir... Uma daquelas cantigas de ninar que falam em bicho-papão. Dora morde a linha, se inclina para ele. Os cabelos loiro dela tocam no ombro do Gato. Mas ele não tem outro desejo senão que ela continue a ser sua mãezinha. Sua felicidade naquele momento é quase absurda. É como se não houvesse existido toda a sua vida depois da morte da sua mãe. É como se tivesse se conservado um criança igual a todas. Porque nesta noite sua mãe voltou. Por isso a inconsciente carícia dos cabelos loiros de Dora não excita seu desejo.
Mas aumenta sua felicidade. E a voz dela que diz: tá pronto, Gato, soa aos seus ouvidos direitinho a voz doce e musical de sua mãe que cantava, a cabeça do Gato recostada no seu colo, cantigas de ninar.
Levanta, olha Dora com olhos agradecidos:
- Você é a mãezinha da gente, agora... - mas fica encabulada do que diz, pensa que Dora não compreenderá mesmo porque ela esta rindo com seu rosto sério de quase mulherzinha. Mas Professor compreende, e Gato, na frente de Dora, falando numa voz feliz, mas sem desejo, chamando-a de mãe, e ela sorrindo com seu ar maternal de quase mulherzinha, fica gravado na cabeça de Professor como um quadro.
Gato joga o paletó nas costas e sai com seu passo gingado. Sente que há qualquer coisa de novo no trapiche: eles encontraram mãe, carinho e cuidados de mãe. Dalva o estranha nesta noite:
- Que foi que Gatinho teve? Que foi?
Mas ele guarda seu segredo. É uma coisa tão grande demais encontrar na terra uma mãe que já morreu. Dalva não o entenderia.
Quando Professor estava começando a história, João Grande chegou e sentou-se ao lado deles. A noite era chuvosa. Na história que Professor lia, a noite era chuvosa também e o navio estava em grande perigo. Os marinheiros apanhavam de chicote, o capitão era um malvado. O barco a vela parecia soçobrar a cada momento, o chicote dos oficiais caía sobre as costas nuas dos marinheiros. João Grande tinha uma expressão de dor no rosto. Volta Seca chegou com um jornal, mas não interrompeu a história, ficou ouvindo. Agora o marinheiro John apanhava chibatadas porque escorregara e caíra no meio do temporal. Volta Seca interrompeu: - Se Lampião tivesse aí, já tinha comido esse capitão no fuzil...
Foi o que fez o marinheiro James, um homenzarrão. Se atirou em cima do capitão, a revolta estalou no buque. Lá fora chovia. Chovia na história também, era a história de um temporal e de uma revolta. Um dos oficiais ficou do lado dos marinheiros.
- É do balacobaco... - disse João Grande.
Amavam o heroísmo. Volta Seca espiou Dora. Os olhos dela brilhavam, ela amava o heroísmo também. Isso agradou ao sertanejo. Depois o marinheiro James sustentou uma luta feroz. Volta Seca assoviou como um passarinho de tanto contentamento. Dora riu também, satisfeita. Riram os dois juntos, logo foi uma gargalhada dos quatro, como era costume dos Capitães da Areia. Gargalharam alguns minutos, outros se aproximaram, a tempo de ouvir o resto da história.
Olhavam o rosto sério de Dora, rosto de uma quase mulherzinha que os fitava com carinho de mãe. Sorriam e, quando o marinheiro James jogou o capitão do navio num barco salva-vidas e o chamou de cobra sem veneno, eles todos gargalharam junto com Dora, e a olharam com amor. Como crianças olham a mãe muito amada. Quando a história acabou, eles voltaram para os seus cantos entre comentários:
- Porreta...
- Macho bamba...
- Também era um prensa...
- O capitão fez uma cara, hein?
Volta Seca espichou o jornal para Professor Dora olhou o mulato, ele sorriu meio confuso.
- É que traz notícias de Lampião... - seu rosto sombrio clareava. - Tu sabe que Lampião é meu padrim?
- Padrinho?
- Pois é... Foi minha mãe que tomou, porque Lampião é um macho de verdade, não respeita cara... Minha mãe era uma mulher valente, uma mulher capaz de agüentar um fuzil. Um dia fez correr dois soldados que se fizeram de besta. Era um mulherão... Valia um homem.
Dora ouvia encantada. Seu rosto sério fitava com a maior simpatia o rosto sombrio do mulato. Volta Seca ficou calado, mas num jeito de quem queria dizer alguma coisa. Por fim falou.
- Tu também é valente... Sabe? Minha mãe era um mulherão destas grandes. Era mulata, não tinha cabelo loiro, tinha uma carapinha danada... Não era mais menina também, podia ser tua avó... Mas tu parece com ela...
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