João Deus - Flores do Campo

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Dá-me uma saudade em me lembrando
O bello tempo que passei com ellas,
Por essa immensa abobada de estrellas,
Por esse mar de fogo viajando…

Andasse ainda eu lá, que não me havia
De vêr por estes charcos atolado,
Onde nem sol nem lua me alumia.

Andasse ainda eu lá, desenganado
Mesmo já como estou de achar um dia
A patria d’aonde ando desterrado.

* * *

Pois se o homem, se anjo e nume,
Planta e flôr,
Dá seu canto, luz, perfume,
Crença e amor;

Pois se tudo sobre a terra
Que ame alguem,
Rosa ou espinho, quanto encerra
Dá, se o tem;

Se os carvalhos, nus, medonhos,
Veste abril;
Se inda a noite presta aos sonhos
Graças mil;

Se onde ha ramo, voz uma ave
Desprendeu;
Se onde ha folha, gotta suave
Cahe do céo;

Se na praia, quando a onda
Vem de lá,
Beijos, antes que se esconda,
Mil lhe dá;

Tambem, anjo meu saudoso!
Te hei de emfim
Ah! dar quanto de precioso
Sinto em mim!

Dou-te o nectar, que me acalma;
Toma-o tu!
Sim, meu pranto; mais uma alma
Que eu possuo!

Dou-te os sonhos meus ardentes,
Mas leaes;
Dou-te as notas mais cadentes
Dos meus ais!

Do que ha lindo, tudo quanto
Me seduz;
D’esta vida, riso e pranto,
Noite e luz!

Dou-te o genio meu, que á sorte
Vês fluctuar
Sem mais véla, sem mais norte
Que esse olhar!

Dou-te a lyra, que me inspiras,
Sonho meu!
Que suspira, se suspira,
Flôr do céo!

Dou-te; aceita: tudo é santo,
Tudo, flôr!
Dou-te uma alma toda encanto,
Toda amor!

V. Hugo.

Coimbra.

FLÔR E BORBOLETA

Tu vôas, borboleta! e que eu não possa
Voar, amor!
Diversa como é n’isto sorte nossa!
Dizia a flôr.

No valle, ambas irmãs, nascidas fomos;
És como eu sou;
E amamo-nos, e flôres ambas somos,
Mas eu não vôo.

A ti leva-te o ar; prende-me a terra
A mim; e eu
Como hei-de perfumar-te em valle e serra,
E lá no céo!…

Mais longe inda tu vás, por outras flôres…
Girar, talvez,
Em quanto a minha sombra, meus amores!
Gira a meus pés!

E vens-me vêr depois, mas vaes-te embora,
Sabendo, assim,
Que em lagrimas me encontra sempre a aurora!
Pobre de mim!

Acabem-se estas mágoas, meu thesoiro
E meu amor!
Cria raiz ou dá-me as azas de oiro,
Celeste flôr!

V. Hugo.

Coimbra.

REMOINHO

Olha como embrulhado
Que está ainda o céo
E o chão, como ensopado
Da agua que choveu…

Foi um diluvio d’agua;
E o furacão, que fez,
Emilia! até dá mágoa
Tantos estragos: vês?

Esta infeliz víuva,
Foi-lhe o telhado ao ar;
Depois, já nem da chuva
Tinha onde se abrigar.

De mais a mais sósinha,
Sem ter nenhum dos seus
Aqui ao pé; ceguinha…
Bemdito seja Deus!

Além n’aquelle serro
Parece que raspou
Com uma pá de ferro
A terra que encontrou.

Nem um só pé de trigo
És lá capaz de vêr.
Já eu disse commigo:
Como póde isto ser?

As arvores arranca
O vento muito bem;
Serve-lhe de alavanca
A rama que ellas tem.

Vem de lá elle e, topa
N’uma arvore, o que faz?
Enrola-se na copa
E, tronco e tudo, zás!

Que as folhas não são nada,
Uma por uma, não;
Mas já uma pernada…
Tão poucas ellas são?

Vê lá se o teu cabello
É para comparar;
Mas, possa alguem sustel-o,
Levanta-te no ar.

Aqui um loureirinho,
Que era o que havia só,
Encontra-o no caminho,
Ia-o fazendo em pó.

D’aqui passa, á maneira
Assim d’um caracol,
Áquella farrobeira
Põe-lhe a raiz ao sol.

Aquelle enorme tronco
Quiz resistir, depois,
Ouviu-se um grande ronco,
Quando o eu vejo em dois.

Andava a rama toda,
Emilia! assim, vês tu?
Á roda, á roda, á roda,
Eis senão quando, rhuh!

Foi quando veio o outro
Urrando como um boi,
Oh que horroroso encontro!
Então é que ella foi.

Vês uma cobra enorme
Á calma, quando está
Grande calor, conforme
As tenho visto já?

Que não tem ar avonde,
Falta-lhe já o ar,
Quer sangue ou agua onde
Se possa refrescar;

Anceia-se, sacode
O corpo todo a vêr
Se vôa, mas não póde;
Voar não póde ser;

E como não supporta
Já o calor do chão,
Ao vêr-se quasi morta
De raiva e afflicção,

Apenas finca a ponta
Do rabo em terra, e sái;
E faça-se de conta
Que é a voar que vai

N’aquellas roscas todas
Que, olhando-se-lhes bem,
São outras tantas rodas
Em cima d’onde vem;

N’aquelle parafuso
– Aquelle rodopio,
Á roda como um fuso
Suspenso pelo fio;

Com a cabeça chata,
Aquelle olhar feroz,
Aquelle olhar que mata
Sempre de fito em nós?

Assim d’essa maneira
É que elle vinha, o tal;
Salta-lhe á dianteira
Este de força igual;

E assim que se avistaram,
Não sei o que lhes dá;
Ficam suspensos, param,
Como com medo já;

Aquelles sorvedouros,
Em vez de remoinhar,
Parecem-se dois touros
Jogando a terra ao ar;

Ouvia-se a oliveira
Zunir no ar, então,
D’um para o outro inteira,
Nem bala de canhão;

E assim se vão chegando
Cada vez mais, até
Que eu ólho, eis senão quando
Vejo… mas vejo o que?

. . . . . . . . . . . . . . .

Messines.

AMORES, AMORES…

Não sou eu tão tola
Que cáia em casar;
Mulher não é rola,
Que tenha um só par:
Eu tenho um moreno,
Tenho um de outra côr,
Tenho um mais pequeno,
Tenho outro maior.

Que mal faz um beijo,
Se apenas o dou
Desfaz-se-me o pejo,
E o gosto ficou?

Um d’elles por graça
Deu-me um, e depois,
Gostei da chalaça,
Paguei-lhe com dois.

Abraços, abraços
Que mal nos farão?
Se Deus me deu braços,
Foi essa a razão.
Um dia que o alto
Me vinha abraçar,
Fiquei-lhe d’um salto
Suspensa no ar.

Amores, amores.
Deixál-os dizer;
Se Deus me deu flôres,
Foi para as colher.
Eu tenho um moreno,
Tenho um de outra côr,
Tenho um mais pequeno,
Tenho outro maior.

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