Alberto Moravia - A Romana

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Um livro de Alberto Moravia, escrito durante a Segunda Grande Guerra, que se centra na vida simples e aparentemente desinteressante de Adriana, uma jovem habitante de Roma. Traída pelo seu primeiro amor, a romana entrega-se à prostituição como quem se entrega a uma vocação. Numa trajetória de inúmeros amantes, três homens se destacam: um jovem revolucionário, um criminoso foragido e um alto funcionário do governo facista, a romana interliga o destino desses homens, quem têm um final dramático e inesperado. No romance de Moravia o sexo tem um valor sobretudo simbólico.

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“Que estranha gente traz para a minha casa!”, devia pensar a Sr.a Medolaghi. “Uma rapariga do povo!” Sentei-me e observei a rapariga que tinha o meu nome. Era por metade do meu tamanho, como da minha cabeça, como do meu peito… por metade em tudo. Magra, pouco cabelo, uma cara oval e fina com grandes olhos mortiços, uma expressão estupefacta. Olhei-a e vi-a baixar os olhos. Pensei que fosse tímida e disse para quebrar o gelo:

— Sabe que acho curioso que outra pessoa tão diferente de mim tenha o meu nome?

Tinha dito qualquer coisa, só para meter conversa e a minha frase era parva. Mas, com grande surpresa, não recebi resposta. A rapariga fixou em mim os seus olhos esbugalhados e depois, sem dizer nada, curvou a cabeça sobre o prato e começou a comer. Então bruscamente fez-se luz no meu espírito: ela não era tímida, mas estava aterrada. E a causa do seu terror era eu. Estava aterrada com a minha beleza, que brilhava no ar parado e poeirento da sua casa como uma rosa numa teia de aranha, pela minha exuberância impossível de passar despercebida mesmo quando eu estava calada e quieta, e sobretudo pela minha origem popular. Os ricos não gostam dos pobres, mas não os temem; sabem mantê-los a distância com orgulho e suficiência. Mas o pobre ao qual a sua origem ou a sua educação dão uma alma de rico fica literalmente aterrado por ver o pobre em carne e osso, como um homem predisposto a uma doença em frente de alguém que está atacado desse mesmo mal. Ricas, as duas Medolaghi não eram com certeza, porque senão não alugariam quartos. Como se sentiam pobres sem o admitirem, a minha presença de pobre desprovida de qualquer artifício parecia-lhes um insulto e um perigo. Deus sabe as ideias que passaram pela cabeça da rapariga quando lhe falei: “Olha aquela a dirigir-me a palavra; quer tornar-se minha amiga e nunca mais me verei livre dela!” Com um simples olhar compreendi o que se passou e decidi não abrir mais a boca até ao fim do jantar.

Mas a mãe, que tinha mais à-vontade e talvez mais curiosidade, não quis renunciar à conversa:

— Não sabia que estava noivo — disse ela a Jaime. — Há quanto tempo?

Tinha uma voz afectada e parecia falar por detrás do seu enorme peito como se estivesse ao abrigo de uma trincheira.

— Há um mês — disse Jaime.

Era verdade; não remontava a mais de um mês o nosso conhecimento.

— A menina é romana?

— Ultra-romana. Sete gerações.

— E quando se casam?

— Depressa. Logo que a casa para onde vamos morar esteja livre.

— Ah! Já têm casa?

— Sim… uma casinha com jardim… um pátio… muito bonita.

O que ele descrevia com aquele tom sardônico era a moradia que eu lhe havia mostrado, ao pé da minha casa, na avenida.

— Se esperarmos por aquela casa — disse eu com esforço —, receio nunca mais casarmos!

— Ora, histórias! — disse Jaime, que parecia recomposto, até mesmo com o rosto mais corado. — Sabes bem que estará livre no dia marcado.

Não gosto de intrujices. Por isso nada mais disse. A criada mudou os pratos.

— As moradias têm muitas comodidades, Sr. Diodatti — disse a Sr.a Medolaghi —, mas não são práticas; exigem muito criados.

— Porquê? — perguntou Jaime. — Não será necessário; a Adriana será a cozinheira, a criada de quarto, a governanta… Não é, Adriana?

A Sr.a Medolaghi mediu-me com o olhar e declarou:

— Para dizer a verdade uma senhora tem outras coisas para fazer que não seja ocupar-se da cozinha, limpar os quartos e fazer as camas… mas se a menina Adriana está habituada a fazê-lo… então nesse caso…

Não acabou a frase e voltou os olhos para o prato que a criada lhe apresentava.

— Não sabíamos que vinha; senão teríamos acrescentado dois outros ovos.

Estava ofendida com Jaime e com a Sr.a Medolaghi. Quase desejava responder-lhe: “Não, o que eu estou habituada é a ser prostituta.” Jaime, radiante, servia-se e servia-me generosamente de vinho. (Os olhos da Sr.a Medolaghi seguiam a garrafa com inquietação.) Depois continuou:

— Mas a Adriana não é uma senhora. Ela nunca será uma senhora. A Adriana fez sempre as camas e arrumou os quartos. A Adriana é uma rapariga do povo.

A Sr.a Medolaghi olhou-me como se me visse pela primeira vez, depois confirmou com uma delicadeza injuriosa:

— Foi justamente o que eu disse… se ela está habituada…

A filha inclinou a cabeça sobre o prato.

— Sim — continuou Jaime. — Ela está habituada e não serei eu com certeza que lhe farei perder hábitos tão aproveitáveis. Adriana é filha de uma camiseira; e ela também é camiseira… não é, Adriana?

Estendeu o braço sobre a mesa, agarrou-me a mão e virou-ma de costas para cima:

— Ela pinta as unhas, é verdade, mas a sua mão é a de uma operária; grande, forte e simples. Como os cabelos… ela ondula-os, mas de facto são rebeldes e duros.

Largou-me a mão e puxou-me os cabelos, como se faz à crina dos animais.

— Em suma, Adriana é em tudo e por tudo uma digna representante do nosso bom povo vigoroso e são.

Sentia-se na sua voz um desafio sarcástico de que ninguém desconfiou. A filha olhava através da minha pessoa como se eu fosse transparente e ela quisesse ver um objecto que estivesse atrás de mim. A mãe ordenou à criada que mudasse os pratos e voltou-se para Jaime perguntando-lhe de uma maneira completamente inesperada:

— Então, Sr. Diodatti, chegou a ver a tal comédia? Esta maneira tão desastrada de mudar de conversa quase me deu vontade de rir. Jaime não pareceu desconcertado e declarou:

— Nem me fale nisso, uma verdadeira idiotice!

— Nós vamos amanhã. Diz-se que os actores são excelentes.

Jaime respondeu que, depois de tudo bem considerado, os actores não eram tão bons como os jornais diziam. A senhora admirou-se de que os jornais mentissem. O meu amante respondeu, com calma, que os jornais eram uma pura e simples mentira da primeira à última linha. A partir desse momento a conversa decorreu sempre sobre esses assuntos. Logo que um destes temas convencionais era abordado, a Sr.a Medolaghi encetava outro com uma precipitação mal dissimulada. Jaime, que parecia divertir-se, entrava no jogo e dava a réplica sem se fazer rogado. Falavam de actores, depois da vida nocturna de Roma, de cafés, de cinemas, de teatros, de hotéis e de outras coisas parecidas. Pareciam dois jogadores de pingue-pongue atirando constantemente a mesma bola e fazendo por não a deixar cair. Mas enquanto Jaime o fazia pelo amor à comédia, tão desenvolvida nele, o que levava a Sr.a Medolaghi a fazê-lo era o medo e o aborrecimento que eu lhe inspirava, eu e tudo o que se me pudesse ligar. Esta conversa de pura formalidade, só convencional, parecia significar: “É a minha maneira de lhe dizer que é indecente casar com uma rapariga do povo e também indecente trazê-la a casa da Sr.a Medolaghi, viúva de um alto funcionário.” A filha não piava. Percebia-se que estava aterrada e desejava claramente que a refeição terminasse e que eu me fosse embora o mais depressa possível. Durante algum tempo diverti-me a seguir a conversa. Depois fatiguei-me desse jogo e deixei a tristeza que me enchia o coração tomar inteiramente conta de mim. Compreendia com amarga clareza que Jaime não me tinha amor, e apesar de tudo sofria com isso. Depois reparei que ele se servira das minhas confidências para inventar a comédia do nosso noivado; não chegava a compreender se o fizera na intenção de troçar de mim ou delas. Talvez de mim e delas ao mesmo tempo, mas seguramente dele próprio, como se no fundo do seu coração acalentasse, como eu, o vivo desejo de uma vida normal e decente que, por motivos muito diferentes dos meus, pensava nunca poder vir a ter. Eu compreendia perfeitamente que os elogios que me fizera como filha do povo nada tinham de envaidecedor, quer para mim, quer para o povo; que a sua intenção fora tornar-se desagradável às duas mulheres e nada mais. Estas observações faziam-me reconhecer a verdade do que ele dissera pouco antes: que o seu coração não era susceptível de amar. Nunca como então me foi dado compreender que qualquer coisa com amor é tudo e nada sem amor é qualquer coisa. O amor ou existe ou não. Se existe, ama-se não somente alguém, mas toda a gente; era o que me acontecia. Se não existe, nada se ama, nem ninguém; era o seu caso. E a ausência de amor conduz fatalmente à incapacidade e à impotência.

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