Ursula Le Guin - A Mão Esquerda da Escuridão

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A Mão Esquerda da Escuridão: краткое содержание, описание и аннотация

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Genly Ai foi enviado a Gethen com a missão de convencer seus governantes a se unirem a uma grande comunidade universal. Ao chegar no planeta Inverno, como é conhecido por aqueles que já vivenciaram seu clima gelado, o experiente emissário sente-se completamente despreparado para a situação que lhe aguardava. Os habitantes de Gethen fazem parte de uma cultura rica e quase medieval, estranhamente bela e mortalmente intrigante. Nessa sociedade complexa, homens e mulheres são um só e nenhum ao mesmo tempo. Os indivíduos não possuem sexo definido e, como resultado, não há qualquer forma de discriminação de gênero, sendo essas as bases da vida do planeta. Mas Genly é humano demais. A menos que consiga superar os preconceitos nele enraizados a respeito dos significados de feminino e masculino, ele corre o risco de destruir tanto sua missão quanto a si mesmo.

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Estraven tivera que calcular meu tamanho, e as raque­tas de neve que ele comprara para mim eram um pouco maiores, mas um par extra de meias ajustava-as perfeitamen­te. Calçamos os esquis e atrelamo-nos o mais rápido possí­vel; quando as lâminas deslizantes se recobriam de gelo nós as limpávamos e partíamos novamente.

Algumas manhãs, após uma nevasca forte, tínhamos que perder um bom tempo desenterrando com pás a tenda e o trenó, antes de poder caminhar. A neve recente não era difícil de cavar embora fizesse montes impressionantes ao nosso redor; eles eram o único empecilho com que nos defrotávamos por centenas de milhas, a única coisa que fazia relevo naquele lençol de gelo.

Mantínhamo-nos na direção leste guiados pela bússola. A direção usual do vento era norte—sul, descendo das gelei­ras. Dia após dia soprava pela esquerda. O capuz não bas­tava como proteção contra ele e eu usava uma máscara facial que protegia meu nariz e o lado esquerdo. Mesmo assim, meu olho esquerdo gelou e fechou-se um dia, e eu pensei que o havia perdido. Mesmo quando Estraven o descongelou com seu hálito e sua língua, eu não enxerguei coisa alguma por um certo tempo; provavelmente algo tinha se congelado além dos cílios. À luz do sol, ambos usávamos protetores para os olhos, telas com uma fenda, e nenhum de nós foi afetado pela cegueira da neve. Mas também não havia opor­tunidade para isso. O gelo, como dissera Estraven, tende a manter uma zona de alta pressão sobre a sua área central, onde milhares e milhares de milhas de brancura refletem a luz do sol. Ainda não estávamos nesta zona central; quando muito, nas suas bordas, entre ela e a zona de tempestades turbulentas e de precipitação que atormentam continuamen­te as terras subglaciais. O vento norte traz tempo limpo, brilhante, mas quando vem do nordeste ou noroeste desloca a neve ou dilacera a neve que caiu, já seca, formando nuvens que cegam e ferem como areia nas tempestades de pó; ou, então, se reduzindo a quase nada, desliza em caminhos si­nuosos sobre a superfície gelada, deixando o céu branco, o ar branco, nenhum sol visível, nenhuma sombra; e a neve mesmo, o gelo, desaparece sob nossos pés.

Mais ou menos ao meio-dia fazemos uma parada; se o vento está forte, cortamos e montamos blocos de gelo numa parede protetora. Aquecemos a água para dissolver o gichy- michy e bebemos a infusão quente, às vezes com um torrão de açúcar dissolvido também, e de novo nos colocamos a ca­minho. Raramente falávamos enquanto caminhávamos ou durante a refeição, pois nossos lábios estavam feridos e quando abríamos a boca o frio penetrava fazendo doer os dentes, a garganta e os pulmões; era preciso conservar a boca fechada e respirar pelo nariz, especialmente quando o ar estava abaixo de zero, uns quarenta ou cinqüenta graus. Quando baixava mais que isso, o processo de respiração era ainda mais complicado pelo rápido congelamento do ar ex­pirado, e se não se prestasse atenção, as narinas poderiam fechar-se por congelamento; então, para evitar a sufocação, engoliam-se golfadas de lâminas cortantes de ar gelado.

Sob certas condições, nossa respiração, ao sair, conge­lava instantaneamente, fazendo um ruído frágil de coisa par­tida, como foguetes explodidos a distância e um chuveiro de minúsculos cristais; cada respiração era uma tempestade de neve em miniatura.

Caminhávamos até ficar exaustos ou até o tempo es­curecer; parávamos, arrumávamos a tenda e, se havia amea­ça de vento forte, prendíamos com cravelhas o trenó no chão e nos instalávamos para a noite. Num dia comum, te­ríamos marchado de onze a doze horas e feito cerca de doze a dezoito líiilhas. Não parece uma boa média, mas as condi­ções eram adversas. A crosta de neve raramente estava em condições adequadas para se fazer o trenó esquiar ou des­lizar. Quando leve e nova, o trenó corria através dela e não sobre ela; parcialmente endurecida, os esquis deslizavam, mas o trenó emperrava freqüentemente, o que nos levava a parar com um sobressalto; quando dura, estava sempre acumulada em longas ondas fabricadas pelo vento — o sastrugi —, que em certos lugares chegam até quatro pés de altura. Tí­nhamos que puxar o trenó para o alto, sobre cada cume com bordas aguçadas ou cornijas, depois deslizá-lo para baixo e novamente para cima na seguinte, pois elas nunca pareciam correr paralelas ao nosso rumo.

Havia imaginado que todo o platô do Gobrin fosse constituído de um lençol gelado, mas nele havia centenas de milhas que se pareciam a um mar encapelado, totalmente enregelado.

Aquela história de fazer acampamento tomando precauções de segurança, retirar antes toda a neve acumulada no vestuário, etc., etc., era fatigante. Às vezes parecia tempo perdido. Era tarde, fazia frio, estávamos tão cansados que parecia melhor se acomodar dentro dos sacos de dormir, ao abrigo, e não se ocupar em armar a tenda. Lembro-me de como isto me vinha à cabeça certas tardes e de como eu me agastava amargamente com a insistência do meu companhei­ro para que fizéssemos tudo de modo correto e preciso. Odiava-o nestas ocasiões com uma força que se erguia de um sentimento destrutivo que jazia no meu espírito. Odiava as exigências ásperas, intrincadas e obstinadas que ele fazia em nome da sobrevivência. Quando tudo ficava pronto e entrávamos na tenda, quase que imediatamente o calor do fogareiro era sentido, como uma camada protetora, envolvente. Uma coisa maravilhosa nos rodeava: aquecimento. Morte e frio se distanciavam, lá fora. O ódio também ficava lá fora. Comíamos e bebíamos. Depois conversávamos. Quando o frio era extremo e nem mesmo a excelente insulação tér­mica da tenda conseguia conservá-lo de todo fora, ficávamos dentro dos nossos sacos, tão perto do fogão quanto possível. Uma pequena camada de geada revestia a superfície interior da tenda. Ao abrir a válvula de entrada, penetrava na tenda uma corrente de frio que se condensava imediatamente, enchendo a atmosfera interna com uma poeira rodopiante de neve finíssima. Quando havia tempestade de neve, agu­lhas de ar gelado penetravam através das aberturas, embora estas fossem bem reguladas, e uma poeira impalpável de cisco de gelo enevoava o ar. Nessas noites, a tempestade roncava com um barulho incrível e não podíamos conversar, a não ser que gritássemos, com as cabeças próximas uma da outra. Algumas noites, tudo ficava parado, com uma quietude que se imagina antes da formação dos mundos ou a que existirá após o aniquilamento total.

Uma hora depois da nossa refeição noturna, Estraven abaixava o fogareiro — se fosse possível — e desligava a emissão de luz. Quando fazia isto, murmurava uma prece de graças, curta e encantadora, as únicas palavras do ritual handdara que eu consegui aprender: “Louvadas sejam a treva e a criação inacabada”. Dormíamos. Pela manhã, reco­meçava tudo. Fizemos isto cinqüenta dias.

Estraven mantinha seu diário, apesar de não ter escrito mais do que anotações do tempo e da distância percor­rida por dias e dias seguidos, durante o percurso no gelo. Entre essas notas, há menções ocasionais, raras, de algum pensamento seu ou algum detalhe de nossas conversas. Mas nenhuma palavra sobre os diálogos mais profundos entre nós que enchiam nosso repouso, entre o jantar e o sono, nas muitas noites do primeiro mês no gelo, enquanto ainda tí­nhamos energia suficiente para conversar; ou de certos dias em que ficamos prisioneiros na tenda, retidos por tempesta­des. Contei-lhe que eu não fora proibido de usar a conver­sação paraverbal num planeta não aliado, mas que não era hábito fazê-lo; e pedi-lhe para guardar com ele o que apren­dera comigo, pelo menos até que pudesse debater o que fizera com meus companheiros da nave. Ele concordou e manteve a palavra. Nunca disse nem escreveu nada sobre nossas conversas silenciosas. Essa conversa mental era a úni­ca coisa que eu podia oferecer a Estraven, além da minha civilização e da minha realidade de estranho, na qual ele estava tão interessado. Eu podia conversar e descrever coisas de modo infindável, mas era tudo o que tinha a dar. Na realidade, talvez seja a única coisa importante que tenhamos para oferecer ao planeta Inverno. Mas não podia dizer que fora gratidão o motivo que me fez infringir a Lei do Em­bargo Cultural. Não estava pagando uma dívida. Estraven e eu tínhamos chegado, simplesmente, ao ponto em que partilhávamos de tudo que era digno de partilhar. Espero que algum dia seja possível o relacionamento sexual entre o getheniano bissexuado e o ser humano tipo hainiano, unissexuado, embora tal relação seja, inevitavelmente, estéril. Isto ainda está para ser provado. Estraven e eu não prova­mos nada, exceto talvez um detalhe, um tanto sutil: o ponto mais próximo de uma crise a que nossos desejos sexuais nos conduziram.

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