Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza - Mulheres transatlânticas

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As mulheres apresentadas neste livro têm diferentes origens, nacionalidades diferentes origens, nacionalidades, raças, classes sociais ou ideologias. classes ou ideologias. Mulheres negras cuja ancestral diáspora cuja cultura diáspora ancestral moldou as suas identidades, construídos sob deslocamento forçado, mas que ganham poder na intensidade e ganham poder na intensidade e densidade da sua escrita. Aqueles cuja pele é a cor da noite sabem que educar é assemelhar-se a educar é assemelhar-se aos seus antepassados (Machado, 2017: 17). As mulheres europeias que deixaram a sua marca no continente americano; mulheres que lutaram contra o colonialismo no seu colonialismo nos seus próprios países e que nunca foram capazes de deixar os seus território, mas que através das suas imagens atravessaram oceanos e fronteiras. atravessou oceanos e fronteiras. Os escritores do capítulos aqui, intelectuais e académicos, têm diferentes locus de enunciação: mulheres europeias a escrever a partir da Europa; mulheres europeias a escrever a partir da Europa; mulheres europeias a escrever a partir da Europa; mulheres europeias a escrever a partir da Europa. Mulheres europeias escrevendo a partir da Europa; mulheres do Sul escrevendo a partir do Norte ou vice versa. escrita do Norte ou vice versa; mulheres negras no Sul e mulheres negras do Sul escrevendo do Sul e mulheres negras do Norte; mulheres brancas latino-americanas. Por outras palavras, as mulheres que circulam a partir dos seus mais diversos significados.

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DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO CIPEDOC BRASIL BELO - фото 1 DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO CIPEDOC BRASIL BELO - фото 2
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)(EDOC BRASIL, BELO HORIZONTE/MG)F565mSpano, Sidnei.Mulheres transatlânticas: identidades femininas em movimento / Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza, Gabriela de Lima Grecco, Iliriana Fontoura Rodrigues. – Rio de Janeiro, RJ: Autografia, 2021.ISBN: 978-85-518-2693-5 [recurso eletrônico]1. Mulheres na literatura. 2. Identidade de gênero. 3. Feminismo e literatura. I. Título.CDD 809.89Maurício Amormino Júnior - Bibliotecário - CRB6/2422
[no image in epub file]Comissão de Publicações UAM EdicionesMargarita Alfaro AmieiroIdoia Alarcón RodríguezMª Oliva MárquezJosé Pedro MorenoDominga Romero FúnezMª Jesús Vitón de AntonioCarmen Mª Casado SantanaFernando Andrés RobresCarmen Gallardo MediavillaJosé Luis Viejo MontesinosAna Mª Goy Yamamoto Comissão de Publicações UAM EdicionesMargarita Alfaro AmieiroIdoia Alarcón RodríguezMª Oliva MárquezJosé Pedro MorenoDominga Romero FúnezMª Jesús Vitón de AntonioCarmen Mª Casado SantanaFernando Andrés RobresCarmen Gallardo MediavillaJosé Luis Viejo MontesinosAna Mª Goy Yamamoto

Mulheres Transatlânticas: Identidades Femininas em Movimento

Fiuza, Adriana Aparecida de Figueiredo

Grecco, Gabriela de Lima

Rodrigues, Iliriana Fontoura

ISBN: 978-85-518-2693-5

1ª edição, maio de 2021.

Capa e editoração eletrônica: Bianca Teodoro

Editora Autografia Edição e Comunicação Ltda.

Rua Mayrink Veiga, 6 – 10° andar, Centro

Rio de Janeiro, RJ – CEP: 20090-050

www.autografia.com.br

Todos os direitos reservados.

É proibida a reprodução deste livro com fins comerciais sem prévia autorização do autor e da Editora Autografia.

Sumario

Prefácio – Uma leitura crítica sobre as mulheres em movimento

Identidades diaspóricas

Mulheres negras e de terreiro – uma experiência sociopolítica transatlântica

Maria-Nova: Forjada a ferro e fogo

Deslocamentos forçados

Escritura performática en tránsito: los signos del afuera y el cuerpo migrante en A chave de casa (2007), de Tatiana Salem Levy

Luisa Carnés: militância e exílio nas duas margens atlânticas

Identidades transatlânticas

Por una patria católica. Identidades femeninas en el catolicismo social: Discursos y representaciones en circulación por el espacio atlántico en clave postcolonial (Argentina y España en las décadas centrales del siglo XX)

Las relaciones entre las mujeres artistas y las industrias del ocio en el continente americano entre 1850 y 1900

Reflejos de resistencia: Circulación de fotografías de mujeres argelinas realizadas por Marc Garanger (1954-1962)

Intelectuais em movimento

Carolina Marcial Dorado: una intelectual trasatlántica

Ana Cristina César: da prática tradutória à circulação intelectual feminina

Sobre as autoras

Prefácio – Uma leitura crítica sobre as mulheres em movimento

Esse livro intitulado Mulheres transatlânticas: identidades femininas em movimento foi pensado e escrito durante o contexto histórico mundial de pandemia da COVID-19. Quiçá, inconscientemente, este livro nasceu da necessidade (e nostalgia) que sentimos, durante estes meses de mudanças profundas em nosso cotidiano e da necessidade de nos conectarmos e de nos movermos pelo mundo. Na impossibilidade de podermos transitar fisicamente pelos riscos ocasionados pela nova doença, pelo fechamento de fronteiras e países que estiveram sob a égide do lockdown, imposto na tentativa de preservar vidas, no cancelamento das linhas aéreas que interligam pessoas, países e continentes, começamos a pensar na importância dos deslocamentos transatlânticos, sobretudo, naqueles realizados por mulheres.

Ao pensar sobre tudo isso, também reconsideramos o próprio conceito de deslocamento, que se amplia, se multiplica, se expande, principalmente, quando nos deparamos com realidades tão diversas e tão desiguais das mulheres que, na pandemia, alongam ainda mais os braços para envolver, acolher, apapachar1 (em língua espanhola de origem náhuatl), em estratégias de cuidado, existência e resistência, seus familiares, amigos, o próximo, o mundo, suas ideias, suas lutas, sua arte, sua individualidade e coletividade na tentativa de deslocar-se e estar presente em vários momentos e lugares, transpondo as fronteiras espaciais e até mesmo as fronteiras temporais. Tudo isso não pode ser minimizado neste momento, precisa ser olhado, contextualizado e ressignificado.

Na realidade, a própria pandemia é a manifestação de uma sociedade conectada, resultado também de pessoas que se movem, circulam entre países, continentes e culturas. No entanto, também nos mostra que essa conexão e movimento é desigual: as mulheres circulam tanto quanto os homens? Quais mulheres se deslocam, de que maneira e por quais razões? E, ainda mais fundamental, quando falamos de mulheres, que mulheres são estas? Essa pergunta remonta ao questionamento da intelectual negra Sojourner Truth, Ain’t I A Woman? (E eu não sou uma mulher?). O pensamento de Truth refere-se à luta contra-hegemônica das mulheres negras, para que estas também fossem reconhecidas como agentes de transformação, além de evidenciar a busca pela desconstrução de uma sujeita hegemônica: a mulher branca. Sojourner Truth deslocou-se da diáspora à fuga das amarras da escravidão, um mover-se muito diferente das suas “companheiras” brancas de trincheira.

Neste sentido, quando pensamos no termo mulheres, não estamos nos reportando ao conceito de sujeito universal, que poderia nos levar à concepção de mulher universal; é necessário refletir sobre outras categorias que poderiam explicar a complexa trama de identidades contemporâneas. Como enfatiza Silvana Aparecida Mariano (2005), também não consideramos apenas a categoria classe social para explicar a posição do sujeito, é necessário ir além e escapar do essencialismo, que tende a criar um sujeito universal, pois como pondera a autora, “essa universalidade é também masculina” (Mariano, 2005: 484). A crítica ao feminismo liberal é necessária para que possamos incorporar todas as mulheres a partir de suas diversas formas de pensar e ser, sejam elas vividas e sentidas através do feminismo negro, das interseccionalidades, do mulherismo, entre outros.

Assim sendo, pretendemos ampliar e aprofundar as possibilidades teóricas e refletir sobre quem são essas mulheres que surgem e se deslocam por diferentes territórios, a partir do diálogo que os capítulos do livro nos proporcionam com elas, uma vez que esta obra foi escrita por diversas mulheres, de diferentes regiões e de diferentes identidades: latino-americanas, europeias, negras e brancas que também dialogam com seu corpus de estudo, o que nos permite potencializar o nosso debate em uma travessia que nos leva para diversos conhecimentos, sensibilidades e destinos.

Para iniciar a nossa jornada, é importante que percebamos as estruturas de poder que herdamos do colonialismo e que se perpetuam nas relações de gênero (Lugones, 2008) para superá-las. Tomar consciência desse processo violento que advém da colonização e que ainda está presente em nossa sociedade, agora pelo capitalismo, torna-se fundamental para alcançar essa superação, trata-se de uma atitude de resistência.

Para Lugones, existe um sistema moderno e colonial eurocêntrico de gênero que ignora as categorias raça e classe social em sua constituição e que representa as permanências do mundo colonial na atualidade. Essas permanências continuam sendo reproduzidas, recaindo também sobre as mulheres, em suas vertentes mais plurais. Assim sendo, o conceito de feminismo interseccional, que leve em consideração “outras intersecções como raça, orientação sexual, identidade de gênero” precisa ser retomado para que se possa olhar criticamente para a “universalização da categoria mulher” (Ribeiro, 2017: 14).

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