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Жозе Сарамаго: Viagem do Elefante

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Жозе Сарамаго Viagem do Elefante

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favor de um tecto, que são quase todos. Que bonita é a neve vista por trás da vidraça, disse ingenuamente a arquiduquesa maria ao arquiduque maximiliano, seu marido, mas lá fora, com os olhos cegados pela ventania e as botas feitas numa sopa, com as frieiras dos pés e das mãos a arderem como um fogo do inferno, é caso para perguntar aos céus que foi que fizemos nós para merecermos tal castigo. Como escreveu o poeta, os pinheiros bem acenam, mas o céu não lhes responde. também não responde aos homens, apesar de estes, em sua maioria, saberem desde pequenos as orações precisas, o problema está em acertar com uma língua que deus seja capaz de entender. também o frio, quando nasce, é para todos, diz-se, mas nem todos apanham nos lombos com a mesma porção dele.

a diferença está entre viajar num coche forrado de pe-liças e mantas com termostato e ter de caminhar sob o açoite da neve por seu pé ou com ele enfiado num estribo gelado que oprime como um torniquete. o que ainda assim valeu foi que a informação que o sargento passou a fritz sobre a possibilidade de um bom descanso em bressanone se havia espalhado como uma brisa de primavera por toda a caravana, mas logo os pessimistas, um por um e todos juntos, recordaram aos olvidadiços os perigos do passo de isarco, para não falar por enquanto de algo bem pior que será o outro mais adiante, o de brenner, já em território austríaco. tivesse aníbal ousado avançar por eles e provavelmente não teríamos tido que esperar pela batalha de zama para assistir, no cinema do bairro, à última e 203

definitiva derrota do exército cartaginês por cipião, o africano, longa metragem de romanos produzida pelo filho mais velho de benito, vittorio mussolini. desta vez, ao grande aníbal, não lhe valeram os elefantes.

montado na nuca de solimão, apanhando em cheio na cara a fustigação da neve que vinha arrojada pela incessante ventania, fritz não está na melhor das situações para elaborar e desenvolver pensamentos elevados. ainda assim, vem dando voltas à cabeça para descobrir a maneira de melhorar as suas rela-

ções com o arquiduque, que não só lhe retirou a palavra como o próprio olhar. em valladolid a coisa até tinha começado bem, mas solimão, com as suas des-composições de ventre no caminho para rosas, causou sério dano à nobre causa da harmonização de classes sociais tão afastadas uma da outra como a dos cornacas e a dos arquiduques. Com boa vontade, poderia esquecer-se tudo isto, mas o seu delito, seu de subhro ou de fritz, ou quem diabo ele seja, esse delírio que o levou a querer enriquecer-se por meios ilícitos e mo-ralmente reprováveis, deu cabo de qualquer esperan-

ça de recomposição da quase fraternal estima que, por um mágico instante, tinha aproximado o futuro imperador da áustria do humilde condutor de elefantes. têm razão os cépticos quando afirmam que a história da humanidade é uma interminável sucessão de ocasiões perdidas. felizmente, graças à inesgotável generosidade da imaginação, cá vamos suprindo as faltas, preenchendo as lacunas o melhor que se pode, rompendo passagens em becos sem saída e que sem 204

saída irão continuar, inventando chaves para abrir portas órfãs de fechadura ou que nunca a tiveram. É o que está fazendo fritz neste momento enquanto solimão, levantando as pesadas patas com dificuldade, um, dois, um, dois, pisa a neve que continua a acumu-lar-se no caminho, enquanto a pura água de que ela é feita insidiosamente se vai convertendo no mais resvaladiço dos gelos. amargurado, fritz pensa que só um acto de heroicidade da sua parte poderá restituir-lhe a benevolência do arquiduque, mas, por mais voltas que dê à cabeça, não encontra nada suficientemente grandioso para atrair, ao menos por um segundo, um olhar complacente de sua alteza. É então que imagina que o eixo da carruagem de aparato, tendo-se partido uma vez, outra vez se partiu, e que, escancarada a porta do coche pelo súbito desequilíbrio, por ela se preci-pitou desamparada a arquiduquesa que, deslizando sobre as suas múltiplas saias por uma pendente não demasiado íngreme, só conseguiu parar no fundo do barranco, felizmente ilesa. tinha chegado a hora do cornaca fritz. Com um toque enérgico do bastão que lhe faz as vezes de volante, encaminhou solimão para a borda do barranco e fê-lo descer com firmeza e segurança até onde estava, ainda meio aturdida, a filha de carlos quinto. alguns couraceiros dispuseram-se a descer também, mas o arquiduque deteve-os, deixem-no, vamos ver como descalça ele a bota. ainda mal tinha terminado a frase e já a arquiduquesa, içada pela tromba do elefante, se encontrava sentada entre as pernas escarranchadas de fritz, numa proximidade 205

corporal que, noutras circunstâncias, seria motivo de gravíssimo escândalo. fosse ela rainha de portugal e teríamos confissão pela certa. lá em cima, os couraceiros e a mais gente do séquito aplaudiam com entusiasmo o heróico salvamento, enquanto o elefante, que parecia consciente do seu feito, subia a passo, com renovada firmeza, a encosta. Chegados ao caminho, o arquiduque recebeu nos braços a mulher e, levantando a cabeça para olhar o cornaca de frente, disse em castelhano, muy bien, fritz, gracias. a alma de fritz teria rebentado ali mesmo de felicidade, supondo que tal fenómeno poderia acontecer em algo que é menos ainda que um puro espírito, se tudo o que aí ficou descrito não tivesse sido outra coisa que o fruto doentio de uma imaginação culpada. a realidade mos-trava-o tal qual era, curvado sobre o elefante, quase invisível sob a neve, a desolada imagem de um triun-fador derrotado, uma vez mais se demonstrando que o capitólio está ao lado da rocha tarpeia, que ali te co-roam de louros e aqui te empurram para onde, esfu-mada a glória, perdida a honra, deixarás os míseros ossos. o eixo do coche não se partiu, a arquiduquesa dormita em paz sobre o ombro do marido, sem suspeitar que a salvou um elefante e que um cornaca vindo de portugal serviu de instrumento à providência divina. apesar de toda a crítica que sobre ele se vem fazendo, o mundo vai descobrindo em cada dia maneiras de ir funcionando tant bien que mal, permita-se-nos esta pequena homenagem à cultura francesa, a prova é que quando as coisas boas não sucedem por si 206

mesmas na realidade, a livre imaginação dá uma ajuda à composição equilibrada do quadro. É certo que o cornaca não salvou a arquiduquesa, mas poderia tê-lo feito, uma vez que o imaginou, e isso é o que conta.

apesar de se ver devolvido sem piedade à solidão e às dentadas do frio e da neve, fritz, graças a certas cren-

ças fatalistas que havia tido tempo de interiorizar, isto é, de meter na cabeça, em lisboa, pensa que se nas tá-

buas do destino estiver previsto que o arquiduque fará as pazes com ele, esse momento por força chegará. Com esta confortável certeza, abandonou-se ao balancear dos passos de solimão, sozinho na paisagem porque, uma vez mais, por causa da neve que continuava a cair, a traseira do coche deixara de poder ser vista. a escassa visibilidade ainda permitia distinguir onde se punham os pés, mas não aonde eles levariam.

no entanto, a orografia viera a modificar-se, primeiro de uma maneira a que se poderia chamar discreta, mansa, quase pura ondulação, agora com uma violência que dava que pensar, como se as montanhas tivessem iniciado um processo apocalíptico de fracturas em progressão geométrica. vinte léguas tinham sido suficientes para passar dos contrafortes arredonda-dos, que eram como falsas colinas, à agitação tumultu-osa das massas rochosas, rasgadas em desfiladeiros, erguidas em píncaros que escalavam o céu e donde, de vez em quando, se precipitavam, vertente abaixo, ve-lozes aludes que iam configurar novas paisagens e novas pistas para futuro deleite dos amantes do esqui.

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