Жозе Сарамаго - Viagem do Elefante

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ao arquiduque não o viam, que ainda não saíra dos 163

seus aposentos, mas o elefante ali estava, de pé no convés, enorme, quase negro, com aquela grossa tromba tão flexível como um chicote, com aquelas presas que eram como sabres apontados, as quais, na imaginação dos curiosos, ignorantes do temperamento pacífico do solimão, teriam sido poderosas armas de guerra antes de chegarem a transformar-se, como inevitavelmente sucederá, nos crucifixos e relicários que têm coberto de marfim trabalhado o orbe cristão.

a personagem que está gesticulando e dando ordens no cais é o intendente do duque. ao seu olhar experimentado basta um rápido relance para decidir que carro ou que carroça deverá transportar este cofre, esta arca ou aquele baú. É uma bússola que por mais que a façam girar a um lado e a outro, por mais que a torçam e retorçam, sempre apontará o norte. arriscamo-nos a dizer que está por estudar a importância dos intendentes, mas também dos varredores de ruas, no regular funcionamento das nações. agora está a ser descarregada a forragem que viajou no porão de parceria com os luxos dos arquiduques, mas que a partir daqui será transportada em carros cuja carac-terística principal é a funcionalidade, isto é, capazes de dar cómodo ao maior número de fardos possível. a dorna vai com eles, mas vazia, uma vez que, como adiante se há-de ver, pelos invernosos caminhos das terras itálicas do norte e da áustria não irá faltar a água para enchê-la quantas vezes forem necessárias.

agora irá desembarcar o elefante solimão. o rumoro-so ajuntamento de populares genoveses freme de im-164

paciência, de nervosismo. Se estas mulheres e estes homens fossem perguntados sobre que personagem estavam, neste momento, mais interessados em ver de perto, se o arquiduque, se o elefante, estamos que o elefante ganharia por larga diferença de votos. a an-siosa expectativa da pequena multidão desafogou-se num grito, o elefante tinha acabado de fazer subir com a ajuda da tromba, para cima de si, um homem levando o seu saco de pertences. era subhro ou fritz, conso-ante se preferir, o cuidador, o tratador, o cornaca, aquele que tão humilhado havia sido pelo arquiduque e que agora, à vista do povo de génova reunido no cais, irá desfrutar de um triunfo quase perfeito. escarranchado na nuca do elefante, com o saco entre as pernas, vestido agora com a sua suja indumentária de trabalho, observava com soberba de vencedor a gente que o olhava de queixo caído, sinal absoluto de pasmo segundo se diz, mas que, em verdade, talvez por absoluto ser, nunca pôde ser observado na vida real. Quando montava o salomão, a subhro sempre lhe havia parecido que o mundo era pequeno, mas hoje, no cais do porto de génova, alvo dos olhares de centenas de pessoas literalmente embevecidas pelo espectáculo que lhes estava sendo oferecido, quer com a sua própria pessoa quer com um animal em todos os aspectos tão desmedido que obedecia às suas ordens, fritz contem-plava com uma espécie de desdém a multidão, e, num insólito instante de lucidez e relativização, pensou que, bem vistas as coisas, um arquiduque, um rei, um imperador não são mais do que cornacas montados 165

num elefante. Com um toque do bastão, fez avançar o solimão em direcção à prancha. a parte da assistência que se encontrava mais perto recuou assustada, mais ainda quando o elefante, a meio da prancha, não se soube nem se saberá porquê, decidiu largar um barrito que, mal comparado, soou aos ouvidos daquela gente como as trombetas de jericó e fez desbandar os mais timoratos. ao pisar o cais, porém, talvez por uma ilusão óptica, o elefante pareceu ter subitamente diminuído de altura e corpulência. Continuava a ser necessário olhá-lo de baixo para cima, mas já não era preciso torcer tanto o pescoço. É o que faz o hábito, a fera, embora continuando a amedrontar pelo tamanho, parecia haver perdido a auréola da oitava maravilha do mundo sublunar com que começara por apresentar-se aos genoveses, agora é um animal chamado elefante, e nada mais. ainda imbuído do seu recente descobrimento sobre a natureza e os suportes do poder, a fritz não lhe caiu nada bem a mudança que tinha acabado de dar-se na consciência da gente, porém, faltava ainda o golpe de misericórdia do aparecimento dos arquiduques no convés acompanhados pelo seu séquito mais privado, sobressaindo desta vez a novidade de duas crianças trazidas ao colo de duas mulheres que de certeza teriam sido ou ainda são suas amas-de-leite. Uma dessas crianças, uma menina de dois anos, podemos anunciá-lo já, virá a ser a quarta esposa de filipe segundo de espanha e primeiro de portugal. Como sempre costuma dizer-se, pequenas causas, grandes efeitos. fica as-sim satisfeito o interesse da-166

queles leitores que já viessem estranhando a falta de informações sobre a numerosa prole dos arquiduques, dezasseis filhos, recordamos, que precisamente a pequena ana inaugurou. ora, como íamos dizendo, foi aparecer o arquiduque e rebentarem os aplausos e os vivas, que ele agradeceu com um gesto condescen-dente da mão direita enluvada. não desceram pela prancha que até aí havia dado serventia à descarga, mas por uma outra ao lado, lavada e esfregada de fresco, para evitar o mínimo contacto com as conspurca-

ções resultantes dos cascos dos cavalos, das patorras do elefante e dos pés descalços dos carregadores. deveríamos felicitar o arquiduque pela competência do intendente que tem, o qual agora mesmo acaba de subir ao barco para inspeccionar os lugares, não vá ter caído alguma pulseira de diamantes entre duas tábu-as mal ajustadas. Cá fora, a cavalaria de couraceiros, disposta em duas fileiras apertadas para caberem os animais todos, vinte e cinco de cada lado, aguardava a passagem de sua alteza. Já agora, se não fosse o temor de estarmos a cometer um gravíssimo anacronismo, apetecer-nos-ia imaginar que o arquiduque percorreu a distância até ao seu coche sob um baldaquino de cinquenta espadas desembainhadas, porém, é mais do que provável que esse tipo de homenagem tenha sido ideia de algum dos frívolos séculos posteriores. o arquiduque e a arquiduquesa já entraram no brilhante e adornado, e no entanto sólido, coche que os aguardava. agora só há que esperar que a caravana se orga-nize, vinte couraceiros à frente, a abrir a marcha, trin-167

ta atrás, a fechá-la, como força de intervenção rápida, para o caso pouco provável, mas não impossível, de um assalto de bandidos. É certo que não estamos na calábria ou na sicília, mas sim nas civilizadas terras da ligúria, às quais se hão-se seguir a lombardia e o vene-to, mas, como no melhor pano cai a nódoa, como tantas vezes a sabedoria popular tem avisado, bem faz o arquiduque em manter a sua retaguarda protegida.

Resta saber o que lhe virá do alto céu. neste meio-tempo, aos poucos, a transparente e luminosa manhã tinha vindo a cobrir-se de nuvens.

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a chuva esperava-os à saída de génova. não há muito que estranhar, o outono vai adiantado, e esta bátega não é mais que o prelúdio do concerto, com amplo sortido de tubas, percussão e trombones, que os alpes já têm reservado para obsequiar a caravana.

felizmente para os menos defendidos contra o mau tempo, referimo-nos em particular aos couraceiros e ao cornaca, revestidos aqueles, como se fossem ca-rochas de novo tipo, de um frio e desconfortável aço, empoleirado este no cachaço do elefante, onde mais contundentes se manifestam as nortadas e os gatos de sete rabos da neve, maximiliano segundo deu finalmente ouvidos à infalível sabedoria popular, aquela que anda a repetir desde as primeiras madrugadas do mundo que o prevenir será sempre melhor que o remediar. no percurso até à saída de génova, mandou deter a caravana por duas vezes a fim de serem adquiridos nos comércios de roupa feita abrigos para os couraceiros e para o cornaca, os quais abrigos, não podendo, por razões facilmente compreensíveis, dada a falta de planificação da produção, ser harmónicos no feitio e na cor, ao menos protegeriam do pior assalto do frio e da chuva os seus afortunados destinatários.

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