Жозе Сарамаго - Viagem do Elefante
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- Название:Viagem do Elefante
- Автор:
- Издательство:Caminho
- Жанр:
- Год:2008
- ISBN:9789722120173
- Рейтинг книги:3 / 5. Голосов: 1
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rica que têm os franceses de dizer relento, palavra, esta portuguesa, também imprópria, pois relento não é senão uma humidade nocturna, um orvalho, uma ca-cimba, ninharias meteorológicas se as compararmos com este nevão dos alpes que bem terá justificado a designação de manto alvinitente, leito acaso mortal. ali foram deixados nada menos que três fardos de forragens para satisfação dos apetites, quer imediatos quer nocturnos, de solimão, tão atreito a eles como qualquer ser humano. Quanto ao cornaca, teve a sorte de beneficiar, na distribuição dos alojamentos, 197
de uma misericordiosa enxerga no chão e de um não menos misericordioso cobertor, cujo poder calorífero ampliou estendendo-lhe por cima o capote, apesar de algo húmido ainda. no quarto da acolhedora fa-mília havia três camas, uma para o pai e a mãe, outra para os três filhos varões, de idades entre os nove e os catorze anos, e a terceira para a avó septuagenária e duas servas. o único pago que a fritz se lhe reclamou foi que contasse algumas histórias de elefantes, ao que o cornaca acedeu de boa mente, começando pela sua pièce de résistance, isto é, o nascimento de ganeixa, e terminando na recente e, em sua opinião, heróica ascensão dos alpes de que cremos ter feito suficiente relato. foi então que o pai disse, lá da cama, enquanto se ouvia o ressonar da mulher, que mais ou menos por estas mesmas paragens dos alpes, segundo antiquíssimas histórias e as subsequentes lendas, tinham também andado, depois de haverem atraves-sado os pirenéus, o famoso general cartaginês aníbal e o seu exército de homens e elefantes africanos que tantos desgostos viriam a dar aos soldados de roma, embora, segundo modernas versões, não se tratasse dos elefantes africanos propriamente ditos, de grandes orelhas e assustadora corpulência, mas sim dos chamados elefantes das florestas, não muito maiores que cavalos. nevões, sim, eram os desses tempos, acrescentou, e nessa altura nem caminhos havia, Parece que não gosta muito dos romanos, insinuou fritz, a verdade é que nós aqui somos mais austríacos que italianos, em alemão a nossa cidade chama-se bozen, 198
a mim agrada-me bolzano, disse o cornaca, cai-me melhor no ouvido, Será de ser português, ter vindo de portugal não faz de mim português, então donde é vossa senhoria, se não sou confiado em perguntar, nasci na índia e sou cornaca, Cornaca, Sim senhor, cornaca é o nome que se dá àqueles que conduzem os elefantes, nesse caso, o general cartaginês também deve ter trazido cornacas no seu exército, não levaria os elefantes a lado nenhum se não houvesse quem os guiasse, levou-os à guerra, a guerra dos homens, a bem dizer, não há outras. o homem era filósofo.
manhã alta, refeito de forças e com o estômago mais ou menos confortado, fritz agradeceu a hospita-lidade e foi ver se ainda havia elefante para cui-dar. tinha sonhado que solimão saíra de bolzano pela calada da noite e andara a correr os montes e vales ao redor, tomado de uma espécie de embriaguez que só podia ter sido efeito da neve, embora a bibliografia conhecida sobre a matéria, se exceptuarmos a dos desastres da guerra de aníbal nos alpes, se haja limitado, nos últimos tempos, a registar, com aborrecida monotonia, as pernas e os braços partidos dos amantes do esqui.
Bons tempos foram aqueles em que uma pessoa caía do alto de uma montanha para ir esborrachar-se, mil metros abaixo, no fundo de um vale já coalhado de costelas, tíbias e crânios de outros aventureiros igualmente desafortunados. aquilo, sim, era vida. na pra-
ça já havia uns quantos couraceiros reunidos, alguns montados, outros não, e os que ainda faltavam vinham chegando. nevava, mas pouco. fiel aos seus hábitos de 199
curioso por necessidade, uma vez que ninguém o informava em primeira mão, foi perguntar ao sargento que notícias havia. não precisou de dizer mais que um educado bons-dias porque o militar, sabendo de antemão o que ele queria, lhe transmitiu as novidades, vamos para bressanone, ou brixen, como dizemos em alemão, hoje a viagem será curta, não chegará a dez léguas. depois de uma pausa destinada a criar expectativa, o sargento acrescentou, Parece que em brixen vamos ter uns dias de descanso, que bem necessitados estamos, Por mim falo, solimão mal pode pôr uma pata adiante da outra, isto não é clima para ele, ainda me apanha por aí uma pneumonia, e depois quero ver o que sua alteza vai fazer com os ossos do pobre, tudo se há-de arranjar, disse o sargento, até agora as coisas não têm corrido mal. fritz não teve outro remédio senão concordar e foi pelo elefante. encontrou-o no alpendre, aparentemente tranquilo, mas ao cornaca, ainda sob a impressão do incómodo sonho, pareceu-lhe que ele estava disfarçando, como se na verdade tivesse abandonado bolzano a meio da noite para ir folgar entre as neves, talvez até aos cumes mais altos, onde se diz que elas são eternas. no chão não havia o menor vestígio da forragem que lhe haviam deixado, nem sequer uma palha para amostra, o que, pelo menos, permitia esperar que o animal não iria pôr-se a rabujar com fome como fazem as crianças pequenas, ainda que, coisa esta geralmente pouco sabida, seja ele, o elefante, uma outra espécie de criança, se não no físico, ao menos no imperfeito intelecto. em ver-200
dade, não sabemos o que um elefante pensa, mas tão-pouco sabemos o que pensa uma criança, salvo o que ela entenda fazer-nos parte, portanto, em princípio, nada em que se deva depositar demasiada confiança.
fritz fez sinal de que queria subir e o elefante, pressu-roso, com todo o ar de desejar que o desculpassem de alguma traquinice, ofereceu-lhe o dente para apoio do pé, tal como se de um estribo se tratasse, e enlaçou-o pela cintura com a tromba, como um abraço. Com um único impulso içou-o para o cachaço, onde o deixou confortavelmente instalado. fritz olhou para trás e, ao contrário do que esperava, não viu o mais leve sinal de gelo nos quartos traseiros. Havia ali um mistério que provavelmente não lhe seria dado decifrar. ou bem o elefante, qualquer um, e este em particular, dispõe de um sistema de auto-regulação térmica acidentalmen-te capaz, após uma necessária concen-tração mental, de derreter uma camada de gelo de espessura razo-
ável, ou então o exercício de subir e descer montanhas em marcha acelerada fizera que o dito gelo se desprendesse da pele apesar do labiríntico entramado de pêlos que tanto trabalho havia dado ao cornaca fritz. Certos mistérios da natureza parecem à primeira vista impenetráveis e a prudência talvez aconselhe a deixá-los assim, não seja que de um conhecimento adquirido em bruto acabe por nos vir mais mal que bem. veja-se, por exemplo, o resultado de ter comido adão no paraíso o que parecia uma vulgar maçã. Pode ser que o fruto propriamente dito tenha sido obra de-liciosa de deus, embora haja quem afirme que não foi 201
uma maçã, que foi, sim, uma talhada de melancia, po-rém, as sementes, em qualquer caso, essas, foram lá postas pelo diabo. ainda por cima, negras.
o coche dos arquiduques já está à espera dos seus nobres, ilustres, egrégios passageiros. fritz encaminha o elefante para o lugar que lhe está reser-vado no séquito, isto é, atrás do coche, mas a uma distância prudente, não vá enfadar-se o arquiduque com a vizi-nhança de um burlão que, não chegando ao extremo clássico de vender gato por lebre, ainda assim ludi-briava os infelizes calvos, incluindo mesmo os mais corajosos couraceiros, com a promessa de uma cabe-leira tão farta como a daquele mítico e infeliz sansão.
inútil preocupação foi esta, porque o arquiduque simplesmente não olhou nesta direcção, pelos vistos teria mais em que pensar, queria chegar a bressanone com luz de dia e já iam atrasados. despachou o ajudante-de-campo para que levasse as suas ordens à cabeça da caravana, resumíveis em três palavras praticamente sinónimas, rapidez, velocidade, presteza, ressalvan-do sempre, claro está, os efeitos retardadores da neve que começara a cair com mais força, e também o estado dos caminhos, em geral maus e agora piores. Serão só dez léguas, tinha informado o prestável sargento, mas se, pelas contas actuais, dez léguas são cinquenta mil metros, ou umas quantas dezenas de milhares de passos dos antigos, e a isso, contas são contas, não há que fugir, esta gente e estes animais que acabam de arrancar para mais uma penosa jornada vão ter muito que sofrer, principalmente aqueles a quem faltou o 202
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