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Жозе Сарамаго: Viagem do Elefante

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Жозе Сарамаго Viagem do Elefante

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con nosco, lavamos as mãos, Sim, lavamos as mãos, dis se a rainha, mas, lá no íntimo profundo, que é onde se digladiam as contradições do ser, sentiu uma sú bita dor por deixar ir o salomão sozinho para tão dis tantes terras e tão estranhas gentes.

no dia seguinte, manhãzinha cedo, o rei mandou vir o secretário pêro de alcáçova carneiro e ditou-lhe uma carta que não lhe saiu bem à primeira, nem à segunda, nem à terceira, e que teve de ser confiada por inteiro à habilidade retórica e ao experimentado conhecimento da pragmática e das fórmulas episto lares usadas entre soberanos que exornava o com petente funcionário, o qual na melhor das escolas possíveis havia aprendido, a de seu próprio pai, antónio carneiro, de quem, por morte, herdara o cargo. a carta ficou perfeita tanto de letra como de razões, não omitindo sequer a possibilidade teórica, diplo maticamente expressa, de que o presente pudesse não ser do agrado do arquiduque, o qual teria, porém, todas as dificuldades do mundo em responder com uma negativa, pois o rei de portugal afirmava, numa passagem estratégi-ca da carta, que em todo o seu reino não possuía nada de mais valioso que o elefante salomão, quer pelo sentimento unitário da criação divina que liga e aparenta todas as espécies umas às outras, há mesmo quem diga que o homem foi feito com as sobras do elefante, quer pelos valo res simbólico, intrínseco e mundano do animal. fe chada e selada a carta, o rei deu ordem para que se apresentasse o estribeiro-mor, fidalgo da sua maior confiança, a quem resumiu a missiva, de-11

pois do que lhe ordenou que escolhesse uma escolta digna da sua qualidade, mas, sobretudo, à altura da responsabili dade da missão de que ia incumbido. o fidalgo bei jou a mão ao rei, que lhe disse, com a so-lenidade de um oráculo, estas sibilinas palavras, Que sejais tão rápido como o aquilão e tão seguro como o voo da águia, Sim, meu senhor. depois, o rei mudou de tom e deu alguns conselhos práticos, não precisais que vos recorde que deveis mudar de cavalos todas as vezes que sejam necessárias, as postas não estão lá para outra coisa, não é hora de poupar, vou mandar que reforcem as quadras, e, já agora, sendo possível, para ganhar tempo, opino que deveríeis dormir em cima do vosso cavalo enquanto ele for galopando pelos caminhos de castela. o mensageiro não compreendeu o risonho jogo ou preferiu deixar passar, e limitou-se a dizer, as ordens de vossa alteza serão cumpridas ponto por ponto, empenho nisso a minha palavra e a minha vida, e foi-se retirando às arrecuas, repetindo as vénias de três em três passos. É o me lhor dos estribeiros-mores, disse o rei. o secretário resolveu calar a adulação que consistiria em dizer que o estribeiro-mor não poderia ser e portar-se dou tra maneira, uma vez que havia sido escolhido pes soalmente por sua alteza. tinha a impressão de ter dito algo semelhante não há muitos dias. Já nessa al tura lhe viera à lembrança um conselho do pai, Cui dado, meu filho, uma adulação repetida acabará ine vitavelmente por tornar-se insatisfatória, e portanto ferirá como uma ofensa. Posto o que, o secretário, embora por razões 12

diferentes das do estribeiro-mor, preferiu também calar-se. foi neste breve silêncio que o rei deu voz, finalmente, a um cuidado que lhe havia ocorrido ao despertar, estive a pensar, acho que deveria ir ver o salomão, Quer vossa alteza que mande chamar a guarda real, perguntou o secretá rio, não, dois pajens são mais do que suficientes, um para os recados e o outro para ir saber por que é que o primeiro ainda não voltou, ah, e também o senhor secretário, se me quiser acompanhar, vossa alteza honra-me muito, por cima dos meus merecimentos, talvez para que venha a merecer mais e mais, como seu pai, que deus tenha em glória, Beijo as mãos de vossa alteza, com o amor e o respeito com que beija va as dele, tenho a impressão de que isso é que está muito por cima dos meus merecimentos, disse o rei, sorrindo, em dialéctica e em resposta pronta ninguém ganha a vossa alteza, Pois olhe que não falta por aí quem diga que as fadas que presidiram ao meu nascimento não me fadaram para o exercício das letras, nem tudo são letras no mundo, meu senhor, ir visitar o elefante salomão neste dia é, como talvez se venha a dizer no futuro, um acto poé-

tico, Que é um acto poético, perguntou o rei, não se sabe, meu senhor, só damos por ele quando aconteceu, mas eu, por en quanto, só tinha anunciado a intenção de visitar o sa lomão, Sendo palavra de rei, suponho que terá sido o bastante, Creio ter ouvido dizer que, em retórica, chamam a isso ironia, Peço perdão a vossa alteza, está perdoado, senhor secretário, se todos os seus pecados forem dessa gravidade, tem o céu 13

garantido, não sei, meu senhor, se este será o melhor tempo de ir para o céu, Que quer isso dizer, vem aí a inquisi ção, meu senhor, acabaram-se os salvo-condutos de confissão e absolvição, a inquisição manterá a uni dade entre os cristãos, esse é o seu objectivo, Santo objectivo, sem dúvida, meu senhor, resta saber por que meios o alcançará, Se o objectivo é santo, santos serão também os meios de que se servir, respondeu o rei com certa aspereza, Peço perdão a Rossa alteza, além disso, além disso, quê, Rogo-vos que me dis-penseis da visita ao salomão, sinto que hoje não seria uma companhia agradável para vossa alteza, não dispenso, preciso absolutamente da sua presença no cercado, Para quê, meu senhor, se não estou a ser demasiado confiado em perguntar, não tenho luzes para perceber se vai acontecer o que chamou acto poético, respondeu o rei com um meio sorriso em que a barba e o bigode desenhavam uma expressão maliciosa, quase mefistofélica, espero as suas or dens, meu senhor, Sendo cinco horas, quero quatro cavalos à porta do palácio, recomende que aquele que montarei seja grande, gordo e manso, nunca fui de cavalgadas, e agora ainda menos, com esta ida de e os achaques que ela trouxe, Sim, meu senhor, e escolha-me bem os pajens, que não sejam daque les que se riem por tudo e por nada, dá-me vontade de lhes torcer o pescoço, Sim, meu senhor.

Só partiram passadas as cinco horas e meia porque a rainha, ao saber da excursão que se estava preparando, declarou que também queria ir. foi difícil 14

convencê-la de que não tinha qualquer sentido fazer sair um coche só para ir a belém, que era onde havia sido levantado o cercado para o salomão. e certamente, senhora, não quererá ir a cavalo, disse o rei, peremptório, decidido a não admitir qualquer réplica.

a rainha acatou a mal disfarçada proibição e retirou-se murmurando que salomão não tinha, em todo o portugal, e mesmo em todo o universo mundo, quem mais lhe quisesse. via-se que as contradições do ser iam em aumento. depois de ter chamado ao pobre animal besta sustentada à argola, o pior dos insultos para um irracional a quem na índia tinham feito trabalhar duramente, sem soldada, anos e anos, catarina de áustria exibia agora assomos de paladino arrependimento que quase a tinham levado a desafiar, pelo menos nas formas, a autoridade do seu senhor, marido e rei. no fundo tratava-se de uma tempestade num copo de água, uma pequena crise conjugal que inevitavelmente se há-de desvanecer com o regresso do estribeiro-mor, seja qual for a resposta que trouxer. Se o arquiduque aceitar o elefante, o problema resolver-se-á por si mesmo, ou melhor, resolvê-lo-á a via gem para viena, e, se não o aceitar, então será caso para dizer, uma vez mais, com a milenária experiên cia dos povos, que, apesar das decepções, frustrações e de-senganos que são o pão de cada dia dos homens e dos elefantes, a vida continua. Salomão não tem nenhuma ideia do que o espera. o estribeiro-mor, emissário do seu destino, cavalga em direcção a valladolid, já refeito do mau resultado da tentativa feita para dormir em 15

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