José Eça de Queirós - A Relíquia
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Bateu as palmas; um servo, com os cabelos apertados num diadema de metal, entrou trazendo um jarro cheio de água tépida que cheirava a rosa, onde eu purifiquei as mãos; outro ofereceu bolos de mel sobre viçosas folhas de parra; outro verteu, em taças de louça brilhante, um vinho forte e negro de Emaús. E para que o hóspede não comesse só, Gamaliel partiu um gomo de romã, e com as pálpebras cerradas levou à beira dos lábios uma malga, onde boiavam pedaços de gelo entre flores de laranjeira.
— Pois agora — disse eu lambendo os dedos — tenho lastro até ao meio-dia...
— Que a tua alma se regozije!
Acendi um cigarro, debrucei-me na janela. A casa de Gamaliel ficava num alto, decerto por trás do templo, sobre a colina de Orfel; ali o ar era tão doce e macio, que só o sentir a sua carícia enchia de paz o coração. Por baixo corria a muralha nova erguida por Herodes, o Grande; e para além floriam jardins e pomares, dando sombra ao Vale da Fonte, e subindo até à colina, em que branquejava, calada e fresca, a aldeia de Siloé. Por uma fenda, entre o Monte do Escândalo e a Colina dos Túmulos, eu via resplandecer o Mar Morto como uma chapa de prata; as montanhas de Moabe ondulavam depois, suaves, de um azul apenas mais denso que o do céu; e uma forma branca, que parecia tremer na vibração da luz, devia ser a cidadela de Maqueros sobre o seu rochedo, nos confins da Iduméia. No terraço relvoso de uma casa, ao pé das muralhas, uma figura imóvel, abrigada sob um alto guarda-sol franjado de guizos, olhava como eu para esses longes da Arábia; e ao lado uma rapariga, ligeira e delgada, com os braços nus e erguidos, chamava um bando de pombas que esvoaçavam em redor. A túnica aberta descobria-lhe o seiozinho cheio de seiva; e era tão linda, morena e dourada pelo sol, que eu ia, no silêncio do ar, atirar-lhe um beijo... Mas recolhi, ouvindo Gamaliel que dizia, como o homem do manto cor de açafrão no Monte das Oliveiras: «Sim esta noite, em Betânia, Rabi Jeschoua foi preso...»
Depois ajuntou, lento, com os olhos semicerrados, erguendo por entre os dedos os longos fios da barba:
— Mas Pôncio teve um escrúpulo... Não quis julgar um homem de Galiléia, que é súdito de Antipas Herodes... E como o tetrarca veio à Páscoa a Jerusalém, Pôncio mandou o Rabi à sua morada, a Bezeta...
Os doutos óculos de Topsius rebrilharam de espanto.
— Cousa estranha! — exclamou, abrindo os braços magros. — Pôncio escrupuloso, Pôncio formalista! E desde quando respeita Pôncio a judicatura do tetrarca? Quantos pobres galileus não fez ele matar sem licença do tetrarca, quando foi da revolta do aqueduto, quando espadas romanas, por ordem de Pôncio, misturaram, nos pátios do templo, o sangue dos homens de Neftali ao sangue dos bois do sacrifício!
Gamaliel murmurou sombriamente:
— O romano é cruel, mas escravo da legalidade.
Então Osânias, filho de Beotos, disse com um sorriso mole e sem dentes, agitando de leve, sobre a púrpura das almofadas, as mãos resplandecentes de anéis:
— Ou talvez seja que a mulher de Pôncio proteja o Rabi.
Gamaliel, surdamente, amaldiçoou o impudor da romana. E como os óculos de Topsius interrogavam o venerando Osânias, ele admirou-se que o doutor ignorasse cousas tão conversadas no templo, até pelos pastores que vêm da Iduméia vender os cordeiros da oferenda. Sempre que o Rabi pregava no Pórtico de Salomão, do lado da Porta Susa, Cláudia vinha vê-lo do alto do terraço da Torre Antônia, só, envolta num véu negro... Menahem, que guardava no mês de Tebete a escadaria dos Gentis, vira a mulher de Pôncio acenar com o véu ao Rabi. E talvez Cláudia, saciada de Cápreas, de todos os cocheiros do circo, de todos os histriões de Suburra, e dos brinquedos de Atalanta que fizeram perder a voz ao cantor Ácio, quisesse provar, vindo à Síria, a que sabiam os beijos de um profeta de Galiléia...
O homem vestido de linho alvo ergueu bruscamente a face, sacudindo o capuz de sobre os cabelos revoltos; o seu largo olhar azul fulgurou por toda a sala, num relâmpago, e apagou-se logo, sob a humildade grave das pestanas que se baixaram... Depois murmurou, lento e severo:
— Osânias, o Rabi é casto!
O velho riu, pesadamente. Casto, o Rabi! E então essa galiléia de Magdala, que vivera no bairro de Bezeta, e nas festas do Prurim se misturava com as prostitutas gregas às portas do teatro de Herodes?... E Joana, a mulher de Cosna, um dos cozinheiros de Antipas? E outra de Efraim, Susana, que uma noite, a um gesto do Rabi, a um aceno do seu desejo, deixara o tear, deixara os filhos, e com o pecúlio doméstico, escondido na ponta do manto, o seguira até Cesaréia?...
— Oh Osânias! — gritou, batendo palmas folgazãs, o homem formoso que tinha uma espada com pedrarias. — Oh filho de Beotos, como tu conheces, uma a uma, as incontinências de um Rabi galileu, filho das ervas do chão e mais miserável que elas!
Nem que se tratasse de Élio Lama, nosso legado imperial, que o Senhor cubra de males!
Os olhos de Osânias, miudinhos como duas contas de vidro negro, reluziram de agudeza e malícia.
— Oh Manassés! E para que vós outros, os patriotas, os puros herdeiros de Judas de Galaunítida, não nos acuseis sempre, a nós saduceus, de saber só o que se passa no átrio dos sacerdotes e nos eirados da casa de Hanão...
Uma tosse rouca reteve-o um espaço, sufocando, sob a ponta do manto em que vivamente se embuçara. Depois, mais quebrado, com laivos roxos na face farinhenta:
— Que em verdade foi justamente na casa de Hanão que ouvimos isto a Menahem, passeando todos debaixo da vinha... E mesmo nos contou ele que esse Rabi de Galiléia chegava, no seu impudor, a tocar fêmeas pagás, e outras mais impuras que o porco... Um levita viu-o, na estrada de Siquém, erguer-se afogueado, detrás da borda de um poço, com uma mulher de Samaria!
O homem coberto de alvo linho ergueu-se de um salto, todo direito e trêmulo; e no grito que lhe escapou, havia o horror de quem surpreendeu a profanação de um altar!
Mas Gamaliel, com uma seca autoridade, cravou nele os olhos duros:
— Oh Gade, aos trinta anos o Rabi não é casado! Qual é o seu trabalho? Onde está o campo que lavra? Alguém jamais conheceu a sua vinha? Vagabundeia pelos caminhos e vive do que lhe ofertam essas mulheres dissolutas! E que outra cousa fazem esses moços sem barba de Sibáris e de Lesbos, que passeiam todo o dia na Via Judiciária, e que vós outros, essênios, abominais de tal sorte, que correis a lavar as vestes numa cisterna, se um deles roça por vós?... Tu ouviste Osânias, filho de Beotos... Só Jeová é grande! E em verdade te digo que, quando Rabi Jeschoua, desprezando a lei, dá à mulher adúltera um perdão que tanto cativa os simples, cede à frouxidão da sua moral e não à abundância da sua misericórdia!
Com a face abrasada, e atirando os braços ao ar, Gade bradou:
— Mas o Rabi faz milagres!
E foi o famoso Manassés, com um sereno desdém, que respondeu ao essênio:
— Sossega, Gade, outros têm feito milagres! Simão de Samaria fez milagres. Fê-los Apolônio, e fê-los Gabieno... E que são os prodígios do teu galileu comparados aos das filhas do Grão-Sacerdote Ánio, e aos do sábio Rabi Quequiná?
E Osânias escarnecia a simpleza de Gade:
— Em verdade, que aprendeis vós outros, essênios, no vosso oásis de Engada? Milagres! Milagres até os pagãos os fazem! Vai a Alexandria, ao porto do Eunotos, para a direita, onde estão as fábricas de papiros, e vês lá magos fazendo milagres por uma dracma, que é o preço de um dia de trabalho. Se o milagre prova a divindade, então é divino o peixe Oanes, que tem barbatanas de nácar e prega nas margens do Eufrates, em noites de lua cheia!
Gade sorria com altivez e doçura. A sua indignação expirara sob a imensidão do seu desdém. Deu um passo vagaroso, depois outro, e considerando, apiedadamente, aqueles homens enfatuados, endurecidos e cheios de irrisão:
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