Jorge Amado - Capitães da Areia
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- Название:Capitães da Areia
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- Год:1937
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Virou as costas ao padre e foi saindo. O padre José Pedro deu dois passos até ele, falou com voz estrangulada:
- Se tem um até que quer ser padre...
O Cônego voltou-se:
- A entrevista está terminada, padre José Pedro. Pode se retirar e que Deus o ajude a pensar melhor...
Mas o padre ainda ficou parado uns minutos, querendo dizer alguma coisa. Mas não dizia nada, estava como que apatetado, olhando a porta por onde o Cônego tinha saído. Naquele momento não podia pensar em nada. Estava cômico com a mão ainda estendida, o corpo meio caído para um lado, a batina suja e remendada, os olhos abertos, apavorados, os lábios tremendo como que querendo falar. As pesadas cortinas impediam que a luz entrasse na sala. O padre ainda se demorou na obscuridade.
Um comunista... Uma orquestra vagabunda, porém afinada, tocava uma velha valsa na rua:
"Fiquei sem alegria, senhor meu Deus..."
O padre José Pedro ia encostado à parede. O Cônego dissera que ele não podia compreender os desígnios de Deus. Não tinha inteligência, estava falando igual a um comunista. Era aquela palavra que mais perseguia o padre. De todos os púlpitos todos os padres tinham falado contra aquela palavra. E agora ele... O Cônego era muito inteligente, estava próximo de Deus pela inteligência, era-lhe fácil ouvir a voz de Deus. Ele estava errado, perdera aqueles dois anos de tanto trabalho.Pensara levar tantas crianças a Deus... Crianças extraviadas... Será que elas tinham culpa? Deixai vir a mim as criancinhas... Cristo... Era uma figura radiosa e moça. Os sacerdotes também disseram que ele era um revolucionário. Ele queria as crianças... Ai de quem faça mal a uma criança... A viúva Santos era uma protetora da Igreja... Será que ela também ouvia a voz de Deus? Dois anos perdidos...Fazia concessões, sim, fazia. Senão, como tratar com os Capitães da Areia? Não eram crianças iguais às outras... Sabiam tudo, até os segredos do sexo. Eram como homens, se bem fossem crianças... Não era possível tratá-los como aos meninos que vão ao colégio dos jesuítas fazer a primeira comunhão. Aqueles têm mãe, pai, irmãs, padre s confessores e roupas e comida, têm tudo... Mas não seria ele quem podia dar lições ao Cônego... O Cônego sabia de tudo, era muito inteligente. Podia ouvira voz de Deus... Estava próximo de Deus... Não foi dos alunos mais brilhantes... Tinha sido dos piores... Deus não ia falar a um padre ignorante... Ouvia João de Adão. Um comunista como João de Adão... Mas os comunistas são maus, querem acabar tudo... João de Adão era um homem bom... Um comunista... E Cristo? Não, não podia pensar que Cristo fosse um comunista... O Cônego devia entender melhor que um pobre padre de batina suja... O Cônego era inteligente e Deus é a suprema inteligência... Pirulito queria ser padre. Queria ser padre, sim, a sua vocação era verdadeira. Mas pecava todos os dias, roubava, assaltava. Não era culpa deles... Está falando como um comunista... Por que este vai num automóvel, fuma um charuto? Falando como um comunista... O Cônego disse, será que Deus o perdoa?
O padre José Pedro vai encostado à parede. As últimas notas da orquestra distante chegam aos seus ouvidos. Os olhos do padre estão esbugalhados.
Sim, padre José Pedro, Deus às vezes fala aos mais ignorantes... Aos mais ignorantes... Ele era ignorante... Mas, Deus, ouvi... São uns pobres meninos... Que sabem eles do bem e do mal? Se ninguém nunca lhes ensinou nada? Nunca uma mão de mãe nas suas cabeças. Uma palavra boa de um pai. Senhor, eles não sabem o que fazem...Por isso estive com eles, fiz como eles queriam muitas vezes...
O padre aperta as mãos, as eleva para o céu.
Será que um comunista age assim? Dar um pouco de conforto àquelas pequenas almas. Salvá-las, melhorar seus destinos... Antes dali só saíam ladrões, batedores de carteira, vigaristas, os melhores eram os malandros... A profissão mais digna... Queria que agora saíssem homens para o trabalho, honestos, dignos... Tinha que ir aos poucos... Do reformatório saíam piores... Não é com castigo brutal, Deus, ouvi... Lá o castigo é brutal... Só com paciência, com bondade... Cristo também pensava assim... Por que como um comunista?.. Deus pode falar a um ignorante... Abandonar as crianças? A paróquia está perdida... Mãe velha que soluçará... E a carreira da irmã na Escola Normal? Também ela quer ensinar a crianças... Mas serão outras crianças, crianças com livros, com pai, com mãe... Não serão iguais a estas abandonadas na rua, dormindo sob a lua, nas pontes, nos trapiches... Não pode abandoná-las. Com quem estará Deus? Com o Cônego ou com o pobre padre? A viúva... Não, Deus está com o padre... Está com o padre... Sou muito ignorante para ouvir a voz de Deus... Se esconde na porta de uma igreja. Mas por vezes Deus fala aos ignorantes... Sai da porta da igreja, continua a caminhada encostado na parede. Continuará, sim. Se estiver errado, Deus o perdoará... As boas intenções não desculpam os maus atos. Mas Deus é a suprema bondade... Continuará... Os Capitães da Areia talvez não deem só ladrões... E não seria uma grande alegria para Cristo?.. Sim, Cristo sorri. É uma figura radiosa. Sorri o padre José Pedro. Obrigado, meu Deus, obrigado.
O padre ajoelha na rua, levanta as mãos para o céu. Mas olha a gente que sorri. Se põe de pé espantado, salta num bonde cheio de vergonha.
Um homem comenta:
- Olha um padre bêbado. Que descarado...
Todos riem no ponto de bondes.
Boa-Vida meteu a unha negra, rasgou a bolha. Depois espiou o braço: estava cheio. Por isso sentia tanto calor, um amolecimento no corpo. Era a febre da bexiga.A cidade pobre estava assolada de bexiga.
Os médicos diziam que a epidemia já estava declinando, mas ainda assim eram muitos os casos, todos os dias ia gente para o lazareto. Gente que não voltava, pensou Boa-Vida. Até Almiro, por cuja causa se armara tão grande barulho no trapiche, fora para o lazareto. E não voltara... Era um menino bonito. Havia quem dissesse que ele e Barandão... Mas não era ruim, não aborrecia ninguém. Sem-Perna armara um escândalo. Depois que soubera que ele morrera ficara ainda mais retraído, parecia o culpado da morte de Almiro. Não conversava com ninguém. Só com o cachorro que arranjara.
- Acaba doido... - pensou Boa-Vida.
Acendeu um cigarro. Andou para o trapiche. Só o Professor estava. Àquelas horas da tarde era difícil que estivesse alguém no trapiche. Professor viu quando ele entrou:
- Passa um cigarro, Boa-Vida.
Boa-Vida jogou um. Chegou no seu canto, fez uma trouxa com seus trapos. Professor ficou espiando aquele movimento:
- Tu vai embora?
Boa-Vida andou até ele com a trouxa debaixo do braço:
- Tu não diz a ninguém... Só a Bala...
- Pra onde tu vai?
O mulato riu:
- Pro lazareto...
Professor olhou os braços cheios de bolhas, o peito.
- Tu não vai, Boa-Vida...
- Por que, mano?
- Tu sabe... É buraco na certa...
- Tu pensa que eu vou ficar aqui pra pegar nos outros?
- A gente trata de tu...
- Morria tudo. Almiro tinha casa, tá certo. Eu não tenho ninguém.
Professor calou-se. Queria dizer muita coisa. O mulato estava na sua frente, a trouxa debaixo do braço cheio de bolha de bexiga. Boa Vida falou:
- Tu diz a Pedro Bala. Os outros não precisa.
Professor só soube dizer:
- Tu vai mesmo?
Boa-Vida fez que sim, saíram do trapiche. Boa-Vida olhou a cidade, fez um gesto com a mão. Era como um adeus. Boa-Vida era malandro e ninguém ama sua cidade como os malandros. Olhou o Professor:
- Quando tu fizer meu retrato... Tu ainda vai fazer?
- Vou, Boa-Vida... Vontade de dizer palavras carinhosas como a um irmão. - Não me faz cheio de bexiga, não...
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