Jorge Amado - Capitães da Areia

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Capitães da Areia: краткое содержание, описание и аннотация

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"Capitães da Areia" é um romance de autoria do escritor brasileiro Jorge Amado, publicado em 1937. O livro retrata a vida de um grupo de menores abandonados, chamados de "Capitães da Areia", ambientado na cidade de Salvador dos anos 1930.

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Olhou Dora, mas baixou a cabeça:

- Parece mentira, mas tu me lembra ela. Parece mentira, mas tu parece com ela...

Professor olhou com seus olhos de míope. Volta Seca quase gritava, seu rosto sombrio tinha a alegria de uma descoberta. Também ele descobriu sua mãe, pensou Professor.Dora estava séria, mas sei olhar era carinhoso. Volta Seca riu, ela riu, virou logo gargalhada. Mas Professor não os acompanhou na gargalhada. Começou a ler muito rápido o relato do jornal.

Lampião fora pegado de surpresa ao entrar numa vila. O chofer de um caminhão que o vira na estrada com o grupo tocara para a vila e avisara. Dera tempo de pedirem reforços de vilas próximas e a coluna volante também veio. Quando Lampião entrou na vila encontrou foi bala muita pela frente, bala que ele não esperava. O tiroteio foi grande, Lampião só pôde mesmo abrir para a caatinga, que é sua casa. Um dos homens do grupo ficou estirado com um balaço no peito. Cortaram a cabeça dele, que foi enviada para a Bahia em triunfo. Vinha a fotografia no jornal. A boca aberta, os olhos furados, um homem segurando pela carapinha rala. Tinham cortado o pescoço a facão.

Dora comentou:

- Coitado dele... Que judiaria!

Volta Seca olhou agradecido. Seus olhos estavam injetados, seu rosto todavia mais sombrio. Dolorosamente sombrio.

- Filho de uma égua... - disse baixo. - Filho de uma égua de chofer... Se um dia eu te pegar...

A notícia adiantava que Lampião devia ter outros homens feridos, pois a retirada do grupo fora por demais rápida. Volta Seca falou em surdina. Era como se falasse para si mesmo...

- Já tá em tempo de eu ir...

- Pra onde? - perguntou Dora.

- Pra junto de meu padrim. Ele tá precisando de mim...

Ela o olhou com tristeza:

- Tu vai mesmo, Volta Seca?

- Vou, sim.

- E se a polícia te matar, cortar tua cabeça?

- Juro que eu eles não topa vivo. Vou com um, mas eu eles não topa vivo... Não tem medo, não...

Afirmava à sua mãe, forte e valente mulata sertaneja, capaz de brigar com soldados, comadre de Lampião, amásia de cangaceiro, que podia confiar nele, que não o pegariam vivo, que lutaria até morrer... Dora ouvia com orgulho.

Professor apertou os olhos e viu também, em lugar de Dora, uma sertaneja forte, defendendo seu pedaço de terra contra os coronéis, com a ajuda amiga dos cangaceiros.Viu a mãe de Volta Seca. E era o que o mulato via. Os cabelos loiros eram carapinha rala, os olhos doces eram os olhos achinesados da sertaneja, o rosto grave era o rosto sombrio da camponesa explorada. E o sorriso era o mesmo sorriso de orgulho de mãe para filho.

Pirulito a viu chegar com desconfiança. Para ele Dora era o pecado. Havia bastante tempo que ele desistira das negrinhas do areal e da quentura dos corpos se embolando no areal. Se despia aos poucos dos seus pecados para aparecer puro aos olhos de Deus e poder merecer a graça de se vestir com as vestes dos sacerdotes. Pensava mesmo em arranjar um lugar de vendedor de jornais para fugir do pecado diário do furto.

Olhava Dora com receio: a mulher era o pecado. Em verdade ela era apenas uma criança, uma criança abandonada como eles. Não ria como as negrinhas do areal um riso insolente de convite, um riso de dentes apertados pelo desejo. Seu rosto era sério, parecia o rosto de uma mulherzinha muito digna. Mas os pequenos seios que nasciam se empinavam no vestido, o pedaço de coxa que aparecia era branco e redondo. Pirulito tinha medo. Não tanto da tentação de Dora. Ela não parecia das que tentavam, era uma criança, era muito cedo para isto. Mas tinha medo da tentação que vinha dentro dele, que o demônio punha dentro dele. E procurava rezar em voz baixa enquanto ela se aproximava.

Dora ficou olhando os quadros de santo. Professor parou atrás dela, olhava também. Havia flores sob a imagem do Menino Deus que Pirulito furtara um dia. Dora chegou mais perto:

- É uma beleza...

O medo começou a desaparecer do coração do Pirulito. Ela se interessava pelos seus santos, santos para os quais ninguém ligava no trapiche. Dora perguntou:

- É tudo teu?

Pirulito fez que sim com a cabeça e sorriu. Se adiantou, mostrou tudo que possuía. Os quadros, o catecismo, o terço, tudo. Ela olhava com satisfação. Sorria também enquanto Professor a espiava com os olhos míopes. Pirulito contava a história de Santo Antônio, que tinha estado em dois lugares ao mesmo tempo. Isso para salvar seu pai da forca, para a qual fora condenado injustamente. Contava do mesmo modo como Professor lia histórias heroicas de marinheiros corajoso e revoltosos. Dora escutava com a mesma atenção e a mesma simpatia. Conversavam os dois, Professor calado, ouvindo. Pirulito contou coisas da sua religião, milagres de santos, a bondade do padre José Pedro: - Quando tu conhecer ele, vai gostar...

Ela disse que com certeza. Ele já havia esquecido que ela podia trazer a tentação nos seios de menina, nas coxas gordas, na cabeleira loira, agora falava como a uma mulher mais velha que o ouvia com carinho. Como a uma mãe. Só então compreendeu. Porque naquele momento lhe veio uma vontade de contar a ela que queria ser sacerdote, que queria seguir aquela vocação, que sentia o chamado de Deus. Só à sua mãe teria coragem de contar isso. E ela está na sua frente. Ele fala:

- Tu sabe que eu quero ser padre?

- Que bom... - fez ela.

O rosto de Pirulito se iluminou. Olhou para Dora, falou com a voz exaltada:

- Tu pensa que eu mereço? Deus é bom, mas também sabe castigar...

- Por quê? - havia espanto na pergunta de Dora.

- Tu não vê que a vida da gente é cheia de pecado?.. Todo dia...

- A culpa não é da gente... - esclareceu Dora. - A gente não tem ninguém.

Mas agora Pirulito tinha a ela. A sua mãe. Riu satisfeito:

- Padre José Pedro também já disse isso. É capaz...

Riu mais, ela sorriu também animando.

- ...é capaz de que um dia eu seja padre.

- Tu vai ser, sim.

- Tu quer esse Deus Menino pra tu? - perguntou ele de repente.

Era como um filho que levasse parte da sua guloseima para sua mãe, que lhe dera o níquel para que comprasse.

E Dora aceitou, como uma mãe aceita parte da guloseima do filho querido para que este fique satisfeito.

Professor via a mãe de Pirulito, que não sabia como era, como fora. Mas a via ali no lugar de Dora. Sentiu inveja da felicidade de Pirulito.

Encontraram Pedro Bala estendido na areia. O chefe dos Capitães da Areia não entrara para o trapiche nesta noite. Ficara espiando a lua, deitado na quentura boa da areia. A chuva tinha cessado e vento que corna agora era morno. Professor deitou também, Dora sentou entre os dois. Pedro Bala a espiou pelo canto dos olhos, puxou o boné mais para a cara. Dora disse voltada para ele:

- Tu ontem foi bom comigo e meu irmão...

- Tu devia ir embora... - respondeu Bala.

Ela não disse nada, mas ficou triste. Professor então falou.

- Não, Bala. É como uma mãe... Como uma mãe, sim. Pra todos...

Repetia:

- É como uma mãe... Como uma mãe...

Pedro Bala olhou os dois. Suspendeu o boné, sentou na areia. Mas Dora o olhava com carinho. Para ele... Para ele era tudo: esposa, irmã e mãe. Sorriu confuso para Dora:

- Pensei que fosse ser uma tentação pra todos...

Ela fez que não, ele continuou:

- Depois podiam aproveitar uma hora que a gente não estava...

Riram. Professor repetiu mais uma vez:

- Não. É como uma mãezinha...

- Tu pode ficar-disse Pedro Bala, e Dora sorriu para ele, era o seu herói, uma figura que ela nunca tinha imaginado, mas que um dia haveria de imaginar. Amava-o como a um filho sem carinho, um irmão corajoso, um amado tão belo como não havia outro.

Mas Professor viu os sorrisos dos dois. E disse ainda uma vez com voz sombria:

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