José Eça de Queirós - A Relíquia
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Ao nosso lado ia marchando fatigado um harpista egípcio, com uma pluma escarlate presa na peruca frisada, um pano branco envolvendo-lhe a cinta fina, os braços pesados de braceletes, e a harpa às costas, recurva como uma foice e lavrada em flores de lótus. Topsius perguntou-lhe se ele vinha de Alexandria. E ainda se cantavam, nas tabernas do Eunotos, as cantigas da batalha de Ácio? O homem, logo mostrando num riso triste os dentes longos, pousou a harpa, ia ferir os bordões... Picamos as éguas; e assustamos duas mulheres cobertas de véus amarelos, com casais de pombas enroladas na ponta do manto, que se apressavam decerto para o templo, airosas, ligeiras, fazendo retinir os guizos das suas sandálias.
Aqui e além um lume caseiro ardia no meio da rua, com trempes, caçarolas, de onde saía um cheiro acre de alho; crianças de ventre enorme que rolavam nuas pela poeira, roendo vorazmente cascas de abóbora crua, ficavam pasmadas para nós, com grandes olhos ramelosos onde fervilhavam moscas. Diante de uma forja, um bando hirsuto de pastores de Moabe esperavam, enquanto dentro, martelando num nimbo de chispas, os ferreiros lhes batiam ferros novos para as lanças. Um negro, com um pente em forma de sol toucando-lhe a carapinha, apregoava, num grito lúgubre, bolos de centeio de feitios obscenos.
Calados, atravessamos uma praça, clara e lajeada, que andava em obras. Ao fundo uma casa de banhos, moderna, uma terma romana, estendia com ar de luxo e de ociosidade a longa arcada do seu pórtico de granito; no pátio interior, por entre os plátanos que o refrescavam, cujos ramos suspendiam velários de linho alvo, corriam escravos nus, reluzentes de suor, levando vasos de essências e braçadas de flores; das aberturas gradeadas, ao rés das lajes, saía um bafo mole de estufa que cheirava a rosa. E sob uma das colunas vestibulares, onde uma lápide de ônix indicava a entrada das mulheres, estava de pé, imóvel, ofertando-se aos votos como um ídolo, uma criatura maravilhosa; sobre a sua face redonda, de uma brancura de lua cheia, com lábios grossos, rubros de sangue, erguia-se a mitra amarela das prostitutas da Babilônia; dos ombros fortes, por cima da túmida rijeza dos seios direitos, caía, em pregas duras de brocado, uma dalmática negra radiantemente recamada de ramagens cor de ouro. Na mão tinha uma flor de cacto; e as suas pálpebras pesadas, as pestanas densas, abriam-se e fechavam-se em ritmo, ao mover onduloso de um leque que uma escrava preta, agachada a seus pés balançava cantando. Quando os seus olhos se cerravam, tudo em redor parecia escurecer; e quando se levantava a negra cortina das suas pestanas, vinha dessa larga pupila um clarão, uma influência, como a do sol do meio-dia no deserto, que abrasa e vagamente entristece. E assim se ofertava, magnífica, com os seus grandes membros de mármore, a sua mitra fulva, lembrando os ritos de Astarté e de Adônis, lasciva e pontifical...
Toquei no braço de Topsius, murmurei, pálido:
— Caramba! Vou aos banhos!
Seco, empertigado na sua capa branca, ele volveu asperamente:
— Espera-nos Gamaliel, filho de e Simeão. E a sabedoria dos rabis lá disse que a mulher é o caminho da iniquidade!
E bruscamente penetrou numa lobrega viela, toda abobadada; as patas das éguas, ferindo as lajes, acirraram contra nós uivos de cães, maldições de mendigos, amontoados juntos no escuro. Depois saltamos por uma brecha da antiga muralha de Ezequiá, passamos uma velha cisterna seca onde os lagartos dormiam; e trotando pela poeira solta de uma longa rua, entre muros caiados que reluziam e portas besuntadas de alcatrão, paramos no alto diante de uma entrada mais nobre, em arco, com uma grande baixa de arame que a defendia dos escorpiões. Era a casa de Gamaliel.
No meio de um vasto pátio ladrilhado, escaldando ao sol, um limoeiro toldava a água clara de um tanque. Em volta, sobre pilastras de mármore verde, corria uma varanda, silenciosa e fresca, de onde pendia, aqui e além, um tapete da Assíria com flores bordadas. Um puro azul brilhava no alto; — e ao canto, sob um alpendre, um negro, atrelado por cordas como uma alimária a uma barra de pau, calçado de ferraduras, vincado de cicatrizes, ia fazendo gemer e girar, lentamente, a grande mó de pedra do moinho doméstico.
No escuro de uma porta apareceu um homem obeso, sem barba, quase tão amarelo como a túnica lassa que o envolvia todo; tinha na mão uma vara de marfim e mal podia erguer as pálpebras moles.
— Teu amo? — gritou-lhe Topsius, desmontando.
Entra — disse o homem numa voz fugidia e fina como silvo de cobra.
Por uma escadaria rica de granito negro chegamos a um patamar, onde pousavam dous candelabros, espigados como os arbustos de que reproduziam, em bronze, o tronco sem folhas; e entre eles estava de pé, diante de nós, Gamaliel, filho de Simeão. Era muito alto, muito magro; e a barba solta, lustrosa, perfumada, enchia-lhe o peito, onde brilhava um sinete de coral pendurado de uma fita escarlate. O seu turbante branco, entremeado de fios de pérolas, descobria uma tira de pergaminho colada sobre a testa e cheia de textos sagrados; sob aquela alvura, os seus olhos encovados tinham um fulgor frio e duro. Uma longa túnica azul cobria-o até às sandálias, orlada de compridas franjas que arrastavam; e cozidas às mangas, enroladas nos pulsos, tinha ainda outras tiras de pergaminho, onde negrejavam outras escrituras rituais.
Topsius saudou-o à moda do Egito, deixando cair lentamente a mão até à joalheira da sua calça de lustrina. Gamaliel alargou os braços e murmurou, como salmodiando:
— Entrai, sede bem-vindos, comei e regozijai-vos...
E atrás de Gamaliel, pisando um chão sonoro de mosaico, penetramos numa sala onde se achavam três homens. Um, que se afastou da janela para nos acolher, era magnificamente belo, com longos cabelos castanhos, pendendo em anéis doces em torno de um pescoço forte, macio e branco como um mármore corintio; na faixa negra que lhe apertava a túnica brilhava, com pedrarias, o punho de ouro de uma espada curta. O outro, calvo, gordo, com uma face balofa sem sobrancelhas, e tão lívida que parecia coberta de farinha, ficara encruzado, embrulhado no seu manto cor de vinho, sobre um divã feito de correias, tendo uma almofada de púrpura debaixo de cada braço; e o seu gesto de acolhida foi mais distraído e desdenhoso, do que a esmola que se atira ao estrangeiro. Mas Topsius quase se prostrara, a beijar os seus sapatos redondos de couro amarelo, atados por fios de ouro, porque aquele era o venerando Osânias, da família pontifical de Beotos, ainda do sangue real de Aristóbolo! O outro homem não o saudamos, nem ele também nos viu; estava agachado a um canto, com a face sumida no capuz de uma túnica de linho mais alvo que a neve fresca, como mergulhado numa oração; e só de vez em quando se movia, para limpar as mãos lentamente a uma toalha da fina brancura da túnica, que lhe pendia de uma corda, apertada à cintura, grossa e cheia de nós, como as que cingem os monges.
No entanto, descalçando as luvas, eu examinava o teto da sala, todo de cedro, com lavores retocados de escarlate. O azul liso e lustroso das paredes era como a continuação daquele céu do Oriente, quente e puro, que resplandecia através da janela, onde se destacava, pendido do muro, na plena luz, um ramo solitário de madressilva. Sobre uma tripeça, incrustada de nácar, num incensador de bronze, fumegava uma resina aromática.
Mas Gamaliel aproximara-se, e depois de ter olhado duramente as minhas botas de montar, disse com lentidão:
— A jornada do Jordão é longa, deveis vir esfomeados...
Murmurei polidamente uma recusa... E ele, grave como se recitasse um texto:
— A hora do meio-dia é a mais grata ao Senhor. José disse a Benjamim: «tu comerás comigo ao meio-dia». Mas a alegria do hóspede é também doce ao muito alto, ao muito forte... Estais fracos, ides comer, para que a vossa alma me abençoe.
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