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Nota da Autora Nota da Autora O Gaiety Theatre com sua riqueza, vivacidade e diversão foi um símbolo da liberalidade do século dezenove. No centro de diversão de Londres, os cenários e figurinos dos espetáculos, eram sempre muito bem cuidados, e sob a direção brilhante de George Edwards, tornaram-se únicos. Lindas como deusas, as atrizes do Gaiety tinham o charme, a graça e a feminilidade que todo homem desejava e admirava. "The Runaway Girl", a peça citada neste livro, produzida em 21 de Maio de 1898, fez 593 apresentações até 1900, tornando-se um dos grandes sucessos do gênero.
CAPÍTULO I ~ 1898
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
A Eterna Coleção de Barbara Cartland
A Inesquecível Dama Barbara Cartland
Outros Livros desta Colectânea
A Dama das Orquídeas
Barbara Cartland
Barbara Cartland Ebooks Ltd
Esta Edição © 2015
Título Original: “Lights, Laugther and a Lady”
Direitos Reservados - Cartland Promotions 2015
Capa & Design Gráfico M-Y Books
m-ybooks.co.uk
O Gaiety Theatre com sua riqueza, vivacidade e diversão foi um símbolo da liberalidade do século dezenove.
No centro de diversão de Londres, os cenários e figurinos dos espetáculos, eram sempre muito bem cuidados, e sob a direção brilhante de George Edwards, tornaram-se únicos.
Lindas como deusas, as atrizes do Gaiety tinham o charme, a graça e a feminilidade que todo homem desejava e admirava.
"The Runaway Girl", a peça citada neste livro, produzida em 21 de Maio de 1898, fez 593 apresentações até 1900, tornando-se um dos grandes sucessos do gênero.
—O senhor saldou todas as dívidas, Sr. Mercer?— perguntou Minella Clintonwood.
—Depois de ter vendido a propriedade com a casa, a mobília e os cavalos, consegui pagar praticamente tudo o que devia, Srta. Minella— respondeu o Sr. Mercer, o advogado da família.
—E sobrou alguma coisa?
—Aproximadamente cento e cinqüenta libras— retrucou ele, e, percebendo que Minella não dizia nada, continuou— separei cem libras para a senhorita.
—E por que fez isso?
—Fiz questão de reservar-lhe esse dinheiro porque, afinal, não pode viver de brisa, Srta. Minella, e sei que ainda não decidiu com qual parente pretende morar.
—Vai ser difícil tomar alguma resolução sobre isso, Sr. Mercer— respondeu ela, suspirando—, papai não tinha muitos parentes e não conheço os de mamãe, que moram na Irlanda.
—Pensei que talvez a senhorita pudesse ir morar com sua tia, lady Banton, em Bath.
—É provável que tenha de fazer isso mesmo, se não conseguir um emprego, claro.
O advogado olhou para ela com simpatia. Conhecia lady Banton, a irmã mais velha do pai da garota, e sabia que aquela senhora não era uma pessoa muito agradável.
Na verdade, da última vez em que a encontrara,' tinha comentado com a esposa:
—Acho que lady Banton nunca disse uma palavra agradável para ninguém.
—Talvez ela julgue que a vida tenha sido muito má para com ela, querido— sugeriu a Sra. Mercer—, afinal, sempre foi muito magra e feia!
Ele rira muito daquela observação da mulher, mas, agora, olhando Minella à sua frente, tinha certeza de que, apesar de ser muito bonita, ela não conseguiria arrancar nenhuma palavra gentil do coração duro da tia.
Ele se levantou e passou a mão sobre a escrivaninha num gesto de carinho. Aquele móvel também havia sido vendido, e perguntou:
—Será que não existe nenhum outro parente com quem a senhorita poderia ir morar? E aquela sua prima muito charmosa, que costuma- va passar alguns dias aqui na sua propriedade, cavalgando na companhia de seu pai? Lembro-me de que ela sempre vinha para cá, depois que sua mãe morreu, para ajudar lorde Heywood a receber os convidados em alguma ocasião especial...
—O senhor está se referindo à prima Elizabeth— disse Minella—, ela se casou e foi para a Índia com o marido. Nunca me escreveu, e creio até que nem saiba da morte de meu pai…
—Será que não poderia ir morar com ela, Srta. Minella?
—Tenho certeza de que Elizabeth não gostaria de me ver chegando à Índia, de repente, para morar com ela, e além disso, o senhor sabe que eu não teria condições financeiras de fazer uma viagem tão longa.
O Sr. Mercer concordou. Mas não deixava de estar muito preocupado com o destino daquela menina que conhecia desde bebê e que crescera linda, como um anjo. Apesar de muito bonita, não era uma moça conhecida na sociedade, pois vivia ali, no Condado de Huntingdonshire, um lugar fora de moda, onde ninguém gostava de ir passear.
Seu pai, lorde Heywood, sempre dizia, com sua voz forte e máscula:
—Se existe uma coisa que nunca poderei entender, é por que diabos meus antepassados foram escolher justamente este lugar para morar! Ao que parece, foi esta mansão que os atraiu, só pode ser isso!
E ele devia ter razão. O local onde morava com a mulher e a filha era uma linda construção do Século XVIII, que lady Heywood sim- plesmente adorava.
Mas, em Huntingdonshire, não havia nada que atraísse os amigos sofisticados que Roy Heywood gostava de ter sempre à sua volta.
Não restava a menor dúvida de que ele nascera para ser o centro das atenções, pois possuía uma vitalidade e um charme simplesmente irresistíveis. Tanto isso era verdade, que Minella não ficara nem um pouco surpresa quando, depois da morte de sua mãe, ele começou a ser convidado para festas em outras regiões do país.
Por ser muito jovem para acompanhá-lo, ela era obrigada a ficar solitária na mansão, aguardando a volta do pai. Muitas vezes, esperava vários dias, mas aprendera a ser auto-suficiente e sentia-se contente sozinha, pois podia cavalgar à vontade. E, até o final do ano anterior, estivera sempre muito ocupada com os estudos.
—Pelo amor de Deus!— dissera seu pai certa vez—, coloque um pouco de cultura nessa sua cabeça! Você está se tornando uma mulher muito bonita, mas beleza não é o suficiente!
—Suficiente para quê?— perguntara ela.
—Para arrumar um marido interessante, que se sinta atraído e apaixonado por você até a morte!
—Do modo como o senhor amou mamãe?
—Exatamente!— replicara lorde Heywood—, sua mãe sempre me deixou fascinado, e eu nunca me interessei por mais ninguém enquanto ela viveu. Nunca liguei para nada nem para outra pessoa enquanto estivemos juntos!
—Aquelas palavras não eram de todo verdadeiras, pois Minella lembrava-se do quanto seu pai ficava irritado nos momentos em que não tinha dinheiro suficiente para levar a esposa aos teatros e bailes londrinos, onde encontrariam amigos alegres como eles.
Porém, mesmo assim, a velha mansão sempre estivera cheia de alegria, até sua mãe morrer.
Um inverno extremamente rigoroso fizera com que a tosse de Alice Heywood fosse ficando cada vez pior, até que ela contraíra uma forte pneumonia, e ao cabo de duas semanas, estava morta.
Para Minella, havia sido como se, de repente, o mundo tivesse se estilhaçado em mil fragmentos, e ela sabia que o pai sentia exatamente o mesmo.
Só depois dos funerais ele havia falado, numa voz terrível, que Minella não reconhecera:
—Não pode ser verdade! Não posso acreditar que sua mãe nunca mais surgirá de repente daquela porta!
Lorde Heywood partira na direção de Londres naquela mesma noite fugindo, da lembrança de sua esposa adorada.
Daquele dia em diante seu pai mudara. Não que tivesse se tornado mórbido, introspectivo, como acontece com vários homens que ficam viúvos. Muito pelo contrário! Procurando não pensar mais na esposa, voltara a ser tão galanteador e aventureiro como fora antes de se casar, e jogara-se de corpo e alma em envolvimentos sentimentais com outras mulheres.
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