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Жозе Сарамаго: Viagem do Elefante

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Жозе Сарамаго Viagem do Elefante

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ro e não dos poderes milagrosos, por muito sublimes que fossem, do nazareno. Se lázaro ressuscitou foi porque lhe falaram com bons modos, tão simples como isto. e que o método continua a dar bons resultados, viu-se quando solimão, aprumando primeiro a perna direita, depois a esquerda, restituiu fritz à segurança relativa de uma oscilante verticalidade, ele que até esse momento só se tinha podido valer da rijeza de uns quantos pêlos da nuca do elefante para não se ver precipitado pela tromba abaixo. eis pois solimão já firme nas suas quatro patas, ei-lo subitamente animado pela chegada da galera da forragem que, ultra-passado, após trabalhosa luta das duas juntas de bois, o montão de neve a que antes nos referimos, avançava briosamente em direcção à saída do desfiladeiro e ao voraz apetite do elefante. a sua quase desfalecida alma recebia agora o prémio pela proeza de haver feito regressar à vida o seu próprio corpo prostrado, como para não levantar-se mais, no meio da branca e cruel paisagem. ali mesmo foi posta a mesa e, enquanto fritz e o boieiro celebravam a salvação com uns quantos tragos de aguardente propriedade do homem dos bois, solimão devorava fardo após fardo com en-ternecedor entusiasmo. Só faltava que brotassem flores da neve e que as avezinhas da primavera viessem entoar ao tirol as suas doces canções. não se pode ter tudo. Já é muito que fritz e o boieiro, multiplicando uma pela outra as suas respectivas inteligências, tivessem encontrado o remédio para a preocupante tendência a separarem-se os diversos componentes 213

da caravana como se não tivessem nada que ver uns com os outros. era uma solução, digamos, parcelar, mas sem dúvida precursora de uma maneira diferente de abordar os problemas, isto é, mesmo que o objectivo seja servir os meus interesses pessoais, é sempre conveniente contar com a outra parte. numa palavra, soluções integradas. a partir de agora os bois e o elefante viajarão inapelavelmente juntos, a galera dos fardos de forragem à frente, o elefante, por assim dizer ao cheiro da palha, atrás. Por mais lógica e racional que se apresente a distribuição topográfica deste reduzido grupo, facto que ninguém ousará negar, nada do que aqui se logrou, graças à deliberada vontade de chegar a acordo, será aplicável, não faltaria mais, aos arquiduques cujo coche já lá vai adiante, inclusive pode até ter já chegado a bressanone. Se tal caso se der, estamos autorizados a revelar que solimão gozará de um merecido descanso de duas semanas nesta conhecida estância turística, concretamente numa estalagem que tem o nome de am hohen feld, que significa, nunca melhor dito, terra íngreme. É natural que a alguém lhe pareça estranho que uma estalagem que ainda se encontra em território italiano tenha um nome alemão, mas a coisa explica-se se nos lembrar-mos de que a maior parte dos hóspedes que aqui vêm são precisamente austríacos e alemães que gostam de sentir-se como em sua casa. Razões afins levarão um dia a que, no algarve, como alguém terá o cuidado de escrever, toda a praia que se preze, não é praia mas é beach, qualquer pescador fisherman, tanto faz prezar-214

se como não, e se de aldeamentos turísticos, em vez de aldeias, se trata, fiquemos sabendo que é mais aceite dizer-se holiday’s village, ou village de vacances, ou ferienorte. Chega-se ao cúmulo de não haver nome para loja de modas, porque ela é, numa espécie de português por adopção, boutique, e, necessariamente, fashion shop em inglês, menos necessariamente modes em francês, e francamente modegeschäft em alemão. Uma sapataria apresenta-se como shoes, e não se fala mais nisso. e se o viajante pudesse catar, como quem cata piolhos, nomes de bares e buates, quando chegasse a sines ainda iria nas primeiras letras do al-fabeto. tão desprezado este na lusitana arrumação que do algarve se pode dizer, nestas épocas em que descem os civilizados à barbárie, ser ele a terra do português tal qual se cala. assim está bressanone.

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diz-se, depois de que primeiro o tivesse dito tols-toi, que as famílias felizes não têm história. também os elefantes felizes não parece que a tenham. veja-se o caso de solimão. durante as duas semanas que esteve em bressanone descansou, dormiu, comeu e bebeu à tripa-forra, até lhe chegar com o dedo, algo assim como umas quatro toneladas de forragem e uns três mil litros de água, com o que pôde compensar as numerosas dietas forçadas a que havia sido obrigado a submeter-se durante a longa viagem por terras de portugal, espanha e itália, quando nem sempre foi possível reabastecer-lhe com regularidade a despen-sa. agora, solimão recuperou as forças, está gordo, formoso, logo ao cabo de uma semana a pele flácida e enrugada já tinha deixado de lhe fazer pregas como um capote mal pendurado numa escápula. as boas notícias chegaram ao arquiduque que não demorou a fazer uma visita a casa do elefante, isto é, ao seu pró-

prio estábulo, em vez de o mandar sair à praça, para que exibisse perante a arquiducal autoridade e a população reunida, a excelente figura, o look magnífico, que agora tem. Como é natural, fritz esteve presente no acto, mas, consciente de que a paz com o arquiduque ainda não havia sido formalizada, se alguma vez o virá a ser, mostrou-se discreto e atento, sem chamar demasiado as atenções, mas esperando que o ar-216

quiduque deixasse cair, pelo menos, uma palavra de congratulação, um breve elogio. assim aconteceu. no fim da visita, o arquiduque dirigiu-lhe de passagem um rápido relance de olhos e disse, fizeste um bom trabalho, fritz, solimão deve estar satisfeito, ao que ele respondeu, não desejo outra coisa, meu senhor, a minha vida está posta ao serviço de vossa alteza. o arquiduque não respondeu, limitou-se a resmungar, lacónico, Uhm, uhm, som primitivo, se não inicial, que cada um tratará de interpretar como melhor lhe con-venha. Para fritz, sempre disposto, por temperamento e filosofia de vida, a uma visão optimista dos acontecimentos, aquele resmungo, apesar da aparente secu-ra e do impróprio de tal linguagem na boca de uma arquiducal e amanhã imperial pessoa, foi como um passo, um pequeno mas seguro passo, em direcção à tão ansiada concórdia. esperemos até viena para ver o que sucede.

de bressanone ao desfiladeiro de brenner a distância é tão curta que de certeza não haverá tempo para que a caravana se disperse. nem tempo nem distância. o que significará que iremos topar outra vez com o mesmo dilema moral de antes, o do passo de isarco, isto é, se vamos de companhia ou separados.

assusta só de pensar que a extensa caravana poderá ver-se, toda ela, desde os couraceiros da frente até aos couraceiros da retaguarda, como que entalada entre as paredes do desfiladeiro e sob a ameaça dos aludes de neve ou dos desmoronamentos de rochas. Provavelmente o melhor será deixar a resolução do proble-217

ma nas mãos de deus, ele que decida. vamos andando, vamos andando, e depois logo se vê. Contudo, esta preocupação, por muito compreensível que seja, não deverá fazer-nos esquecer a outra. dizem os conhecedores que o passo de brenner é dez vezes mais perigoso que o de isarco, outros dizem vinte vezes, e que todos os anos cobra umas quantas vítimas, sepultadas sob os aludes ou esmagadas pelos pedregulhos que ro-lam da montanha abaixo, se bem que ao princípio da queda não parecesse que levavam consigo esse azia-go destino. oxalá chegue o tempo em que por via da construção de viadutos que unam as alturas umas às outras se eliminem os passos profundos em que, embora ainda vivos, já vamos meio enterrados. o interessante do caso é que aqueles que têm de utilizar estes passos o fazem sempre com uma espécie de resigna-

ção fatalista que, se não evita que o medo lhes assalte o corpo, ao menos parece deixar-lhes a alma intacta, serena, como uma luz firme que nenhum furacão será capaz de apagar. Contam-se muitas coisas e nem todas serão certas, mas o ser humano foi desta maneira feito, tão capaz de crer que o pêlo de elefante, depois de um processo de maceração, faz crescer o cabelo, como de imaginar que leva dentro de si uma luz única que o conduzirá pelos caminhos da vida, incluindo os desfiladeiros. de uma maneira ou outra, dizia o sábio ermita dos alpes, sempre teremos de morrer.

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