Auguste Callet - O Inferno
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Que argumento a pró do inferno!
Quem ousa impugnar verdade tão de fundamento provada? Cafres, Papus, Saabs, Bushmans creram no inferno! Patagões, Muskogis, Algonquinos, Chipperrais, Sioux creram no inferno! Hunos, Alanos, Ostrogodos, Gepidas, Vandalos creram no inferno! Tambem creram n'isso Cananeos, Philisteos, Ninivitas e Babylonios! Sodoma e Gomorra tambem! Sardanapalo, Balthazar, Herodiada, Cleopatra, Nero, Attila, Gengiskhão, Tamerlão creram tambem no inferno! Querem prova mais concludente?
Eu não sei se semelhante demonstração do inferno é bem feita para edificar uma assemblêa de fieis; receio muito que os incredulos se riam. Quer-me parecer que, se tentassem insinuar-nos reverencia a tal dogma, deveriam contentar-se com dizer-nos que aquellas raças degeneradas, aquellas nações estupidas, aquellas hordas faccinoras, aquelles sacerdotes embaidores, aquelles reis devassos, em fim, todos esses selvagens e monstros, nem criam na eternidade das penas, nem d'isso tinham vislumbres. Tal argumento, se fundado fosse, figurar-se-hia melhor que nenhum. Presumir-se-hia que esses homens, se tivessem á mão e perante os olhos barreira tal, não se infamariam tanto. Mas, da laia que elles são, darem-no'l-os como crentes no inferno, é mandar-nos descrer. Horrorisa-nos a immortalidade d'elles. Vão lá trazer taes arbitros para uma questão de altissimo interesse moral! Dizeis que elles creram no inferno? Oh Deus meu! é por isso mesmo talvez que elles tão mal comprehendiam a justiça, e tal vida viveram!
II
Explicação natural das tradições pagãs ácerca do inferno
Que monta recorrer a revelações miraculosas? É facilima coisa explicar naturalmente as tradições pagãs ácerca do inferno.
Este social estado que conhecemos, no qual o direito de cada um é definido por lei, e protegido por força publica, não é o primitivo estado do genero humano. No principio, a unica sociedade foi a familia, e, por extensão, a tribu. Cada homem se protegia a si, e sahia em desaffronta propria; parentes e servos bandeavam-se na pendencia, e a menor tentativa contra o direito privado espadanava ondas de sangue. N'esses remotos tempos, vingança e justiça eram uma só cousa.
Ora, é verdade que a vingança procede do sentimento de justiça, mas ultrapassa a justiça sempre, porque é egoista, cega, orgulhosa, colerica, não mede, não se compadece, dá mal por mal, e usurariamente o dá. A mais antiga das leis judaicas, a lei cruel de talião, foi lei misericordiosa; abalisou as retaliações; cabeça por cabeça, olho por olho, dente por dente, e mais nada. A vingança queria mais: arrancava os dois olhos, e não se saciava. Na Thracia, em Grecia e Roma, nas Gallias, na Germania, em toda a terra houve tempo em que os inimigos captivos eram sacrificados aos deoses, e estrangulados pelos sacerdotes do altar. Os que o ferro poupava eram ainda mais dignos de compaixão: condemnavam-os á escravidão com a sua posteridade – ao trabalhar sem proveito, e á miseria infinita. Entre as familias, tribus e raças ardiam odios hereditarios; pagava o innocente pelo culpado, porque era commum dever o assassinal-o.
E tudo isto se figurava justo, e hoje ainda entre as nações christãs, aqui e alli, subsistem vestigios d'estes antigos costumes.
Se insistem em que os pagãos conheciam o peccado original, a maldição do genero humano e as penas eternas, força é confessar que elles, segundo procediam, procuravam incitar a justiça divina. Que melhor modelo lhes sahiria a ponto?
Para lhes condemnar o procedimento é mister conceder que elles de Deus e da sua justiça apenas tinham falsa idêa. Phantasiavam Deus á sua similhança, vingativo, descaroado. D'ahi, a idêa das raças malditas, dos crimes e castigos hereditarios. D'ahi os pavorosos sonhos do inferno sem fim, dos máos abrazados e espedaçados vivos, dos algozes enfurecidos sobre as suas prêas immortaes, o chorar incessante, o suspirar sem echo, e os engenhosos supplicios todos do Naraka, indostamio inferno que ainda flammeja, e do Amenthi, egypcio, e do Tartaro grego, antigos infernos já agora apagados e que ha tantos seculos não mettem medo a ninguem.
III
Como o sacerdocio perpetuou estas tradições
A par e passo que a humanidade se illustra, vemos adoçarem-se por toda a parte as leis e os costumes; as religiões, porém, essas não: antes querem morrer que mudar; conservam como deposito precioso e inviolavel doutrinas antiquadas sem parentesco com as idêas e as necessidades das sociedades novas. Continuam a prégar aos povos policiados deoses ferozes. Faz-se mister um dia arrancar ao cutello sagrado as victimas humanas. Na Gallia foi forçoso derruir as áras e immolar os sacerdotes para acabar com os sacrificios abominaveis. Dá Moysés aos judeus a lei de talião, mas reserva a Jehovah a vingança, como os poetas gregos a reservavam a Jupiter. Querem homens bons e um Deus cruel, homens justos, e um Deus iniquo; e, sendo isto repugnante, fazem da justiça divina um mysterio, com a declaração de que o não podemos perceber. Préga Jesus exclusivamente a caridade, e morre em um madeiro perdoando a seus algozes. Tratam de conciliar a sua doutrina com os rabbinos, e logo nos figuram um Deus de duas faces: a doce face do Christo que contempla a terra, e no inverso d'esta face augusta e ungida de lagrimas, a face irritada de Jehovah, o Deus exterminador, o Deus inexoravel que persegue os filhos pelos crimes dos paes.
IV
Exemplo de um povo que permanece fiel a todas as suas antigas tradições
É a tradição a memoria do genero humano. Cumpre não menosprezal-a á conta das verdades que ella propaga; todavia não devemos escutal-a de joelhos, á feição de oraculo, por causa dos erros que a deturpam atravez de todas as edades e nações.
Que nos faz a nós que os antigos crêssem nas penas eternas? Não será isso que as tornará eternas, se ellas o não são. Mais antiga que todas as opiniões dos homens é a bondade de Deus; e as verdades moraes bem como as physicas dispensam o nosso consentimento para subsistirem.
Pois não girava a terra quando a julgavam immovel? Não era odiosa a escravidão quando a julgavam justa? Ha na profundeza do ceo estrellas que nossos paes não viram e nós vemos; e ha outras cuja luz não alcançamos e nossos netos verão brilhar.
Cumpre ver o ceo com os nossos olhos, e não com a vista dos que já são mortos. Não seria blasphemia crêr n'um Deus vingador, quando em seu proprio coração o homem não tinha discriminado entre justiça e vingança, e por isso a Deus se concediam sentimentos e acções que n'este mundo eram honrosos. Attribuir-lhe, porém, acções que passariam por injustas, se commettidas fossem, seria arrogar-se o homem direitos de fazer-se melhor que Deus; e fôra verdadeira impiedade imaginar um Deus tal que envergonharia quem o imitasse. O passado lá vai. Os antigos deram suas contas; nós temos de dar as nossas. Quando um caminheiro cáe na estrada, quem se levanta côxo é elle e não seu pai. Qualquer crime que perpetreis servos-ha imputado a vós. Desquitar os homens, em nome das tradições, da responsabilidade da sua fé, seria remil-os da responsabilidade das suas obras. Ha quatro mil annos que os hindostanicos são escravos dos mesmos prejuizos, acorrentados nas mesmas castas, vinculados ás mesmas praticas, rojando e palpando no mesmo circulo d'erro e miserias, á similhança dos seus condemnados, no dedalo tenebroso e sem sahida do seu inferno. N'aquellas regiões morre o homem na condição em que nasceu: representa servilmente seu já morto pai, pensando e operando como elle. É, quanto menos póde ser, pessoa distincta e nova; é-lhe quasi inutil a razão; a memoria lhe basta; nem a consciencia vive em 'si; está fóra nas tradições oraes ou escriptas que reverenceia cegamente, porque antes de vir ao mundo já eram veneradas. Se ha verdade é o que essas tradições dizem; bem, é o que ellas ordenam; mal, é o que ellas prohibem.
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