Victor Hugo - Os Miseráveis

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Os Miseráveis é um romance de Victor Hugo publicado em 1862 que deu origem a muitas adaptações, no cinema e muitas outras mídias. Neste romance emblemático da literatura francesa que descreve a vida das pessoas pobres em Paris e na França provincial do século XIX, o autor se concentra mais particularmente no destino do condenado Jean Valjean.
O romance expõe a filosofia política de Hugo, retratando a desigualdade social e a miséria decorrente, e, por outro lado, o empreendedorismo e o trabalho desempenhando uma função benéfica para o indivíduo e para a sociedade. Retrata também o conflito na relação com o Estado, seja pela ação arbitrária do policial ou pela atitude do revolucionário obcecado pela justiça.

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É que, estranho fenómeno apenas possível na situação em que ele se achava, roubando o dinheiro àquela criança, praticara uma coisa de que já não era capaz.

Fosse como fosse, o certo é que esta sua última má ação produziu nele um efeito decisivo; atravessou rapidamente o caos que tinha na inteligência e dissipou-o, separou-lhe a luz das trevas e operou sobre a alma, no estado em que se achava, como certos reagentes químicos operam sobre uma mistura turva, precipitando um elemento e clarificando o outro.

No primeiro momento, antes de se examinar e de refletir, alucinado e como quem tenta fugir, fez toda a diligência para encontrar o pequeno, a fim de lhe restituir o dinheiro; porém, depois que viu a inutilidade e impotência dos seus esforços, parou, desesperado.

Na ocasião em que exclamou: «Sou um miserável!», aquele homem acabava de se ver tal qual era, e já se achava a tal ponto separado de si próprio, que se lhe afigurava já não ser mais do que um fantasma que tinha ali diante de si em carne e osso, de cajado na mão, com a blusa vestida e a mochila às costas, cheia de objetos roubados, de semblante resoluto e sombrio, com o pensamento cheio de abomináveis projetos, o medonho forçado Jean Valjean.

O excesso de infortúnio tornara-o até certo ponto visionário Tudo isto foi pois uma visão. Viu realmente diante de si Jean Valjean e o seu rosto sinistro. Esteve a ponto de perguntar a si mesmo quem era semelhante homem e teve horror.

O seu cérebro encontrava-se num desses momentos violentos e, ao mesmo tempo, temerosamente serenos, em que a abstração é tão profunda que absorve a realidade. Não vemos então os objetos que temos diante de nós e deparamos como que fora de nós com as figuras que temos no espírito.

Jean Valjean contemplou-se, por assim dizer, face a face, e ao mesmo tempo, no meio da sua alucinação, via a uma misteriosa profundidade, uma espécie de luz que, ao princípio, se lhe afigurou um archote. Olhando com mais atenção para essa luz que se mostrava à sua consciência, viu que ela tinha forma humana, que o archote era o bispo.

A sua consciência comparou simultaneamente aqueles dois homens assim colocados na sua presença, o bispo e Jean Valjean. Só o primeiro fora capaz de fazer desaparecer o segundo. Por um desses singulares efeitos, particulares a esta espécie de êxtases, à medida que se prolongava a sua abstração e que crescia e resplandecia a seus olhos o vulto do bispo, o de Jean Valjean diminuía e desfazia-se. Em certa ocasião, ficou apenas reduzido a uma sombra. De súbito desapareceu e ficou só o bispo, enchendo a alma daquele miserável de uma irradiação magnífica.

Jean Valjean, durante muito tempo, não fez senão chorar. Chorou copiosamente, chorou e soluçou com mais fraqueza do que uma mulher, com mais pavor do que uma criança.

Enquanto assim chorava, o cérebro parecia iluminar-se-lhe com extraordinária luz, ao mesmo tempo encantadora e terrível. A sua vida passada, a sua primeira falta e a longa expiação que se lhe seguira, o embrutecimento exterior, o endurecimento interior, a recondução à liberdade acompanhada por tantos planos de vingança, o que lhe tinha acontecido em casa do bispo, a última coisa que fizera, esse roubo de quarenta soldos a uma criança, crime tanto mais cobarde e monstruoso, por isso que o cometera depois do perdão do bispo, tudo isto lhe ocorreu claramente, porém no meio de uma claridade que ele ainda até então não tinha visto. Olhou para a sua vida e pareceu-lhe horrível; olhou para a alma e pareceu-lhe medonha; porém uma luz suave se lhe refletia na vida e na alma. Parecia-lhe que via Satanás à luz do paraíso. Quantas horas chorou assim? O que fez depois de ter chorado? Para onde foi? Nunca ninguém o soube.

Apenas parece averiguado que, nessa mesma noite, o estafeta que conduzia a mala do correio de Grenoble para Digne e que chegava a este último ponto pelas três horas da manhã, ao atravessar a rua da catedral, viu um homem prostrado de joelhos, na atitude de quem orava, em frente da porta de Monsenhor Bemvindo.

LIVRO TERCEIRO—EM 1817

I—O ano de 1817

1817 é o ano que Luís XVIII, com certo aprumo régio, não destituído inteiramente de altivez, denominava o vigésimo segundo ano do seu reinado. Foi o ano em que o senhor Bruguière de Sorsun se tornou célebre, em que todas as lojas de cabeleireiro foram pintadas de azul com flores de lis, esperando novamente o uso dos pós e o regresso da ave real.

Era o inocente tempo em que o conde de Lynch se apresentava todos os domingos, como tesoureiro, no seu banco de Saint-Germain-des-Prés, com o seu trajo de par de França, a sua fita vermelha e o seu grande nariz, aquele aspeto de majestade particular ao homem que praticou uma ação célebre.

A ação célebre praticada por Lynch consistia, sendo maire de Bordéus, em 12 de março de 1814, em ter entregado a cidade demasiadamente cedo ao duque de Angoulême, do que lhe proveio a sua nomeação de par. Em 1817, a moda inventara para os rapazinhos de quatro a seis anos uns enormes bonés de couro fingindo marroquim, quase à maneira de barretes de esquimós, debaixo dos quais as pobres crianças desapareciam totalmente. O exército francês usava uniformes brancos à austríaca; os regimentos chamavam-se legiões e, em lugar de números, traziam os nomes dos departamentos Napoleão estava em Santa Helena, e como a Inglaterra lhe não dava pano verde, mandava virar os casacos do avesso Em 1817, cantava Pellegrini e dançava Bigottini; reinava Potier e Odry ainda não existia. Madame Saqui sucedia a Torioso Havia ainda prussianos em França O senhor Delalot era um homem notável. A sua legitimidade acabava de se consolidar, cortando a mão e em seguida a cabeça a Pleignier, a Carbonneau e a Tolleron

O príncipe de Talleyrand, camarista-mor, e o abade Luís, apontado para ministro das finanças, encaravam-se, rindo com o riso de dois arúspices; ambos no dia 14 de julho de 1790, haviam celebrado a missa da federação no Campo de Marte; Talleyrand oficiando-a como bispo, Luís como diácono. Em 1817, nos passeios laterais desse mesmo Campo de Marte, viam-se grossos cilindros de madeira, lançados por terra, expostos à chuva e apodrecendo no meio da erva, pintados de azul e ainda com vestígios de águias e abelhas, que tinham sido douradas. Eram as colunas que dois anos antes tinham servido para sustentar o estrado do imperador no Campo de maio. Aqui e além divisavam-se-lhe manchas negras causadas pelas balas do acampamento dos austríacos situado próximo a Gros-Caillou. Duas ou três destas colunas haviam desaparecido nas fogueiras desses acampamentos e servido para aquecer as enormes mãos dos Kaiserliks.

Nesse ano de 1817, duas coisas eram populares: o Voltaire-Trouquet e as caixas de rapé à cartista A emoção parisiense mais recente era o crime de Dautun, que lançara a cabeça do irmão ao tanque da Praça das Flores. No ministério da marinha principiava a reinar inquietação por não haver notícias da fatal fragata Medusa, que devia cobrir de vergonha Chautnareix e de glória Géricault. O coronel Selves partia para o Egito, onde devia tornar-se Solimão-Pachá. O palácio das termas, na rua de La Harpe, servia de oficina a um tanoeiro. Na plataforma do torreão octógono do palácio de Cluny, via-se ainda a barraquinha de tábuas que servira de observatório a Messier, astrónomo da marinha no reinado de Luís XVI. A duquesa de Duras lia a três ou quatro amigos íntimos, no seu toucador mobilado com XX estofados de cetim azul celeste, o manuscrito de Ourika, ainda inédito.

No Louvre raspavam-se os NN. A ponte de Austerlitz abdicava do seu título e passava a chamar-se ponte do Jardim do Rei, duplo enigma que encobria ao mesmo tempo o Jardim das Plantas e a Ponte de Austerlitz. Luís XVIII, ao mesmo tempo que anotava com a unha em Horácio, os heróis que chegavam a imperadores e os sapateiros que se fazem delfins, tinha dois cuidados que seriamente o preocupavam: Napoleão e Mathurin Bruneau. A Academia Francesa dava para assunto de prémio: «a felicidade filha do estudo». O senhor Ballart era oficialmente eloquente; à sua sombra via-se germinar o futuro delegado geral de Broé, destinado aos sarcasmos de Paulo Luís Courier. Havia um falso Chateaubriand por nome Marchangy, à espera de um falso Marchangy, chamado de Arlincourt. Clara de Alba e Malek-Adel eram reputadas obras-primas, e Madame Cottin era proclamada a primeira entre os escritores da época. O Instituto deixava riscar da sua lista o académico Napoleão Bonaparte. Em virtude de um decreto real, Angoulême era elevada a escola naval, pois sendo o duque de Angoulême almirante, era evidente que a cidade de Angoulême possuía de direito todas as qualidades de um porto de mar, sem o que ficaria abalado o princípio monárquico.

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