Жозе Сарамаго - Viagem do Elefante

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graças à providência do arquiduque pudemos pre-senciar a rapidez com que os soldados desprenderam dos arções os capotes que lhes haviam sido distribuí-

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dos e como, sem interromperem a marcha, se metiam dentro deles exibindo uma alegria militar poucas vezes observada na história dos exércitos. o mesmo fez, ainda que com maior discrição, o cornaca fritz, antiga-mente chamado subhro. Já aconchegado no grosso capote, ocorreu-lhe que a gualdrapa deixada ao pio gozo do bispo de valladolid teria sido de grande utilidade para um solimão que a chuva impiedosamente, lá nas alturas, maltratava. o resultado do temporal desfeito que com tanta rapidez tinha sucedido às primeiras e espaçadas bátegas, foi ter saído pouquíssima gente aos caminhos a festejar o solimão e a saudar sua alteza. mal fizeram, pois outra ocasião não terão para ver passar, nos tempos mais chegados, um elefante ao natural. Quanto a passar o arquiduque, a culpa da incerteza tem-na a insuficiência de informação anteci-pada sobre as deslocações miúdas da quase imperial pessoa, pode ser que passe, pode ser que não. mas, no que ao elefante se refere, não tenhamos dúvidas, não voltará a pisar estes caminhos. o tempo escam-pou ainda antes de entrarem em piacenza, o que permitiu uma travessia da cidade mais de acordo com a grandeza das personagens que iam na caravana, pois os couraceiros puderam despir os capotes e aparecer com todo o seu conhecido esplendor, em lugar da ri-dícula figura que tinham vindo a fazer desde a saída de génova, de casco de guerra na cabeça e um capote de surrobeco às costas. desta vez juntou-se muita gente nas ruas, e, se o arquiduque foi aplaudido por ser quem era, o elefante, pelo mesmo motivo, não o foi 170

menos. fritz não tinha despido o abrigo. achava que a grosseira indumentária lhe conferia, pela amplitu-de da confecção, mais própria de capa que de simples capote, um ar de soberana dignidade que condizia perfeitamente com a majestosa passada de solimão. a falar verdade, já não lhe importava tanto que o arquiduque lhe houvesse mudado o nome. É certo que fritz não conhecia o refrão clássico que diz que para viver em roma haverá que tornar-se romano, mas, embora não se sentisse nada inclinado a ser austríaco em áustria, cria ser aconselhável para a sua ambição de viver uma existência sossegada dar o menos possível nas vistas do vulgo, mesmo tendo que apresentar-se aos olhos da gente cavalgando um elefante, o que, porém, logo de entrada, já fazia dele um ser excepcional. aqui vai, pois, embrulhado no seu capote, aspirando com delícia o leve cheiro a bedum exalado pelos panos hú-

midos. marchava, como lhe havia sido ordenado na estrada de valladolid, atrás do coche do arquiduque, de modo que dava a ideia a quem de longe o visse de ir arrastando atrás de si a enorme fila de carroças e galeras de carga que compunham o cortejo, e em primeiro lugar, na sua peugada imediata, os carros com os fardos de forragem e a dorna da água que a chuva já fizera transbordar. era um cornaca feliz, bem longe das estreitezas da vida em portugal, onde, praticamente, o tinham deixado a vegetar durante dois anos no cercado de belém, vendo partir as naus da índia e ouvindo as cantorias dos frades jerónimos. e possível que o nosso elefante pense, se aquela enorme cabe-171

ça é capaz de semelhante proeza, pelo menos espaço não lhe falta, ter razões para suspirar pelo antigo far niente, mas isso só poderia suceder graças à sua ignorância natural de que a indolência é o mais prejudicial que há para a saúde. Pior que ela só o tabaco, como lá mais para diante se há-de ver. agora, porém, depois de trezentas léguas a andar, grande parte delas por caminhos que o diabo, apesar dos seus pés de bode, se negaria a pisar, solimão já não merece que lhe chamem indolente. tê-lo-ia sido durante a permanência em portugal, mas isso são águas passadas, bastou-lhe ter posto o pé nas estradas da europa para logo ver acordarem em si energias de cuja existência nem ele próprio havia suspeitado. tem-se observado com muita frequência este fenómeno nas pessoas que, pelas circunstâncias da vida, pobreza, desemprego, foram forçadas a emigrar. frequentemente apáticas e indiferentes na terra onde nasceram, tornam-se, quase de uma hora para a outra, activas e diligentes como se lhes tivesse entrado no corpo o tão falado mas nunca estudado bicho-carpinteiro, desse falamos, e não daqueles, comuns, que se alimentam da madeira que roem e são também conhecidos pelos nomes de ca-runcho ou carcoma. Sem esperar que o acampamento implantado nos arredores de piacenza acabasse de ser montado, solimão já descansa nos braços do morfeu dos elefantes. e fritz, a seu lado, tapado com o capote, ressona como um bendito de deus. manhã cedo, tocou a corneta. tinha chovido durante a noite, mas o céu apresentava-se limpo. oxalá não venha a cobrir-se de 172

nuvens cinzentas, como sucedeu ontem. o objectivo mais próximo é a cidade de mântua, já na lombardia, famosa por muitas e excelentes razões, sendo uma delas um certo bufão da corte ducal chamado rigolet-to, a cujas graças e desgraças, lá mais para diante, o grande giuseppe verdi porá música. a caravana não se deterá em mântua para apreciar as excelsas obras de arte que abundam na cidade. mais abundarão em verona para onde, vista a estabilidade do tempo, o arquiduque tinha mandado avançar e que será o cená-

rio escolhido por william Shakespeare para a sua the most excelent and lamentable tragedy of romeo and juliet, não porque maximiliano segundo de áustria esteja particularmente curioso de amores que não são seus, mas porque verona, se não contarmos pádua, será o último passo importante antes de veneza, daí para diante vai ser tudo a subir em direcção aos alpes, para o frio norte. ao que consta, os arquiduques já conhecem doutras viagens a bela idade dos doges, aonde, por outro lado, não seria nada fácil fazer entrar as quatro toneladas do solimão, na suposição de que pensassem levá-lo como mascote. Um elefante não é bicho para acomodar-se numa gôndola, se é que elas já existiam naquela época, pelo menos com o feitio que agora têm, com a proa levantada e a fúnebre cor negra que as distingue entre todas as marinhas do mundo, e muito menos com um gondoleiro a cantar à popa.

no fim de contas, talvez os arquiduques decidam dar uma volta pelo grande canal e sejam recebidos pelo doge, mas solimão, os couraceiros todos e a restante 173

equipagem ficarão em pádua, de cara para a basílica de santo antónio, que de lisboa é, reivindiquemo-lo, e não de pádua, num espaço limpo de árvores e outras vegetações. Cada qual no seu lugar será sempre a melhor das condições para alcançar a paz universal, salvo se a sabedoria divina dispôs outra coisa.

foi o caso, na manhã seguinte, de ter aparecido no ainda mal acordado bivaque um emissário da basí-

lica de santo antónio. embora não tivesse usado exactamente estes termos, disse vir a mandado de um superior da equipa eclesiástica do templo para falar com o tratador do elefante. três metros de altura vêem-se de longe, e o vulto de solimão quase enchia o espaço celeste, mas, mesmo assim, o padre pediu que o levassem lá. o couraceiro que o acompanhou foi sacudir o cornaca, o qual, enrolado no capote, ainda dormia, está aí um padre, disse. optara por falar em castelhano, e foi o melhor que poderia ter feito, dado que os limitados conhecimentos da língua alemã de que o cornaca se havia dotado até hoje ainda não lhe davam para compreender uma frase tão complexa. fritz abriu a boca para perguntar que é que lhe queria o padre, mas logo a fechou, não fosse criar-se ali uma confusão linguística que não se sabe aonde os levaria. levantou-se, pois, e dirigiu-se ao sacerdote, que esperava a uma distância prudente, vossa paternidade quer falar comigo, perguntou, assim é, meu filho, respondeu o visitante pondo nestas quatro palavras todas as reservas de unção de que podia dispor, Queira então dizer, padre, És cristão, foi a pergunta, fui baptizado, mas 174

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