Жозе Сарамаго - Viagem do Elefante

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comandante, já perito neste sistema de comunicações, interpretou logo como dois novos avisos do céu, decerto impaciente por não ver que estivessem a ser tomadas as medidas preventivas necessárias, as que poupariam à ensopada caravana resfriamentos, cons-tipações, defluxos e mais do que prováveis pneumonias. esse é o grande equívoco do céu, como a ele nada é impossível, imagina que os homens, feitos, segundo se diz, à imagem e semelhança do seu pode roso inqui-lino, gozam do mesmo privilégio. Queríamos ver o que sucederia ao céu na situação do comandante, indo de casa em casa com a mesma cantilena, Sou oficial de cavalaria em missão de serviço orde nada por sua alteza o rei de portugal, a de acompa nhai um elefante à cidade espanhola de valladolid, e não ver senão caras desconfiadas, aliás mais do que justificadadamente, dado que jamais se tinha ouvido falar da espécie elefantina por aquelas paragens nem havia a menor ideia do que fosse um elefante. Queríamos ver o céu a perguntar se tinham por ali um celeiro grande ou, na sua falta, uma nave industrial, onde se pudessem recolher por uma noite os animais e as pessoas, o que de todo não seria impossível basta que recordemos a peremptória afirmação daquele famoso jesus de galileia que, nos seus melhores tempos, se gabou de ser capaz de destruir e reconstruir o templo entre a manhã e a noite de um único dia ignora-se se foi por falta de mão-de-obra ou de cimento que não o fez, ou se foi por ter chegado à sensata, conclusão de que o trabalho não merecia a pena, considerando que se algo se vai des-60

truir para construí-lo outra vez, melhor será deixar tudo como estava antes. Proeza, essa sim, foi o episó-

dio da multiplicação dos pães e dos peixes, que se aqui chamamos à colação é tão-somente porque, por ordem do coman dante e esforço da intendência da cavalaria vai ser servida hoje comida quente para quantos humanos vão na caravana, o que não é pequeno milagre se considerarmos a falta de comodidades e a ins-tabilidade do tempo. felizmente não choverá. os homens despiram as roupas mais pesadas e puseram-nas a secar em varas a jeito de que lhes aproveitasse o ca lor das fogueiras entretanto acendidas. depois foi só esperar que o caldeirão da comida chegasse, sentir a consoladora contracção do estômago ao cheirar-lhe que a sua fome vai ser finalmente satisfeita, sentir-se um homem como aqueles outros a quem, a horas certas, como se de benéfica fatalidade do destino se tratasse, alguém vem servir um prato de comida e uma fatia de pão. este comandante não é como outros pensa nos seus homens, incluindo os colaterais, como se fossem seus filhos. além disso, preocupa-se pouco com hierarquias, pelo menos em circunstâncias como as presentes, tanto assim que não foi comer a parte, está aqui, ocupa um lugar ao redor do lume, e, se até agora tem participado pouco nas conversas, foi só para deixar os homens à vontade. aqui mesmo um da cavalaria acaba de perguntar o que tem andado na ca-beça de todos, e tu, ó cornaca, que raios, vais tu fazer com o elefante a viena, Provavelmente o mesmo que em lisboa, nada de importante, respondeu subhro, 61

irão dar-lhe muitas palmas, irá sair muita gente à rua, e depois esquecem-se dele, assim é a lei da vida, triunfo e olvido, nem sempre, aos elefantes e aos homens, sempre, embora dos homens eu não deva falar, não passo de um indiano em terra que não é sua, mas, que eu conheça, só um elefante escapou a esta lei, Que elefante foi esse, per guntou um dos homens das forças, Um elefante que eslava moribundo e a quem cortaram a cabeça de pois de morto, então acabou-se tudo aí, não, a cabe ça foi posta no pescoço de um deus que se chama ganeixa e que estava morto, fala-nos desse tal ganeixa, disse o comandante, Comandante, a religião hinduísta é muito complicada, só um indiano está capa citado para compreendê-la, e nem todos o conseguem, Creio recordar que me disseste que és cristão, e eu recordo-me de ter respondido, mais ou menos, meu comandante, mais ou menos, Que quer isso dizer na realidade, és ou não és cristão, Baptizaram-me na índia quando eu era pequeno, e depois, depois, nada, respondeu o cornaca com um encolher de ombros, nunca praticaste, não fui chamado, senhor, devem ter-se esquecido de mim, não perdeste nada com isso, disse a voz desconhecida que não foi possível locali-zar, mas que, embora isto não seja crível, pare ceu ter brotado das brasas da fogueira. fez-se um grande si-lêncio só interrompido pelos estalidos da lenha a arder. Segundo a tua religião, quem foi que criou o universo, perguntou o comandante, Brama, meu senhor, então, esse é deus, Sim, mas não o úni co, explica-te, É

que não basta ter criado o universo, é preciso também 62

quem o conserve, e essa é a tarefa de outro deus, um que se chama vixnu, Há mais deu ses além desses, cornaca, temos milhares, mas o ter ceiro em importância é siva, o destruidor, Queres dizer que aquilo que vixnu conserva, siva o destrói, não, meu comandante, com siva, a morte é entendi da como princípio gerador da vida, Se bem percebo, os três fazem parte de uma trin-dade, são uma trinda de, como no cristianismo, no cristianismo são qua tro, meu comandante, com perdão do atrevimento, Quatro, exclamou o comandante, estupefacto, quem é esse quarto, a virgem, meu senhor, a virgem está fora disto, o que temos é o pai, o filho e o espírito santo, e a virgem, Se não te explicas, corto-te a ca beça, como fizeram ao elefante, nunca ouvi pedir nada a deus, nem a jesus, nem ao espírito santo, mas a virgem não tem mãos a medir com tantos rogos, preces e solicitações que lhe chegam a casa a todas as horas do dia e da noite, Cuidado, que está aí a in quisição, para teu bem não te metas em terrenos pan tanosos, Se chego a viena, não volto mais, não regressas à índia, perguntou o comandante, Já não sou indiano, em todo o caso vejo que do teu hinduísmo pareces saber muito, mais ou menos, meu comandante, mais ou menos, Porquê, Porque tudo isto são palavras, e só palavras, fora das palavras não há nada, ganeixa é uma palavra, perguntou o coman dante, Sim, uma palavra que, como todas as mais, só por outras palavras poderá ser explicada, mas, como as palavras que tentaram explicar, quer tenham con seguido fazê-

lo ou não, terão, por sua vez, de ser explicadas, o nos-63

so discurso avançará sem rumo, alter nará, como por maldição, o errado com o certo, sem se dar conta do que está bem e do que está mal, Con ta-me quem foi ganeixa, ganeixa é filho de siva e de parvati, também chamada durga ou kali, a deusa dos cem braços, Se em vez de braços tivessem sido per nas, podíamos chamar-lhe centopeia, disse um dos homens rindo-se contrafeito, como arrependido do comentário mal ele lhe saíra da boca. o cornaca não lhe prestou atenção e prosseguiu, Há que dizer, como aconteceu com a vossa virgem, que ganeixa foi gera do por sua mãe, parvati, sem intervenção do marido, siva, o que se explica pelo facto de que este, sendo eterno, não sentia nenhuma necessidade de ter filhos. Um dia, tendo parvati decidido tomar banho, suce deu que não havia guardas por ali a fim de a protege rem de alguém que quisesse entrar na sala. então ela criou um ídolo com a forma de um rapazinho, feito com a pasta que havia preparado para lavar-se, e que não devia ser outra coisa que sa-bão. a deusa infun diu vida no boneco, e este foi o primeiro nascimento de ganeixa. Parvati ordenou a ganeixa que não per mitisse a entrada de ninguém e ele seguiu à risca as ordens da mãe. Passado pouco tempo, siva regressou da floresta e quis entrar em casa, mas ganeixa não permitiu, o que, como é natural, en-fureceu siva. en tão deu-se o seguinte diálogo, Sou o esposo de par vati, portanto a casa dela é a minha casa, aqui só entra quem minha mãe quiser, e ela não me disse que tu podias entrar. Siva perdeu a paciência e lançou-se numa feroz batalha com ganeixa, que termi-64

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