Ursula Le Guin - A Mão Esquerda da Escuridão

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A Mão Esquerda da Escuridão: краткое содержание, описание и аннотация

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Genly Ai foi enviado a Gethen com a missão de convencer seus governantes a se unirem a uma grande comunidade universal. Ao chegar no planeta Inverno, como é conhecido por aqueles que já vivenciaram seu clima gelado, o experiente emissário sente-se completamente despreparado para a situação que lhe aguardava. Os habitantes de Gethen fazem parte de uma cultura rica e quase medieval, estranhamente bela e mortalmente intrigante. Nessa sociedade complexa, homens e mulheres são um só e nenhum ao mesmo tempo. Os indivíduos não possuem sexo definido e, como resultado, não há qualquer forma de discriminação de gênero, sendo essas as bases da vida do planeta. Mas Genly é humano demais. A menos que consiga superar os preconceitos nele enraizados a respeito dos significados de feminino e masculino, ele corre o risco de destruir tanto sua missão quanto a si mesmo.

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O regime de vida das fazendas ou campos voluntários é uma invenção bastante recente, limitando-se apenas a este país, no planeta, e desconhecido nos demais. Mas é uma advertência sinistra da direção que uma sociedade suscetível de controle sexual pode tomar.

Em Pulefen, como já disse, vivíamos subnutridos em relação à energia despendida no trabalho e nossa roupa, es­pecialmente o calçado, era totalmente inadequada para aque­le clima gelado. A situação dos guardas, a maioria certa­mente prisioneiros, não era muito melhor. A finalidade do lugar e do seu sistema era punitiva, mas não destrutiva, e, creio, seria suportável não fosse a prática de drogar e os interrogatórios. Alguns dos prisioneiros eram submetidos a exame em grupos de doze; recitavam uma espécie de cate­cismo ou confissão de fé, tomavam sua injeção contra o kemmer e eram liberados para o trabalho. Outros, os pri­sioneiros políticos, eram submetidos de cinco em cinco dias a interrogatórios sob a ação de drogas.

Ignoro que drogas eles usavam. Ignoro também a fina­lidade destes interrogatórios. Não me lembro do que me perguntavam. Eu voltava a mim, no dormitório, algumas horas depois, já deitado no meu beliche, com mais seis ou sete companheiros na mesma situação: alguns voltando a si como eu, outros ainda pálidos e fracos sob a ação entorpecedora da droga. Quando conseguíamos nos pôr de pé, os guardas imediatamente nos levavam para trabalhar na ofici­na. Após o terceiro ou quarto interrogatório desse tipo, fi­quei incapacitado para me erguer. Deixaram-me ficar e no dia seguinte juntei-me ao meu grupo, embora ainda me sentisse trêmulo. No interrogatório seguinte, fiquei inutilizado por dois dias, pela ação dos hormônios contra o kemmer ou do soro da verdade, que exerciam um efeito tóxico sobre meu organismo e meu sistema nervoso. Era um efeito cumulativo.

Lembro-me que pensei em falar com o inspetor no interrogatório seguinte para não me injetar nada, pois só estava dizendo a verdade. Diria: “Senhor, não vê como é inútil obter respostas a uma pergunta falsa?” Então o inspetor se transformaria em Faxe, com seu colar de ouro de áugure em torno do pescoço e eu teria com ele um longo diálogo, de maneira muito agradável, enquanto controlava o cair do ácido, em gotas, do tubo para uma tina de serragem.

Quando fui levado, porém, à saleta do interrogatório, o ajudante do inspetor abriu-me logo a gola e deu-me a pi­cada antes mesmo que eu pudesse abrir a boca e falar. E tudo o que me lembro desta sessão — ou, quem sabe, de uma outra? — é da figura do inspetor, um jovem argota de aparência cansada, com as unhas sujas, dizendo monotonamente: “Tem que responder às minhas perguntas em orgota, não deve falar outra língua. Deve falar em orgota”.

Não havia enfermaria. O princípio que regia o campo era trabalhar ou morrer. Mas havia uma certa clemência, na prática, algo que os guardas permitiam existir entre a morte e o trabalho.

Como já disse antes, não eram cruéis, mas tampouco bondosos. Eram relaxados e não se importavam com as coi­sas, desde que ficassem longe de encrencas. Deixavam-nos, a mim e a outros prisioneiros, ficar no dormitório, nos nos­sos sacos de dormir como em observação, quando era óbvio que mal nos podíamos manter de pé.

Fiquei muito doente após o último interrogatório, como também um outro companheiro, um sujeito de meia-idade que tinha uma doença do fígado e estava morrendo. Como morria lentamente, deixavam-no ficar lá no seu beliche a maior parte do tempo. Foi a pessoa que ficou mais nítida na minha memória, nas lembranças de Pulefen. Ele era, fisicamente, um getheniano típico, de estrutura compacta, per­nas e braços curtos, com uma espessa camada de gordura subcutânea dando-lhe uma aparência rotunda ao corpo, mesmo doente. Tinha mãos e pés pequenos, cadeiras largas e peito fundo, com os mamilos pouco mais desenvolvidos que a média dos homens da minha raça. A pele era castanho- escura, os cabelos pretos finos e com aparência de pêlo de animal. O rosto era largo, as feições bem delineadas, mas pequenas, e as maçãs do rosto salientes. É um tipo racial bastante parecido com alguns dos grupos terrenos que vivem em grandes altitudes ou nas zonas árticas. Seu nome era Asra; tinha sido carpinteiro.

Conversávamos. Asra não se preocupava em viver, assim imaginei, mas tinha medo da morte. Procurava distrair seu pensamento e afastar esse medo. Tínhamos pouco em comum, a não ser essa proximidade da morte, e isto não era assunto sobre que desejássemos conversar; assim, a maior parte das vezes não nos entendíamos bem. Isto também não lhe importava. Eu, mais jovem e incrédulo, gostaria muito que houvesse compreensão mútua, explicações. Mas não havia. Então falávamos. A noite, o alojamento brilhava com luzes fortes, barulhento e cheio de gente. Durante o dia as luzes eram apagadas e o grande alojamento era silencioso, vazio e penumbroso. Ficávamos em dois beliches juntos e falávamos em voz baixa. Asra gostava muito de contar lon­gas histórias cheias de meandros sobre sua juventude numa fazenda comensal, no vale de Kunderer, aquela vasta e es­plêndida planície que eu atravessara ao entrar no país, a caminho de Mishnory.

Seu dialeto era marcante e usava muitos termos que eu não conhecia, nomes de pessoas, de lugares, costumes, instrumentos, e assim eu apenas conseguia acompanhar a linha do seu pensamento. Quando ele se sentia melhor, no meio do dia, perguntava-lhe sobre um mito, uma fábula. A maior parte dos gethenianos é bem abastecida desses assuntos. Sua literatura é quase toda oral, embora existam textos escritos, e são, num sentido bem amplo, bastante literários. Asra co­nhecia as narrativas orgotas mais importantes, as pequenas parábolas de Meshe, a história de Parsidy, grande parte dos épicos e as sagas dos navegantes. Estes e outros trechos do folclore, ele os contava, lembrando sua infância, no seu dia­leto meio ininteligível, e depois, cansando-se, calava-se e pe­dia-me que lhe contasse outros.

— O que eles contam em Karhide? — perguntava, esfregando suas pernas que o atormentavam com dores e aguilhoadas, voltando para mim seu rosto com um sorriso tímido e paciente. Uma vez respondi-lhe:

— Sei de uma história de povos que vivem noutros mundos…

— Que espécie de mundo seria?

— Um como este, parecido em quase tudo, só que ele não gira em torno deste sol. Ele gira em torno de uma estrela que vocês chamam de Selemy. É uma estrela ama­relada, como o sol, e nesse mundo vive outra gente.

— Isso está nos ensinamentos de Sanovy, essa coisa sobre outros mundos. Havia um velho pastor, meio louco, do culto de Sanovy, que vinha ao nosso lar quando eu era criança e contava-nos histórias: para onde os mentirosos vão quando morrem, para onde os suicidas vão, e para onde vão os ladrões. É para lá que iremos, eu e você, hein? Para um desses lugares?!

— Não, este mundo de que eu falo não é o mundo dos espíritos. É um mundo real. A gente que vive lá é gente real, verdadeira, viva como a daqui. Mas há muito, muito tempo, eles aprenderam a voar.

Asra fez uma careta.

— Não batendo asas, como está pensando, aprenderam a voar em máquinas, veículos como os carros. — Mas isto era difícil de explicar na língua orgota, que não tem uma palavra precisa para o significado de voar; o vocábulo mais próximo seria deslizar. — Bem — continuei —, eles cons­truíram máquinas que subiam no ar como o trenó desliza na neve, E após um certo tempo aprenderam como fazê-las movimentar-se cada vez mais rápidas e mais longe, até que se tornaram mais velozes que uma pedra lançada por atiradeira. Então ultrapassaram as nuvens e foram por aí afora, até chegar a um outro mundo que também girava em torno de um outro sol. Quando chegaram lá, também encontraram homens…

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