João Deus - Flores do Campo

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Vós sois velhinha, já não tendes côres
Que o rosto animem e que os olhos prendam,
Mas tendes prendas que o amor accendam,
Tendes ainda no inverno… flôres.

Evora.

ROSA E ROSAS

A Rosa trouxe-me rosas
E nada mais natural,
Mas eu prendas tão mimosas
É que não tenho; inda mal.

Quando tinha, se me désse,
Não digo mais que uma flôr,
Talvez de flôres lhe enchesse
Esses cofrinhos d’amor.

Aguas passadas, Rosinha!
Deixal-o; veja se vê
N’este chão que já foi vinha
Coisa que ainda se dê.

Veja e escolha. Está na mesa
O que ha em casa; é tirar
– Tirar com toda a franqueza;
Inda hão-de espinhos sobrar.

Mas se espinhos, mas se abrolhos
Lhe não agradam, amor!
Mire-se bem nos meus olhos,
Que ha-de ahi vêr… uma flôr.

Evora.

A HERMANN

Por occasião d’um beneficio a um asylo

«Conchega a mãi ao peito o filho caro;
Estende a pomba as azas no seu ninho
Pelos filhinhos seus.
Embala o arbusto agreste; o fructo amaro.
Guia a bussola o nauta em seu caminho,
Como um dedo de Deus.

«Bebe a nuvem no mar, no rio a fera;
Acha o tigre covil na antiga Hyrcania,
Hoje em dia, Ghilã;
Renasce a planta á luz da primavera,
E no calix da flôr gotta espontanea
Cahe á luz da manhã.

«Só eu no mundo um gosto em vão pretendo:
Guebro entre os persas, entre os indios pária,
Judeu entre christãos,
Só eu debalde ao céo as mãos estendo,
Como o naufrago á praia solitaria
Debalde estende as mãos.

«Tenho no livro azul onde Elle escreve
Esse nome, que nunca pronuncia
Quem bem o soletrou,
Mil vezes tenho lido que não deve
Queixar-se mais que a flôr que vive um dia
Um verme como eu sou.

«Porém, chorando, as mágoas diminuem.
Custa muito soffrer sem que um gemido
Ah! solte a nossa dôr.
E se aos olhos as lagrimas affluem,
É que este allivio nosso é permittido.
O céo orvalha a flor.»

Diz isto o orphão. De alma os ais lhe sahem,
Como os suspiros de harpa eolea em ermo.
Ninguem no mundo o ouviu.
Mas, se a teus pés as lagrimas lhe cahem,
Tocou a mão de Christo a mão do enfermo;
O Lazaro surgiu.

Por isso, Hermann! espantas-me. Não scismo
Nos prodigios da milagrosa vara
Que o Senhor Deus te deu.
Teu coração, Moysés do christianismo!
Tua alma é que eu admiro, e te invejára
Se o que é teu… fosse teu.

Coimbra.

PRESENTIMENTO

Emilia! não vês a lua
Como vacilla e fluctua,
Ora avança, ora recúa,
E não ha passar d’alli?
Tu és a imagem d’ella;
És tão sympathica e bella,
Meiga e timida, que ao vêl-a
Me lembra sempre de ti!

Tu és o botão de rosa
Que abraçado á mãi formosa
Só folga, só vive e goza
N’aquella triste união;
Treme até de ouvir a aragem
Passar por entre a folhagem:
Emilia! tu és a imagem
Do mais timido botão.

Mas embora: o tempo gira.
Um dia o botão, que aspira
O ar da manhã… suspira
E levanta o collo ao céo:
Vê vir raiando a aurora,
Abre o seio á luz que adora,
Correm-lhe as lagrimas, chora…
Chora o tempo que perdeu!

Porque elle, Emilia! não teme
Que a luz da aurora o queime;
Elle suspira, elle geme
Por vêr a luz que o creou.
Nem tambem a lua pára:
Se algumas vezes repara
N’uma nuvem menos clara,
É um momento e… passou.

Não ha existencia alguma
Que não tenha amor; nenhuma;
Porque o amor é, em summa,
Essencia de todo o sêr.
Ha sempre quem nos attráia.
Mil vezes que a onda cáia,
Ha uma rocha, uma praia
Aonde a onda vai ter.

Tu andas já presentida
D’essa voz que te convida
A encetar n’esta vida
Ai! uma vida melhor…
E em breve desenganada
D’essa existencia isolada,
Darás n’alma franca entrada
A sentimentos de amor!

Silves.

MARINA

I. APPARIÇÃO

Como esse olhar é dôce!
Dôce da mesma sorte
Como se nunca fosse
Toldado pela morte:

Como se alumiasse
O sol ainda em vida
As rosas d’essa face…
Agora carcomida.

Colhesse-as eu mais cedo
E logo que alvorece;
Já não tivesse medo
Que a terra m’as comesse.

Mas pura, como a neve
Que ás vezes cahe na serra,
É que a nossa alma deve
Tambem voar da terra.

Gelasse a morte fria
A mão profanadora
Que te ennublasse um dia
A luz que dás agora.

É n’essa côr tão linda,
Rosa da madrugada!
Que sinto a alma ainda
Andar-me enfeitiçada.

Se um dia nos meus braços
Te desbotasse as côres,
Passavam os abraços…
Passavam os amores!

Oh! não: mil vezes antes
No céo lá onde habitas,
E os rapidos instantes
Que vens e me visitas

N’este degredo nosso,
Que tanta gente estima,
E eu, só porque não posso,
Não largo e vou lá cima.

Vem tu cá baixo, abala,
Deixa em podendo o collo
Tão terno que te embala,
E vem-me dar consolo.

Como essa imagem pura
Ah! sobrevive ao nada
E escapa á sepultura,
Tão fresca e perfumada!

Nunca uma noite eu deixe
De estar a vêr que existes,
Em quanto me não feche
O somno os olhos tristes.

E n’esse largo espaço
Que te não vejo, espero
Lhe contes o que eu passo
N’este aspero desterro:

Que assim que te não veja
É noite fria e escura,
Noite que mette inveja
Á mesma sepultura!

II. SAUDADE

Em acordando agora,
O meu contentamento
É vêr em cada aurora
Um dia de tormento!

Podesse eu dar-te a prova
Dos dias que me esperam,
Lançando-me na cova
Onde elles te pozeram!

Lançassem-me algum dia
Ao pé, que de repente
O coração te havia
De ainda pular quente…

A face cobrar logo
A fórma e côr perdida,
E a bocca toda fogo
Ah! inspirar-me a vida!

Supplíca, ó anjo! implora
Ao Pai universal
Que me deixe ir embora
D’este horroroso val

De lagrimas amargas,
E turvas de tal modo,
Como umas nuvens largas
Que tapam o céo todo!

III. ETERNIDADE

Inferno e céo, conforme
A nossa fé, confesso
Que é um mysterio enorme,
É um mysterio immenso.

Mas um mysterio é tudo:
Folhinha d’herva, e estrella,
Não ha comprehendêl-a!
É contemplal-a mudo.

E a herva, como existe,
A mim quem m’o diria,
Se a luz que me alumia
Nem sabe em que consiste?

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