José Saramago - As Intermitências da Morte
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ou confidencial, porém não o tinha feito, e não compreendia porquê.
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Por duas vezes se levantou da sua cadeira e foi entreabrir a porta do
gabinete. o sobrescrito continuava ali. Estou com manias, será efeito da
cor, pensou, ele que venha já e se acabe com o mistério. Referia-se ao
patrão, ao director-geral, que tardava. Eram dez horas e um quarto
quando finalmente apareceu. Não era pessoa de muitas palavras,
chegava, dava os bons-dias e imediatamente passava ao seu gabinete,
onde a secretária tinha ordem de só entrar cinco minutos depois, o
tempo que ele considerava necessário para se pôr à vontade e acender o
primeiro cigarro da manhã.
Quando a secretária entrou, o director-geral ainda estava de casaco
vestido e não fumava. segurava com as duas mãos uma folha de papel
da mesma cor do sobrescrito, e as duas mãos tremiam. Virou a cabeça
na direcção da secretária que se aproximava, mas foi como se não a
reconhecesse. De repente estendeu um braço com a mão aberta para
fazê-la parar e disse numa voz que parecia sair doutra garganta, saia
imediatamente, feche essa porta e não deixe entrar ninguém, ninguém,
ouviu, seja quem for. solícita, a secretária quis saber se havia algum
problema, mas ele cortou-lhe a palavra com violência, Não me ouviu
dizer-lhe que saísse, perguntou. E quase gritando, saia, agora, já. A
pobre senhora retirou-se com as lágrimas nos olhos, não estava
habituada a que a tratassem com estes modos, é certo que o director,
como toda a gente, tem os seus defeitos, mas é uma pessoa no geral
bem-educada, não é seu costume fazer das secretárias gato-sapato.
Aquilo é alguma cousa que vem na carta, não tem outra explicação,
pensou enquanto procurava um lenço para enxugar as lágrimas. Não se
enganava. se se atrevesse a entrar outra vez no gabinete veria o
director-geral a andar rapidamente de um lado para outro, com uma
expressão de desvairo na cara, como se não soubesse o que fazer e ao
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mesmo tempo tivesse a consciência clara de que só ele, e ninguém mais,
é que poderia fazê-lo. o director olhou o relógio, olhou a folha de papel,
murmurou em voz muito baixa, quase em segredo, Ainda há tempo,
ainda há tempo, depois sentou-se a reler a carta misteriosa enquanto
passava a mão livre pela cabeça num gesto mecânico, como se quisesse
certificar-se de que ainda a tinha ali no seu lugar, de que não a perdera
engolida pelo vórtice de medo que lhe retorcia o estômago. Acabou de
ler, ficou com os olhos perdidos no vago, pensando, Tenho de falar com
alguém, depois acudiu-lhe à mente, em seu socorro, a ideia de que
talvez se tratasse de uma piada, de uma piada de péssimo gosto, um
telespectador descontente, como há tantos, e ainda por cima de
imaginação mórbida, quem tem responsabilidades directivas na
televisão sabe muito bem que não é tudo por lá um mar de rosas, Mas
não é a mim que em geral se escreve a desabafar, pensou. Como era
natural, foi este pensamento que o levou a ligar finalmente à secretária
para perguntar, Quem foi que trouxe esta carta, Não sei, senhor
director, quando cheguei e abri a porta do seu gabinete, como sempre
faço, ela já aí estava, Mas isso é impossível, durante a noite ninguém
tem acesso a este gabinete, Assim é, senhor director, Então como se
explica, Não mo pergunte a mim, senhor director, há pouco quis dizer-
lhe o que se havia passado, mas o senhor director nem sequer me deu
tempo, Reconheço que fui um pouco brusco, desculpe, Não tem
importância, senhor director, mas doeu-me muito. O director-geral
voltou a perder a paciência, se eu lhe dissesse o que tenho aqui, então é
que a senhora saberia o que é doer. E desligou. Tornou a olhar o relógio,
depois disse consigo mesmo, É a única saída, não vejo outra, há
decisões que não me compete a mim tomar. Abriu uma agenda,
procurou o número que lhe interessava, encontrou-o, Aqui está, disse.
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As mãos continuavam a tremer, custou-lhe acertar com as teclas e ainda
mais acertar com a voz quando do outro lado lhe responderam, Ligue-
me ao gabinete do senhor primeiro-ministro, pediu, sou o director da
televisão, o director-geral. Atendeu o chefe de gabinete, Bons dias,
senhor director, muito prazer em ouvi-lo, em que posso ser-lhe útil,
Necessito que o senhor primeiro-ministro me receba o mais rapida-
mente possível por um assunto de extrema urgência, Não pode dizer-
me de que se trata para que eu o transmita ao senhor primeiro-ministro,
Lamento muito, mas é-me impossível, o assunto, além de urgente, é
estritamente confidencial, No entanto, se pudesse dar-me uma ideia,
Tenho em meu poder, aqui, diante destes olhos que a terra há-de comer,
um documento de transcendente importância nacional, se isto que lhe
estou a dizer não é suficiente, se não é bastante para que me ponha
agora mesmo em comunicação com o senhor primeiro-ministro onde
quer que se encontre, temo muito pelo seu futuro pessoal e político, E
assim tão sério, só lhe digo que, a partir deste momento, cada minuto
que tiver passado é de sua exclusiva responsabilidade, Vou ver o que
posso fazer, o senhor primeiro-ministro está muito ocupado, Pois então
desocupe-o, se quiser ganhar uma medalha, Imediatamente, Ficarei à
espera, Posso fazer-lhe outra pergunta, Por favor, que mais quer saber
ainda, Por que foi que disse estes olhos que a terra há-de comer, isso era
dantes, Não sei o que o senhor era dantes, mas sei o que é agora, um
idiota chapado, passe-me ao primeiro-ministro, já. A insólita dureza das
palavras do director-geral mostra a que ponto o seu espírito se encontra
alterado. Tomou-o uma espécie de obnubilação, não se conhece, não
percebe como foi possível ter insultado alguém apenas por lhe ter feito
uma pergunta absolutamente razoável, quer nos termos, quer na
intenção. Terei de lhe pedir desculpa, pensou arrependido, amanhã
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poderei vir a precisar dele. A voz do primeiro-ministro soou impa-
ciente, Que se passa, perguntou, os problemas da televisão, que eu
saiba, não são comigo, Não se trata da televisão, senhor primeiro-
ministro, tenho uma carta, sim, já me disseram que tem uma carta, e
que quer que lhe faça, só venho rogar-lhe que a leia, nada mais, o resto,
para usar as suas mesmas palavras, não será comigo, Noto que está
nervoso, sim, senhor primeiro-ministro, estou mais do que nervoso, E
que diz essa misteriosa carta, Não lho posso dizer pelo telefone, A linha
é segura, Mesmo assim nada direi, toda a cautela é pouca, Então
mande-ma, Terei de lha entregar em mão, não quero correr o risco de
enviar um portador, Mando-lhe eu alguém daqui, o meu chefe de
gabinete, por exemplo, pessoa mais perto de mim será difícil, senhor
primeiro-ministro, por favor, eu não estaria aqui a incomodá-lo se não
tivesse um motivo muito sério, preciso absolutamente que me receba,
Quando, Agora mesmo, Estou ocupado, senhor primeiro-ministro, por
favor, Bom, já que tanto insiste, venha, espero que o mistério valha a
pena, obrigado, vou a correr. o director-geral pousou o telefone, meteu
a carta no sobrescrito, guardou-a num dos bolsos interiores do casaco e
levantou-se. As mãos haviam deixado de tremer, mas a testa tinha-a
alagada de suor. Limpou a cara com o lenço, depois chamou a secretária
pelo telefone interno, disse-lhe que ia sair, que chamasse o carro. o facto
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