Alberto Moravia - A Romana

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Um livro de Alberto Moravia, escrito durante a Segunda Grande Guerra, que se centra na vida simples e aparentemente desinteressante de Adriana, uma jovem habitante de Roma. Traída pelo seu primeiro amor, a romana entrega-se à prostituição como quem se entrega a uma vocação. Numa trajetória de inúmeros amantes, três homens se destacam: um jovem revolucionário, um criminoso foragido e um alto funcionário do governo facista, a romana interliga o destino desses homens, quem têm um final dramático e inesperado. No romance de Moravia o sexo tem um valor sobretudo simbólico.

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— Queres saber — disse-lhe eu então — o que gostaria eu de ser?

— Vejamos.

— Quereria ser — disse-lhe lentamente saboreando cada uma das minhas palavras como se elas fossem um sonho há muito acariciado — exactamente o que tu és e o que tanto te desgosta ser… Gostaria de ter nascido de uma família rica como a tua, que me tivesse dado uma boa educação… gostaria de viver numa casa asseada e bonita como a tua… Gostaria de ter tido, como tu, bons professores, preceptores estrangeiros… Gostaria de, como tu, passar o Verão na praia ou na montanha… ter bonitas roupas, ser convidada, receber… E depois gostaria de me casar com alguém que me amasse, um bom rapaz que trabalhasse e tivesse tido também ele uma vida abastada… Gostaria de viver com ele e dar-lhe filhos.

Falávamos estendidos na cama. De repente saltou para cima de mim e começou a apertar-me e a beliscar-me, dizendo muitas vezes :

— Hip! Hip! Hurra! Em suma, tu querias ser como a Sr.a Lobianco?

— Quem é a Sr.a Lobianco? — perguntei-lhe, um pouco magoada e desconcertada.

— Uma pavorosa ave de rapina que me convida com frequência para as suas recepções com a esperança de que eu me apaixone por uma das suas horríveis filhas e case com ela, porque eu sou aquilo a que vulgarmente se chama um bom partido.

— Mas eu não quereria ser de modo algum como a Sr.a Lobianco.

— Tu serias forçosamente como ela se tivesses tido todas as coisas que disseste! Ela também, a Sr.a Lobianco, nasceu de uma família rica, que lhe deu uma excelente educação, com bons professores e preceptores estrangeiros, que a mandaram para o liceu e até mesmo, creio eu, para a Universidade. Ela também cresceu numa casa bonita e asseada… Ia para a praia ou para a montanha quando chegava o Verão… Teve bonitos vestidos, foi convidada e fez convites… muitos convites e muitas recepções… Também ela se casou com um bom homem, o engenheiro Lobianco, que é um trabalhador e que “cavou” bastante dinheiro para a casa… Enfim, ela teve desse marido, ao qual vou até ao ponto de acreditar que foi fiel, um bom número de filhos, três raparigas e um rapaz precisamente… E é nem mais nem menos como acabo de te dizer, uma pavorosa ave de rapina!

— Mas talvez seja uma ave de rapina… independentemente do seu meio.

— Não, ela é assim como o são as suas amigas e as amigas das suas amigas.

— É possível — disse-lhe eu experimentando desembaraçar-me do seu sarcástico abraço —, cada um tem o seu carácter. É possível que a Sr.a Lobianco seja como dizes… mas eu tenho a certeza de que na sua situação teria sido muito, muito superior ao que sou.

— Não serias menos horrível do que a Sr.a Lobianco.

— Porquê?

— Porque sim!

— Vejamos!… A tua família também te parece horrível?

— Sem dúvida nenhuma! Absolutamente horrível!

— Então tu também és horrível?

— Sou-o dentro de todos os elementos que me ficaram dá minha família.

— Mas porquê? Diz-me porquê.

— Porque sim!

— Isso não é uma resposta.

— É a resposta que te daria a Sr.a Lobianco se lhe fizesses certas perguntas.

— Que perguntas?

— É inútil que tas diga — respondeu em tom leve. Para as perguntas que nos podem embaraçar um bom “porque sim” pronunciado com convicção fecha a boca ao mais curioso. “Porque sim…” Sem razão nenhuma… “Porque sim!”

— Não compreendo.

— Que importa que nós nos não compreendamos se nos amamos mesmo assim, não é? — concluiu beijando-me com a sua habitual ironia, isenta de amor.

E foi assim que acabou a discussão. Da mesma maneira que ele nunca se abandonava por completo a um sentimento, parecendo guardar sempre uma parte para ele, talvez a mais importante, de modo a tirar todo o valor aos seus raros gestos de afecto, igualmente ele nunca abria inteiramente o seu espírito e de cada vez que eu julgava chegar ao centro da sua inteligência, de uma brincadeira, de um gesto cômico, repudiava-me e furtava-se à minha atenção. Era fugidio em todo o sentido da palavra. Tratava-me como a um ser inferior, uma espécie de objecto de estudo e de experiência. Mas talvez mesmo por isso eu o amava de uma maneira tão submissa e indefesa. Aliás, parecia-me por vezes que não odiava somente a família e o seu meio, mas realmente todos os homens. Disse-me um dia, não sei já a que propósito:

— Os ricos são horríveis… mas, se bem que por motivos diferentes, os pobres não valem por certo muito mais!

— Seria mais fácil — disse-lhe eu — dizeres francamente que detestas todos os homens.

Pôs-se a rir e respondeu:

— Quando não estou no meio deles não os detesto… detesto-os tão pouco que acredito na possibilidade de eles melhorarem. Se não acreditasse não me ocuparia de política. Mas quando me encontro com eles, fazem-me horror… Realmente os homens nada valem — acrescentou de repente com tristeza.

— Nós também somos homens — disse-lhe —, por conseguinte nada valemos. Não temos, portanto, o direito de julgar.

Riu-se de novo e acrescentou:

— Não os julgo, sinto-os, ou, melhor, farejo-os como um cão o rasto de uma perdiz ou de uma lebre… O cão julga? Não… Eu farejo-os como maus, estúpidos, egoístas, mesquinhos, vulgares, falsos, ignóbeis, cheios de ideias sujas… um sentimento… Não se pode abolir um sentimento, pois não?

Não sabia que responder. Limitei-me a observar:

— Eu não tenho esse sentimento.

De uma outra vez declarou-me:

— De resto, não sei se os homens são bons ou maus, mas são com certeza inúteis, supérfluos!

— Que queres dizer?

— Quero dizer que podia muito bem passar-se sem a humanidade inteira… Ela não é mais que uma ruim excrescência sobre a face do mundo… uma verruga. O mundo seria muito mais belo sem os homens, as suas cidades, as suas ruas, os seus portos, os seus arranjinhos. Pensa em como o mundo seria belo se só existisse o céu, o mar, as árvores, a terra, os animais.

Não pude deixar de rir e gritei:

— Que ideias esquisitas tu tens!

— A humanidade — continuou ele — é uma coisa sem pés nem cabeça e portanto negativa… A história da humanidade não é mais que um longo bocejo de aborrecimento… Que falta faz? Por mim passaria bem sem ela.

— Mas também tu fazes parte desta humanidade. Então gostarias de não existir?

— Eu sobretudo!

Uma outra das suas ideias fixas, ainda mais singular porque não tentava pô-la em prática e não servia senão para estragar-lhe o prazer, era o da castidade. Elogiava-a sempre, mas principalmente como se fosse para me arreliar, logo a seguir a termo-nos amado. Dizia que o amor era a forma mais fácil e idiota de nos livrarmos de todos os problemas, resolvendo-os às escondidas, sem que ninguém desse por isso, como se manda sair um hóspede embaraçoso pela porta de serviço.

— Em seguida — declarava —, feita a operação, vai-se passear com a cúmplice, mulher ou amante, maravilhosamente dispostos a aceitar o mundo tal qual é… nem que fosse o pior mundo possível.

— Não te compreendo — disse-lhe.

— No entanto — respondeu-me — isto pelo menos devias compreender; não é a tua especialidade?

Senti-me ferida e repliquei-lhe:

— A minha especialidade, como tu dizes, é amar-te. Mas se tu queres, nunca mais teremos relações e eu amar-te-ei da mesma maneira.

Riu-se e perguntou-me:

— Tens a certeza?

Nesse dia a discussão ficou por aqui, mas repetiu-se noutras ocasiões. Acabei por não ligar importância: aceitei a coisa como de resto os outros traços do seu carácter tão cheio de contradições.

Pelo que dizia respeito à política, pelo contrário, era assunto em que não tocava. Ainda agora ignorava qual o seu fim, quais as suas ideias, a que partido pertencia. Esta ignorância tinha origem no segredo em que ele envolvia este aspecto da sua vida, no facto de eu nada perceber de política e de, quer por timidez quer por ignorância, não lhe pedir explicações que me poderiam esclarecer. Fazia mal; Deus sabe como me arrependi mais tarde! Mas parecia-me naquela altura extremamente cômodo não me misturar em coisas que supunha não me dizerem respeito e não pensar senão no amor. Em suma, portava-me como muitas outras mulheres, esposas ou amantes, que ignoram como o homem que lhes pertence arranja o dinheiro que lhes dá. Acontecia-me muitas vezes encontrar os seus dois camaradas, que ele via quase todos os dias. Mas eles não falavam de política na minha presença; gracejavam ou conversavam sobre coisas sem importância.

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