José Saramago - As Intermitências da Morte

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de ter passado a responsabilidade para outra pessoa acalmara-o um

pouco, dentro de meia hora o seu papel neste assunto haverá termi-

nado. A secretária apareceu à porta, o carro está à espera, senhor

director, obrigado, não sei quanto tempo demorarei, tenho um encontro

com o primeiro-ministro, mas esta informação é só para si, Fique

descansado, senhor director, nada direi, Até logo, Até logo, senhor

director, que tudo lhe corra bem, Tal como estão as cousas, já não

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sabemos o que está bem e o que está mal, Tem razão, A propósito, como

se encontra o seu pai, Na mesma situação, senhor director, sofrer, não

parece sofrer, mas para ali está a definhar, a extinguir-se, já leva dois

meses naquele estado, e, visto o que vem acontecendo, só terei de

esperar a minha vez para que me estendam numa cama ao lado dele,

sabe-se lá, disse o director, e saiu.

O chefe de gabinete foi receber o director-geral à porta, cumpri-

mentou-o com secura evidente, depois disse, Acompanho-o ao senhor

primeiro-ministro. um minuto, antes quero pedir-lhe desculpa, havia

realmente um idiota chapado na nossa conversação, mas esse era eu, o

mais provável é que não fosse nenhum de nós, disse o chefe de gabinete

sorrindo, se pudesse ver o que levo dentro deste bolso compreenderia o

meu estado de espírito, Não se preocupe, quanto ao que me toca, está

desculpado, Agradeço-lho, seja como for já não faltam muitas horas

para que a bomba estale e se torne pública, oxalá não faça demasiado

estrondo ao rebentar, o estrondo será maior que o pior dos trovões

jamais escutados, e mais cegantes os relâmpagos que todos os outros

juntos, Está a deixar-me preocupado, Nessa altura, meu caro, tenho a

certeza de que me tornará a desculpar, Vamos lá, o senhor primeiro-

ministro já está à sua espera. Atravessaram uma sala a que em épocas

passadas deviam ter chamado antecâmara, e um minuto depois o

director-geral estava na presença do primeiro-ministro, que o recebeu

com um sorriso, Vejamos então que problema de vida ou morte é esse

que me traz aí, Com o devido respeito, estou convencido de que nunca

da sua boca lhe terão saído palavras mais certas, senhor primeiro-

ministro. Tirou a carta do bolso e estendeu-a por cima da mesa. o outro

estranhou, Não traz o nome do destinatário, Nem de quem a enviou,

disse o director, é como se fosse uma carta dirigida a toda a gente, Anó-

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nima, Não, senhor primeiro-ministro. como poderá ver vem assinada,

mas leia, leia, por favor. O sobrescrito foi aberto pausadamente. a folha

de papel desdobrada, mas logo às primeiras linhas o primeiro-ministro

levantou os olhos e disse, Isto parece uma brincadeira, Podê-lo-ia ser, de

facto, mas não creio, apareceu em cima da minha mesa de trabalho sem

que ninguém saiba como, Não me parece que essa seja uma boa razão

para darmos crédito ao que aqui se está a dizer, Continue, continue, por

favor. Chegado ao final da carta, o primeiro-ministro, devagar,

movendo os lábios em silêncio, articulou as duas sílabas da palavra que

a assinava. Pousou o papel sobre a secretária, olhou fixamente o

interlocutor e disse, Imaginemos que se trata de uma brincadeira, Não o

é, Também estou em crer que não o seja. mas se estou a dizer-lhe que o

imaginemos é só para concluir que não demoraríamos muitas horas a

sabê-lo, Precisamente doze, uma vez que é meio-dia agora, Aí é onde eu

quero chegar, se o que se anuncia na carta vier a cumprir-se, e se não

avisámos antes as pessoas, irá repetir-se. mas ao invés, o que sucedeu

na noite do fim de ano, Tanto faz que as avisemos, ou não, senhor

primeiro-ministro. o efeito será o mesmo, Contrário, Contrário, mas o

mesmo, Exacto,no entanto, se as tivéssemos avisado e afinal viesse a

verificar-se que se tratava de uma brincadeira, as pessoas teriam

passado um mau bocado inutilmente, embora seja certo que haveria

muito que conversar sobre a pertinência deste advérbio, Não creio que

valha a pena, o senhor primeiro-ministro já disse que não pensa que seja

uma brincadeira, Assim é, Que fazer, então, avisar, ou não avisar, Essa é

a questão, meu caro director-geral, temos de pensar, ponderar, reflectir,

A questão já está nas suas mãos. Senhor primeiro-ministro, a decisão

pertence-lhe. Pertence-me, de facto, poderia até rasgar este papel em mil

pedaços e deixar-me ficar à espera do que acontecesse, Não creio que o

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faça, Tem razão, não o farei, portanto há que tomar uma decisão, dizer

simplesmente que a população deve ser avisada, não basta, é preciso

saber como, os meios de comunicação social existem para isso, senhor

primeiro-ministro, temos a televisão, os jornais, a rádio, A sua ideia,

portanto, é que distribuamos a todos esses meios uma fotocópia da

carta acompanhada de um comunicado do governo em que se pediria

serenidade à população e se dariam alguns conselhos sobre como

proceder na emergência, o senhor primeiro-ministro formulou a ideia

melhor do que eu alguma vez seria capaz de fazer, Agradeço lhe a

lisonjeira opinião, mas agora peço-lhe que faça um esforço e imagine o

que aconteceria se procedêssemos desse modo, Não percebo, Esperava

melhor do director-geral da televisão. se assim é, sinto não estar à

altura, senhor primeiro-ministro. Claro que está, o que se passa é que se

encontra aturdido pela responsabilidade, E o senhor primeiro-ministro,

não está aturdido, Também estou, mas, no meu caso, aturdido não quer

dizer paralisado. Ainda bem para o país, Agradeço-lhe uma vez mais,

nós não temos conversado muito um com o outro, geralmente só falo da

televisão com o ministro da tutela, mas creio que chegou o momento de

fazer de si uma figura nacional, Agora é que não o compreendo de todo,

senhor primeiro-ministro. É simples. este assunto vai ficar entre nós,

rigorosamente entre nós, até às nove horas da noite, a essa hora o

noticiário da televisão abrirá com a leitura de um comunicado oficial em

que se explicará o que irá suceder à meia-noite de hoje, sendo igual-

mente lido um resumo da carta, e a pessoa que procederá a estas duas

leituras será o director-geral da televisão, em primeiro lugar porque foi

ele o destinatário da carta, ainda que não nomeado nela, e em segundo

lugar porque o director-geral da televisão é a pessoa em quem confio

para que ambos levemos a cabo a missão de que, implicitamente, fomos

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encarregados pela dama que assina este papel, um locutor faria melhor

o trabalho, senhor primeiro-ministro. Não quero um locutor, quero o

director-geral da televisão, se é esse o seu desejo, considerá-lo-ei como

uma honra, somos as únicas pessoas que conhecem o que se vai passar

hoje à meia-noite e continuaremos a sê-lo até à hora em que a população

receba a informação, se fizéssemos o que há pouco propôs, isto é, passar

já a notícia à comunicação social, iría-mos ter aí doze horas de confusão,

de pânico, de tumulto, de histerismo colectivo, e sei lá que mais,

portanto. uma vez que não está nas nossas possibilidades, refiro-me ao

governo, evitar essas reacções, ao menos que as limitemos a três horas,

daí para diante já não será connosco, vamos ter de tudo, lágrimas,

desesperos, alívios mal disfarçados, novas contas à vida, Parece boa

ideia, sim, mas só porque não temos outra melhor. o primeiro-ministro

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