Alberto Moravia - A Romana

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Um livro de Alberto Moravia, escrito durante a Segunda Grande Guerra, que se centra na vida simples e aparentemente desinteressante de Adriana, uma jovem habitante de Roma. Traída pelo seu primeiro amor, a romana entrega-se à prostituição como quem se entrega a uma vocação. Numa trajetória de inúmeros amantes, três homens se destacam: um jovem revolucionário, um criminoso foragido e um alto funcionário do governo facista, a romana interliga o destino desses homens, quem têm um final dramático e inesperado. No romance de Moravia o sexo tem um valor sobretudo simbólico.

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Foi nesta altura que ele pareceu apaixonar-se pelo que ele chamava, não sem ironia, a minha educação. Como já disse, eu procurava prendê-lo a mim; assim, favoreci o seu entusiasmo. Esta experiência, no entanto, acabou quase de repente de uma maneira que vale a pena relatar. Vinha ter comigo muitas noites a seguir, trazia-me livros seus e depois de me explicar abreviadamente o assunto de que tratavam lia-me um trecho ou outro. Lia bem, com grande variedade de inflexões, segundo o assunto, e com um fervor que o tornava corado e lhe dava uma grande vivacidade ao rosto. Mas o que ele mais lia eram coisas que, a despeito dos meus esforços, não chegava a compreender. Bem depressa deixei de o ouvir, contentando-me em observar, com um entusiasmo que nunca fraquejava, as diversas expressões que a sua cara tomava. Na realidade, no decurso dessas leituras libertava-se, sem ironia, nem receio, como alguém que está no seu elemento e já não teme mostrar-se sincero. Aquilo magoava-me porque até então julgava que era o amor, e não a leitura, a situação mais favorável à expansão da alma humana. Para Jaime, parecia bem ser o contrário. Nunca lhe vi no rosto uma expressão de tanto entusiasmo e ao mesmo tempo de candura, mesmo nos raros momentos de sincero afecto por mim, como logo que elevava a voz com curiosas entoações cavernosas ou a baixava num tom reflectido para me declamar os seus autores preferidos. Eu via então desaparecer por completo aquele ar afectado, teatral e cômico que nunca o abandonava até mesmo nos momentos mais sérios e que dava a impressão de que ele estava sempre a representar um papel. Muitas vezes chegava a comover-se até às lágrimas.

Fechava o livro e perguntava-me num tom brusco:

— Gostas disto?

Geralmente dizia que gostava sem especificar porquê; não o poderia fazer, porque desde o princípio abandonei toda a tentativa de compreender. Mas um dia insistiu e perguntou-me:

— Diz-me porque gostas… explica-me!

— Para dizer a verdade — respondi depois de uma hesitação — nada te posso explicar, porque nada percebi.

— Porque não me disseste?

— Nada compreendo… ou quase nada do que me lês.

— E deixas-me ler sem mo dizer?

Saltava, batia com os pés no chão, furioso:

— Diabo! Mas tu és uma idiota, uma estúpida!… E eu a esforçar-me. És uma cretina!

Fez menção de me atirar com o livro à cabeça, mas conteve-se a tempo e continuou a injuriar-me durante um bom bocado. Deixei passar a fúria e observei-lhe:

— Dizes que me queres educar… mas a primeira coisa a fazer era agir de maneira a que eu não precisasse de ganhar a vida da maneira que sabes. Para engatar homens não é verdadeiramente necessário ler poesias ou reflexões sobre a moral. Podia muito bem não saber ler nem escrever; davam-mo o mesmo dinheiro.

Respondeu num tom sarcástico:

— Querias uma bonita casa, um marido, filhos, vestidos, um automóvel, não é? A desgraça é que as Sr.as Lobianco não lêem. Os motivos são diferentes dos teus, mas não menos justificáveis, ao que parece.

— Não sei o que quereria — respondi irritada —, mas esses livros convêm a uma condição diferente da minha. É como se oferecesses um chapéu de grande categoria a uma pedinte e quisesses que ela o usasse com os seus andrajos habituais!

— É possível — disse-me. — Mas para mim é a última vez que te leio uma linha!

Narro esta escaramuça porque me pareceu característica da sua maneira de pensar e de agir. Duvido de que tivesse continuado a sua obra educativa mesmo se eu não lhe tivesse mostrado a minha incompreensão. Não que fosse inconstante, mas tinha uma singular incapacidade — que se poderia chamar física — para manter qualquer esforço que exigisse um entusiasmo contínuo e sincero. Nunca mo disse claramente, mas compreendi depressa que esta atmosfera de comédia que criavam as suas palavras correspondia a um contíguo estado de espírito. Em suma, acontecia entusiasmar-se por um motivo qualquer, e enquanto durava o fogo do seu entusiasmo, ver a coisa como possível e concreta. Depois, de repente, o fogo extinguia-se e não lhe deixava mais que aborrecimento, desagrado, e sobretudo um sentimento total de absurdo. Neste caso ou se deixava cair numa gélida indiferença ou se agitava de uma maneira exterior e convencional como se este fogo não se tivesse apagado e então fingia. Para mim é difícil explicar o que lhe acontecia nessas ocasiões: provavelmente uma paragem brusca da vitalidade, como se de repente o calor do seu sangue tivesse abandonado o seu espírito, não deixando mais do que aridez e vazio. Era uma interrupção súbita, imprevisível, total, comparada à brusca interrupção de uma corrente eléctrica que mergulhasse no escuro uma casa faustosamente iluminada um minuto antes. Estas intermitências da mais profunda vitalidade, descobri-as depois das várias alternativas de entusiasmo e ardor para estados de apatia e inércia; mas acabei por ter a verdadeira revelação por ocasião de um incidente curioso, mas que mais tarde me pareceu significativo. Perguntou-me um dia, de uma maneira inesperada:

— Gostavas de fazer alguma coisa por nós?

— “Nós”, quem?

— Pelo nosso grupo. Por exemplo, ajudar-nos a fazer propaganda.

Estava sempre à espreita de tudo o que me pudesse aproximar dele e reforçar a nossa ligação. Respondi-lhe sinceramente:

— Com certeza! Diz-me o que devo fazer que eu o farei.

— Não tens medo?

— Medo de quê? Desde que tu o fazes também…

— Sim — disse —, mas primeiro é preciso que te explique de que se trata. Precisas de conhecer as ideias pelas quais te expões e te arriscas.

— Está bem! Explica-me!

— Mas não te interessam.

— Porquê? Primeiro interessam-me com certeza; além disso, tudo o que fazes me interessa, quanto mais não seja por tu o fazeres.

Olhou-me. Bruscamente, de uma maneira inesperada, os olhos iluminaram-se-lhe e a cara animou-se-lhe.

— Está bem — disse. — Hoje é muito tarde… mas amanhã explico-te tudo… de viva voz porque os livros aborrecem-te. Mas já sabes que precisarás de me escutar, mesmo que te pareça não estares a compreender-me.

— Farei o possível por compreender — disse-lhe.

— Tens de compreender — disse como se falasse consigo próprio.

Foi-se embora.

No dia seguinte esperei-o mas não veio. Voltou dois dias depois. Uma vez no quarto, sentou-se, sem dizer palavra, aos pés da cama:

— Então — disse eu alegremente —, estou pronta. Sou toda ouvidos!

Notara a sua cara abatida, os olhos mortiços; toda a sua atitude era de abatimento: mas fingi não perceber. Acabou por me responder:

— É inútil ouvires, porque nada tenho para te dizer.

— Porquê?

— Porque não!

— Diz-me a verdade — protestei. — Julgas-me muito estúpida ou muito ignorante para compreender certas coisas? Agradeço-te.

— Não — respondeu gravemente. — Enganas-te.

— Então porquê?

Continuamos durante algum tempo, eu a insistir para saber e ele a defender-se. Acabou por me dizer:

— Queres saber porquê? Porque eu próprio, hoje, já não te poderia expor estas ideias.

— Mas como, se pensas nisso continuamente?

— É verdade; mas depois daquela noite, e sabe Deus por quanto tempo ainda, estas ideias já não estão claras no meu espírito; já nada percebo disso.

— Então!

— Procura compreender-me — disse. — Há dois dias, quando te propus trabalhar para nós, se te tivesse exposto logo estas ideias estou certo de que não só o teria feito com vigor, clareza e convicção, mas tu as terias compreendido. Hoje, pelo contrário, poderia mexer os lábios e a língua para pronunciar palavras, mas fá-lo-ia mecanicamente, sem qualquer participação. Hoje — concluiu — já nada compreendo.

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