Жозе Сарамаго - Viagem do Elefante
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- Название:Viagem do Elefante
- Автор:
- Издательство:Caminho
- Жанр:
- Год:2008
- ISBN:9789722120173
- Рейтинг книги:3 / 5. Голосов: 1
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ço, uns quantos criados lhe lançaram por cima uma enorme gualdrapa em que mais de vinte bordadores haviam trabalhado durante semanas, sem interrup-
ção, uma obra que dificilmente encontrará par no mundo, tal a abundância de pedras que, embora não sendo de todo preciosas, brilhavam como se o fossem, 137
mais o fio de ouro, os opulentíssi mos veludos. mal empregado tudo, rosnou para den tro o arcebispo, sentado a pouca distância do arqui duque, com aquilo que se malgastou com este bicho tinha-se bordado para a catedral um pálio magnífico, para não termos de sair sempre com o mesmo, como se fôssemos, em vez de valladolid, uma aldeia pelin tra, dessas de por aí. Um gesto do regente interrom peu-lhe os subversi-vos pensamentos. não foi neces sário perceber as palavras, bastou o jogo das reais mãos, apontando, descendo, subindo, era claríssimo, o arquiduque queria falar com o cornaca. acompa nhado por um dignitário menor da corte, a subhro pareceu-lhe que estava so-nhando um sonho já sonha do, quando, no imundo cercado de belém, foi condu zido a um homem de barbas compridas que era o rei de portugal, joão terceiro.
aquele senhor que agora o mandou chamar não usa barba, tem a cara perfeita mente escanhoada, e é, sem favor, uma bela figura de homem. a seu lado está sentada a formosíssima espo sa, a arquiduquesa maria, em cujos rosto e corpo a beleza não irá durar muito porque parirá nem mais nem menos que dezasseis vezes, dez varões e seis fêmeas. Uma barbaridade.
Subhro está parado diante do arquiduque, e aguarda as perguntas. Que nome é o teu, foi, como era mais do que previsível, a primei ra delas, o meu nome é subhro, meu senhor, Sub, quê, Subhro, meu senhor, é esse o meu nome, e sig nifica alguma coisa, esse teu nome, Significa branco, meu senhor, em que língua, em bengali, meu senhor, uma das línguas da índia. o arquidu-138
que ficou calado durante alguns segundos, depois perguntou, És natural da índia, Sim, meu senhor, fui para portugal com o elefante, há dois anos, gostas do teu nome, não o escolhi, foi o nome que me deram, meu senhor, es colherias outro, se pudesses, não sei, meu senhor, nunca pensei em tal, Que dirias tu se eu te fizesse mudar de nome, vossa alteza haveria de ter uma ra zão, tenho-a. Subhro não respondeu, demasiado sa bia que não é permitido dirigir perguntas aos reis, esse será o motivo por que sempre foi difícil, e às vezes mesmo impossível, arrancar-lhes uma respos ta às dúvidas e às ralações dos seus súbditos. então o arquiduque maximiliano disse, o teu nome é cus toso de pronunciar, Já mo têm dito, meu senhor, te nho a certeza de que em viena ninguém o irá enten der, o mal será meu, meu senhor, mas esse mal tem remédio, passarás a chamar-te fritz, fritz, repetiu com voz dori-da subhro, Sim, é um nome fácil de re ter, além disso há já uma quantidade enorme de fritz na aústria, tu serás mais um, mas o único com um elefante, Se vossa alteza mo permite, eu preferiria continuar com o meu nome de sempre, Já decidi, e ficas avisado de que me enfada-rei contigo se voltares a pedir-mo, mete na tua cabeça que o teu nome é fritz e nenhum outro, Sim, meu senhor. então o ar quiduque, levantando-se do sumptuo-so assento que ocupava, disse em alta e sonora voz, atenção, este homem acaba de aceitar o nome de fritz que lhe dei, isso e mais a responsabilidade de ser ele o cuidador do elefante solimão levam-me a determinar que por todos vós seja tratado com consideração e 139
respeito, sob pena, em caso de desacato, de sofrerem os res ponsáveis as consequências do meu desagrado.
o aviso não caiu bem nos espíritos, houve de tudo no brevíssimo murmúrio que se seguiu, acatamento dis-ciplinado, ironia benevolente, irritação ofendida, imagine-se, ter de guardar respeito a um cornaca, a um domador, a um homem que fede a animais selva gens, como se fosse uma primeira figura no reino, o que vale é que em pouco tempo lhe passará ao arqui duque o capricho. diga-se, no entanto, por amor da verdade, que um outro murmúrio não tardou a ouvir-se, um em que não se percebiam sentimentos hostis ou contraditórios, porque foi de pura admiração, quando o elefante levantou na tromba e em um dos dentes o cornaca e o depôs na sua ampla nuca, espa çosa como uma eira. então o cornaca disse, Éramos subhro e salomão, agora seremos fritz e solimão. não se dirigia a ninguém em particular, dizia-o a si próprio, sabendo que estes nomes nada significam, mesmo tendo eles vindo ocupar o lugar de outros que, sim, significavam. nasci para ser subhro, e não fritz, pensou. guiou os passos de solimão para o re cinto que lhe havia sido consigna-do, um pátio do pa lácio que, apesar de interior, tinha fácil comunicação para fora, e ali o deixou com as suas forragens e a sua dorna de água, além da companhia dos dois aju dantes que de lisboa tinham vindo. Subhro, ou fritz, vai ser difícil que nos habituemos, necessita falar com o comandante, o nosso, que o dos couraceiros austríacos não voltou a aparecer, deve estar a peni tenciar-se pela péssima figura que foi fazer em fi-140
gueira de castelo rodrigo. ainda não será para despedir-se, os lusíadas só partem amanhã, subhro apenas quer conversar um pouco sobre a vida que o espera, anunciar que lhes mudaram os nomes, a ele e ao elefante. e desejar-lhe, e aos seus soldados, boa viagem de regresso, enfim, adeus até nunca mais. os milita res estão acampados a pouca distância da cidade, num lugar arborizado, com um arroio de águas cla ras passando, onde a maior parte deles já se banhou. o comandante foi ao encontro de subhro e, achando-o com cara de caso, perguntou, aconteceu alguma coisa, mudaram-nos os nomes, agora sou fritz, e salomão passou a ser solimão, Quem fez isso, fê-lo quem podia, o arquiduque, e porquê, ele o saberá, no meu caso porque subhro lhe parece difícil de pronun ciar, enquanto não nos habituamos, Sim, mas ele não tem ninguém que lhe diga que deveria habituar-se. Houve um silêncio contrafeito, que o comandante rompeu o melhor que pôde, Partimos amanhã, disse, Já sabia, respondeu subhro, virei aqui para me des pedir, voltaremos a ver-nos, perguntou o comandan te, o mais certo é que não, viena está longe de lisboa, tenho pena, agora que já éramos amigos, amigo é uma palavra grande, senhor, eu não sou mais que um cornaca a quem acabaram de mudar o nome, e eu um capitão de cavalaria dentro de quem algo tam bém mudou durante esta viagem, Suponho que por ter visto lobos pela primeira vez, vi um há muitos anos, quando era pequeno, já mal me lembro, a ex periência dos lobos deve mudar muito as pessoas, não creio que a causa tenham sido 141
eles, então o ele fante, É mais provável, se bem que, podendo com preender mais ou menos um cão ou um gato, não consigo entender um elefante, os cães e os gatos vi vem ao nosso lado, isso facilita muito a rela-
ção, mesmo que nos equivoquemos, a contínua convivência resolverá a questão, já eles, não sabemos se se equivocam e disso têm consciência, e o elefante, o elefante, já lho disse no outro dia, é outra coisa, em um elefante há dois elefantes, um que aprende o que se lhe ensina e outro que persistirá em ignorar tudo, Como sabes tu isso, descobri que sou tal qual o elefante, uma parte de mim aprende, a outra ignora o que a outra parte aprendeu, e tanto mais vai igno rando quanto mais tempo vai vivendo, não sou ca paz de te seguir nesses jogos de palavras, não sou eu quem joga com as palavras, são elas que jogam comigo, Quando parte o arquiduque, ouvi dizer que daqui a três dias, vou sentir a tua falta, e eu a sua, disse subhro, ou fritz.
o comandante estendeu-lhe a mão, subhro apertou-lha com pouca força, como se não quisesse magoá-lo, vemo-nos amanhã, disse, vemo-nos amanhã, repetiu o militar. viraram costas um ao outro e afastaram-se.
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