Victor Hugo - Os Miseráveis

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Os Miseráveis é um romance de Victor Hugo publicado em 1862 que deu origem a muitas adaptações, no cinema e muitas outras mídias. Neste romance emblemático da literatura francesa que descreve a vida das pessoas pobres em Paris e na França provincial do século XIX, o autor se concentra mais particularmente no destino do condenado Jean Valjean.
O romance expõe a filosofia política de Hugo, retratando a desigualdade social e a miséria decorrente, e, por outro lado, o empreendedorismo e o trabalho desempenhando uma função benéfica para o indivíduo e para a sociedade. Retrata também o conflito na relação com o Estado, seja pela ação arbitrária do policial ou pela atitude do revolucionário obcecado pela justiça.

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Havia vinte e quatro horas que não tomava alimento algum, tinha o corpo pisado pelos solavancos do carro, mas não o sentia; parecia-lhe que não sentia nada.

Aproximou-se de uma moldura preta que estava pendurada na parede e sob cujo vidro se via uma velha carta autografada de Nicolau Pache, ministro e maire de Paris, datada, decerto por engano, de 9 de junho, do ano XI, e na qual Pache enviava à administração do concelho a lista dos ministros e deputados presos em suas casas. Quem o tivesse observado naquela ocasião, teria sem dúvida julgado que lhe causava grande interesse aquela carta, por isso que não afastava dela os olhos. Leu-a duas ou três vezes; leu-a maquinalmente e quase a seu pesar.

Naquele momento era em Fantine e em Cosette que ele pensava. No meio da sua meditação, voltou-se e viu o puxador da porta que o separava da sala da audiência.

Quase se esquecera daquela porta. Os olhos, em princípio sossegados, fitaram-se nela, patentearam depois susto, e foram a pouco e pouco denotando o mais sombrio espanto. O suor, saindo-lhe de entre os cabelos, corria-lhe pelas fontes.

Em certo momento e com uma espécie de autoridade mesclada de rebelião, fez o gesto indescritível, que quer dizer, e diz tão bem: «Com a fortuna! Quem é que me obriga?» Depois, voltou-se de repente, viu diante de si a porta por onde tinha entrado, foi direito a ela, abriu-a e saiu.

Já não estava naquela casa: achava-se fora dela; num corredor muito comprido e estreito, cortado de degraus e de portinhas, iluminado num e noutro ponto por lanternas, cuja luz era tão frouxa como a das lamparinas que ordinariamente alumiam os quartos dos enfermos; era o mesmo corredor que já percorrera. Respirou fundo e aplicou o ouvido; não ouviu o menor ruído de nenhum dos lados e deitou a fugir como se o perseguissem.

Depois de ter dado diferentes voltas pelo corredor aplicou novamente o ouvido. Sempre o mesmo silêncio e as mesmas sombras em torno de si. Faltava-lhe o alento e tremiam-lhe as pernas; encostou-se então ofegante à parede, porque os seus passos eram vacilantes e trémulos como os de uma criança. Ao contacto da pedra fria endireitou-se, estremecendo, com o suor gelado na fronte.

Então, a sós, de pé, no meio daquela escuridão, tremendo de frio e de outra coisa talvez, pôs-se a pensar. Pensara em toda a noite, pensara em todo o dia, e já não ouvia senão uma voz que lhe bradava do íntimo: «Ai de ti!»

Decorreu assim um quarto de hora. Por fim, curvou a cabeça, suspirou com angústia e voltou para trás, caminhando muito vagarosamente e em extremo abatido. Parecia que alguém o encontrava em fuga e o reconduzia para o sítio donde fugira.

Tornou a entrar na casa do conselho. A primeira coisa para que olhou foi para o puxador da porta. Este puxador, de cobre polido, resplandecia a seus olhos qual estrela sinistra. Encarou-o como um cordeiro poderia encarar o olhar de um tigre. Não podia afastar dele os olhos.

De vez em quando dava um passo e aproximava-se da porta. Se aplicasse o ouvido, ouviria o confuso murmúrio que vinha da sala vizinha, mas não escutava, não ouvia nada.

De repente, sem que soubesse como, achou-se ao pé da porta e pegou convulsivamente no puxador. A porta abriu-se.

Estava na sala da audiência.

IX — Um lugar onde se vão formar convicções

Madelaine deu um passo, fechou maquinalmente a porta atrás de si e conservou-se de pé, contemplando quanto estava vendo.

Era um vasto recinto frouxamente alumiado, ora cheio de rumor, ora em completo silêncio, onde todo o aparato de um processo criminal se desenvolvia com a sua gravidade mesquinha e lúgubre, no meio da multidão.

No extremo da sala em que ele se achava, alguns juízes com ar distraído, de togas muito usadas, roendo as unhas, ou fechando os olhos com sono; no extremo oposto uma multidão de farrapos, gente de justiça em toda a espécie de atitudes, soldados de fisionomias honestas e rudes, velhas obras de talha ensebadas, um teto muito sujo, mesas cobertas de uma baeta mais amarela do que verde, portas enegrecidas pelo contacto de muitas mãos, pendurados quase junto do teto alguns candeeiros de botequim, dando mais fumo do que luz; sobre as mesas, castiçais de cobre com velas, a escuridão, a fealdade e a tristeza; e, destacando-se de tudo isto, uma impressão austera e augusta, que fazia sentir a presença dessa grande coisa humana que se chama lei, e a dessa outra divina a que se chama justiça.

Ninguém de toda aquela multidão atentou nele. Todos os olhos convergiam para um único ponto, para um banco de pau, encostado à portinha que ficava à esquerda do presidente. Neste banco, alumiado por muitas velas, estava sentado um campónio entre dois gendarmes.

Este campónio era o tal homem.

Madelaine não o procurou, viu-o logo. Os olhos fitaram-se-lhe nele, como se soubessem antecipadamente onde o haviam de encontrar.

Julgou ver-se a si mesmo, envelhecido, não completamente nas feições, mas sim na atitude e no aspeto, os cabelos eriçados, com o olhar bravio e inquieto, com uma blusa, tal como ele estava no dia em que entrara em Digne cheio de ódio e ocultando na alma o pavoroso tesouro de pensamentos medonhos, que em dezanove anos de galé ali acumulara.

Então, estremecendo, disse consigo: «Oh, meu Deus! Tornar-me-ei assim?!»

O acusado parecia ter, pelo menos, sessenta anos, e apresentava aspeto rude, estúpido e espantadiço.

Ao ruído produzido pela porta, tinham-se afastado os que se lhe achavam próximos para dar lugar ao recém-chegado; o presidente olhara para aquele lado, e compreendendo que o personagem que entrara era o maire de Montreuil-sur-mer, cumprimentara-o. O delegado do procurador-régio que conhecera o senhor Madelaine em Montreuil-sur-mer, onde as funções do seu ministério o tinham chamado mais de uma vez, reconheceu-o e cumprimentou-o também.

Ele apenas reparou nos cumprimentos; parecia alucinado, olhava e nada mais. Juízes, um escrivão, gendarmes, uma multidão de cabeças cruelmente curiosas, era o que já tinha visto uma vez, noutro tempo, havia vinte e sete anos. Tornava a encontrar todas estas coisas funestas; estavam todas ali, moviam-se, existiam; não representavam esforço de memória, ou miragem do pensamento, eram verdadeiros juízes e verdadeiros gendarmes; verdadeira multidão; homens de carne e osso. Era tudo facto, via distintamente reaparecer e reviver em torno de si, com tudo o que a realidade tem de terrível, os aspetos monstruosos do seu passado. Via tudo aquilo como veria a abertura de medonho abismo.

Sentiu-se horrorizado, fechou os olhos e exclamou no mais profundo da sua alma: Nunca!

E por um trágico brinquedo do destino que lhe fazia vacilar todas as ideias e quase o enlouquecia, tinha na sua presença um homem que era a sua sombra, que era outro ele, a quem iam julgar e a quem todos chamavam Jean Valjean!

Tinha diante dos olhos, inaudita visão!, uma espécie de comemoração do momento mais horrível da sua vida, executada pelo seu fantasma.

Não faltava nada; o mesmo aparato, a mesma hora da noite, quase os mesmos rostos de juízes, de soldados e de espectadores. A única diferença consistia em que por cima da cabeça do presidente havia um crucifixo, coisa que não se via nos tribunais do tempo em que fora condenado.

Deus, quando o tinham julgado estava ausente. Atrás dele estava uma cadeira; sentou-se apavorado pela ideia de que poderiam vê-lo. Depois de estar sentado, aproveitou-se de uma ruma de pastas que viu sobre a mesa dos juízes, para ocultar o rosto a toda a sala.

Assim podia ver sem ser visto. Entrou completamente no sentimento da realidade; a pouco e pouco, foi recobrando a presença de espírito. Chegou por fim à fase do sossego em que é possível escutar.

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