Renato da Silva Moreira - Aterrador

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– Ei, espera aí, você é tipo Don Juan Matus, Yoda ou o Mestre dos Magos, certo? Tenho um monte de perguntas pra fazer, dá um tempo! – corri atrás dele – quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? O universo sempre existiu ou surgiu do nada? Quando é que vou me tornar um escritor de verdade? Como termina este livro? Don Juan explodiu em um gargalhada. – Gosto de você, Jorge. Você tem senso de humor. Lembra a mim mesmo quando era jovem. Naquela época me preocupava muito com as grandes questões filosóficas e em encontrar a excelência nas artes. Queria respostas objetivas. Passava noites em claro lendo, estudando e achava que só assim iria encontrar o que buscava. Ao compor, me importava demasiado com a forma, com a estrutura e com a linguagem. Demorei para entender que a arte vai muito além do seu aspecto formal, cultural e social.
A arte é um sentir que vem de dentro. Tem o poder de criar vínculos, de curar. E talvez os gregos estivessem certos: a maior arte é a arte de viver.

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– Luigi não pôde vir. Está doente. Colheu febre depois de passar uma noite ao relento, trabalhando como voluntário. Esse rapaz é mesmo um anjo, não sabe mais o que fazer para ajudar na nossa organização beneficente! Digo para ele, filho, você é sobrinho do presidente, não precisa se esforçar tanto. Mas ele não quer saber e diz: pai, se não trabalhar tanto ou mais que você ou o tio, ninguém nunca me respeitará. Esse menino vale ouro. Ouro!

E vale mesmo. Cada vez que Luigi decide fazer uma das suas viagens beneficentes milhares de euros são desviados, lavados, passados por debaixo da mesa e por dentro da manga. “Noite ao relento trabalhando como voluntário” – até parece que ele estava entregando sopa aos moradores de rua. Sua “febre” se chama “gonorreia” e seu serviço voluntário foi espalhar seu sêmen aos úteros de incontáveis meninas sulistas miseráveis.

Chove lá fora. Chove na minha lembrança e nos meus sonhos. Observo o contorno dos prédios através da janela do meu escritório, na cobertura da nossa sede em Milão. Tudo parece cinzento. Chamo Zeleide pelo viva-voz, peço que desmarque meus compromissos para essa semana e que prepare o Tappeto Magico. Cansei dessa chuva, vou dar uma volta pelo sul. Tenho um império para administrar e preciso estar de bom humor para tanto.

Nota mental: trocar o nome do jato particular. Só meu pai mesmo com seu sonho de califa para pensar em algo tão antiquado como Tappeto Magico. Ideias:

Força Aérea 66: subverter o Força Aérea 1 com um conceito beatnik.

Pégaso: batido, mas classudo.

Fênix: hmmmm...

Holandês Voador: yeah!

Millennium Falcon: por que não?

[ ]: gostei. Acho que vou ficar com esse.

Jorge Kyara Enzo Leitor
Planta Lótus Orquídea Narciso
Bicho Cigarra Borboleta Formiga
Parte da Vila Banho Borboletário Jardim
Rosa dos Ventos Sul Leste Norte
Divindade Grega Dionísio Dafne Apolo
Personagem do Pinocchio Grilo Falante Pinocchio Geppetto
Energia Bloqueada Raiva Medo Tristeza
Emoção Suplente Tristeza no lugar da raiva Vergonha no lugar do medo Raiva no lugar da tristeza
Prática Meditação Desenho Yoga
Notas Mi Sol
Sílabas ME HUNG OM MA NI PE
Cores Vermelho e azul marinho Branco e verde Amarelo e ciano
Purificação Cobiça e ira Orgulho e inveja Desejo e estupidez
Paramita dana paramita: generosidade, doaçãoshanti paramita: paciência, tolerância, auto domínio, aceitação, resistência dhyana paramita: meditação, concentração, contemplaçãovirya paramita: energia, diligência, vigor, esforço sila paramita: virtude, conduta apropriadaprajna paramita: realização direta do vazio e da interdependência
Sabedoria Discernimento e espelho Equanimidade e disposição Sabedoria primordial e realidade absoluta

Não me venha achar ruim porque você me conheceu assim3

Vai, Dionísio. Faça seu elogio ao prazer e à loucura! Defenda o indefensável, o ilegal, o imoral e o que dura pouco. Que oco vai o interior da gente. Que mente e finge que engana. Vai, sublime boêmio. Transforma em sagrada a alma profana. Lá vem mais um milênio. E nós aqui, bebendo cana...

Tentei. Expliquei. Demonstrei. Que existe um amor maior, sem propriedade ou fronteira. Que o ciúmes é a maior besteira, filho do silêncio e da ignorância, pai do apego e do ódio. Faço o que posso. Mas como dar uma cara, corpo de palavra ou efeito, a [ ] que me vai no peito?

A gente sabe que um só alimento não traz satisfação. Que a paixão exclusiva envelhece, tem idade, enquanto a vida é infinita em sua diversidade.

Nosso costume é uma camisa de força. Penduraram na forca todos que tentaram liberar o amor. Não é à toa, que ele virou um bem privado. Tudo nesse mundo foi rotulado, privatizado e vendido. E enquanto as monoculturas destroem a terra sob nossos pés, a monogamia apodrece o coração da gente.

Acredito que duas pessoas possam se amar e se bastar uma para outra até o fim da vida. Conheci um ou dois casais assim. Um ou dois, de quantos? São flores raras, pinguins que no futuro devem ser protegidos da extinção. Mas daí todo esse aparato midiático de princesa e príncipe encantados... Por favor! A gente cresce sendo convencido de que nosso instinto está errado. Que todo o desejo deve ser controlado em prol da relação “ideal”. Ligue o rádio. Acenda a TV. Você verá quantas vezes se fala desse amor daninho entre só eu e você. “Só quero que você me aqueça nesse inverno e que tudo mais vá pro inferno!”4

Dói, é... dói. Ninguém quer bulir o assunto. Ninguém quer lidar com defunto. E depois de montar sua armadura, lá vai o homem seguindo os passos do pai, continuando o que não entende, macacos se espancando sem banana e sem necessidade de castigo. Um dia o homem olhou pro céu e viu um Deus separado de si. Vestiu a máscara do ego. Botou-se à parte da natureza e esqueceu como se ama. O abraço genital5 virou sexo, prazer simplório carregado de frustração. Agora Deus está morto. Mas a máscara tomou o lugar do rosto. E desde pequeno a gente aprende que tem que ser fiel que nem os nossos pais. Amém.

Mas quem é “a gente”? O povo? A humanidade? Todos nós? Que pretensão a minha botar todos no mesmo saco, querer que você seja o mesmo que eu. Posso chamar de “nós” meu eu, fruto do agora, e o leitor de um futuro distante? Pois de agora em diante irei me referir somente a mim. Sou eu quem leva essa armadura e essa máscara. Sou eu quem carrega essa farsa. Eu que, sem querer, imito meu pai e sonho com a princesa. Eu, que não me satisfaço com uma só beleza.

Kya, Kya, Kya.

Kya se assusta com a mordida, que nem machuca, nem é ardida. Imagina o que seria se fosse morder a sério. Que doces impropérios me diria? Que sou tolo? Bobo? Envolto em sonho sexy e suado de desejos córneos e alados? Kya se deita na cama e quer que o mundo se exploda. Sem versos, sem loas. Quer que tudo acabe em lua cheia. Vira de lado, disfarça o embaraço, expande suas veias. No seu sangue corre sede e preguiça. Seu quadril empinado me conquista, me emaranha em suas teias. Kya não liga a mínima se o verso vai dar em rima. Mal sabe que presencia o futuro num bêbado vadio e casmurro que em vão solta fumaça. Come meus papéis feito traça. Acha graça na minha desgraça. Desconversa meus versos. Quer minha batuta de maestro e não minha fala desbocada.

Pois aqui estou com minha princesa tão desejada. Mas como diria Wilde, no mundo há apenas duas tragédias: uma é não conseguir o que se quer e a outra é justamente consegui-lo. Para dizer bem a verdade, não era uma princesa que queria. Era uma parceira. Alguém com quem dividir o amor livre. Pois posso resistir a tudo, menos à tentação. E “a única maneira de libertar-se de uma tentação é entregar-se a ela. Resista, e sua alma adoecerá de desejo das coisas que ela a si mesma se proibiu, com o desejo daquilo que suas leis monstruosas tornaram monstruoso e ilícito”.

Mas Kya não quer saber de amor livre. Para ela, isso é monstruoso e ilícito. Como algo que dá tanto prazer e traz tanto bem-estar pode ser mal? O amor cura. Quer dizer que para fazer o bem a uma pessoa, tenho que me privar de fazê-lo a muitas outras? Onde está o bem nisso? Confortar o medo que Kya tem de me perder? Pois é justamente assim que ela me perde, ao querer me prender. A mim não me resta alternativa senão aquiescer. Pois a amo e não quero me separar. Prometi, tentarei acalmar meu facho. Mas acho que não será fácil. O amor é meu tudo, meu Yin, meu Yang e meu Jung. Meu aquilo, meu isso, meu vício. Me abster completamente da diversidade me deixará louco. Talvez... reduzindo... pouco a pouco...

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