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Жозе Сарамаго: Viagem do Elefante

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Жозе Сарамаго Viagem do Elefante

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Pelos vistos vamo-nos aproximando do passo de isar-207

co, a que os austríacos insistem em chamar eisack.

ainda vai ser preciso caminhar pelo menos uma hora mais para lá chegar, mas uma providencial diminuição na espessa cortina de neve permitiu que se avistasse ao longe, por um breve instante, um rasgão vertical na montanha, o isarco, disse o cornaca. assim era. Uma coisa que custa trabalho a entender é que o arquiduque maximiliano tenha decidido fazer a viagem de regresso nesta época do ano, mas a história assim o deixou registado como facto incontroverso e documenta-do, avalizado pelos historiadores e confirmado pelo romancista, a quem haverá que perdoar certas liber-dades em nome, não só do seu direito a inventar, mas também da necessidade de preencher os vazios para que não viesse a perder-se de todo a sagrada coerência do relato. no fundo, há que reconhecer que a histó-

ria não é apenas selectiva, é também discriminatória, só colhe da vida o que lhe interessa como material so-cialmente tido por histórico e despreza todo o resto, precisamente onde talvez poderia ser encontrada a verdadeira explicação dos factos, das coisas, da puta realidade. em verdade vos direi, em verdade vos digo que vale mais ser romancista, ficcionista, mentiroso.

ou cornaca, apesar das descabeladas fantasias a que, por origem ou profissão, parecem ser atreitos. embora a fritz não lhe reste outro remédio que deixar-se levar por solimão, temos de reconhecer que esta lec-cionadora história que vimos contando não seria a mesma se outro fosse o guia do elefante. até agora, fritz tem sido personagem decisiva em todos os mo-208

mentos do relato, dos dramáticos e dos cómicos, ar-riscando o próprio ridículo sempre que foi achado conveniente para o bom tempero da narrativa, ou apenas tacticamente aconselhável, disfarçando as humilhações sem levantar a voz, sem alterar a expressão da cara, cuidadoso em não deixar transparecer que, se não fosse por ele, não haveria ali ninguém para levar a carta a garcia, o elefante a viena. estas observações talvez venham a ser consideradas desnecessárias pelos leitores mais interessados na dinâmica do texto que em manifestações pretensamente solidárias, e de certa maneira ecuménicas, mas fritz, como se viu, bastante desanimado em consequência dos últimos de-sastrosos sucessos, estava a precisar de que alguém lhe pusesse uma mão amiga no ombro, e isso foi só o que fizemos, pôr-lhe a mão no ombro. Quando o cérebro divaga, quando nos arrebata nas asas do devaneio, nem damos pelas distâncias percorridas, sobretudo quando os pés que nos levam não são os nossos. tirando um ou outro floco vagabundo que se havia perdido no trajecto, pode-se dizer que deixou de nevar. a vereda estreita que temos na nossa frente é o famoso passo de isarco. de um lado e do outro, praticamente a pino, as paredes do desfiladeiro parecem a ponto de desabar sobre o caminho. o coração de fritz encolheu-se de medo, um frio diferente de tudo o que tinha conhecido até aqui traspassou-lhe os ossos. estava sozinho no meio da terrível ameaça que o rodeava, as ordens do arquiduque, aquelas imperativas ordens que determinavam que a caravana deveria manter-se uni-209

da e coesa como única garantia da sua segurança, como fazem os alpinistas que se atam por cordas uns aos outros, haviam sido simplesmente ignoradas. Um provérbio, se por tal nome o dito pode ser designado, e que tanto terá de português como de indiano e universal, resume de maneira elegante e eloquente situa-

ções como esta, quando te recomenda que deverás fazer o que eu te diga, mas não fazer o que eu faça.

assim procedeu o arquiduque, havia ordenado, man-tenhamo-nos juntos, mas, chegada a ocasião, em lugar de ali permanecer, como lhe competia, à espera do elefante e do seu cornaca que vinham atrás, demais sendo proprietário de um e amo do outro, dera, em sentido figurado, de esporas ao cavalo, e pernas para que vos quero, direito à de-sembocadura do perigoso passo antes que se fizesse demasiado tarde e o céu lhe caísse em cima. imagine-se agora que a avançada dos couraceiros havia penetrado no desfiladeiro e aí tinha ficado à espera, imagine-se que igualmente ficavam esperando os que fossem chegando, o arquiduque e a sua arquiduquesa, o elefante solimão e o cornaca fritz, o carro das forragens, finalmente o resto dos couraceiros que rematavam a marcha, e também as galeras intermédias, carregadas de cofres, arcas e baús, e a multidão da criadagem, todos fraternalmente reunidos, à espera de que a montanha se viesse abaixo ou que um alude como nunca se havia visto outro os amortalhasse a todos, entupindo o desfiladeiro até à primavera. o egoísmo, geralmente tido por uma das atitudes mais negativas e reprováveis da espécie hu-210

mana, pode ter, em certas circunstâncias, as suas boas ra-zões. ao termos salvo a nossa rica pele, escapando-nos rapidamente da ratoeira mortal em que o passo de isarco poderia tornar-se, salvámos também a pele dos companheiros de viagem, que, chegada a sua vez de avançar, puderam continuar a viagem sem ser tra-vados por engarrafamentos de trânsito inoportunos, logo, a conclusão é facílima de tirar, cada um por si para que nos possamos salvar todos. Quem diria que a moral nem sempre é o que parece e que pode ser moral tanto mais efectiva quanto mais contrária a si mesma se manifeste. Perante estas cristalinas evidências e estimulado pelo impacte súbito, uns cem metros atrás, de uma massa de neve que, sem aspirar ao nome de alude, foi mais que suficiente para que o susto fosse de tomo, fritz fez a solimão o sinal de andar, já, já.

ao elefante pareceu-lhe pouco. melhor que o simples passo, a situação, por tão perigosa ser, pedia um trote, ou, melhor ainda, um galope que rapidamente o pusesse a salvo das ameaças do isarco. Rápido foi, portanto, tão rápido como santo antónio quando usou a quarta dimensão para ir a lisboa salvar o pai da forca.

o mal é que solimão havia presumido demasiado das suas forças. arquejando, poucos metros depois de ter deixado para trás a boca do desfiladeiro, foram-se-lhe abaixo as pernas dianteiras e os joelhos ao chão. o cornaca, porém, teve sorte. o normal seria que o choque o tivesse projectado violentamente para a frente da cabeça da infeliz montada, só deus sabe com que nefastas consequências, mas a tão celebrada memória 211

de elefante fez recordar a solimão o que se tinha passado com o padre da aldeia que pretendia exorcizá-lo, quando, no último segundo, no derradeiro instante, logrou amortecer a patada, porventura mortal, que lhe havia desferido. a diferença em relação ao caso de agora foi que solimão ainda logrou recorrer ao pouquíssimo que lhe restava de energia para reduzir a velocidade da sua própria queda, fazendo com que os grossos joelhos tocassem o chão com a leveza de um floco de neve. Como o terá conseguido, não se sabe, nem é coisa que se lhe vá perguntar. tal como os pres-tidigitadores, também os elefantes têm os seus segredos. entre falar e calar, um elefante sempre preferirá o silêncio, por isso é que lhe cresceu tanto a tromba que, além de transportar troncos de árvores e trabalhar de ascensor para o cornaca, tem a vantagem de representar um obstáculo sério para qualquer descontrola-da loquacidade. Cautelosamente, fritz deu a entender a solimão que já era hora de fazer um pequeno esforço para se levantar. não ordenou, não recorreu ao seu va-riado repertório de toques de bastão, uns mais agressivos que outros, apenas deu a entender, o que demonstra uma vez mais que o respeito pelos sentimentos alheios é a melhor condição para uma próspera e feliz vida de relações e afectos. É a diferença entre um categórico levanta-te e um dubitativo e se tu te levantasses. Há mesmo quem sustente que esta segunda frase, e não a primeira, foi a que jesus realmente proferiu, prova provada de que a ressurreição, afinal, estava, sobretudo, dependente da livre vontade de láza-212

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