Жозе Сарамаго - Viagem do Elefante

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no seu caminho, rumo a valladolid, onde donzelas de todas as condições estão entretecendo colares de flores para adornar com eles a cornamenta dos bovinos à chegada, e não se lhes pergunte por que razão particular o fazem, ao que parece uma delas ouviu dizer, não sabe já a quem, que era um costume antigo, talvez do tempo dos gregos e romanos, esse de se coroarem os bois de trabalho, e, tendo em conta que caminhar, entre ir e voltar, duzentas e oitenta léguas, não era insignificante labor, a ideia foi recebida com entusiasmo pela comunidade de nobres e plebeus de valladolid, que já estão a pensar na realização de um grande fes-tejo popular com cavalhadas, fogos-de-artifício, bodo aos pobres e o mais que ainda vier a ocorrer à excitada imaginação dos habitantes. Com estas explicações, aliás indispensáveis à tranquilidade presente e futura dos leitores, falhámos a chegada do arquiduque ao elefante, com o qual, aliás, não se perdeu muito, pois no decurso deste relato, entre o descrito e o não descrito, o mesmo arquiduque já chegou muitas vezes aqui e ali, sem surpresas, pois as pragmáticas da corte a tal obrigam, ou então não seriam pragmáticas. Sabemos que o arquiduque se interessou pela saúde e pelo bem-estar do seu elefante solimão e que fritz lhe deu as respostas apropriadas, sobretudo aquelas que sua alteza arquiducal mais gostaria de escutar, o que mostra quanto o antigo e maltrapilho cornaca tem vindo a progredir na aprendizagem das delicadezas e ma-nhas do perfeito cortesão, ele a quem a bisonha corte portuguesa, neste particular mais incli-nada às bea-159

tices de confessionário e sacristia do que ao requinte dos salões mundanos, não tinha servido de guia, tanto mais que ao cornaca, confinado como sempre esteve à pouco asseada cerca de belém, nunca lhe haviam sido feitas propostas para melhorar a sua educação.

observou-se que o arquiduque franzia o nariz de vez em quando e fazia uso contínuo de um lencinho per-fumado, o que, inevitavelmente, tinha de surpreender os olfactos de ferro da marinhagem, habituada a toda a espécie de pestilências, portanto de todo insensíveis ao pivete que, depois da baldeação, ainda havia ficado por ali, a pairar na atmosfera, apesar do vento. Cumprida a obrigação de proprietário preocupado com a segurança dos seus haveres, o arquiduque deu-se pressa em retirar-se, levando atrás de si, como sempre, a colorida cauda de pavão dos parasitas da corte.

Concluída a estivagem da carga, que desta vez precisou de alguns cálculos mais complexos que de costume por causa da existência de quatro toneladas de elefante arrumadas num espaço reduzido do convés, o barco ficou pronto para zarpar. levantada a âncora, içadas, além de um pano redondo, as velas triangulares, recuperadas há um século e pico do seu remoto passado mediterrânico pelos marinheiros portugueses e a que depois se haveria de dar o nome de latinas, a nave balançou pesadamente na ondula-

ção e, após o primeiro estalejar do velame, aproou a génova, na direcção de levante, tal como havia anunciado o marinheiro. a travessia durou três longos dias, quase sempre por mar agitado, com ventos fortes e 160

uma chuva que desabava em bátegas furiosas sobre o dorso do elefante e as serapilheiras com que os marinheiros à manobra tentavam proteger-se da maior.

o arquiduque, no quente com a arquiduquesa, não se deixou ver, todas as probabilidades apontam a que estaria a treinar-se para o terceiro filho. Quando a chuva cessou e a tormenta de vento perdeu o fôlego, os passageiros, com passos inseguros, piscando os olhos, começaram a emergir do interior do barco à frouxa luz do dia, a maior parte deles com a cara desfeita pelo enjoo e olheiras de meter medo, de nada lhes servindo, no caso dos couraceiros do arquiduque, por exemplo, o ar de postiça marcialidade que tentavam recuperar das remotas lembranças da terra firme, incluindo mesmo, se a tanto fosse necessário recorrer, as de castelo rodrigo, não obstante a vergonhosa derrota sofrida, sem que tivesse sido necessário disparar um tiro, perante os humildes ginetes portugueses, mal montados e mal municiados. ao amanhecer do quarto dia, com mar calmo e céu descoberto, o horizonte era a costa da ligúria. a luz do farol de génova, a que os habitantes da cidade haviam dado o carinho-so nome de la lanterna, ia empalidecendo à medida que desabrochava a claridade matinal, mas era ainda suficientemente brilhante para guiar com segurança qualquer embarcação que demandasse o porto. duas horas mais tarde, tendo recebido piloto, o barco pene-trava na baía e deslizava lentamente, com quase todas as velas recolhidas, em direcção a um espaço despeja-do do cais onde, como era patente e manifesto, carru-161

agens e carroças de diverso tipo e finalidades, quase todas atreladas a mulas, se encontravam a aguardar a caravana. Sendo as comunicações o que eram en-tão, lentas, trabalho-sas e pouco eficazes, é de presu-mir que, uma vez mais, os pombos-correios tivessem tido parte activa na complexa operação logística que tornou possível a recepção do barco a tempo e horas, sem demoras nem atrasos e sem que houvesse necessidade de ficarem uns à espera dos outros. Reconhe-

ça-se, já agora, que um certo tom irónico e displicente introduzido nestas páginas de cada vez que da áustria e seus naturais tivemos de falar, não só foi agressivo, como claramente injusto. não que fosse essa a inten-

ção nossa, mas, já sabemos que, nestas coisas da escrita, não é raro que uma palavra puxe por outra só pelo bem que soam juntas, assim muitas vezes se sacrifi-cando o respeito à leviandade, a ética à estética, se ca-bem num discurso como este tão solenes conceitos, e ainda por cima sem proveito para ninguém. Por essas e por outras é que, quase sem darmos por isso, vamos arranjando tantos inimigos na vida.

os primeiros a aparecer foram os couraceiros.

traziam os cavalos pela rédea para que não escorre-gassem na prancha de desembarque. as montadas, normalmente objecto dos máximos mimos e requintes, apresentam um ar descuidado em que é evidente a falta de uma escovagem a fundo que lhes realinhe o pêlo e faça brilhar as crinas. tal como se nos mostram agora, qualquer um dirá que são a vergonha da cavalaria austríaca, juízo inadequado de quem parece ter 162

esquecido a longuíssima viagem de valladolid a rosas, através de setecentos quilómetros de marchas contí-

nuas, chuva e ventos desabridos, algum sol sudoroso pelo meio, e, sobretudo, pó, muito pó. não admira que os cavalos que acabam de desembarcar tenham aquele aspecto de animais em segunda mão. apesar de tudo, observe-se como, algo apartados do cais, por trás da cortina formada pelos carros, carruagens e outras carretas, os soldados, sob o mando directo do capitão já nosso conhecido, se esforçam por melhorar a aparência das suas montadas, a fim de que a guarda de honra a sua alteza, quando chegar a sua hora de desembarcar, tenha a dignidade que se espera em qualquer acto atinente à ilustre casa dos habsburgos.

Como os arquiduques serão os últimos a sair do barco, são grandes as probabilidades de que os cavalos tenham tempo de recuperar ao menos uma parcela do seu habitual esplendor. neste momento estão a ser descarregadas as bagagens, as dezenas de cofres, arcas e baús onde vêm a rouparia e os mil e um objectos e adornos que constituem o enxoval continuamente aumentado do nobre casal. agora já há público, e que numeroso ele é. Como um rastilho, havia corrido a voz pela cidade de que estava desembarcando o arquiduque de áustria, e com ele um elefante da índia, o que teve como efeito imediato correrem ao porto dezenas de homens e mulheres, tão curiosos eles como elas, que em pouco tempo já eram centenas e começavam a dificultar as manobras de descarga e carga em curso.

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