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Жозе Сарамаго: Viagem do Elefante

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Жозе Сарамаго Viagem do Elefante

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cima da montada, e o rei de portugal, com a sua reduzida comitiva de secretário e pajens, está a chegar à praia de belém, à vista do mosteiro dos jeronimitas e do cercado de salomão. dando tempo ao tempo, todas as coisas do universo acabarão por se encaixar umas nas outras. aí está o elefante. mais pequeno que os seus parentes africa nos, adivinha-se, no entanto, por baixo da camada de sujidade que o cobre, a boa figura com que havia sido contemplado pela natureza. Por que é que este ani mal está tão sujo, perguntou o rei, onde está o trata dor, suponho que haverá um tratador.

aproximava-se um homem de rasgos indianos, coberto por roupas que quase se haviam convertido em an-drajos, uma mistura de peças de vestuário de origem e de fabrico nacional, mal cobertas ou mal cobrindo restos de pa nos exóticos vindos, com o elefante, naquele mesmo corpo, há dois anos. era o cornaca. o secretário de pressa se apercebeu de que o tratador não tinha reco nhecido o rei, e, como a situação não estava para apresentações formais, alteza, permiti que vos apre sente o cuidador de salomão, senhor indiano, apre sento-lhe o rei de portugal, dom joão, o terceiro, que passará à história com o cognome de piedoso, deu ordem aos pajens para que entrassem no redondel e informassem o desassossegado cornaca dos títulos e qualidades da personagem de barbas que lhe estava dirigindo um olhar severo, anunciador dos piores efeitos, É o rei. o homem parou, como se o tivesse ful-minado um raio, e fez um movimento como para escapar, mas os pajens filaram-no pelos trapos e em-16

purraram-no até à estacada. Subido a uma rústica escada de mão, colocada no lado de fora, o rei obser vava o espectáculo com irritação e repugnância, re peso de ter cedido ao impulso matutino de vir fazer uma visita sentimental a um bruto paquiderme, a este ridículo proboscídeo de mais de quatro côvados de altura que, assim o queira deus, em breve irá descar regar as suas malcheirosas excreções na pretensiosa viena de áustria. a culpa, pelo menos em parte, cabia ao secretário, àquela sua conversa sobre actos poéti cos que ainda lhe estava dando voltas à cabeça. olhou com ar de de-safio ao por outras razões estimado fun cionário, e este, como se lhe tivesse adivinhado a in tenção, disse, acto poético, meu senhor, foi ter vin do vossa alteza aqui, o elefante é só o pretexto, nada mais. o rei resmungou qualquer coisa que não pôde ser ouvida, depois disse em voz firme e clara, Quero esse animal la-vado agora mesmo. Sentia-se rei, era um rei, e a sensa-

ção é compreensível se pensarmos que nunca dissera uma frase igual em toda a sua vida de monarca. os pajens transmitiram ao cornaca a vontade do soberano e o homem correu a um alpen dre onde se guardavam coisas que pareciam ferra mentas e coisas que talvez o fossem, além de outras que ninguém saberia dizer para que serviam. ao lado do alpendre havia uma construção de tábuas coberta de telha-vã, que devia ser o alojamento do tratador. o homem regressou com uma escova de piaçaba de cabo comprido, encheu um balde grande na dorna que servia de bebedouro e pôs mãos ao trabalho. foi notório o prazer do elefante. a 17

água e a esfregação da escova deviam ter despertado nele alguma agra dável recordação, um rio na índia, um tronco de ár vore rugoso, e a prova é que durante todo o tempo que a lavagem durou, uma meia hora bem puxada, não se moveu donde estava, firme nas patas poten tes, como se tivesse sido hipnotizado. Conhecidas como são as excelsas virtudes da higiene corporal, não surpreendeu que no lugar onde havia estado um elefante tivesse aparecido outro. a sujidade que o cobrira antes e que mal deixava ver-lhe a pele tinha-se sumido sob o ímpeto combinado da água e da esco va, e salomão exibia-se agora aos olhares em todo o seu esplendor. Bastante relativo, se repararmos bem. a pele do elefante asiático, e este é um deles, é grossa, de cor meio cinza meio café, salpicada de pintas e pêlos, uma permanente decepção para o próprio, apesar dos aconselhamentos da resignação que sempre lhe estava dizendo que devia contentar-se com o que tinha, e desse graças a vixnu. deixara-se lavar como se esperasse um milagre, como num baptismo, e o resultado ali estava, pêlos e pintas. Há mais de um ano que o rei não via o elefante, tinham-lhe es quecido os pormenores, e agora não estava a gostar nada do espectáculo que se lhe oferecia. Salvavam-se os longos incisivos do paquiderme, de uma bran cura resplandecente, apenas ligeiramente curvos, co mo duas espadas apontando em frente. mas ainda faltava o pior. de súbito, o rei de portugal, e também dos algarves, antes no auge da felicidade por poder obsequiar nada mais nada menos que um genro do imperador carlos quin-18

to, sentiu-se como se fosse cair da escada de mão abaixo e precipitar-se na goela hiante da ignomínia.

eis o que o rei tinha perguntado a si mesmo, e se o arquiduque não gosta dele, se o acha feio, imaginemos que começa por aceitar o pre sente, uma vez que o não conhece, e depois o devolve, como resistirei eu à vergonha de ver-me desfeiteado perante os olhares com-passivos ou irónicos da comu nidade europeia. Que vos parece, que ideia vos dá o animal, decidiu-se o rei a perguntar ao secretário, ansiando por uma tábua de salvação que unica mente dali lhe poderia vir, Bonito ou feio, meu se nhor, são meras expressões relativas, para a coruja até os seus corujinhos são bonitos, o que eu estou a ver daqui, para tomar este caso particular de uma lei geral, é um magnífico exemplar de elefante asiático, com todos os pêlos e pintas a que está obrigado pela sua natureza e que encantará o arquiduque e deslum brará não só a corte e população de viena como, por onde quer que passe, o gentio comum. o rei suspirou de alívio, Suponho que terá razão, espero tê-

la, meu senhor, se da outra natureza, a humana, conheço al guma coisa, e, se vossa alteza mo permite, atrever-me-ia ainda a dizer que este elefante com pê-

los e pintas irá converter-se num instrumento político de primeira ordem para o arquiduque de áustria, se ele é tão astuto como deduzo das provas que até agora tem dado, ajudai-me a descer, esta conversa fez-me tonturas. Com a ajuda do secretário e dos dois pa jens, o rei logrou descer sem maiores dificuldades os poucos degraus que havia subido. Respirou fundo quando 19

sentiu terra firme debaixo dos pés e, sem motivo aparente, salvo, digamos talvez, já que é ain da demasiado cedo para sabê-lo de ciência certa, a súbita oxigena-

ção do sangue e o consequente renovo da circulação nos interiores da cabeça, fê-lo pensar em algo que em circunstâncias normais seguramente nunca lhe ocor-reria. e foi, este homem não pode ir para viena em semelhante figura, coberto de andra jos, ordeno que lhe façam dois fatos, um para o tra balho, para quando tiver que andar em cima do ele fante, e outro de representação social para não fazer má figura na corte austríaca, sem luxo, mas digno do país que o manda lá, assim se fará, meu senhor, e, a propósito, como se chama ele. despachou-se um pajem a sabê-lo, e a resposta, transmitida pelo secretário, deu mais ou menos o seguinte, Subhro. Subro, repetiu o rei, que diabo de nome é esse, Com agá, meu senhor, pelo menos foi o que ele disse, aclarou o secretário, devíamos ter-lhe chamado Joa quim quando chegou a Portugal, resmungou o rei.

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três dias depois, pela tardinha, o estribeiro-mor, à frente da sua escolta, bastante menos luzida agora graças à sujeira dos caminhos e aos inevitáveis e malcheirosos suores, tanto os equinos como os humanos, desmontou à porta do palácio, sacudiu-se da poeira, subiu a escada e entrou na antecâmara que pressuro-samente acorreu a indicar-lhe o lacaio-mor, título que, melhor é que o confessemos já, não sabemos se realmente existiu naquele tempo, mas que nos pare ceu adequado pela composição do olor corporal, um misto de presunção e falsa humildade, que em volutas se desprendia da personagem. ansioso por conhecer a resposta do arquiduque, o rei recebeu imediatamen te o recém-chegado. a rainha catarina estava presen te no salão de aparato, o que, considerando a transcendência do momento, a ninguém de verá surpreender, mormente sabendo-se que, por decisão do rei seu marido, ela participa regularmente nas reuniões de estado, onde nunca se comportou como passiva espectado ra. Havia outra razão para querer ouvir a leitura da carta logo à sua chegada, a rainha alimenta-va a vaga esperança, embora não lhe parecesse plausí-

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