José Eça de Queirós - A Relíquia

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Ofegando, o assessor recaiu languidamente no escabelo. E logo Sareias volveu a arengar, sacudindo os braços para a multidão dos fariseus, como a evocar os seus protestos, e refugiando-se na sua força. Agora, mais retumbante, acusava Jesus, não da sua revolta contra Jeová e o templo, mas das suas pretensões como príncipe da casa de Davi! Toda a gente em Jerusalém o tinha visto, havia quatro dias, entrar pela Porta de Ouro, num falso triunfo, entre palmas verdes, cercado de uma multidão de galileus, que gritavam -«Hosana ao filho de Davi, hosana ao rei de Israel!...»

— Ele é o filho de Davi, que vem para nos tornar melhores! gritou ao longe a voz de Gade, cheia de persuasão e de amor.

Mas de repente Sareias colou ao corpo as mangas franjadas, mudo e mais teso que um conto de lança; o escriba romano, de pé, com os punhos fincados na mesa, vergava o cachaço reverente e nédio; o assessor sorria, atento. Era o Pretor que ia interrogar o Rabi; e eu, tremendo, vi um legionário empurrar Jesus, que ergueu a face...

Debruçado de leve para o Rabi, com as mãos abertas que pareciam soltar, deixar cair todo o interesse por esse pleito ritual de sectários arguciosos, Pôncio murmurou, enfastiado e incerto:

— És tu então o rei dos judeus?... Os da tua nação trazem-te aqui!... Que fizeste tu?... Onde é o teu reino?

O intérprete, enfatuado, perfilado junto ao sólio de mármore, repetiu muito alto estas cousas na antiga língua hebraica dos livros santos; e, como o Rabi permanecia silencioso, gritou-as na fala caldaica que se usa em Galiléia.

Então Jesus deu um passo. Eu ouvi a sua voz. Era clara, segura, dominadora e serena:

— O meu reino não é daqui! Se por vontade de meu pai eu fosse Rei de Israel, não estaria diante de ti com esta corda nas mãos... Mas o meu reino não é deste mundo!

Um grito estrugiu, desesperado:

— Tirai-o então deste mundo!

E logo, como lenha preparada que uma faísca inflama, o furor dos fariseus e dos serventes do templo irrompeu, crepitando, em clamores impacientes:

— Crucificai-o! Crucificai-o!

Pomposamente o intérprete redizia em grego ao Pretor os brados tumultuosos, lançados na língua siríaca que fala o povo em Judéia... Pôncio bateu o borzeguim sobre o mármore. Os dous lictores ergueram ao ar as varas rematadas numa figura de águia; o escriba gritou o nome de Caio Tibério; e logo os braços frementes se abaixaram, e foi como um terror diante da majestade do povo romano.

De novo Pôncio falou, lento e vago:

— Dizes então que és rei... E que vens tu fazer aqui?

Jesus deu outro passo para o Pretor. A sua sandália pousou fortemente sobre as lajes, como se tomasse posse suprema da terra. E o que saiu dos seus lábios trêmulos pareceu-me fulgurar, vivo no ar, como o resplendor que dos seus olhos negros saiu.

— Eu vim a este mundo testemunhar a verdade! Quem desejar a verdade, quem quiser pertencer à verdade tem de escutar a minha voz!

Pilatos considerou-o um momento, pensativo; depois, encolhendo os ombros:

— Mas, homem, o que é a verdade?

Jesus de Nazaré emudeceu, e no Pretório espalhou-se um silêncio, como se todos os corações tivessem parado, cheios subitamente de incerteza...

Então, apanhando devagar a sua vasta toga, Pilatos desceu os quatro degraus de bronze; e precedido dos lictores, seguido do assessor, penetrou no palácio, por entre o rumor de armas dos legionários que o saudavam, batendo o ferro das lanças sobre o bronze dos escudos.

Imediatamente elevou-se por todo o pátio um áspero e ardente sussurro, como de abelhas irritadas. Sareias perorava, brandindo o báculo, entre os fariseus que apertavam as mãos num terror. Outros, afastados, cochichavam sombriamente. Um grande velho, com um manto negro que esvoaçava, corria numa ânsia o Pretório, por entre os que dormiam ao sol, por entre os vendedores de pães ázimos, gritando: «Israel está perdido!» E eu vi levitas fanáticos arrancarem as borlas das túnicas, como numa calamidade pública.

Gade surgiu diante de nós, erguendo os braços triunfantes:

— O Pretor é justo e liberta o Rabi!...

E, com a face cheia de brilho, revelava-nos a doçura da sua esperança! O Rabi, apenas solto, deixaria Jerusalém — onde as pedras eram menos duras que os corações. Os seus amigos armados esperavam-no em Betânia; e partiriam ao romper da lua para o oásis de Engada! Lá estavam aqueles que o amavam. Não era Jesus o irmão dos essênios? Como eles o Rabi pregava o desprezo dos bens terrestres, a ternura pelos que são pobres, a incomparável beleza do reino de Deus...

Eu, crédulo, regozijava-me — quando um tumulto invadiu a galeria, que um escravo viera regar. Era o bando escuro dos fariseus, em marcha para o banco de pedra, onde Rabi Robã conversava com Manassés, enrolando docemente nos dedos os cabelos da criança, mais louros que os milhos. Topsius e eu corremos para a turba intolerante. Já Sareias, no meio, curvado, mas com a firmeza de quem intima, dizia:

— Rabi Robã, é necessário que vás falar ao Pretor e salvar a nossa lei!

E logo, de todos os lados, foi um suplicar ansioso:

— Rabi, fala ao Pretor! Rabi, salva Israel!

Lentamente o velho erguia-se, majestoso como um grande Moisés. E diante dele um levita, muito pálido, vergava os joelhos, murmurava a tremer:

— Rabi, tu és justo, sábio, perfeito e forte diante do Senhor!

Rabi Robã levantou as duas mãos abertas para o céu; e todos se curvaram como se o espírito de Jeová, obedecendo à muda invocação, tivesse descido para encher aquele coração justo. Depois, com a mão da criança na sua, pôs-se a caminhar em silêncio atrás a turba fazia um rumor de sandálias lassas, sobre as lajes de mármore.

Paramos, amontoados, diante da porta de cedro, onde o pretoriano cruzara a lança, depois de bater as argolas de prata. Os pesados gonzos rangeram; um tribuno do palácio acudiu, tendo na mão um longo galho de vide. Dentro era uma fria sala, mal alumiada, severa, com os muros forrados de estuques escuros. Ao centro erguia-se palidamente uma estátua de Augusto, com o pedestal juncado de coroas de louro e de ramos votivos; dous grandes tocheiros de bronze dourado reluziam aos cantos, na sombra.

Nenhum dos judeus entrou — porque pisar em dia pascal um solo pagão, era cousa impura diante do Senhor. Sareias anunciou altivamente ao tribuno que «alguns da nação de Israel, à porta do palácio de seus pais, estavam esperando o Pretor». Depois pesou um silêncio, cheio de ansiedade...

Mas dous lictores avançaram; e logo atrás, caminhando a passos largos, com a vasta toga apanhada contra o peito, Pilatos apareceu.

Todos os turbantes se curvaram, saudando o Procurador da Judéia. Ele parara junto à estátua de Augusto. E, como repetindo o gesto nobre da figura de mármore, estendeu a mão que segurava um pergaminho enrolado, e disse:

— Que a paz seja convosco e com as vossas palavras... Falai!

Sareias, vogal do Sanedrim, adiantando-se, declarou que os seus corações vinham em verdade cheios de paz... Mas, tendo o Pretor deixado o Pretório, sem confirmar nem anular a sentença do Sanedrim, que condenava Jesus-ben-José — eles se achavam como o homem que vê a uva na vinha, suspensa, sem secar e sem amadurecer!

Pôncio pareceu-me penetrado de eqüidade e demência.

— Eu interroguei o vosso preso — disse ele; e não lhe achei culpa que deva punir o Procurador da Judéia... Antipas Herodes, que é prudente e forte, que pratica a vossa lei e ora no vosso templo, interrogou-o também e nenhuma culpa nele encontrou... Esse homem diz apenas cousas incoerentes, como os que falam em sonhos... Mas as suas mãos estão puras de sangue; nem ouvi que ele escalasse o muro do seu vizinho... César não é um amo inexorável... Esse homem é apenas um visionário.

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