Jorge Amado - Capitães da Areia

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Capitães da Areia: краткое содержание, описание и аннотация

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"Capitães da Areia" é um romance de autoria do escritor brasileiro Jorge Amado, publicado em 1937. O livro retrata a vida de um grupo de menores abandonados, chamados de "Capitães da Areia", ambientado na cidade de Salvador dos anos 1930.

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- Quem tirou teu cabaço?

- Ora, me deixe... respondeu o pederasta rindo.

- Não. Conta. Conta! disseram os outros.

- Ah! Foi Leopoldo... Ah!

O velho continuava a tremer. Um malandro de cara chupada pela tísica percebeu o velho no canto:

- Tu por que não vai te enrabar com aquele velhote? - perguntou a Mariazinha, que fez bico.

- Não tá vendo logo que não me passo pra velho. Olhe, não quero mais conversa, não...

Agora um guarda gozava na porta e o de cara chupada se virou para o velho, que se encolheu todo:

- Mas tu bem que gostava se ele lhe desse hoje, hein, tio?

- Eu sou um velho... Eu não fiz nada... murmurou o velho, mais que falou. - Não fiz nada, minha filha está me esperando...

Pedro, que estava de olhos fechados, adivinhou que o velho chorava. Mas continuou fingindo que estava dormindo. Ogum doía nos ossos da sua cabeça. Os presos continuavam a pilheriar com o pederasta e o velho, até que chegou outro guarda e falou para o velho:

- Você, velhote. Vamos...

- Eu não fiz nada... falou mais uma vez o velho. - Minha filha está me esperando... se dirigia a todos, guardas e presos. E tremia tanto, que todos tiveram pena e até o malandro de cara chupada baixou a cabeça. Só o pederasta sorria.

O velho não voltou. Depois foi o pederasta. Demorou muito. O de cara chupada explicava que Mariazinha era de boa família.

Naturalmente estavam telefonando para casa dele, pedindo que o viessem buscar para não terem que o prender de novo naquela noite. De quando em vez, quando tomava cocaína demais, dava escândalos na rua e era trazido por um guarda. Quando Mariazinha voltou, foi só para pegar o chapéu. Então viu Pedro Bala deitado e disse:

- Tão novinho este. Mas é um amorzinho...

Pedro cuspiu de olhos fechados:

- Sai, xibungo, antes que eu te pranche a cara...

Os outros riram, e só então atentaram em Pedro:

- Que é que tu tá fazendo aqui, rato de igreja?

- O que não é da tua conta, macaqueio... - respondeu Pedro Bala ao de cara chupada.

Até o guarda riu e explicou para os outros a história de Pedro. Mas o negro jovem foi chamado e eles ficaram silenciosos. Sabiam que o negro tinha esfaqueado um homem num breforé nesta noite. Quando o preto voltou trazia as mãos inchadas dos bolos. Explicou:

- Disse que vou ser processado por ferimentos leves. E me dero duas dúzia...

Não conversou mais, procurou um canto, se arriou. Os outros também ficaram calados. E foram indo um por um para o despacho do comissário. Uns eram postos em liberdade, outros iam para o calabouço, outros voltavam apanhados. O temporal cessara e a madrugada chegava. Pedro foi o último a ser chamado. Deixou o paletó onde enrolara Ogum.

O comissário era um jovem advogado que reluzia um rubi no dedo e um charuto no queixo. Quando Pedro entrou com o guarda, pedia café em voz alta. Pedro ficou diante da escrivaninha, parado. O guarda disse:

- Esse é o menino do roubo no Campo Grande.

O comissário fez um sinal com a mão:

- Veja se esse café sai ou não sai...

O guarda retirou-se. O comissário leu a parte do guarda que prendera Pedro Bala, olhou o menino:

- O que é que você tem a dizer? E não venha me mentir, não.

Pedro contou com uma voz amedrontada uma história comprida.

Que seu pai era saveirista em Mar Grande e naquele dia pela manhã viera com o saveiro e o trouxera. Mas voltara em seguida para buscar outra carga e o deixara na cidade passeando, porque o saveiro tornaria à Bahia ainda à tardinha e então ele poderia voltar com seu pai. Mas com o temporal seu pai não tinha podido voltar e ele, que não conhecia ninguém, ficou na chuvas em ter onde dormir. Perguntou a um homem na rua onde poderia dormir, o homem respondera que na polícia. Então ele pedira ao guarda que o levasse a dormir na policia, o guarda não deixara, ele fizera então que ia furtar a mulher só para ser levado, para poder dormir sob um teto.

- Tanto que não roubei e nem fugi... - concluiu.

O delegado, que sorvia o café em golinhos, disse de si para si:

- Não é possível que uma criança desta idade inventasse essa história...

Depois, como tinha veleidades literárias, murmurou:

- Eis aí um conto formidável... e sorriu com bom humor.

- Como é o nome de teu pai? - perguntou a Pedro.

- Augusto Santos - respondeu o menino, dando o nome de um saveirista de Mar Grande.

- Se o que você contou for verdade, eu vou lhe soltar. Mas se você quis me tapear com essa história, vai ver...

Tocou a campainha chamando o guarda. Pedro estava com os nervos todos em tensão. O guarda chegou, o comissário perguntou se na polícia havia um livro de registro de saveiristas de Mar Grande que ancoravam no cais do Mercado.

- Tem, sim senhor.

- Vá ver se tem um tal Augusto Santos e volte para me dizer. E ande depressa, que minha hora está acabando.

Pedro Bala olhou para o relógio: marcava cinco e meia da manhã. O guarda demorou uns minutos, o comissário não se ocupou mais de Pedro, que estava de pé ante sua secretária. Só quando o guarda voltou e disse: Tem, sim senhor... Hoje mesmo teve no cais, mas voltou logo... - o comissário fez um gesto com a mão e falou para o guarda:

- Ponha esse moleque em liberdade Pedro pediu para ir buscar seu paletó. Acomodou debaixo do braço, nem parecia trazer a imagem envolvida nele. Atravessaram o corredor novamente, o guarda o deixo una porta. Pedro tomou para o largo dos Aflitos, rodeou o velho quartel, desabou pela Gamboa de Cima. Agora ia correndo, mas ouviu passos atrás de si. Parecia que o perseguiam. Olhou. Professor, João Grande e o Gato vinham atrás dele. Esperou que eles chegassem e perguntou curioso:

- Que é que vocês tava fazendo por estas bandas?

O Professor coçou a cabeça:

- Não vê que a gente saiu agora cedo. E velo vindo por aqui, andando sem que fazer, foi quando topou com tu, que vinha desabalado..

Pedro abriu o paletó, mostrou a imagem de Ogum. João Grande riu com satisfação:

- Como foi que tu tapeou eles?

Foram descendo a ladeira escorregadia da chuva. E Pedro Bala ia narrando as aventuras da noite. O Gato perguntou:

- Tu não teve nem um pingo de medo?

Primeiro Pedro Bala pensou em dizer que não, depois confessou:

- Pra falar verdade, tive um cagaço da desgraça...

E riu da cara gozada que João Grande fazia. O céu agora estava azul, sem nuvens, o sol brilhava e da ladeira eles viam os saveiros que partiam do cais do Mercado.

Capítulo 7 - Deus Sorri Como um Negrinho

O menino era tentação por demais grande.

Nem parecia um meio-dia de inverno. O sol deixava cair sobre ruas uma claridade macia, que não queimava, mas cujo calor acariciava como a mão de uma mulher. No jardim próximo as flores desabrochavam em cores. Margaridas e onze-horas, rosas e cravos, dália e violetas. Parecia haver na rua um perfume bom, muito sutil, mas que Pirulito sentia entrar nas suas narinas e como que embriagá-lo. Tinha comido na porta de uma casa de portugueses ricos as sobras de almoço que fora quase um banquete. A criada, que lhe trouxera o prato cheio, dissera, mirando as ruas, o sol de inverno, os homens que passavam sem capa:

- Tá fazendo um dia lindo.

Essas palavras foram com Pirulito pela rua. Um dia lindo, e o menino ia despreocupado, assoviando um samba que lhe ensinara o Querido-de-Deus, recordando que o padre José Pedro prometera tudo fazer para 1he conseguir um lugar n o seminário. Padre José Pedro lhe dissera que toda aquela beleza que caía envolvendo a terra e homens era um presente de Deus e que era preciso agradecer a Deus. Pirulito mirou o céu azul onde Deus devia estar e agradeceu num sorriso e pensou que Deus era realmente bom. E pensando em Deus pensou também nos Capitães da Areia. Eles furtavam, brigavam nas ruas, xingavam nomes, derrubavam negrinhas no areal, por vezes feriam com navalhas ou punhal homens e polícias. Mas, no entanto, eram bons, uns eram amigos dos outros. Se faziam tudo aquilo é que não tinham casa, nem pai, nem mãe, a vida deles era uma vida sem ter comida certa e dormindo num casarão quase sem teto. Se não fizessem tudo aquilo morreriam de fome, porque eram raras as casas que davam de comer a um, de vestir a outro. E nem toda a cidade poderia dar a todos. Pirulito pensou que todos estavam condenados ao inferno. Pedro Bala não acreditava no inferno, Professor tampouco, riam dele.

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