Camilo Castelo Branco - Carlota Angela
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A alegria dava a Carlota uma ousadia enthusiastica, que espantava Norberto, e tinha semi-aberta a bôca de Rosalia.
–Se a minha mãe conhecesse a nobre alma d'elle!—proseguiu ella—havia de amal-o tambem.
–Eu?… ora essa! tu és maluca!—atalhou Rosalia, comprehendendo á lettra a palavra amal-o .
– Maluca! porque, minha mãe?
–Pois tu disseste ahi que eu havia de amar o tal homem!
–Pois se elle tem um coração tão bem formado! Esteve mais de um anno sem me dizer que queria ser meu esposo, para que eu não pensasse que elle namorava a minha riqueza. Foi preciso dizer-lhe eu que a minha maior ambição n'este mundo era fazel-o senhor do meu coração para toda a vida. Quando eu disse isto, até chorava de alegria elle!…
–Está bom, está bom, estamos decididos—disse Norberto, receiando que os diques da ira se esboroassem.—Logo que o tio doutor venha de Lisboa trata-se d'isto. Ámanhã vamos para o Candal. Lá é escusado andar com fallatorios do mirante para a estrada. Cá não se usa as noivas andarem a namoriscar á surdina. Já se sabe que elle ha de ser teu marido; o tio doutor quando vier, ha de convidal-o para nossa casa, e então conversarão á sua vontade.
Norberto saíu com as faces incendiadas, como se a raiva abafada respirasse por ellas. D. Rosalia, porém, menos firme no fingimento, apenas o marido saiu, começou a pingar dos olhos umas lagrimas baças e granulosas como camarinhas.
Carlota acudiu a enxugar-lh'as com meiguice, consolando-a com a esperança de viverem sempre juntos, como até então. Rosalia, se a boa fé nos não engana, chorava com pena da filha, por ver que todo aquelle contentamento se havia de mudar em amargura, se não falhasse o estratagema do doutor.
Deixal-a chorar, que o seio de Carlota parece alargar-se ao pulsar vehemente do coração. Essa immensa alegria, que lhe deram, leal ou traiçoeira, ha de produzir a bemaventurança ou o inferno d'aquella familia.
Carlota tem a alma briosa e amante de mais para transigir com a perfidia.
A obediencia filial, mascara de corrupção com que algumas donzellas se disfarçam para abjurarem sem pejo ligações inconvenientes , é uma «virtude» dos nossos dias, importada… da America. Em 1806 não havia d'isso cá.
III
Tu me matas, meu pae! Quem tal pensara?
Eu beijo a mão que o golpe me prepara.
A traça do bacharel Joaquim Antonio de Sampayo era afastar Mendonça de Portugal, repentinamente.
Aconselhara elle a mentira, para evitar o escandalo de um rapto, ou a saida judiciaria de Carlota.
Ausentar Mendonça para alguma das colonias, ou para os estados barbarescos, sob pretexto de guerra á pirataria, que infestava então o Mediterraneo; e prolongar essa ausencia até dissuadir Carlota, cortando-lhe os meios de se escreverem, era a trapaça do habil jurisconsulto. Norberto, pasmado de tamanho ardil, fez tão estremado conceito do doutor que, no expandir-se da sua admiração, exclamou:
–Ó cunhado! vossê é homem de todos os diabos! Quem sabe, sabe!
–Mas, Norberto,—disse o doutor—sabe que sem dinheiro nada se faz?
–Saque o que quizer, cunhado!
–Eu tenho talvez de comprar muito caro o pretexto para a saída de Mendonça. Não sei se me verei a braços com os protectores e parentes d'elle na côrte, e as nossas armas são o dinheiro.
–Pois é dizer o que quer. O doutor leva ordem franca; não poupe dinheiro, e ponha-me o homem fóra da nação.
Assim armado com o invencivel dinheiro, o tio de Carlota Angela chegou a Lisboa, em fins de 1806, levando cartas de apresentação para o ministro da marinha, D. Rodrigo de Sousa Coutinho, para D. Catharina Balsemão, e para o intendente geral da policia, Diogo Ignacio de Pina Manique.
A materia que então mais se discutia era a demencia do principe regente, causada por soffrimentos dos que tornam ridiculo um marido, ainda que o motivo seja mais para compaixão que riso. Fallava-se na morte violenta de José Anastacio, em Mafra, empeçonhado por ter sido o espia e delator da conspiração urdida contra o principe, em Arroios, n'uma casa da condessa de Alorna, que emigrara para Inglaterra, descoberta a conjuração. Os rumores surdos contra os pedreiros-livres indicavam os individuos suspeitos, mórmente depois que o escriptor publico Hippolyto da Costa fugira dos carceres da inquisição, que lhe foram abertos pelo braço poderoso da maçonaria. Hippolyto, auctor, depois, do Correio Braziliense , devia a liberdade á embriaguez dos guardas e á astucia d'elle; convinha, porém, ao governo simular-se assustado do poder da maçonaria para encruar contra os suspeitos a sanha da plebe. É, porém, certo que a maçonaria, em Portugal, entrara em 1797, com os emigrados francezes, e podera a muito custo implantar-se n'uma pequena sociedade ou loja denominada Fortaleza , quasi desconhecida e despercebida até 1806. Só depois que o ministro do reino entregou á inquisição um pedreiro-livre, e o impio fugiu do carcere do Rocio, levando nos canos das botas os «Regimentos da Inquisição» reformados pelo marquez de Pombal, dos quaes publicou, em ar de zombaria, curiosos extractos no jornal que, depois, redigiu em Londres—só depois desses nescios mêdos e estupidas perseguições do governo, sempre providenciaes para acordar os povos do lethargo, é que a sociedade maçonica em Portugal se radicou, floresceu, e deu fructos bons e maus. (Os de hoje apodrecem todos antes de madurar.)
A questão dos pedreiros-livres revirou os projectos do bacharel portuense. Nova ideia lhe acudiu, quando principiava a mortifical-o o receio de não poder supplantar um frade benedictino bem aparentado, que se dizia ser pae de Francisco Salter de Mendonça. Essa ideia era denunciar o tenente de marinha como encarregado de fundar no Porto uma loja maçonica, para o que tratava de intimidade com Jeronymo José Rodrigues, arcediago de Barroso, o primeiro liberal que teve a cidade eterna, antes de pregoar-se a liberdade em Portugal.
Francisco Salter de Mendonça conhecia o arcediago, era sua visita, sympathisava com as suas doutrinas politicas, e deixara-se eivar do espirito de vaga novidade que os principios de liberalismo balbuciavam ainda então confusamente. Não era, todavia, pedreiro-livre, porque venerava o frade que o adiantara na carreira das armas, e queria cumprir o juramento que fizera, nas mãos do monge, de jámais se associar á seita dos inimigos de Deus, com quanto conhecesse a inepcia dos pharisaicos amigos do altar.
O tio de Carlota apresentou-se a D. Catharina de Balsemão, ouviu-lhe dois sonetos, applaudiu-lh'os até chorar de terno enthusiasmo, e disse, depois, o fim a que ia. Pintou com negras côres o roer profundo do cancro da maçonaria no seio da sociedade; lastimou a inevitavel quéda dos fóros e prerogativas da classe nobre, se a média se incorporasse para desarreigar a arvore de seculos; disse que a maçonaria fizera Silla, e Robespierre, e Bonaparte; ajuntou outras muitas tolices em linguagem garrafal, até incendiar a combustivel D. Catharina, que logo alli lhe deu carta de mui especial recommendação para Manique.
O intendente ouviu com attenção e mêdo o bacharel. Soube que Francisco Salter de Mendonça, mancommunado com o arcediago de Barroso e outros, tratava de fundar uma loja maçonica no Porto, convencendo os timidos «com a sua eloquencia revolucionaria, e promettendo aos illusos a restauração dos direitos dos povos, victimados que fossem os reis e os grandes. Acrescentava o bacharel que Salter de Mendonça traduzia e espalhava os escriptos mais incendiarios dos revolucionarios francezes em 1791, e propalava que Portugal não podia ser feliz sem mandar um rei de companhia a Luiz XVI.
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