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Жозе Сарамаго: Viagem do Elefante

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Жозе Сарамаго Viagem do Elefante

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de teutónico nesta educação, como o futuro se encarregará de explicar melhor. vem entrando na cidade a máxima expressão da autoridade pública e um sentimento de respeito e acatamento incondicional é o que prevalece entre a população. a vida, porém, tem muitas cartas no baralho e não é raro que as jogue quando menos se espera. ia o elefante no seu passo medido, sem pressa, o passo de quem sabe que para chegar nem sempre é preciso correr. de súbito, uma menina de uns cinco anos, soube-se mais tarde que esta era a sua idade, assistindo com os pais à passagem do cortejo, desprendeu-se da mão da mãe, e correu para o elefante. Um grito de susto saiu da garganta de quantos se aperceberam da tragédia que se preparava, as patas do animal derrubando e calcando o pobre cor-pinho, o regresso do arquiduque assinalado por uma desgraça, um luto, uma terrível mancha de sangue no brasão de armas da cidade. era não conhecer salomão. enlaçou com a tromba o corpo da menina como se a abraçasse e levantou-a ao ar como uma nova bandeira, a de uma vida salva no último instante, quando já se perdia. os pais da menina, chorando, correram para salomão e receberam nos braços a filha recuperada, ressuscitada, enquanto toda a gente aplaudia, não poucos desfazendo-se em lágrimas de incontida emoção, alguns dizendo que aquilo havia sido um milagre, e mais não sabiam daquele que salomão tinha cometido em pádua, ajoelhando-se à porta da basíli-ca de santo antónio. Como se ainda estivesse a faltar algo ao desenlace do dramático lance a que acabámos 234

de assistir, viu-se o arquiduque descer do coche, dar a mão à arquiduquesa para ajudá-la a descer também, e os dois, juntos, de mãos dadas, dirigiram-se ao elefante, que as pessoas continuavam a rodear e festejar como o herói desse dia e que o será por muito tempo mais, pois a história do elefante que em viena salvou de morte certa uma menina irá ser contada mil vezes, ampliada outras tantas, até hoje. Quando as pessoas deram pela aproximação dos arquiduques fizeram si-lêncio e abriram alas. a comoção era visível em muitos daqueles rostos, havia ainda quem enxugasse com dificuldade as últimas lágrimas. fritz tinha descido do elefante e esperava. o arquiduque parou diante dele, olhou-o a direito nos olhos. fritz curvou a cabeça e encontrou diante de si a mão direita, aberta e expec-tante, Senhor, não me atrevo, disse, e mostrou as suas próprias mãos, sujas dos contínuos contactos com a pele do elefante, que, ainda assim, era o mais limpo dos dois, uma vez que fritz já perdeu a memória do que é um banho geral e solimão não pode ver um charco de água que não corra a chafurdar nele. Como o arquiduque não retirava a mão, fritz não teve outra solução que tocar-lhe com a sua, a pele grossa e calosa de um cornaca e a pele fina e delicada de quem nem sequer se veste com as suas próprias mãos. então o arquiduque disse, agradeço-te teres evitado uma tragédia, eu não fiz nada, meu senhor, os méritos são todos de solimão, assim terá sido, mas imagino que em algo haverás ajudado, fiz o que pude, meu senhor, para isso sou o cornaca, Se toda a gente fizesse o que pode, o 235

mundo estaria com certeza melhor, Basta que vossa alteza o diga para que seja certo, estás perdoado, não precisas de lisonjear-me, obrigado, meu senhor, Que sejas bem-vindo a viena e que viena te mereça, a ti e a solimão, aqui sereis felizes. e com esta palavra maximiliano segundo retirou-se para o coche levando a arquiduquesa pela mão. a filha de carlos quinto está grávida outra vez.

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o elefante morreu quase dois anos depois, outra vez inverno, no último mês de mil quinhentos e cinquenta e três. a causa da morte não chegou a ser conhecida, ainda não era tempo de análises de sangue, radiografias do tórax, endoscopias, ressonâncias magnéticas e outras observações que hoje são o pão de cada dia para os humanos, não tanto para os animais, que simplesmente morrem sem uma enfermeira que lhes ponha a mão na testa. além de o terem esfolado, a salomão cortaram-lhe as patas dianteiras para que, após as necessárias operações de limpeza e curtimen-to, servissem de recipientes, à entrada do palácio, para depositar as bengalas, os bastões, os guarda-chuvas e as sombrinhas de verão. Como se vê, a salomão não lhe serviu de nada ter-se ajoelhado. o cornaca subhro recebeu das mãos do intendente a parte de soldada que estava em dívida, acrescida, por ordem do arquiduque, de uma propina bastante generosa, e, com esse dinheiro, comprou uma mula para servir-lhe de montada e um burro para levar-lhe a caixa com os seus poucos haveres. anunciou que ia regressar a lisboa, mas não há notícia de ter entrado no país. ou mudou de ideias, ou morreu no caminho.

Semanas depois chegou à corte portuguesa uma carta do arquiduque. nela se informava que o elefante solimão tinha morrido, mas que os habitantes de 237

viena nunca o esqueceriam, pois havia salvo a vida de uma criança no mesmo dia em que chegou à cidade. o primeiro leitor da carta foi o secretário de estado pêro de alcáçova carneiro que a entregou ao rei, ao mesmo tempo que dizia, morreu o salomão, meu senhor. dom joão terceiro fez um gesto de surpresa e uma sombra de mágoa cobriu-lhe o rosto. mande chamar a rainha, disse. dona catarina não tardou, como se adivinhasse que a carta trazia notícias que lhe interessavam, talvez um nascimento, talvez uma boda. nascimento e boda não deveriam ser, a cara do marido contava outra história. dom joão terceiro murmurou, diz aqui o primo maximiliano que o salomão. a rainha não o deixou acabar, não quero saber, gritou, não quero saber.

e correu a encerrar-se na sua câmara, onde chorou todo o resto do dia.

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1- edição [2008] 1 ReimPReSSão

eSta oBRa foi ComPoSta Peia SPReSS em timeS e imPReSSa em ofSete Pela geogRáfiCa SoBRe PaPel Pólen Soft da SUzano PaPel e CelUloSe PaRa a editoRa SCHwaRCz em dezemBRo de 2008

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oRelHaS

não é todo dia que aparece um elefante em nossa vida, muito menos chamado Salomão. Pois é esse formoso e meigo paquiderme, nascido em goa, trans-portado pelos mares a Portugal no século Xvi, o herói da viagem que aqui se conta. foi numa conversa de alcova, nos idos de 1551, que dom João iii e sua mulher, Catarina d’áustria, selaram o destino do animal. ele despertara grande curiosidade ao desembarcar em lisboa, mas agora vegetava, sujo e malcheiroso, num cercado para os lados de Belém, junto com seu cornaca indiano. assim é a lei da vida, nos diz Saramago: triunfo e esquecimento. Suas altezas dão novo alento a Salomão quando resolvem oferecê-lo de presente de casamento ao arquiduque austríaco maximiliano ii, recém-casado com a filha do imperador Carlos v.

e lá se vai a caravana. meses a fio, um punhado de soldados, cavalos, bois e um elefante de três metros de altura e quatro toneladas de peso, percorrem os caminhos de Portugal, espanha e itália, enfrentan-do intempéries, perigos reais e imaginários, vivendo aventuras ao lado de uma profusão de atores que sur-gem e logo desaparecem do palco do relato. depois de uma heróica travessia dos alpes sob tempestade de neve, que Salomão encara com a galhardia de seus ilustres antepassados liderados por aníbal, o general cartaginês, a viagem chega ao fim no dia 6 de janeiro de 1552, em viena.

Com sua finíssima ironia e muito humor, sua prosa que destila poesia,

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José Saramago reconstrói essa epopéia de fundo histórico e dela se vale para fazer considerações sobre a natureza humana e, também, elefantina. impelido a cruzar meia europa por conta dos caprichos de um rei e de um arquiduque, Salomão não de-cepcionou as ca-beças coroadas. Prova de que, remata o autor, sempre se chega aonde se tem de chegar.

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