Ursula Le Guin - A Mão Esquerda da Escuridão

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A Mão Esquerda da Escuridão: краткое содержание, описание и аннотация

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Genly Ai foi enviado a Gethen com a missão de convencer seus governantes a se unirem a uma grande comunidade universal. Ao chegar no planeta Inverno, como é conhecido por aqueles que já vivenciaram seu clima gelado, o experiente emissário sente-se completamente despreparado para a situação que lhe aguardava. Os habitantes de Gethen fazem parte de uma cultura rica e quase medieval, estranhamente bela e mortalmente intrigante. Nessa sociedade complexa, homens e mulheres são um só e nenhum ao mesmo tempo. Os indivíduos não possuem sexo definido e, como resultado, não há qualquer forma de discriminação de gênero, sendo essas as bases da vida do planeta. Mas Genly é humano demais. A menos que consiga superar os preconceitos nele enraizados a respeito dos significados de feminino e masculino, ele corre o risco de destruir tanto sua missão quanto a si mesmo.

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Durante o dia, olhando para trás, vimos a nuvem de fumo que se erguia do Drumner em erupção, pairando como uma grande extensão cinza-acastanhada na superfície do gelo. Um vento moderadamente constante tem soprado, bem ao nível do solo, vindo do nordeste, limpando o ar aqui em cima da fuligem e do mau cheiro das entranhas do planeta, que temos respirado esses dias, e horizontalizando a fumaça que recobre como uma tampa escura as geleiras, as monta­nhas mais baixas, os vales de pedra, o resto do mundo. O gelo parece advertir: “Nada existe, a não ser o gelo eterno”. Mas o vulcão jovem, ali adiante, tem outra coisa a dizer. Não há nevadas, um céu encoberto puro e alto a quatro graus negativos no platô, ao escurecer. Abaixo, uma mixórdia de gelo, gelo antigo. O gelo novo é traiçoeiro, um material escorregadio, azulado, escondido sob uma capa de verniz branco. Nós dois já caímos diversas vezes. Caí e deslizei de barriga sobre ele, uma vez, até uma boa distância. Ai, que estava nos arreios, riu-se a valer. Depois desculpou-se dizen­do que pensara ser eu a única pessoa em Gethen que já saíra deslizando de barriga ao cair no gelo.

Treze milhas hoje. Neste ritmo, entre as encostas re­cortadas, amontoadas e fissuradas, vamos nos esgotar ou chegar a coisa pior que um simples deslizamento de barriga para baixo.

A lua parece de cera; está baixa, avermelhada, escura como sangue coagulado, com um halo acastanhado ao redor.

Guyrny thanern. Alguma neve, vento crescente e temperatura em declínio. Hoje, novamente, treze milhas, o que perfaz uma distância total, desde que acampamos pela primeira vez, de duzentas e cinqüenta e quatro milhas. Temos, assim, uma média diária de dez milhas e meia, onze e meia, se omitirmos os dias em que passamos esperando a tempes­tade passar. Dessas milhas, de setenta e cinco a cem, sendo de tração, não nos deram nenhuma vantagem no avanço.

Não estamos muito mais perto de Karhide do que quan­do partimos. Mas temos uma chance melhor de lá chegar, penso eu.

Desde que conseguimos nos descartar daquela escuri­dão vulcânica e nosso espírito não está engolfado em traba­lho e preocupação permanentes, voltamos a conversar na tenda, à noite, após o jantar.

Como estou em kemmer, seria mais fácil ignorar a pre­sença de Ai se não estivéssemos numa tenda a dois. O que perturba é, naturalmente, que ele também está em kemmer, naquela sua peculiar maneira de ser, isto é, sempre em kem­mer. Deve ser uma estranha espécie de desejo a fogo lento, se espalhando por todos os dias do ano, sem escolha de sexo; mas assim é e aqui estou eu. Hoje à noite, minha consciência aguda de sua presença física era penosa de igno­rar e eu estava demasiadamente cansado para canalizá-la em sublimação ou qualquer outra atitude disciplinadora. Ele, afinal, me perguntou: “Eu o ofendi?” Expliquei-lhe meu silêncio, com um certo embaraço. Tinha receio de que risse de mim. Afinal de contas, ele, para mim, é uma aberração sexual tanto quanto eu o sou para ele: aqui no gelo cada um de nós é um caso singular, isolado, pois eu estou desli­gado da sociedade dos meus iguais, como ele está da dele. Não há outros gethenianos para explicar e comprovar minha existência. Somos iguais, em suma, iguais na solidão, na alienação. Ele não riu, naturalmente. Ao contrário, falou com uma gentileza de que eu não o imaginava capaz. Falou também de isolamento, de solidão.

“Sua raça é espantosamente única no universo. Não há, entre os mamíferos, outra espécie semelhante. Não exis­tem raças ambissexuais. Nenhum animal inteligente o é, mesmo para ser criado como de estimação. Deve dar uma característica toda especial esta singularidade. Não falo do pensamento científico apenas, apesar de vocês serem extraor­dinários formuladores de hipóteses — é notável como vocês chegam ao conceito de evolução tendo que se defrontar com essa falha intransponível entre vocês e os animais inferiores. Mas, filosoficamente, emocionalmente, ser tão solitário num mundo tão hostil tem que alterar todas as perspectivas.”

“O culto yomeshta diz que essa singularidade do ho­mem é a sua divindade.”

“Senhores da Terra, sim. Outros cultos, em outros mundos, chegaram à mesma conclusão. São cultos de cultu­ras dinâmicas, agressivas, destruidoras da ecologia. Orgoreyn está tomando esse padrão; pelo menos eles parecem inclinados a movimentar as coisas ao seu redor. Que dizem os handdaratas?

“Bem, no handdara… você sabe, não há teorias, não há dogmas. Talvez eles estejam menos cientes dessa distância entre homem e animal, preocupando-se mais com as semelhanças, os laços que unem todas as coisas vivas, como parte de um todo. Um poema de Tormer ficou hoje o dia todo na minha lembrança. São estas suas palavras:

A luz é a mão esquerda da escuridão e a escuridão é a mão direita da luz.

Vida e morte são como amantes na unidade do êxtase — dois em um — como mãos postas, uma contra a outra, são o princípio e o fim.

Minha voz tremeu quando recitei o poema, pois me lembrei, enquanto o pronunciava, que meu irmão, na carta que me escrevera antes de morrer, dizia estas mesmas pa­lavras.

Ai perdeu-se em abstrações e após alguns instantes disse:

“Você está isolado e não-dividido. Talvez você esteja tão obcecado pela totalidade como nós estamos pela duali­dade”.

“Somos dualistas também. Dualidade é essencial, não é? Desde que exista o eu e o outro.

“Tu e eu”, disse ele. “Sim, no final, isto é mais pro­fundo do que sexo…”

“Diga-me, Ai, como o outro sexo de sua raça difere de vocês?”, perguntei. Ele pareceu espantado, e, na reali­dade, minha pergunta também me espantou. O kemmer traz à tona essa espontaneidade nas pessoas. Nós estávamos muito autoconscientes.

“Nunca pensei nisso. Você nunca viu uma mulher.”

Ele usava a palavra que eu já conhecia, na sua língua.

“Vi retratos delas; as mulheres parecem gethenianos grávidos, mas com peitos maiores. Diferem muito do seu sexo mentalmente? São como uma espécie diferente?”

“Não… sim… Não, naturalmente que não… Não, verdadeiramente. Mas a diferença é muito importante. Suponho que a coisa mais importante, o fator único de maior peso na vida do indivíduo, é se ele nasceu macho ou fêmea. Na maior parte das sociedades, isto determina suas expectativas, atividades, pontos de vista, ética, maneiras, quase tudo. Vocabulário, vestuário, até mesmo alimentação. As mulheres, em geral, comem menos. É difícil separar as diferenças con­gênitas das adquiridas. Mesmo quando as mulheres partici­pam igualmente da sociedade com os homens, elas, afinal, é que geram os filhos, cuidam deles e praticamente os criam.”

“Igualdade não é a regra geral, então? Elas são infe­riores mentalmente?”

“Não sei. Elas não se inclinam muito para a mate­mática, composição musical, invenções ou pensamento abstra­to. Mas isto não quer dizer que sejam tolas. Fisicamente são menos musculosas que o homem, mas vivem mais do que eles. Psicologicamente…”

Após um momento de silêncio, fitando o fogo, Ai sa­cudiu a cabeça:

“Harth”, disse, “não sei lhe dizer como são as mu­lheres. Nunca pensei nelas de um modo abstrato, você sabe — e, céus! — quase me esqueci de que estou aqui há dois anos… Você não pode imaginar. Num certo sentido, as mulheres são mais estranhas para mim que você, Harth. Com você, de qualquer forma, eu partilho de um mesmo sexo…” Ele olhou distante e riu, mas pesaroso e cons­trangido. Meus próprios sentimentos eram complexos e dei­xamos morrer o assunto.

Yrny thanern. Dezoito milhas hoje, leste, nordeste pela bússola, nos esquis. Saímos da encosta pressurizada e cheia de fissura na nossa primeira hora de tração. Ambos puxa­mos, eu na frente, primeiro; mas não há mais necessidade de testar o solo com cautela, pois está firme, espesso sobre gelo sólido e sobre ele uma camada de revestimento, algu­mas polegadas de neve nova da última nevasca, com uma boa superfície de deslizamento. Nem nós nem o trenó pre­cisamos abrir caminho; o trenó deslizava tão leve que era difícil de imaginar que ainda carregávamos cem libras para cada um. Durante a tarde, nos revezamos no carreto, pois é muito fácil fazê-lo nesta superfície esplêndida. É uma pena que todo aquele trabalho exaustivo sobre rochas tivesse sido feito em subidas íngremes, quando estávamos tão carregados.

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