Stanislaw Lem - Regresso das estrelas

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Hall Bregg é um homem sem mundo, um astronauta que regressa duma missão no espaço e encontra a Terra Irreconhecível. Apesar de só terem passado dez anos biológicos, na Terra já decorreram cento e vinte e sete. As cidades estão construídas com uma tecnologia que ele desconhece, os hábitos sociais estão completamente alterados; é ministrada aos seres huma| nos, na infância, uma droga que neutraliza os seus impulsos agressivos. Como conseguirá um astronautal — que representa o pioneirismo — adaptar-se a uma civilização onde não se corre o menor risco, onde as pessoas se tornam menos cultivadoras do prazer e da juventude, esquecendo-se der que significa sonhar ou ambicionar? Hall Bregg irá lutar por se adaptar e encontrar um lugar para si próprio.

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Falou-me dela, da sua infância, e desse modo aprendi pela segunda vez — pela primeira, na realidade, pois só então com concreto e humano conteúdo— como era finamente forjada aquela sociedade de harmonia constante e delicadamente estabilizada. Era considerado natural que ter filhos e criá-los durante os primeiros anos da sua vida requeria elevadas qualificações e preparação extensiva, por outras palavras, um curso especial. A fim de obter permissão para ter descendentes, um casal tinha de passar uma espécie de exame. Ao princípio, tal coisa pareceu-me incrível, mas ao pensar melhor tive de admitir que nós, no passado, e não eles, merecíamos a acusação de termos costumes paradoxais: na antiga sociedade, uma pessoa não era autorizada a construir uma casa ou uma ponte, a tratar uma doença ou a desempenhar a mais simples função administrativa, sem instrução especializada, ao passo que o caso de máxima responsabilidade — ter filhos, moldar-lhes o espírito — era deixado ao puro acaso e aos desejos momentâneos, e a comunidade só intervinha quando tinham sido cometidos erros e era tarde de mais para os corrigir.

Por isso, obter o direito de ter um filho, tornara-se uma distinção que não era conferida a qualquer. Além disso, os pais não podiam isolar os filhos dos seus contemporâneos. Formavam-se grupos seleccionados, para ambos os sexos, nos quais estavam representados os temperamentos mais divergentes. As chamadas «crianças difíceis» recebiam tratamento hipnagógico especial, e a educação de todas as crianças começava muito cedo. Não o ler e escrever, que só era ensinado muito mais tarde, mas a educação dos mais jovens, familiarizando-os — por intermédio de jogos especiais — com o funcionamento do Mundo, da Terra, com a riqueza e a variedade da vida em sociedade. Instilavam-se em crianças de quatro e cinco anos, precisamente deste modo, os princípios de tolerância, coexistência, respeito pelas crenças e atitudes dos outros e a sem importância das feições exteriores das crianças (e consequentemente dos adultos) de outras raças. Tudo isso me parecia excelente, com uma única, mas fundamental, reserva: o facto de a pedra angular daquele mundo, a sua norma absoluta que tudo abrangia, era a betrização. Todo o objectivo da educação de uma criança era fazê-la aceitar a betrização como um facto da vida não menos inquestionável do que o nascimento ou a morte. Quando ouvi, mesmo dos lábios de Eri, como a história antiga era ensinada, tive dificuldade em conter a indignação. De acordo com o retrato apresentado, tinham sido tempos de animalidade e procriação bárbara e descontrolada, de catástrofe tanto económica como militar, e as inegáveis realizações da civilização passada eram apresentadas como uma expressão da força e da determinação que permitiam às pessoas vencer a ignorância e a crueldade do período: essas realizações tinham-se dado, pois, como que a despeito da tendência prevalecente de viver à custa de outros. O que antigamente exigira esforço indizível, afirmavam, e só era alcançável por um punhado, visto a estrada para o êxito estar eriçada de perigos e haver a necessidade de sacrifício e compromisso — o êxito material só se alcançava por erro moral — era agora comum, fácil e certo.

Não era muito mau enquanto tratávamos de generalizações; eu podia admitir a condensação de vários aspectos do passado, tais como, digamos, a guerra, e tinha de aceitar que a falta — a falta completa — de política, de atrito ou tensão, de conflito internacional — embora fosse uma falta surpreendente, que dava origem imediata à suspeita de que tais coisas existiam, mas não eram mencionadas —, tinha de aceitar, dizia; que essa falta era um dado positivo e não um prejuízo. Mas tomava-se muito mau quando essa reavaliação me tocava pessoalmente. Porque não tinha sido apenas Starck que abandonara no seu livro (escrito, nota bene, meio século antes do meu regresso) a exploração do espaço. Nesse aspecto, Eri, como arqueóloga, tinha muito a ensinar-me. As primeiras gerações betrizadas mudaram radicalmente a sua atitude para com a astronáutica, mas embora os símbolos mudassem de mais para menos, o interesse permaneceu intenso. O consenso, então, era de que fora cometido um erro trágico, um erro que atingiu o seu apogeu nos próprios anos durante os quais a nossa expedição foi planeada, porque nessa altura foram organizadas expedições semelhantes em ntímero muito elevado. Não se tratava de o rendimento dessas expedições ter sido pequeno, de a penetração do espaço num raio de muitos anos-luz do sistema solar ter conduzido apenas à descoberta, nalguns planetas, de primitivas e estranhas formas de vegetação e não ao contacto com qualquer civilização altamente desenvolvida. Tão-pouco se considerava o pior o facto de a terrível duração da viagem modificar a tripulação da nave espacial, esses representantes da Terra — num grau crescente, à medida que os destinos se tornavam mais remotos — num grupo de desgraçadas criaturas mortalmente fatigadas que, depois de aterrarem aqui e ali, requereriam muitos cuidados e períodos de convalescença; nem sequer de a decisão de enviar tais entusiastas ser insensata e cruel. O cerne da questão residia no facto de o homem ter querido conquistar o Universo sem ter resolvido os seus próprios problemas na Terra, como se não fosse óbvio que os voos heróicos não fariam nada para aliviar o mar de sofrimento humano, injustiça, medo e fome do Globo.

Mas, como disse, só a primeira geração betrizada pensou assim, porque depois, seguindo o curso natural das coisas, vieram o esquecimento e a indiferença. As crianças ficavam maravilhadas quando aprendiam a conhecer um pouco do romântico período da astronáutica, e provavelmente até sentiam um certo medo dos seus antepassados, que lhes eram tão estranhos e tão incompreensíveis como os antepassados que empreenderam guerras pelo saque e viagens na mira do ouro. Muito mais do que a condenação, o que me apavorava era a indiferença: o trabalho da nossa vida tinha sido envolvido em silêncio, enterrado e esquecido.

Eri não tentava atiçar em mim entusiasmo por este mundo novo, não fazia nenhum esforço para me converter; falava-me simplesmente dele ao falar de si mesma, e eu — precisamente porque ela falava de si e era testemunha pessoal dele— não podia fechar os olhos às suas virtudes.

Era uma civilização que se libertara do medo. Tudo quanto existia servia as pessoas. Nada pesava a não ser o seu bem-estar, a satisfação das suas necessidades, tanto das básicas como das mais sofisticadas. Em toda a parte — em todas as passagens da vida onde a presença do homem, a falibilidade das suas paixões e a lentidão dos seus reflexos podiam criar o mais pequeno dos riscos — o homem era substituído por dispositivos sem vida, por autómatos.

Era um mundo que expulsava o perigo. Ameaça, conflito, todas as formas de violência, eram coisas que não tinham lugar nele. Era um mundo de tranquilidade, de maneiras e costumes brandos, de transições fáceis, de situações sem dramatismos, todo ele tão espantoso como a minha ou a nossa (estou a pensar no Olaf) reacção a ele.

Nós, no curso de 10 anos, passáramos por tantos horrores, por tantas coisas que eram inimigas do homem, que o feriam e esmagavam, e voltáramos, voltáramos fartos, tão fartos! Se algum de nós tivesse ouvido dizer que o regresso teria de ser adiado, que teríamos de passar mais alguns meses no espaço, ter-se-ia provavelmente atirado à garganta de quem o dissesse. E agora que já não podíamos suportar o risco constante, a probabilidade do choque com um meteorito, a incerteza infindável, o inferno por que passáramos quando um Arder ou um Ennesson não regressavam de um voo de reconhecimento, agora começáramos imediatamente a referir-nos a esse tempo de terror como à única coisa decente e certa, que nos dava dignidade e objectivo. No entanto, eu ainda estremecia à simples lembrança de como, sentados, deitados ou suspensos nas posições mais singulares acima da cabina de rádio circular, esperáramos num silêncio quebrado somente pelo zumbido firme do sinal do scanner automático da nave, vendo à luz azul-chumbo correr o suor pela testa do operador petrificado na mesma espera — enquanto o relógio, com o alarme regulado, avançava silenciosamente até chegar enfim o momento em que o ponteiro tocava na marca vermelha do mostrador, o momento de alívio. Alívio… porque então era possível sair, explorar e morrer sozinho, e isso parecia verdadeiramente mais ácil do que esperar. Nós, pilotos, os não cientistas, constituíamos a velha guarda; o nosso tempo parara três anos antes do início, de facto, da expedição. Nesses três anos submetemo-nos a uma sucessão de testes de crescente pressão psicológica. Havia três estádios, três estações, a que chamávamos o Palácio do Fantasma, o Espremedor e a Coroação.

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