Жозе Сарамаго - Viagem do Elefante

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comandante português, quanto a vossa senhoria, não sei, mas não creio que se tenha especializado na arte de curar bestas, portanto não vejo qualquer utilidade em deixá-los entrar, pelo menos antes que me seja re-conhecido o direito a ir a valladolid fazer, pessoalmente, entrega do elefante a sua alteza o arquiduque de áustria. novo silêncio do comandante austríaco.

vendo que a resposta não chegava, o alcaide disse, eu falo com ele. ao fim de alguns minutos regressava com uma expressão de contentamento no rosto, está de acordo, diga-lhe então, pediu o comandante português, que para mim será uma honra acompanhá-lo na visita. enquanto o alcaide ia e vinha, o comandan te português deu ordem ao sargento para mandar formar a tropa em duas alas. adiantou o cavalo quando a manobra ficou concluída, até o pôr ao lado da égua do austríaco, e pediu ao intérprete que traduzisse, Seja outra vez bem-vindo a castelo rodrigo, vamos ver o elefante.

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tirante uma briga sem demasiada importância entre alguns soldados, três de cada lado, a caminha da para valladolid decorreu sem incidentes assinalá veis.

num gesto de paz digno de menção, o coman dante português cedeu a organização da caravana, isto é, decidir quem vai à frente e quem vai atrás, ao bom al-vedrio do capitão austríaco, o qual foi muito explícito na sua opção, nós vamos à frente, o resto que se arru-me como entender melhor ou, uma vez que já têm experiência, de acordo com a disposição da coluna com que saíram de lisboa. Havia duas ex celentes e óbvias razões para terem escolhido ir à frente, a primeira era o facto de que, praticamente, estavam em casa, a segunda, ainda que não confes sada, porque, em caso de céu descoberto, como ago ra, e até que o sol atingisse o zénite, isto é, duran te as manhãs, teriam o chamado astro-rei de frente logo na primeira linha, com evidente benefício para o fulgor das couraças. Quanto a repetir a disposição da coluna, nós sabemos que tal não será possível, uma vez que os carregadores já vão a caminho de lisboa, com passagem pela que será, num futuro ain da distante, a invicta e sempre leal cidade do porto. de qualquer maneira, não havia que dar-lhe muitas voltas. Se se mantém vigente a norma de que o mais lento de uma caravana será aquele que marcará o passo, e portanto a velocidade do avanço, então não 127

há dúvida, os bois marcharão atrás dos couraceiros, que terão naturalmente roda livre para galopar sempre que lhes apetecer, a fim de que o gentio que vier à estrada a ver o desfile não possa confundir churras com merinas, provérbio castelhano que utilizamos precisamente por em castela estarmos e não des-conhecermos a capacidade sugestiva de um leve toque de cor local, sendo que as churras, para quem não saiba, são as lãs sujas e as merinas as lãs limpas. ou, por outros termos, uma coisa são cavalos, ainda por cima montados por couraceiros chapeados de sol, e outra, muito diferente, duas juntas de magros bois a puxar um carro carregado com uma dorna de água e uns quantos fardos de forragem para um elefante que vem logo a seguir e traz um homem escarranchado no cachaço. depois do elefante é que vem o destacamento de cavalaria português, ainda fremente de orgulho pela sua valerosa actuação na véspera, tapan do com os seus próprios corpos a entrada do castelo. a nenhum dos soldados que aqui vai se lhe esquecerá, por muitos anos que viva, o momento em que após a visita ao elefante o comandante austríaco deu ordem ao seu sargento para montar o bivaque ali mesmo, na praça, É só por uma noite, justificou, ao abrigo de uns quantos carvalhos que, embora pela idade tives sem visto muita coisa, nunca soldados a dormirem positi-vamente ao relento ao lado de um castelo onde teriam podido alojar-se com toda a comodidade três divisões de infantaria com as respectivas bandas de música. o triunfo sobre as abusivas pretensões dos austríacos, 128

que havia sido absoluto, era também, coi sa rara em casos como estes, o triunfo do senso co mum, porquanto, por muito sangue que tivesse corri do em castelo rodrigo, qualquer guerra entre portugal e áustria seria, não só absurda, como impraticável, a não ser que os dois países alugassem, por exemplo, à frança, uma porção do seu território, mais ou me nos a meio caminho entre os dois contendores, para poderem ali-nhar as tropas e organizar os combates. enfim, tudo está bem quando bem acaba.

Subhro não tem a certeza de vir a recolher algu ma vantagem do tranquilizador ditado. os basbaques que o vêem passar na estrada, alcandorado a três me tros de altura e vestindo o seu colorido traje novo, o de ir ver a madrinha se a tivesse, que pôs, não por vaidade pessoal, mas para que o país donde vinha ficasse bem visto, imaginam que vai ali um ser dota do de poderes extraordinários, quando a realidade é que o pobre indiano treme só de pensar no seu futuro próximo. Crê que até valladolid terá emprego garantido, alguém lhe há-de pagar o tempo e o trabalho, parece pequena coisa viajar às costas de um elefan te, mas isso diz quem nunca experimentou obrigá-lo, por exemplo, a ir para a direita quando ele quer ir para a esquerda. Porém, daí em diante os ares tur vam-se. Que tenha pensado desde o primeiro dia que a sua missão era acompanhar salomão a viena, mo tivos julgava ter, porquanto isso entrava no domínio do implícito, uma vez que se um elefante tem o seu cornaca pessoal, é natural que aonde for um terá de ir o outro. mas que lho tivessem 129

dito, olhos nos olhos, isso nunca lho disseram. a valladolid, sim, mas nada mais. É portanto natural que a imaginação de subhro o tenha levado a representar-se a pior das situações possíveis, chegar a valladolid e encontrar outro cor naca à espera do testemunho para prosseguir a jor nada e, chegado a viena, viver à tripa-forra na corte do arquiduque maximiliano. Porém, ao contrário do que qualquer poderia pensar, acostumados como es tamos a colocar os baixos interesses materiais acima dos autênticos valores espirituais, não foi a comida e a bebida, e a cama feita todos os dias, que fizeram suspirar subhro, mas uma revelação sú-

bita que, sen do revelação, súbita não o era em sentido rigoroso, pois os estados latentes também contam, a de amar aquele animal e não querer separar-se dele.

Sim, mas se já estiver em valladolid outro cuidador à espera de tomar posse do cargo, as razões de coração de subhro pesarão nada na imparcial balança do arquiduque. foi então que subhro, balouçando ao ritmo dos passos do elefante, disse em voz alta, lá em cima, onde ninguém o podia ouvir, Preciso de ter uma conversa a sério contigo, salomão. felizmente não havia mais ninguém presente, julgariam que o cornaca estava doi do e que, em consequência, a segurança da caravana corria sério risco. a partir deste momento os sonhos de subhro tomaram outra direcção. Como num caso de amores mal aceites, daqueles que toda a gente, não se sabe porquê, decide contrariar, subhro fugia com o elefante através de planícies, colinas e montanhas, ladeava lagos, atravessava rios e bosques, 130

iludindo a perseguição dos couraceiros, a quem não lhes servia de muito o rápido galopar dos seus alazões, porque um elefante, quando quer, também é capaz do seu galopezinho. nessa noite, subhro, que nunca dormia longe de salomão, aproximou-se mais dele, tomando cuidado em não o despertar, e começou a falar-lhe ao ouvido. vertia as palavras para dentro da orelha, um sussurro ininteligível, que tanto podia ser hindi como bengali, ou uma linguagem só dos dois conhe cida, nascida e criada em anos de solidão, que solidão foi, mesmo quando a interrompiam os griti-nhos dos fidalgotes da corte de lisboa ou as galhofas do popu lacho da cidade e arredores, ou, antes disso, na longa viagem de barco que os trouxe a portugal, as chufas dos marinheiros. Por absoluto desconheci-mento das línguas, não podemos revelar o que esteve a dizer subhro ao ouvido de salomão, mas, conhecidas as inquietantes expectativas que preocupam o cornaca, não é impossível imaginar em que terá consistido a conversação. Subhro, simplesmente, estava a pedir ajuda a salomão, fazendo-lhe umas certas sugestões práticas de comportamento, como, por exemplo, ma-nifestar, pelos processos mais expressivos ao alcance de qualquer elefante, incluindo os radicais, o seu descontentamento pela separação forçada do cornaca, se esse viesse a ser o caso. Um céptico objectará que não se pode esperar muito de uma conversação destas, uma vez que o elefante não só não deu qualquer resposta à petição, como continuou a dormir placida-mente. É não conhecer os elefantes. Se lhes falam ao 131

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