Жозе Сарамаго - Viagem do Elefante

Здесь есть возможность читать онлайн «Жозе Сарамаго - Viagem do Elefante» весь текст электронной книги совершенно бесплатно (целиком полную версию без сокращений). В некоторых случаях можно слушать аудио, скачать через торрент в формате fb2 и присутствует краткое содержание. Год выпуска: 2008, ISBN: 2008, Издательство: Caminho, Жанр: Старинная литература, на португальском языке. Описание произведения, (предисловие) а так же отзывы посетителей доступны на портале библиотеки ЛибКат.

Viagem do Elefante: краткое содержание, описание и аннотация

Предлагаем к чтению аннотацию, описание, краткое содержание или предисловие (зависит от того, что написал сам автор книги «Viagem do Elefante»). Если вы не нашли необходимую информацию о книге — напишите в комментариях, мы постараемся отыскать её.

Viagem do Elefante — читать онлайн бесплатно полную книгу (весь текст) целиком

Ниже представлен текст книги, разбитый по страницам. Система сохранения места последней прочитанной страницы, позволяет с удобством читать онлайн бесплатно книгу «Viagem do Elefante», без необходимости каждый раз заново искать на чём Вы остановились. Поставьте закладку, и сможете в любой момент перейти на страницу, на которой закончили чтение.

Тёмная тема
Сбросить

Интервал:

Закладка:

Сделать

quanta razão tinhas. tendo assim desabafado, o arquiduque mandou chamar o intendente, a quem ordenou que dispusesse a partida para a manhã seguinte, direitos a trento em uma só etapa se for possível ou dormindo uma vez mais no caminho, se outro remé-

dio não houver. Respondeu o intendente que a alternativa lhe parecia mais prudente, pois a experiência havia mostrado que não se podia contar com solimão para provas de velocidade, É mais um corredor de fundo, rematou, para logo prosseguir, abusando da credulidade da gente, o cornaca tem estado a vender pêlos do elefante para mezinhas curativas que não vão curar ninguém, diz-lhe da minha parte que se não acaba já com o negócio terá razões para lamentá-lo durante o tempo de vida que lhe restar, que certamente não será muito, as ordens de vossa alteza serão imediatamente cumpridas, é preciso pôr cobro à trapaça, a história dos pêlos de elefante está a desmora-lizar a caravana, em especial os couraceiros calvos, Quero este assunto resolvido, não posso impedir que a fama do milagre de solimão nos persiga durante toda a viagem, mas ao menos que não se diga que a casa de habsburgo tira proveito das malfeitorias de um cornaca metido a embusteiro, cobrando o imposto sobre o valor acrescentado como se de uma operação comercial coberta pela lei se tratasse, Corro a resolver o caso, meu senhor, o cornaca não ficará a rir-se, é uma pena precisarmos tanto dele para conduzir o elefante até viena, mas espero que lhe sirva de emenda o que aconteceu, vai, apaga-me esse fogo antes que al-186

guém comece a queimar-se nele. Bem vistas as coisas, fritz não merecia tão severos juízos. está bem que se acuse e denuncie o delinquente, mas uma justiça bem entendida deverá ter sempre em consideração as ate-nuantes, a primeira das quais, no caso do cornaca, seria reconhecer que a ideia do enganoso milagre não foi sua, que foram os padres da basílica de santo antó-

nio quem tramou o embuste, sem o qual nunca teria passado pela cabeça de fritz a ideia de explorar o sistema piloso do causante do aparente prodígio para enriquecer-se. tanto o nobre arquiduque como o seu serviçal intendente tinham a obrigação de lembrar-se, para reconhecimento dos seus pecados maiores e menores, uma vez que ninguém neste mundo está isento de culpas, e eles menos que muitos, daquele famoso ditado sobre a trave e o argueiro, que, adaptado às novas circunstâncias, ensina que é mais fácil ver a trave em relação a pádua e à basílica de santo antónio, e assim decidiram manifestá-lo levantando em frente da catedral onde se vinham reunindo desde há anos os cardeais, os bispos e os teólogos, uma armação sumá-

ria que figurava a milagreira criatura. firmando melhor a vista, o arquiduque notou que no dorso do elefante havia umas portinholas grandes, uma espécie de alçapões que imediatamente lhe fizeram recordar aquele famosíssimo cavalo de tróia, embora fosse mais do que evidente que na barriga da estátua não haveria espaço suficiente nem para uma esquadra de infantes, a não ser que fossem liliputianos, e então nunca poderiam ser tal, uma vez que a palavra ainda 187

não existia. Para tirar-se de dúvidas, o desassossegado arquiduque deu ordem ao intendente para que fosse averiguar que demónios estava fazendo ali aquele mal ensamblado mostrengo que tanta inquietação lhe estava causando. o intendente foi por notícias e voltou com elas. não havia motivo para sustos. o elefante fora feito para festejar a passagem de maximiliano de áustria pela cidade de trento, e a sua outra finalidade, que realmente a tinha, seria servir de suporte para os fogos-presos que ao cair da noite irromperiam da respectiva carcaça. Respirou aliviado o arquiduque, afinal o feito do elefante não merecera em trento qualquer especial consideração, salvo talvez a de vir a acabar reduzido a cinzas, pois havia fortes probabilidades de que os rastilhos do fogo-de-artifício acabassem por pegar à madeira, proporcionando aos assistentes um final que muito anos mais tarde, infalivelmente, viria a receber o qualificativo de wagneriano. assim sucedeu. depois de um vendaval de cores, em que o amarelo do sódio, o vermelho do cálcio, o verde do cobre, o azul do potássio, o branco do magnésio, o dou-rado do ferro, obraram prodígios, em que as estrelas, os repuxos, as vagarosas candeias e as cascatas de luminárias jorraram do interior do elefante como de uma inesgotável cornucópia, a festa acabou em uma grande fogueira que não poucos trentinos aproveitaram para aquecer as mãos, enquanto solimão, abrigado sob um alpendre construído adrede, ia dando conta do seu segundo fardo de forragem. aos poucos a fogueira foi-se convertendo em ardente brasido, mas 188

o frio não deixou que ele durasse muito, as brasas transformaram-se rapidamente em cinzas, porém, nesta altura, terminado o espectáculo principal, já o arquiduque e a arquiduquesa se haviam retirado. a neve começou a cair.

189

aí estão os alpes. Sim, estão, mas mal se vêem. a neve desce de manso, como leves farrapos de algodão-em-rama, mas essa suavidade é enganosa, que o diga o nosso elefante, que leva às costas, cada vez mais vi-sível, uma mancha de gelo que já deveria ter sido objecto da atenção do cornaca se não fosse a circunstância de ele ser oriundo das terras quentes onde esta espécie de inverno nem sequer por imaginação se concebe. Claro que na velha índia, lá para o norte, não hão-de faltar montanhas e neve em cima delas, mas subhro, agora fritz, nunca gozou de meios para viajar por seu próprio prazer e ver mundo. a sua única experiência de neve teve-a em lisboa poucas semanas depois de haver chegado de goa, quando, numa noite fria, viu descer do céu uma poalha branca, como fari-nha caindo da peneira, que se derretia mal tocava o solo. nada portanto que se pareça com a vastidão branca que tem diante dos olhos, até onde a vista pode alcançar. em pouco tempo, os farrapos de algodão tinham-se convertido em grandes e pesados flocos que, empurrados pelo vento, vinham fustigar como bofeta-das a cara do cornaca. escarranchado na nuca de solimão, embrulhado no capote, fritz não sentia demasiado o frio, mas aqueles golpes contínuos, incessantes, inquietavam-no como uma ameaça perigosa. tinham-lhe dito que de trento a bolzano era, por assim dizer, 190

um passeio, aí umas dez léguas, ou um pouco menos, isto é, o salto de uma pulga, mas não com este tempo, quando a neve parece ter unhas para prender e retardar todo e qualquer movimento e até mesmo a pró-

pria respiração, como se não estivesse disposta a deixar ir-se dali o imprudente. Que o diga solimão que, apesar da força que a natureza lhe deu, só penosa-mente se vai arras-tando pelas empinadas ladeiras do caminho. não sabemos o que pensa, mas, pelo menos, de uma coisa podemos ter a certeza nestes alpes, não é um elefante feliz. tirando as ocasiões em que os couraceiros passam cavalgando o melhor que podem nas suas transidas montadas, serra abaixo, serra acima, para observar a disposição da caravana com vista a evitar dispersões ou desvios que poderiam ser causa de morte para quem nestas geladas paragens se perdesse, o caminho parece existir só para o elefante e o seu cornaca. Habituado desde valladolid à proximidade da carruagem dos arquiduques, estranha o cornaca não a ver à sua frente, que do elefante não nos atreve-remos a falar porque, como já dissemos antes, não sabemos o que pensa. o coche arquiducal está por aí al-gures, mas não se vislumbra nem o rasto dele, e da galera das forragens, que deve vir atrás, tão-pouco há notícias. o cornaca olhou nessa direcção, a ver se era certo, e foi este olhar providencial que o fez reparar na camada de gelo que cobria os quartos traseiros de solimão. embora não conhecesse nada de desportos de inverno, pareceu-lhe que o gelo era bastante delgado e tinha um aspecto quebradiço, o que provavel-191

Читать дальше
Тёмная тема
Сбросить

Интервал:

Закладка:

Сделать

Похожие книги на «Viagem do Elefante»

Представляем Вашему вниманию похожие книги на «Viagem do Elefante» списком для выбора. Мы отобрали схожую по названию и смыслу литературу в надежде предоставить читателям больше вариантов отыскать новые, интересные, ещё непрочитанные произведения.


Жозе Сарамаго - Перебои в смерти
Жозе Сарамаго
Жозе Сарамаго - Сліпота
Жозе Сарамаго
Жозе Сарамаго - [Про]зрение
Жозе Сарамаго
Жозе Сарамаго - Странствие слона
Жозе Сарамаго
Жозе Сарамаго - Книга имен
Жозе Сарамаго
Жозе Сарамаго - Каменный плот
Жозе Сарамаго
Жозе Сарамаго - Двойник
Жозе Сарамаго
Жозе Сарамаго - Поднявшийся с земли
Жозе Сарамаго
Жозе Сарамаго - Прозріння
Жозе Сарамаго
Жозе Сарамаго - Пещера
Жозе Сарамаго
Отзывы о книге «Viagem do Elefante»

Обсуждение, отзывы о книге «Viagem do Elefante» и просто собственные мнения читателей. Оставьте ваши комментарии, напишите, что Вы думаете о произведении, его смысле или главных героях. Укажите что конкретно понравилось, а что нет, и почему Вы так считаете.

x