Paolo Coelho - A bruxa de Portobello
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Senti-me impotente, revoltada. Conheci a miséria de perto, teria condições de fazer alguma coisa se pelo menos alguém me estendesse umas poucas libras, mas não estavam tanto interessados nos resultados. Nosso governo queria apenas notícias em jornais, de modo que pudesse dizer aos seus partidos políticos ou aos seus eleitores que tinham enviado grupos para diversos lugares do mundo em missão humanitária. Tinham boas intenções — além de vender armas, claro.
Eu me desesperei; que diabos era este mundo? Certa noite, parti para a floresta gelada blasfemando contra Deus, que era injusto com tudo e com todos. Foi quando eu estava sentada ao pé de um carvalho que o meu protetor se aproximou. Disse que eu podia morrer de frio — respondi que era médica, sabia os limites do corpo, e no momento em que estivesse me aproximando destes limites, voltaria para o acampamento. Perguntei o que ele fazia ali.
— Converso com uma mulher que me ouve, já que os homens ficaram surdos.
Achei que se referia a mim — mas não, a mulher era a própria floresta. Depois de ver aquele homem andando pelo bosque, fazendo gestos e dizendo coisas que era incapaz de compreender, uma certa paz instalou-se no meu coração; afinal de contas, eu não era a única no mundo a ficar falando sozinha. Quando me preparava para voltar, ele tornou a vir ao meu encontro.
— Sei quem você é — disse. — Na aldeia tem fama de uma pessoa boa, sempre bem-humorada e pronta para ajudar os outros, mas eu vejo algo diferente: raiva e frustração.
Sem saber se estava diante de um espião do governo, resolvi dizer tudo que estava sentindo — eu precisava desabafar mesmo correndo o risco de ser presa. Caminhamos juntos em direção ao hospital de campanha onde eu trabalhava; levei-o ao dormitório, que naquele momento estava vazio (meus companheiros se divertiam em uma festa anual que acontecia na cidade), e convidei-o para tomar algo. Ele retirou uma garrafa do bolso:
— Palinka — disse, referindo-se à bebida tradicional do país, cujo teor alcoólico é altíssimo. — Sou eu quem convida.
Bebemos juntos, não percebi que estava ficando cada vez mais embriagada; só me dei conta do meu estado quando tentei ir ao banheiro, tropecei em algo e caí no chão.
— Não se mexa — disse o homem. — Veja bem o que está diante dos seus olhos.
Uma fila de formigas.
— Todos acham que elas são muito sábias. Possuem memória, inteligência, capacidade de organização, espírito de sacrifício. Buscam alimento no verão, guardam para o inverno, e agora saem de novo, nesta primavera gelada, para trabalhar. Se amanhã o mundo fosse destruído por uma guerra atômica, as formigas sobreviveriam.
— Como é que o senhor sabe tudo isso?
— Estudei biologia.
— E por que diabos não trabalha para melhorar o estado do seu povo? O que faz no meio da floresta, falando sozinho com as árvores?
— Em primeiro lugar eu não estava sozinho; além das árvores, você estava me escutando. Mas respondendo à sua pergunta: deixei a biologia para dedicar-me ao trabalho de ferreiro.
Levantei-me com muito custo. A cabeça continuava girando, mas eu estava consciente o bastante para entender a situação daquele pobre coitado. Apesar da universidade, não conseguiu encontrar emprego. Disse que o mesmo acontecia no meu país.
— Não se trata disso; deixei biologia porque queria trabalhar como ferreiro. Desde criança era fascinado por aqueles homens martelando o aço, compondo uma música estranha, espalhando fagulhas ao redor, colocando o ferro em brasa na água, criando nuvens de vapor. Eu era um biólogo infeliz, porque meu sonho era fazer o metal rígido ganhar formas suaves. Até que um dia apareceu um protetor.
— Um protetor?
— Digamos que, ao ver estas formigas fazendo exatamente o que estão programadas para fazer, você exclame: que fantástico! Os guardas são geneticamente preparados para sacrificar-se pela rainha, os operários carregam folhas dez vezes mais pesadas que eles, os engenheiros preparam túneis que resistem a tempestades e inundações. Entram em batalhas mortais com seus inimigos, sofrem pela comunidade, e jamais se perguntam: o que estamos fazendo aqui?
“Os homens tentam imitar a sociedade perfeita das formigas, e eu como biólogo estava cumprindo meu papel, até que alguém apareceu com esta pergunta:
“‘Você está contente com o que faz?’
“‘Eu disse: claro que estou, sou útil ao meu povo.’
“‘E isso basta?’
“Eu não sabia se bastava, mas disse que ele me parecia uma pessoa arrogante e egoísta.
“Ele respondeu: ‘pode ser. Mas tudo que você conseguirá é continuar repetindo o que vem sendo feito desde que o homem se entende por homem — manter as coisas organizadas’.
“‘Mas o mundo progrediu’, respondi. Ele perguntou se eu sabia história — claro que sabia. Fez outra pergunta: há milhares de anos já não éramos capazes de construir grandes edifícios, como as pirâmides? Não éramos capazes de adorar deuses, de tecer, de fazer fogo, de arranjar amantes e esposas, de transportar mensagens escritas? Claro que sim. Mas, embora nos tivéssemos organizado para substituir os escravos gratuitos por escravos com salário hoje em dia, todos os avanços tinham acontecido apenas no campo da ciência. Os seres humanos ainda continuavam com as mesmas perguntas de seus ancestrais. Ou seja — não tinham evoluído absolutamente nada. A partir deste momento, entendi que aquela pessoa que me fazia tais perguntas era alguém enviado pelo céu, um anjo, um protetor.”
— Por que o chama de protetor?
— Porque me disse que existiam duas tradições: uma que nos faz repetir a mesma coisa através dos séculos. A outra que nos abre a porta do desconhecido. Mas esta segunda tradição é incômoda, desconfortável, e perigosa, porque, se tiver muitos adeptos, terminará destruindo a sociedade que custou tanto para ser organizada tendo como exemplo as formigas. Portanto, esta segunda tradição tornou-se secreta, e só conseguiu sobreviver tantos séculos porque seus adeptos criaram uma linguagem oculta, através de símbolos.
— Você perguntou mais?
— Evidente, porque, embora eu negasse, ele sabia que eu não estava satisfeito com o que fazia. Meu protetor comentou: “tenho medo de dar passos que não estão no mapa, mas, apesar dos meus terrores, no final do dia a vida me parece muito mais interessante”.
“Insisti sobre a tradição, e ele disse algo como ‘enquanto Deus for apenas homem, teremos sempre alimento para comer e casa para morar. Quando a Mãe finalmente reconquistar sua liberdade, talvez tenhamos que dormir ao relento e viver de amor, ou talvez sejamos capazes de equilibrar emoção e trabalho’.
“O homem que viria a ser meu protetor, me perguntou: ‘se você não fosse biólogo, o que seria?’.
“Eu disse: ‘ferreiro, mas não dá dinheiro’. Ele respondeu: ‘pois quando se cansar de ser o que não é, vá divertir-se e celebrar a vida, batendo com um martelo em um ferro. Com o tempo, descobrirá que isso lhe dará mais do que prazer: lhe dará um sentido’.
“‘Como sigo esta tradição de que você falou?’
“‘Já disse, pelos símbolos’, respondeu ele. ‘Comece fazendo o que quer, e tudo o mais lhe será revelado. Acredite que Deus é mãe, cuida dos seus filhos, jamais deixa que nenhum mal lhe aconteça. Eu fiz isso, e sobrevivi. Descobri que existem outras pessoas que também fazem isso — mas são confundidas com loucas, irresponsáveis, supersticiosas. Procuram na natureza a inspiração que está ali, desde que o mundo é mundo. Construímos pirâmides, mas também desenvolvemos símbolos.’
“Tendo dito isso, foi embora e nunca mais o vi.
“Sei apenas que, a partir daquele momento, os símbolos começaram a aparecer porque meus olhos tinham sido abertos por aquela conversa. Custou muito, mas certa tarde disse à minha família que, embora eu tivesse tudo que um homem sonha, estava infeliz — na verdade, tinha nascido para ser ferreiro. Minha mulher reclamou, dizendo: você que nasceu cigano, que teve que enfrentar tantas humilhações para chegar onde chegou, agora vai querer voltar atrás? Meu filho ficou contentíssimo, porque também gostava de ver os ferreiros em nossa aldeia, e detestava os laboratórios das grandes cidades.
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