José Eça de Queirós - A Relíquia
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Assim diante de mim falou Osânias, filho de Beotos, e membro de Sanedrim.
Então o magro historiador dos Herodes, cruzando com reverência as mãos sobre o peito, saudou três vezes aqueles homens facundos. Gade, imóvel, orava. No azul da janela uma abelha cor de ouro zumbia, em tomo da flor de madressilva. E Topsius dizia com pompa:
— Homens que me haveis acolhido! A verdade abunda nos vossos espíritos, como a uva abunda nas videiras! Vós sois três torres que guardais Israel entre as nações; uma defende a unidade da religião; outra mantém o entusiasmo da pátria; e a terceira, que és tu, venerando filho de Beotos, cauto e ondeante como a serpente que amava Salomão, protege uma cousa mais preciosa, que é a ordem!... Vós sois três torres; e contra cada uma o Rabi de Galiléia ergue o braço e lança a primeira pedrada! Mas vós guardais Israel e o seu Deus e os seus bens, e não vos deveis deixar derrocar!... Em verdade, agora o reconheço, Jesus e o judaísmo nunca poderiam viver juntos.
E Gamaliel, com o gesto de quem quebra uma vara frágil, disse, mostrando os dentes brancos:
— Por isso o crucificamos!
Foi como uma faca acerada que, lampejando e salvando, se viesse cravar no meu peito! Arrebatei, sufocado, a manga do douto historiador:
— Topsius! Topsius! Quem é esse Rabi que pregava em Galiléia e faz milagres e vai ser crucificado?
O sábio doutor arregalou os olhos com tanto pasmo, como se eu lhe perguntasse qual era o astro que, dalém d9s montes, traz a luz da manhã. Depois, secamente:
— Rabi Jeschoua bar Joseph, que veio de Nazaré em Galiléia, a quem alguns chamam Jesus e outros também chamam o Cristo.
— O nosso! — gritei, vacilando, como um homem atordoado. E os meus joelhos católicos quase bateram as lajes, num impulso de ficar ali caído, enrodilhado no meu pavor, rezando desesperadamente e para sempre. Mas logo como uma labareda chamejou por todo o meu ser o desejo de correr ao seu encontro e pôr os meus olhos mortais no corpo do meu Senhor, no seu corpo humano e real, vestido do linho de que os homens se vestem, coberto com o pó que levantam os caminhos humanos!... E ao mesmo tempo, mais do que treme a folha num áspero vento, tremia a minha alma num terror sombrio, o terror do servo negligente diante do amo justo! Estava eu bastante purificado, com jejuns e terços, para afrontar a face fulgurante do meu Deus? Não! Oh mesquinha e amarga deficiência da minha devoção! Eu não beijara jamais, com suficiente amor, o seu pé dorido e roxo na sua Igreja da Graça! Ai de mim! Quantos domingos, nesses tempos carnais em que a Adélia, sol da minha vida, me esperava na Travessa dos Caídas, fumando e em camisa, não maldissera eu a lentidão das missas e a monotonia dos septenários! E sendo assim, do crânio à sola dos pés uma crosta de pecado, como poderia meu corpo não tombar, já réprobo, já tisnado, quando os dous globos dos olhos do Senhor, como duas metades do céu, se voltassem vagarosamente para mim?
Mas ver Jesus! Ver como eram os seus cabelos, que pregas fazia a sua túnica, e o que acontecia na terra quando os seus lábios se abriam!... Para além desses eirados onde as mulheres atiravam grãos às pombas; numa dessas ruas de onde me chegava claro e cantado o pregão dos vendedores de pães ázimos, ia passando talvez, nesse temeroso instante, entre barbudos, graves soldados romanos, Jesus, meu Salvador, com uma corda amarrada nas mãos. A lenta aragem que balançava na janela o ramo de madressilva, e lhe avivava o aroma, acabava talvez de roçar a fronte do meu Deus, já ensangüentada de espinhos! Era só empurrar aquela porta de cedro, atravessar o pátio onde gemia a mó do moinho doméstico, e logo, na rua, eu poderia ver, presente e corpóreo, o meu Senhor Jesus tão realmente e tão bem como o viram São João e São Mateus. Seguiria a sua sacra sombra no muro branco — onde cairia também a minha sombra. Na mesma poeira que as minhas solas pisassem — beijaria a pegada ainda quente dos seus pés! E abafando com ambas as mãos o barulho do meu coração, eu poderia surpreender, saído da sua boca inefável, um ai, um soluço, um queixume, uma promessa! Eu saberia então uma palavra nova do Cristo, não escrita no Evangelho; e só eu teria o direito pontifical de a repelir às multidões prostradas. A minha autoridade surgia, na Igreja, como a de um testamento novíssimo. Eu era uma testemunha inédita da paixão. Tomava-me S. Teodorico Evangelista!
Então, com uma desesperada ansiedade, que espantou aqueles orientais de maneiras mesuradas, eu gritei:
— Onde o posso ver? Onde está Jesus de Nazaré, meu Senhor?
Nesse momento um escravo, correndo na ponta leve das sandálias, veio cair de bruços nas lajes, diante de Gamaliel; beijava-lhe as franjas da túnica; as suas costelas magras arquejavam; por fim murmurou, exausto:
— Amo, o Rabi está no Pretório!
Gade emergiu da sua oração com um salto de fera, apertou em torno dos rins a corda de nós, e correu arrebatadamente, com o capuz solto, espalhando em redor o sulco louro dos seus cabelos revoltos. Topsius traçara a sua capa branca, com essas pregas de toga latina que lhe davam a solenidade de um mármore; e tendo comparado a hospitalidade de Gamaliel à de Abraão, bradou-me triunfantemente:
— Ao Pretório!
Muito tempo segui Topsius através da antiga Jerusalém, numa caminhada ofegante, todo perdido no tumulto dos meus pensamentos. Passamos junto a um jardim de rosas, do tempo dos profetas, esplêndido e silencioso que dous levitas guardavam com lanças douradas. Depois foi uma rua fresca, toda aromatizada pelas lojas dos perfumistas, ornadas de tabuletas em forma de flores e de almofarizes; um toldo de esteiras finas assombreava as portas; o chão estava regado e juncado de erva-doce e de folhas de anêmonas; e pela sombra preguiçavam moços lânguidos, de cabelos frisados em cachos, de olheiras pintadas, mal podendo erguer, nas mãos pesadas de anéis, as sedas roçagantes das túnicas cor de cereja e cor de ouro. Além dessa rua indolente abria-se uma praça, que escaldava ao sol, com uma poeira grossa e branca, onde os pés se enterravam; solitária, no meio, uma vetusta palmeira arqueava o seu penacho, imóvel e como de bronze; e ao fundo, negrejavam na luz as colunatas de granito do velho palácio de Herodes. Aí era o Pretório.
Defronte do arco de entrada, onde rondavam, com plumas pretas no elmo reluzente, dous legionários da Síria — um bando de raparigas, tendo detrás da orelha, uma rosa e no regaço coifas de esparto, apregoavam os pães ázimos. Sob um enorme guarda-sol de penas, cravado no chão, homens de mitra de feltro, com tábuas sobre os joelhos e balanças, trocavam a moeda romana. E os vendedores de água, com os seus odres felpudos, lançavam um grito trêmulo. Entramos: e logo um terror me envolveu.
Era um claro pátio, aberto sob o azul, lajeado de mármore, tendo de cada lado uma arcada, elevada em terraço, com parapeito, fresca e sonora como um claustro de mosteiro. Da arcaria ao fundo, encimada pela frontaria austera do palácio, estendia-se um velário, de um estofo escarlate franjado de ouro, fazendo uma sombra quadrada e dura; dous mastros de pau de sicômoro sustentavam-no, rematados por uma flor de lótus.
Aí apertava-se um magote de gente — onde se confundiam as túnicas dos fariseus orladas de azul, o rude saião de estamenha dos obreiros apertado com um cinto de couro, os vastos albornozes listrados de cinzento e branco dos homens de Galiléia, e a capa carmesim de grande capuz dos mercadores de Tiberíade; algumas mulheres, já fora do abrigo do velário, alçavam-se na ponta das chinelas amarelas, estendendo por cima do rosto contra o sol uma dobra do manto ligeiro; e daquela multidão saía um cheiro morno de suor e de mirra. Para além, por cima dos turbantes alvos apinhados, brilhavam pontas de lança. E ao fundo, sobre um sólio, um homem, um magistrado, envolto nas pregas nobres de uma toga pretexta, e mais imóvel que um mármore, apoiava sobre o punho forte a barba densa e grisalha; os seus olhos encovados pareciam indolentemente adormecidos; uma fita escarlate prendia-lhe os cabelos; e por trás, sobre um pedestal que fazia espaldar à sua cadeira curul, a figura de bronze da loba romana abria de través a goela voraz. Perguntei a Topsius quem era aquele magistrado melancólico.
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