Jorge Amado - Capitães da Areia

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Capitães da Areia: краткое содержание, описание и аннотация

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"Capitães da Areia" é um romance de autoria do escritor brasileiro Jorge Amado, publicado em 1937. O livro retrata a vida de um grupo de menores abandonados, chamados de "Capitães da Areia", ambientado na cidade de Salvador dos anos 1930.

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Zé Fuinha prometeu com uma cara muito séria, dando dentadas nos pães duros. Ela o beijou e seguiu.

O guarda que a informou olhou para os seus seios que nasciam. 0 cabelo loiro dela, maltratado, voava com o vento. Sentia queimaduras nas solas dos pés e um cansaço no corpo todo. Mas seguiu. O número era 611. Quando chegou ao 53 parou um pouco para descansar e pensar o que diria à dona da casa. Depois retomou a caminhada. Agora a fome ajudava a magoar seu corpo, a fome terrível das crianças de 13 anos, uma fome que exige comida imediatamente. Dora tinha vontade de chorar, de se deixar cair na rua, sob o sol, e não fazer movimentos. Uma saudade dos pais mortos a invadiu. Mas reagiu contra tudo e continuou.

O 611 era uma casa grande, quase um palacete, com árvores na frente. Numa mangueira, um balanço onde uma menina da idade de Dora se divertia. Um rapazote dos seus 17 anos a balançava e riam os dois. Eram os filhos do dono da casa. Dora ficou a olhá-los com inveja uns minutos. Depois tocou a campainha. O rapaz olhou, mas continuou a balançar a irmã. Dora tocou novamente, a empregada veio. Ela explicou que queria falar com dona Laura, a patroa. A empregada a olhou com desconfiança. Mas o rapazola deixou de balançar a irmã e andou até o portão. Espiava os seios mal nascidos de Dora, os pedaços de coxas que apareciam sob o vestido. Perguntou: - O que é que você quer?

- Eu queria falar com dona Laura. Sou filha de Margarida, que foi lavadeira dela... Não vê que ela morreu...O rapaz não despregava os olhos dos seios de Dora. Era bonita a menina, de olhos grandes, cabelo muito loiro, neta de italiano com mulata. Margarida dizia que ela puxara ao avô, que também tinha cabelos muito loiros e um bigodão bem tratado. Dora baixou os olhos porque o rapaz não tirava os dele dos seus peitos.Ele também se desconcertou, falou para a empregada:

- Vá chamar mamãe...

- Sim, senhor.

O rapaz puxou um cigarro, acendeu. Jogou a fumaça para cima estendendo o beiço, deu mais uma espiada para os peitos de Dora:

- Você está procurando emprego?

- Tou, sim senhor.

O vento levantou um pouco o vestido dela. Ele teve pensamento canalhas ao ver o pedaço de coxa. Já se sonhava na cama, Dora trazendo o café pela manhã, a safadeza que se seguiria.

- Vou ver se mamãe arranja um lugar pra você...

Ela agradeceu. Mas estava um pouco assustada, se bem lhe escapasse muito da malícia dos olhares dele. Dona Laura chegou, os cabelos grisalhos, a filha atrás dela, espiando Dora com olhos compridos. Era sardenta, mas tinha certa graça.

Dora contou que a mãe tinha morrido:

- A senhora tinha me prometido um emprego...

- De que foi que Margarida morreu?

- De bexiga, sim senhora.

Dora não sabia que dizendo aquilo tinha perdido a possibilidade do emprego.

- De varíola?

A mocinha se afastou receosa. Até o rapaz se desviou um pouco, pensou nos seios pequenos de Dora marcados de varíola. Cuspiu com nojo. Dona Laura tomou um tom triste:

- É que já tomei outra empregada. Agora não tenho necessidade...

Dora pensou em Zé Fuinha:

- A senhora não tem precisão de um menino pequeno pra faz compra, recados, estas coisas? É meu irmão...

- Não, minha filha, não tenho. - Não sabe de ninguém?

- Não. Se soubesse recomendaria você...

Queria acabar a conversa. Voltou-se para o filho:

- Você tem dois mil-réis aí, Emanuel?

- Pra que, mamãe?

- Me dê.

O rapaz deu, ela pôs em cima da grade. Tinha medo de tocar em Dora, queria que fosse dali, antes de contagiar a casa.

- Leve isso para você. Que Deus lhe ajude...

Dora voltou a descer a rua. O rapaz ainda espiou as nádegas que apareciam redondas sob o vestido apertado. Mas a voz de dona Laura o interrompeu. Ela falava para a empregada:

- Dos Reis, passe um pano com álcool no portão, onde esta menina pegou. Não é bom brincar com varíola...

O rapaz voltou a balançar a irmã sob as mangueiras. Mas de vez em quando suspirava para si mesmo: tinha uns peitos muito bons...

Zé Fuinha não estava no banco. Dora levou um susto. Era capaz que o irmão tivesse saído andando pela cidade e se perdesse. E como ela o iria encontrar, ela que tão pouco conhecia a cidade? Demais um grande cansaço a invadia, um desânimo, saudade da mãe morta, vontade de chorar. Os pés doíam e ela tinha fome. Pensou em comprar pão agora possuía dois mil e quatrocentos, mas em vez disto saiu em busca do irmão. Foi encontrá-lo embaixo das árvores do jardim comendo ameixas verdes. Dora deu-lhe uma pancada na mão:

- Tu não sabe que isso faz dor de barriga?

- Tou com fome...

Ela comprou pão, comeram. A tarde toda foi uma caminhada de um lado para outro à procura de emprego. Em todas as casas diziam que não, o medo da varíola era maior que qualquer bondade. No começo da noite Zé Fuinha não se agüentava mais de cansado. Dora estava triste e pensava em voltar ao morro. Ia ser uma carga para os vizinhos pobres. Não queria voltar. Do morro sua mãe tinha saído num caixão, seu pai metido num saco. Mais uma vez deixou Zé Fuinha sozinho num jardim para ir comprar o que comer numa padaria, antes que fechasse. Gastou os últimos níqueis. As luzes se acenderam e ela achou a princípio muito bonito. Mas logo depois sentiu que a cidade era sua inimiga, que apenas queimara os seus pés e a cansara. Aquelas casas bonitas não a quiseram. Voltou curvada, afastando com as costas das mãos as lágrimas. E novamente não encontrou Zé Fuinha. Depois de andar em volta do jardim foi dar com o irmão, que espiava um jogo de gude entre dois garotos: um negro forte e um magrelo branco. Dora sentou num banco, chamou o irmão.

Os garotos que jogavam se levantaram também. Ela desembrulhou os pães, deu um a Zé Fuinha. Os garotos a olhavam. O preto estava com fome, ela bem viu. Ofereceu do pão a eles. Ficaram os quatro comendo o pão dormido era mais barato em silêncio. Quando terminaram, o preto bateu as mãos uma na outra, falou:

- Teu irmão disse que a mãe de você morreu de bexiga...

- Papai também...

- Lá também morreu um...

- Teu pai?

- Não. Foi Almiro, um do grupo.

O branco magrelo, que tinha estado calado, perguntou:

- Você arranjou onde trabalhar?

- Ninguém quer filha de bexiguento...

Agora chorava. Zé Fuinha brincava no chão com as bolas que os outros tinham deixado perto das árvores. O preto coçava a cabeça. 0 magrelo olhou para ele, depois para Dora:

- Tu tem onde dormir?

- Não.

O magrelo falou para o negro:

- A gente leva ela pro trapiche...

- Uma menina... O que é que Bala vai dizer?

- Tá chorando disse o magrelo em voz muito baixa.

O negro olhou. Evidentemente estava atarantado. O branco coçou o pescoço, espantando uma mosca. Botou a mão no ombro de Dora muito devagarinho, como se tivesse medo de a tocar:

- Vem com a gente. A gente dorme num trapiche...

O preto fez esforço para sorrir: - Não é um palacete, mas é melhor que a rua...

Andaram. João Grande e Professor iam na frente. Ambos tinham vontade de conversar com Dora, mas nenhum sabia o que dizer, não tinham se visto ainda num apuro assim.A luz das lâmpadas batia nos cabelos loiros dela. O preto disse:

- É uma lindeza.

- Batuta fez Professor.

Mas não olhavam nem os seios, nem as coxas. Olhavam o cabelo loiro batido pela luz das lâmpadas elétricas.

No areal Zé Fuinha não pôde mais ir andando. O negro João Grande pegou a criança apesar de ser também criança... e a botou nas costas. Professor ia junto de Dora, mas estavam calados na noite.

Entraram no trapiche meio desconfiados. João Grande arriou Zé Fuinha no chão, ficou parado, esperando que o Professor e Dora entrassem. Foram todos para o canto do Professor, que acendeu a vela. Os outros espiavam para o canto com surpresa. O cachorro do Sem-Pernas latiu.

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