Auguste Callet - O Inferno

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Entremos na exposição, clara quanta fôr possivel, d'estes dogmas mysteriosos.

I

Rebellião de Satanaz

A historia de Satanaz não se encontra na Biblia nem no Evangelho. Passou tradicionalmente da synagoga á Egreja. No Thalmud e nos Padres é que vem escripta.

Satanaz era um anjo – como quem diz um espirito incorporeo, um sôpro de Deus. Pureza, força e benção eram o principio e constituição de sua essencia. Estava elle no ceo resguardado de exemplos e conselhos maus. Creado para o bem alli vivia em condições em que não é possivel conjecturar-lhe intenções más, contemplando Deus rosto a rosto, actuando e reclinando-se em seu seio, testemunha intelligente d'aquella superlativa sabedoria, bondade e omnipotencia que transpõe espaço e tempo.

Infelizmente Satanaz era livre e peccou. É obra sua o mal que antes d'elle não existia. Concebeu-o elle, e – caso estranho! – produziu-o alli mesmo no ceo, em meio dos resplendores increados, e eternas bem-aventuranças, e depois quiz-lhe como a seu, e propagou-o por entre os anjos.

Este peccado, aliás inqualificavel, visto que lhe não conhecemos a especie, é, como vou demonstrar, o verdadeiro peccado original. É a primitiva e inexhaurivel fonte de dores do genero humano, posto que ainda não houvesse genero humano na desconhecida época em que elle perturbou o céo. Todos os transtornos do universo, mal physico e mal moral, é aquelle peccado que os explica.

Saibamos como Satanaz foi castigado.

II

O Inferno

Deus não quiz anniquilar Satanaz nem perdoar-lhe. Creou o inferno, e precipitou-o lá com os seus cumplices.

Fogo, frio, esvahimentos de fome, tedios da saciedade, golpes de ferro, trances de agonia, inveja, remorsos, tudo isso não basta a dar-nos muito em sombra idêa dos tormentos d'aquelle abysmo. Corôa-lhe o horror não ser ahi conhecida a morte. Se a morte lá podesse entrar, a esperança iria com ella, deixando entrever o nada como acabamento de tão enormes penas.

Se, porém, foi recusada a Satanaz esta miseravel consolação, goza-se de outra em desforra. Deus, que o reduziu á desesperação, deixou-lhe a faculdade de o molestar, atravessando-se-lhe nos intentos, contrariando-lhe as leis, multiplicando e perpetuando o mal por toda a parte, salvante o ceo.

É o inferno o senhorio de Satanaz; mas não cabe lá. É-lhe toda a creação campo franco para a sua malfeitora actividade. Verdade é que leva comsigo, onde quer que vá, a sua immortal tristeza, e, pelo tanto, toda a parte lhe é inferno. Não obstante, é incomprehensivel que elle de lá sahisse, se lhe não fosse algum hediondo regalo n'isso de fazer tudo quanto quer, excepto o bem – poder singular que Deus lhe concedeu, e elle exercita incansavelmente, seu prazer unico, necessidade propria da sua desgraça, e que hade durar tanto como elle.

Tal é o castigo de Satanaz. Crime e castigo são por egual espantosos e inintelligiveis.

Agora, vejamos o que d'ahi resulta.

III

Paraiso terreal

No segundo e terceiro capitulos do Genesis , refere Moysés a creação e queda do homem. Esta breve passagem foi diffusamente glossada por hebreus e padres da Egreja, e raro haverá quem a não haja ouvido explicar do pulpito, como eu brevissimamente a vou explicar, acrescentando-lhe reflexões minhas.

Adão e sua companheira tinham recebido no Eden uma lei moral simplissima e muito clara: era-lhes licito saborear todos os fructos d'aquella mansão de delicias, tirante o fructo d'uma só arvore: feito isto, a sua felicidade seria perfeita. Conta-se que elles estavam alli mais innocentes que os recemnascidos e ao mesmo tempo mais instruidos que os anciãos d'hoje em dia. Obedecia-lhes a natureza e elles comprehendiam-lhe a voz. Cuidados nenhuns, nenhumas lagrimas, primavera eterna, e a mocidade immorredoira em todo o seu ser. Deus folgava descer-se do ceo para n'elles contemplar a sua viva imagem; e então lhes mostrava seu rosto e lhes fallava.

Entretanto Satanaz foi esperal-os debaixo da arvore da Sciencia, cujo fructo lhes fez comer. Não se corromperam per si mesmos como Satanaz; mas eram livres e o tentador estava alli. Quem tinha seduzido os anjos como deixaria de seduzil-os a elles? Que considerações o reteriam? Não receia Deus por que Deus lhe não póde aggravar o supplicio, pois que esse supplicio é eterno, e o inexprimivel horror de tal castigo consiste na eternidade d'elle. Pelo que respeita á piedade, é sentimento que Satanaz não conhece, pois que Deus lh'a não mostrou a elle, o primeiro de todos os seres que a necessitára. Á semelhança das outras creaturas, tem sómente aquillo que recebe; e o que brilha em si não é o amor divino, é a divina colera que o conserva devorando-o.

Quaes foram as consequencias da queda?

IV

A maldição

Não aceitou Deus as desculpas de Adão e Eva. De tal modo o irritou a desobediencia, que, no auge da sua ira, amaldiçoou-os e com elles a terra que os continha: dupla maldição que abrange alma e corpo, espirito e materia, eternidade e tempo – o homem todo na intimidade de seu ser immortal e nas condições exteriores da sua existencia transitoria.

De feito, foi Adão condemnado á morte. O corpo reverteu ao pó e a alma cahiu no inferno. Esperando, porém, este ultimo castigo, foi-lhe forçado soffrer outro n'este mundo. Cahiu sob o poder de Satan. Os miraculosos conhecimentos, que elle tinha, perdeu-os para sempre.

Repulso do Eden, nada sabia do que tinha sabido n'aquelle lugar; e, como a terra tambem se havia transformado, caminhava elle inexperiente atravez dos estorvos d'uma vida nova. Precisões, lavor ingrato, enfermidades, padecimentos de toda a natureza, desconfianças, medos, saudades inuteis, desejos inquietos acompanhavam o vagabundo par. Satanaz seguia-os, julgando-os ainda bastante felizes sobre a terra maldita, onde, se elle não fosse, o soffrimento seria expiação, e a morte resgate.

Penetremos mais dentro n'este mysterio, e consideremos com os theologos quaes foram e ainda são hoje as deploraveis consequencias d'aquelles successos.

V

Consequencias da maldição

Os filhos de Adão que ainda não eram nascidos no momento da culpa, e os filhos de seus filhos até á derradeira geração foram condemnados com elle, como se tivessem peccado. Comprehende-se que elles não fossem melhores que seus pais: peiores é que elles se tornaram. O mais velho d'esses reprobos matou seu irmão, e a impiedade humana foi crescendo até ao diluvio para recomeçar, ao sahir da arca, durante o somno de Noé.

Uma tal punição não podia gerar outros effeitos.

Considerai que nascemos aviltados, pervertidos, embriagados do vinho que outros beberam, escravos d'um poder occulto e maligno, odiados de Deus, odiando a Deus, só bastantemente livres para praticar maldades e merecer por isso novos castigos; incapazes todavia de praticar o bem. Está Satanaz no manancial onde bebemos a vida; está nas fontes que a nutrem, no seio de nossa mãe e no seu leito; a si nos attráe, encorporando-se na luz, na agua, nos alimentos, no ar que respiramos, na voz que nos encanta o ouvido, na fragrancia que as auras nos trazem, no amigo que nos abre os braços. Comnosco se identifica e nos enche de seus cavilosos e insaciaveis appetites.

De fóra chama-nos com uma doce voz, e com um interno aguilhão nos esporêa para onde nos chama. Então nos cerca, invade-nos, possue-nos, e isto não é ainda senão parte do nosso castigo. O inverno que nos engorgita os membros, a fome que nos prostra, a trovoada que arrebata as sementeiras, a febre paludosa que nos mata os filhos, as forças que se vão quando a experiencia chega, estes flagellos todos da natureza contra nós desenfreados, estas necessidades inexoraveis, amargas privações, e exulcerantes desenganos são tambem parte do nosso castigo. Mas ainda não é tudo: a nossa insanavel ignorancia, orgulho, fraqueza, toda a corrupção do nosso ser é parte integrante do mesmo castigo, não do peccado original, cumpre notar, mas do castigo, pois que a transmissão do peccado original é já de si um castigo. E não pára aqui a maldição; pelo contrario, quando ella se nos mostra mais terrivel é n'este estado a que nos reduziu, manietados pelas cadeias que nos forjou, porque as culpas que resultam d'esta corrupção natura e involuntaria que é um castigo, d'esta possessão diabolica que é um castigo, e de tantas dores accumuladas que são castigo – taes culpas chamam sobre nós outros castigos. Qualquer lapso é reprehensivel; o menor deslize é espiado e marcado; o minimo murmurio é uma offensa.

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