Auguste Callet - O Inferno

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Ha pouco disse eu que a egreja, adoptando as crenças da Judéa, não havia modificado a indole estranha e excepcional que taes crenças argúem á bondade de Deus. Por egual razão deixou ella condensarem-se as mesmas trevas sobre a sua justiça. É facil demonstral-o.

VIII

A egreja e o novo povo de Deus

Hoje em dia faz-se mister nascer em paiz catholico para ainda se crêr na possibilidade de não ir infallivelmente ao inferno. Contra o espirito do mal inda lá se encontra aquella miraculosa assistencia que outr'ora protegia apenas o districto não grande do Oriente. Alargou-se o territorio da clemencia, mas ainda assim não mede a quarta parte do globo. Além d'isso entre os novos, do mesmo modo como entre os antigos judeus, perdem-se muitos, porque Satanaz está sempre comnosco, na carne de Adão, e a maldição sobranceia-nos sempre.

Se o baptismo destróe esta maldição, não o faz completamente, salvo quando o baptisado morre ao sahir do baptisterio; senão, nem nos dispensa das penas eternas, nem nos arranca das prezas da necessidade das affeições, das tentações, dos enganos innumeros que são os effeitos temporaes da maldição.

Cresce, pobre creança, e se podes, cerra os ouvidos ás alegres cantilenas da tua ama; foge ás caricias de tua mãe e a todas as seducções que já te rodeiam. Não toques no bello fructo que a tua fome anceia. Na tua edade, sem que o saibas, já Satanaz te falla; na bebida e na comida estão venenos d'elle; com o mal te familiarisas, e perdida está a innocencia baptismal. Feito o primeiro peccado, desluziu-se a graça; a maldição meia delida revive inteira; a Egreja vem ainda com outros mysteriosos meios em nosso auxilio; porém, como n'este mundo não ha destruir attracção e inclinação e a liberdade do mal, muitos dos seus filhos se perdem, apesar d'ella, e para, melhor o dizer, em seus braços.

Attendendo aos perigos a que estão sujeitos ainda os filhos da luz n'esses paizes favorecidos, considere-se em que estado de desesperação vivem os filhos das trevas, isto é a maxima parte do genero humano. Em mil milhões de homens, pouco mais ou menos, que actualmente soffrem na terra, o mais que póde haver é duzentos milhões de catholicos. O remanescente vive sem confissão, e o maior numero sem baptismo, na ignorancia ou no odio da Egreja, e d'aqui vão como vieram sob o poder de Satanaz. Tem elles culpa? Nasceram no abysmo e longe de soccorros. Familia, tribu, cidade, patria, protectores naturaes, primeiros guias, ultimos amigos, lições, exemplos, leis e costumes, tudo os engana. Quem é que póde escolher o seu berço? Pois a nossa salvação póde depender de circumstancias e successos que não dependem de nós? A nossa rasão corrompida absolve-os; o velho Adão encontra sempre alguma desculpa ao peccado; mas a fé essa não. A fé decreta a reprovação final dos gentios, dos infieis, dos hereticos e até a reprovação final e eterna d'um grandissimo numero de catholicos; crê n'isto como no peccado original, como na hereditariedade do crime e do castigo, bem como na graça da salvação – coisas correlativas e de todo o ponto inseparaveis. Adora em silencio todas estas apparentes iniquidades, convicta de que ellas são sómente apparentes, e que um dia virá em que os proprios gentios hão de confessar que Deus fez bem amaldiçoando-os: tão profundamente justo, equitativo e rasoavel é na essencia aquillo que exteriormente tão pouco é.

Não ha pois duvidar que milhões de milhões de creaturas humanas estão no inferno. As almas despenham-se ahi de todos os lados, densas e rapidas como a chuva, chuva que dura ha mais de seis mil annos, e não acabará nunca. Todos nós temos no inferno uma immensa familia: todos os nossos antepassados pagãos, durante quatro mil annos, e Deus sabe quantos avós christãos!

Os parentes e amigos de quem nos apartamos a chorar, o que fazem é ir adiante de nós; os netos d'elles e os nossos, pela maior parte, lá vão ter comnosco, e para tão horrivel fim é que nós nos reproduzimos.

IX

Como se prova a verdade dos dogmas hebraicos, e com especialidade a eternidade das penas

Todos estes dogmas estão ligados; porém, quando surge uma duvida, não basta um para demonstrar o outro. Próvem-nos que Satanaz foi expulso do céo, e o homem do Eden; e, quando o tiverem provado, nem por isso lhes cabe o direito de concluir que Deus nunca perdoará a Satanaz nem aos homens. Um castigo que tira aos pacientes a esperança, e ao divino juiz a piedade, é mais incomprehensivel ainda que a fragilidade dos anjos: por consequencia, um tal castigo carece de ser justificado por pessoas eguaes, senão melhores. Estes antigos mysterios não derivam um do outro naturalmente; e, seja qual for o castigo que Deus reserve em sua justiça ás prevaricações das creaturas livres, é certo que nós o soffreriamos, ainda que Satanaz e Adão não tivessem peccado. A principal questão é saber se este castigo será eterno, e a tal respeito a corrupção original, a reversibilidade das culpas, o poder do tentador augmentam nossas duvidas em vez de diminuil-as.

O que ahi ha para nós não são provas, são objecções. O inferno poderá ainda sem isso não satisfazer nossa razão; mas não a offenderá tanto. É urgente, pois, provar que elle existe.

Prova-se pela revelação, isto é, pelas escripturas santas e pela auctoridade da Egreja, interprete infallivel d'ellas. Porém revelação biblica e infalibilidade de Egreja são já de si outros dogmas a favor dos quaes se escrevem todos os dias grossos volumes; e seria desviar-me grandemente do meu assumpto suscitando aqui similhante discussão. O pouco que a tal respeito hei de dizer vem no appendice que está no fim d'esta obra, sendo tanto para o leitor como para mim grande a pressa que temos de sahir d'este labyrintho de mysterios. Investigo provas d'outra ordem, mais especiaes, mais directas, mais apontadas ao bom senso, ao coração, á intelligencia, e que se prestam facilmente a ser entendidas e livremente discutidas. Se taes provas não existissem, não emprehenderia eu similhante trabalho; mas sustenta-se que existem, e em todas as apologias são invocadas como auxiliares das provas sobrenaturaes, e do ensinamento da Egreja, argumentos puramente philosophicos, dos quaes parece que a fé mesmamente está carecida. Dir-se-hia de vontade a respeito do inferno, o que Voltaire disse de Deus: que se elle não existisse, mister seria invental-o. Pois que podemos em verdade provar a existencia de Deus pela necessidade moral d'esta crença, pelo mesmo theor se intenta provar a existencia do inferno perpetuo: intenta-se fazer d'isto uma necessidade moral tão clara e evidente, quanto é evidente e clara a necessidade moral da crença em Deus, e é usual fundamentar tal raciocinio sobre o testemunho de todos os povos, que tanto importa a tradição chamada universal.

A mim me basta a primeira prova; d'ella pende a meu vêr a questão capital. Se o inferno, ou sómente a idêa do inferno é moralmente util, existe o inferno, é necessario, e é divino. Porém, como quer que a evidencia d'esta utilidade não seja dogma, assiste-nos o direito de examinar com plena liberdade. Tal é a tarefa que me impuz. A tradição universal de que tratarei depois, é apenas a primeira face do problema.

PARTE PRIMEIRA

O INFERNO CONSIDERADO ÁQUÉM DA CAMPA, OU O HOMEM E A SOCIEDADE EM PRESENÇA DO INFERNO

CAPITULO PRIMEIRO

TRADIÇÕES

I

A tradição universal é a prova do inferno?

Quando nos querem fazer comprehender a necessidade da revelação christã, esforçam-se em requintar phrases aviltantes, para bem caracterisar o estado do mundo sob os reinados de Augusto e Tiberio.

Não peço que se suavisem as pinturas. Todavia, se se tracta de nos incutir algum antigo dogma hebraico tenebrosissimo, repellentissimo, tal como o peccado original, a malicia dos diabos, o eternal inferno, então é vêr como esse genero humano tão vilescido se transfigura subitamente em oraculo. Claro é que a moral se lhe varrêra de todo; mas a theologia ficou. Eil-os a cavar no lodaçal das superstições orientaes, as mais putridas de quantas ahi houve, e querem entrever n'ellas uns certos vestigios de lá se haver conhecido Adão e Noé. Se se trata simplesmente do inferno, isso então acha-se em toda a parte. Um paria vagabundo, um pagão abjecto, um negro, um hottentote tremente em face d'um fetiche, eis as testemunhas, os consultados, os doutores. É mais que certo que taes miseraveis haviam perdido as noções todas do bem; dormiam com as servas e até com as irmãs; vendiam na feira as filhas e ás vezes as mães; profanavam os hospedes; eram ladrões, eram antropophagos; adoravam pedras, serpentes, sapos, e, peor que tudo, homens, facinoras ensanguentados; mas criam no inferno. Clarão de consciencia não lampejava n'elles só um; não estremavam raia entre virtude e vicio; e, posto que taes distincções lhes houvessem sido reveladas, tinham-nas esquecido. Vêde, porém, o prodigio: quanto ahi havia incomprehensivel para nós e ainda mais para elles; tudo que transcende a alçada da experiencia; tudo quanto a simples razão não póde revelar – tudo, em fim, que, pelo conseguinte, mais facilmente se desluz da memoria, oh! tudo isso lhes ficou na lembrança!

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