A área de gordura do braço pode ser determinada por:
AGB = ATB - AMB
Finamente, o índice de gordura do braço (IGB) pode ser calculado por meio de:
IGB = 100(AGB ÷ ATB)
Sendo:
ATB = área total do braço;
C = circunferência do braço;
AMB = área muscular do braço;
Ts = dobra cutânea de tríceps em cm;
AGB = área de gordura do braço;
IGB = índice de gordura do braço.
Gabriel et al. (2002) estudaram a precisão dessa técnica, tanto para inferência das áreas muscular e de gordura do braço, como para sua relação com a adiposidade corporal determinada por oito dobras cutâneas; assim como, a relação da força de membros superiores e do tronco com a área muscular do braço. Para tanto, esses autores submeteram 42 adultos jovens masculinos e estudantes de Educação Física às medidas das dobras cutâneas de peito, axilar, subescapular, supra-ilíaca, abdômen, coxa e perna, à inferência da área muscular do braço, à inferência da área de gordura do braço e ao teste de uma repetição máxima no supino reto livre. Os autores observaram que a correlação intra-classe foi de ICC = 0,92 entre dois avaliadores na determinação da AMB com EPE = 1,3 cm2. A inclusão da dobra cutânea de bíceps para determinação da área percentual de gordura do braço não aprimorou a relação com o somatório de dobras cutâneas. Os autores puderam explicar 75% da adiposidade corporal, determinada pelo somatório de oito dobras cutâneas, pela equação:
R2 = 0,75 e EPE = 1,8 cm2
Sendo:
Adip. = Adiposidade determinada pela soma das dobras cutâneas de bíceps, peito, axilar, subescapular, supra-ilíaca, abdômen, crural e sural;
PC = peso corporal;
AGB = área de gordura do braço.
A área muscular do braço foi também aplicada como variável independente para a estimativa da força de 1 RM no supino reto. Os dados observados para 30 sujeitos foram, para carga no supino reto (1RM) de 83,9 ± 15,4 kg e para área muscular do braço de 53,0 ± 10,2 cm2. Deduziu-se então a equação abaixo para descrever a relação entre as duas variáveis. Não houve diferença significativa entre os valores preditos fórmula abaixo e medidos de um grupo externo de nove voluntários semelhantes ao grupo inicial.
1RM = 14,1 + 1,999AMB
r = 0,80 e EPE = 4,8 kg
Sendo:
1 RM = carga máxima em kg para uma repetição máxima no supino reto livre;
AMB = área muscular do braço em cm2 inferida pela equação acima.
A área muscular do braço também pode ser empregada para a estimativa da massa corporal magra determinada pela hidrometria. Serpa et al. (2014 e 2017) empregaram um delineamento experimental com validação cruzada para propor uma equação de predição da LBM a partir da AMB para jovens estudantes de Educação Física. A electrobioimpedância tetra-polar foi empregada como medida padrão de laboratório.
Para o grupo masculino com 45 voluntários, com 22 ± 3 anos e 74,9 ± 8,43 kg a equação derivada foi:
LBM = 9,127 + (0,625×PC) + (0,129×AMB)
r2 = 0,91 e EPE = 1,85 kg
Para o grupo feminino, também com 45 voluntárias, 27 ± 7 anos, 66,5 ± 10,4kg, a equação derivada foi:
LBM = -49,459 + (0,350×PC) + (0,411×EST) + (0,171×AMB)
r2 =0,91 e EPE = 2,07 kg
Sendo:
LBM = Massa corporal magra (kg);
PC = Massa corporal (kg);
AMB = Área Muscular do Braço;
EST = Estatura.
2.4. Estudo da proporção
A proporção é estudada por meio do afastamento das medidas do sujeito avaliado em relação às medidas do homem referência ou do Phantom.
Tabela 2.3: Características do modelo Phantom assexuado
|
Média |
D.P. |
|
Média |
D.P. |
ALTURAS |
|
PERÍMETROS |
|
Vértex |
170,18 |
6,29 |
Tórax |
87,86 |
5,18 |
Sentada |
90,78 |
4,54 |
Braço estendido |
24,88 |
3,67 |
Acromial |
139,78 |
5,45 |
Braço fletido e tenso |
29,41 |
2,37 |
Radial |
107,25 |
5,36 |
Antebraço |
25,13 |
1,41 |
Estiloidal |
82,68 |
4,13 |
Punho (distal aos estilóides) |
16,35 |
0,72 |
Dactiloidal |
63,83 |
3,38 |
Cintura |
71,91 |
4,45 |
Ileocristal |
96,32 |
4,81 |
Coxa |
55,82 |
4,23 |
Trocantérica |
87,9 |
4,4 |
Perna |
35,25 |
2,3 |
Tibial |
46,98 |
2,68 |
Tornozelo |
21,71 |
1,33 |
Maleolar |
8,01 |
0,96 |
DOBRAS CUTÂNEAS |
|
DIÂMETROS |
|
Tríceps |
15,4 |
4,47 |
Biacromial |
38,04 |
1,92 |
Subescapular |
17,2 |
5,07 |
Bideltóideo |
43,5 |
2,4 |
Supra-ilíaca |
15,4 |
4,47 |
Trasverso do tórax |
27,52 |
1,74 |
Abdominal |
25,4 |
7,78 |
Ântero-posterior do tórax |
17,5 |
1,38 |
Coxa |
27 |
8,33 |
Bileocristal |
28,84 |
1,75 |
Medial de perna |
16 |
4,67 |
Bitrocantériano |
32,66 |
1,8 |
PESO |
|
Biepicondiliano de úmero |
6,48 |
0,38 |
Total |
64,58 |
8,6 |
Biestilóide |
5,21 |
0,28 |
Gordura |
12,13 |
3,25 |
Biepicondiliano de fêmur |
9,52 |
0,48 |
Músculo |
25,55 |
2,99 |
Bimaleolar |
6,68 |
0,36 |
Ossos |
10,49 |
1,57 |
|
|
|
Residual |
16,41 |
1,9 |
Determina-se o escore z, por meio da fórmula:
Sendo:
z = escore padrão (z);
S = desvio padrão do modelo para a variável estudada;
L = medida do indivíduo estudado;
H = altura do indivíduo estudado;
P = medida do modelo para a variável estudada;
d = expoente 1 para medidas lineares, 2 para medidas de área e 3 para medidas de volume.
O modelo Phantom pode também ser empregado para o estudo da massa, nos quatro compartimentos, através da correção do escore z pela fórmula:
M = [(Z × s) + P] ÷ (170,18 ÷ H)3
Sendo:
M = massa do compartimento (gordo, ósseo, muscular e residual) em kg;
Z = índice z da variável do compartimento;
s = desvio padrão da massa do compartimento;
P = massa do compartimento do modelo;
H = altura do indivíduo estudado.
2.5. Somatotipo
Os conceitos de biotipo e de biotipologia propostos por Nicholis Pende foram a base da somatotipologia de Sheldon, sendo esses conceitos:
2.5.1. Biotipo
“É a personalidade individualizada pela forma, temperamento, moral e função, caracteres volitivos e inteligência, resultante da herança fisiológica, humoral, funcional e psíquica. Síntese das quais resulta o conhecimento do tipo estrutural dinâmico especial de cada indivíduo.”
2.5.2. Biotipologia
É o estudo do conjunto dos caracteres particulares que diferenciam os indivíduos e os afastam do tipo humano abstrato genérico e convencional. Afasta-o, portanto, do tipo descrito pelos anatomistas, fisiologistas, psicólogos, estatísticos, sociólogos e etc.”
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