Jorge Amado - Capitães da Areia

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"Capitães da Areia" é um romance de autoria do escritor brasileiro Jorge Amado, publicado em 1937. O livro retrata a vida de um grupo de menores abandonados, chamados de "Capitães da Areia", ambientado na cidade de Salvador dos anos 1930.

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Sem-Pernas durante o dia a odeia, se odeia, odeia o mundo todo.

Pedro Bala reclamou a demora. Já era tempo do Sem-Pernas saber os segredos da casa. Sem-Pernas diz que sim, que não demora mais. E naquela noite a batalha de amor é mais forte ainda. A solteirona geme de amor, recolhendo as migalhas do amor. Mas não cede a sua honra. Isso dá coragem ao Sem-Pernas para no outro dia arribar com a chave.

A vitalina o espera para o amor. Está como uma esposa a quem o marido abandonasse. Chora e se lastima. Seu amor não vem, ela também precisa de amor, como todas essas moças que passam de vestidos bonitos na rua.

Mas o roubo a enfurece. Porque pensa que Sem-Pernas só amou nas noites longas de vícios para a furtar. Sua sede de amor humilhada. É como se houvessem cuspido na sua cara, dizendo que era por causa da sua feiura. Chora, não geme mais uma canção de amor. Se sente com coragem para estrangular o Sem-Pernas se encontrasse.Porque burlaram do seu amor, da sede de amor que está no seu sangue. A sua desgraça é mais completa porque durante uma semana foi plenamente feliz com as migalhas de amor. Rola no chão com um ataque.

No trapiche, Sem-Pernas ri, relatando sua aventura. Mas no fundo sabe que a solteirona o fez ainda pior, aumentou com seus vícios o ódio que vivia latente no seu coração. Agora um desejo insatisfeito enche suas noites. Um desejo que impede seu sono, que lhe dá raiva.

Capítulo 22 - Na Rabada de um Trem

Os navios chegam a Ilhéus carregados de mulheres. Mulheres que vêm da Bahia, de Aracaju, o mulherio todo de Recife, mesmo do Rio de Janeiro. Os gordos coronéis olham das pontes a chegada das mulheres. Morenas, loiras e mulatas, vêm em busca deles. Porque a notícia da alta do cacau correu pelo país todo. A notícia de que numa cidade relativamente pequena como Ilhéus estavam abertos quatro cabarés. Que os coronéis queimavam nas noites de jogo e de champanha notas de quinhentos mil-réis.Que pela madrugada saíam nus pelas ruas da cidade, formando o chamado terno do Y. A notícia corria pelas ruas de mulheres perdidas. Os caixeiros-viajantes levavam a notícia. O cabaré da Brama, em Aracaju, ficou despovoado de mulheres. Foram para o El-Dorado, cabaré de Ilhéus. O mulherio de Recife desceu todo em alguns navios do Lloyd Brasileiro. Os pernambucanos ficaram sem mulheres, vieram todas para o cabaré Bataclan, apelidado pelos estudantes em férias de Escola. Vieram algumas do Rio de Janeiro e estas foram para o Trianon, ex-Vesúvio, o mais luxuoso dos quatro cabarés da cidade do cacau. Até Rita Tanajura, célebre pelas grandes nádegas reboleantes, deixou a paz da sua cidade de Estância, onde era a rainha do pequeno mulherio de vida fácil e onde se dava com todo mundo, e veio ser a rainha do Far-West, o cabaré da rua do Sapo, onde os beijos e o estalo das garrafas de champanha se misturavam com os tiros, com o barulho das brigas. Porque o Far-West era o cabaré dos capatazes, dos pequenos fazendeiros de repente enriquecidos.

Na rua de Dalva, na zona das mulheres perdidas da Bahia, a casas se despovoaram. Vieram mulheres para o Bataclan, mulheres para o El-Dorado, mulheres para o Far-West.Umas poucas vieram para o Trianon, onde dançavam com os coronéis. No Bataclan mulheres pernambucanas e sergipanas davam parte do dinheiro que ganhavam dos coronéis, e que era muito, aos estudantes que em compensação lhes davam o amor. Os viajantes enchiam o El-Dorado Até no Far-West as mulheres ganhavam joias. Por vezes ganhavam um tiro também, como uma estranha joia vermelha no peito. Rita Tanajura dançava o charleston em cima de uma mesa, entre champanha e tiros. Tudo isso foi naquela alta do cacau de há muitos anos.

Quando Dalva soube que Isabel tinha colares e anel de brilhante e, no entanto, não estava no Trianon, que era o mais luxuoso dos cabarés, estava era no Bataclan, não resistiu. Arrumou as malas. O que não faria ela no Trianon, ela que era a melhor das mulheres da sua rua Enfardou Gato com uma elegantíssima roupa de casimira feita sol medida, de repente Gato não era mais um menino, era o mais jovem dos vigaristas da Bahia.

Na noite que, envergando seu traje novo, sapatos negros de verniz, gravata borboleta, chapéu de palhinha, apareceu no trapiche João Grande soltou uma exclamação de assombro:

- Pois não é o Gato?

Gato não fizera ainda dezoito anos. Fazia quatro que amava Dalva. Virou para João Grande:

- Agora vou começar a vida...

Ofereceu cigarros tirados de uma cigarreira cara, alisou o cabelo bem assentado. Botou a mão no ombro de Pedro Bala:

- Mano, vou para Ilhéus. A patroa vai cavar a vida. Eu vou com ela. Sou capaz de enricar. Quando tiver fazendeiro a gente vai faze uma farra daquelas.

Pedro sorriu. Era outro que ia. Não seriam meninos toda vida... Bem sabia que eles nunca tinham parecido crianças. Desde pequenos na arriscada vida da rua, os Capitães da Areia eram como homens eram iguais a homens. Toda a diferença estava no tamanho. No mais eram iguais: amavam e derrubavam negras no areal desde cedo furtavam para viver como os ladrões da cidade. Quando eram preso apanhavam surras como os homens.Por vezes assaltavam de armas na mão como os mais temidos bandidos da Bahia. Não tinham também conversas de meninos, conversavam como homens. Sentiam mesmo como homens. Quando outras crianças só se preocupavam com brincar, estudar livros para aprender a ler, eles se viam envolvidos em acontecimentos que só os homens sabiam resolver. Sempre tinham sido como homens, na sua vida de miséria e de aventura, nunca tinham sido perfeitamente crianças. Porque o que faz a criança é o ambiente de casa, pai, mãe, nenhuma responsabilidade. Nunca eles tiveram pai e mãe na vida da rua. E tiveram sempre que cuidar de si mesmos, foram sempre os responsáveis por si. Tinham sido sempre iguais a homens. Agora os mais velhos, os que eram desde há anos os chefes do grupo, estavam rapazolas, começavam a ir para seus destinos.Professor já fora, fazia quadros no Rio de Janeiro. Boa-Vida se desligara aos poucos do trapiche, toca violão nas festas, vai aos candomblés, arma fuzuê nas quermesses. É mais um malandro na cidade. Seu nome já é conhecido até nos jornais. Como os outros vagabundos, é conhecido pelos investigadores de polícia, que sempre estão de olho nos malandros. Pirulito é frade num convento, Deus o chamou, nunca mais saberão dele. Agora é o Gato que parte, vai arrancar dinheiro dos coronéis de Ilhéus.O Querido-de-Deus certa vez disse que Gato enricaria. Porque a vida na rua, no abandono, fez de Gato um jogador desonesto, um vigarista, um gigolô de mulheres.

Não demorará que os outros partam. Só Pedro Bala não sabe o que fazer. Dentro em pouco será mais que um rapazola, será um homem e terá que deixar para outro a chefia dos Capitães da Areia. Para onde irá? Não poderá ser um intelectual como Professor, cujas mãos só viviam para pintar, não nasceu para malandro, como Boa-Vida, que não sente o espetáculo da luta diária dos homens, que só ama andar vagabundando pelas ruas, conversar acocorado nas docas, beber nas festas de morro. Pedro sente o espetáculo dos homens, acha que aquela liberdade não é suficiente para a sede de liberdade que tem dentro de si. Tampouco sente o chamado de Deus, como Pirulito o sentiu. Para ele as pregações do padre José Pedro nunca disseram nada. Gostava do padre como de um homem bom. Só as palavras de João de Adão encontravam acolhida no seu coração. Mas João de Adão mesmo sabe muito pouco. O que tem é músculos potentes e voz autoritária, e no entanto amiga, para chefiar uma greve. Tampouco Pedro Bala quer ir como Gato enganar os coronéis de Ilhéus, arranca o dinheiro deles. Quer qualquer coisa que não sabe ainda o que é, e por isso se demora entre os Capitães da Areia.

O trapiche grita se despedindo do Gato. Este sorri, elegantíssimo, alisando o cabelo, no dedo aquele anelão cor de vinho que furtar certa vez.

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