Ursula Le Guin - A Mão Esquerda da Escuridão

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A Mão Esquerda da Escuridão: краткое содержание, описание и аннотация

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Genly Ai foi enviado a Gethen com a missão de convencer seus governantes a se unirem a uma grande comunidade universal. Ao chegar no planeta Inverno, como é conhecido por aqueles que já vivenciaram seu clima gelado, o experiente emissário sente-se completamente despreparado para a situação que lhe aguardava. Os habitantes de Gethen fazem parte de uma cultura rica e quase medieval, estranhamente bela e mortalmente intrigante. Nessa sociedade complexa, homens e mulheres são um só e nenhum ao mesmo tempo. Os indivíduos não possuem sexo definido e, como resultado, não há qualquer forma de discriminação de gênero, sendo essas as bases da vida do planeta. Mas Genly é humano demais. A menos que consiga superar os preconceitos nele enraizados a respeito dos significados de feminino e masculino, ele corre o risco de destruir tanto sua missão quanto a si mesmo.

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Era noite, no começo da segunda jornada sobre o gelo. Passáramos todo o dia lutando, avançando e recuando, na zona cheia de fendas, a oeste das montanhas de Fogo. Sentíamo-nos cansados mas vitoriosos, seguros de que um caminho limpo se abriria breve à nossa frente. Mas após o jantar Estraven ficou taciturno e cortou minha conversa logo de começo. Após uma das suas recusas abruptas, diretas, falei-lhe:

— Harth, se eu disse algo errado de novo, por favor, diga-me o que foi!

Ficou silencioso.

— Devo ter feito algo errado. Sinto muito. Não con­sigo aprender. Nunca compreendi bem o que vocês chamam de shifgrethor.

— Shifgrethor? Vem de uma velha palavra que quer dizer “sombra”.

Ficamos silenciosos por uns instantes, e então ele me fixou com um olhar direto e gentil. Seu rosto, na luz aver­melhada, estava suave, vulnerável e distante como as feições de uma mulher que contempla você, meiga em seus pensa­mentos, mas silenciosa. Vi, então, novamente, e de uma vez por todas, o que eu sempre temera ver e de que havia pre­tendido não tomar conhecimento: a sua metamorfose, ho­mem e mulher ao mesmo tempo.

Qualquer necessidade de explicar as fontes desse medo desapareceu; o que me restava, afinal, era a aceitação dele tal como era. Até então eu o havia rejeitado, recusado sua realidade autêntica. Ele tinha aceitado quando eu lhe dis­sera — a única pessoa em Gethen que confiava em mim — que era o único getheniano em que eu não confiava. Pois ele era o único que tinha aceitado minha pessoa, completamen­te, como um ser humano; que tinha gostado de mim pessoal­mente e me dera sua lealdade pessoal por completo. Sendo assim, esperava de mim o mesmo grau de igualdade, reco­nhecimento e aceitação de si próprio. Eu não tinha demons­trado desejo de lhe ceder. Tivera medo. Não queria dar minha confiança, meu afeto, a um homem que era mulher, a uma mulher que era homem.

Explicou-me então que estava em kemmer e estava ten­tando evitar qualquer contato comigo. De modo seco, decla­rou simplesmente:

— Não devo tocá-lo fisicamente — seu tom era extre­mamente constrangido e seu rosto estava voltado para o outro lado.

— Compreendo; estou completamente de acordo — retruquei.

Foi aí que a grande e súbita certeza de nossa amizade se confirmou, uma amizade extremamente necessitada por ambos no nosso exílio e tão posta à prova nesses dias e noites de dura caminhada; amizade que bem poderia ser chamada, agora e depois, de amor. E essa certeza me pare­cia, como a ele também, ter aflorado daquela tensão sexual entre nós, agora admitida e compreendida, mas não aplacada.

Era um amor que surgira das nossas diferenças e não das nossas afinidades; para mim, ele era a ponte, a única ponte através de tudo o que nos separava. Nosso encontro sexual seria o encontro, mais uma vez, de outras tantas ex­periências de dois seres alienígenas. Tínhamos nos tocado da única maneira que poderíamos nos tocar. Deixamos ficar assim. Não sei se estávamos certos.

Falamos bastante mais aquela noite e lembro-me que me era muito difícil responder de modo claro quando ele me perguntou como eram as mulheres. Nos dias subseqüen­tes, permanecemos muito distantes e cautelosos um com o outro. Um amor profundo entre duas pessoas envolve, afi­nal, o poder e a oportunidade de ferir seriamente. Nunca me ocorrera, antes dessa noite, que eu poderia ferir Estraven. Agora que as barreiras haviam caído, as limitações nos meus termos em nossa conversa e entendimento mútuos pareciam- me intoleráveis.

Duas ou três noites após, ao terminar o jantar, disse ao meu companheiro que o mingau de kadik açucarado havia sido um regalo especial para comemorar um recorde de vinte milhas de percurso.

— Na última primavera, aquela noite no seu castelo, você disse que queria que eu lhe falasse mais sobre a comu­nicação para verbal.

-— Falei…

— Você quer ainda tentar aprender como se faz isso?

Ele riu:

— Você quer me apanhar mentindo!

— Se você mentiu para mim, foi há muito tempo e em outro país.

Ele era honesto, mas raramente direto. Aquilo o di­vertiu:

— Em outro país posso lhe contar outras mentiras. Mas eu pensava que lhe fosse proibido ensinar essa ciência mental aos… nativos, digamos, até que nos agreguemos ao Conselho Ecumênico.

— Não é proibido, mas em geral não o fazem. Mas eu o farei, se você quiser. E, claro, se eu puder. Não sou um especialista, um estimulador.

— Há gente especialmente treinada para isto?

— Há, não em Alterra, onde a percentagem de sensi­bilidade natural é alta; lá, dizem, as mães falam aos seus filhos ainda no ventre. Não sei o que os futuros bebês res­pondem. Mas quanto a nós, temos que aprendê-la como se fosse uma língua estrangeira. Ou melhor, nossa própria lin­guagem, mas aprendida muito tarde.

Creio que ele compreendeu por que lhe oferecera para ensinar-lhe esta técnica; desejava muito aprendê-la. Era uma tentativa que fazíamos. Procurei me lembrar como poderia fazê-lo, como tinha sido estimulado na idade de doze anos.

Iniciei dizendo-lhe que clareasse o espírito, deixasse-o vazio. Isto ele fez melhor, mais prontamente que eu, sem dúvida, pois era um discípulo do handdara. Então dirigi-lhe minha palavra mental, tão claramente quanto podia. Ne­nhum resultado. Tentamos de novo. A pessoa que recebe não pode emitir sem antes ter adquirido a capacidade re­ceptora. Até que a sensibilidade telepática tivesse sido sen­sibilizada por uma recepção nítida, eu tinha que chegar à sua mente primeiro. Tentei, por uma meia hora, até sentir-me “rouco” mentalmente. Ele parecia abatido.

— Pensei que me seria fácil — confessou.

Ambos estávamos esgotados e cancelamos a tentativa naquela noite. Nossos esforços nos dias seguintes não foram mais bem sucedidos. Tentei emitir um pensamento para Estraven enquanto ele dormia, lembrando-me do que meu estimulador me ensinara sobre a ocorrência de “mensagens em sonho” entre pessoas com o dom telepático, mas não funcionou.

— Talvez falte esta capacidade à minha raça — disse. — Temos tido alguns sinais e suspeitas desse dom, até temos palavra para ele, mas não conheço nenhum exemplo com­provado de telepatia entre nós.

— Assim foi também com minha gente por milhares de anos. Havia uns poucos sensitivos por natureza, que não compreendiam seu dom e que não tinham com quem se comunicar do mesmo modo. Todos os demais estavam em estado latente, se tanto. Já lhe falei de que, exatamente no caso de um sensitivo nato, a capacidade é psicológica, em­bora tenha uma base fisiológica: um produto da cultura, um efeito colateral do uso da mente. Crianças pequenas, retar­dados e membros de sociedades subdesenvolvidas ou em re­gressão não podem exercer esse dom. A mente tem que atingir um certo grau de complexidade primeiro. Você não pode formar aminoácidos a partir de átomos de hidrogênio; antes, uma série de operações complexas têm que ocorrer; é a mesma coisa. Pensamento abstrato, interação social va­riada, ajustamentos culturais intrincados, percepção estética e ética, tudo tem que atingir um determinado nível antes que certas conexões possam ser feitas, antes que esta poten­cialidade seja atingida.

— Talvez nós, os gethenianos, não tenhamos atingido esse nível.

— Vocês o ultrapassaram. Mas há o fator sorte. Como na criação dos aminoácidos… ou fazendo uma analogia no plano cultural, apenas uma analogia que ajuda a esclarecer: o método científico, por exemplo, o uso de técnicas experimentais concretas na ciência. Há povos do Conselho Ecumênico que possuem um padrão alto de cultura, uma sociedade complexa, filosofia, arte, ética de alto gabarito e um grande nível de realizações nestes campos; no entanto, nunca apren­deram a pesar uma pedra de modo preciso. Podem aprender, naturalmente. Apenas, por meio milhar de anos, nunca o fizeram. Há povos que não têm matemática altamente desen­volvida, nada além da mais simples aritmética. Cada um é capaz de aprender cálculo, mas nenhum deles o faz, nunca o fez. Na verdade, meu próprio povo, o da Terra, era igno­rante, até três mil anos atrás, quanto ao uso do zero.

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