Paulo Coelho - Veronika decide morrer
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Dr. Igor sabia que os motivos dados pelos acionistas para permitir a presença de pessoas curadas no asilo — «razões humanitárias», diziam — era apenas uma desculpa. Eles tinham medo de que Lubljana, a pequena e charmosa capital da Eslovenia, não tivesse um numero suficiente de loucos ricos, capazes de sustentar toda aquela estrutura cara e moderna. Além do mais, o sistema de saúde pública contava com asilos de primeira qualidade, o que deixava Villete em situação de desvantagem diante do mercado de problemas mentais.
Quando os acionistas transformaram o antigo quartel em sanatório, tinham como publico alvo os possíveis homens e mulheres afetados pela guerra com a Yugoslávia. Mas a guerra durara muito pouco. Os acionistas apostaram que a guerra ia voltar, mas não voltou.
Depois, em recente pesquisa, descobriram que as guerras faziam suas vitimas mentais, mas em escala muito menor que a tensão, o tédio, as enfermidades congénitas, a solidão, e a rejeição. Quando uma coletividade tinha um grande problema para enfrentar — como no caso de uma guerra, ou de uma hiperinflação, ou de uma peste — notava-se um pequeno aumento no número de suicídios, mas uma grande diminuição nos casos de depressão, paranóia, psicoses. Estes voltavam a seus Índices normais logo que tal problema havia sido ultrapassado, indicando — assim entendia o Dr. Igor — que o ser humano só se dá ao luxo de ser louco quando tem condições para isso.
Diante de seus olhos, estava outra pesquisa recente, desta vez vinda do Canadá — eleito recentemente por um jornal americano como o pais do mundo onde o nivel de vida era mais elevado. O Dr. Igor leu:
* De acordo com a Statistics Canadá, já sofreram algum tipo de doença mental:
40% das pessoas entre 15 e 34 anos; 33% das pessoas entre 35 e 54 anos; 20% das pessoas entre 55 e 64 anos.
* Estima-se que um em cada cinco indivíduos sofra algum tipo de desordem psiquiátrica.
+ Um em cada oito canadenses serão hospitalizados por distúrbios mentais pelo menos uma vez na vida.
«Excelente mercado, melhor que aqui», pensou. «Quanto mais felizes as pessoas podem ser, mais infelizes ficam».
Dr. Igor analisou mais alguns casos, ponderando
cuidadosamente sobre os que devia dividir com o Conselho, e os que podia resolver sozinho. Quando terminou, o dia já tinha raiado por completo, e ele apagou a luz.
Em seguida mandou entrar a primeira visita — a mãe da tal paciente que tentara o suicídio.
— Sou a mãe de Veronika. Qual o estado de minha filha?
O Dr. Igor pensou se devia ou não dizer-lhe a verdade, e poupa-la de surpresas inúteis — afinal de contas, tinha uma filha com o mesmo nome. Mas decidiu que era melhor ficar calado.
— Ainda não sabemos — mentiu. — Precisamos de mais uma semana.
— Não sei porque Veronika fez isso — dizia a mulher a sua frente, em prantos. — Nós somos pais carinhosos, tentamos dar a ela, a custa de muito sacrifício, a melhor educação possível. Embora tivéssemos nossos problemas conjugais, mantivemos nossa familia unida, como exemplo de perseverança diante das adversidades. Ela tem um bom emprego, não é feia, e mesmo assim...
— ... e mesmo assim tentou matar-se — interrompeu o Dr. Igor. — Não fique surpresa, minha senhora, é assim mesmo. As pessoas são incapazes de entender a felicidade. Se desejar, posso lhe mostrar as estatísticas do Canadá.
— Canadá?
A mulher olhou-o com surpresa. Dr. Igor viu que havia conseguido distrai-la, e continuou.
— Veja bem: a senhora vem até aqui não para saber com vai sua filha, mas para desculpar-se pelo fato de que ela tentou cometer suicídio. Quantos anos ela tem?
— Vinte e quatro.
— Ou seja: uma mulher madura, vivida, que já sabe bem o que deseja, e é capaz de fazer suas escolhas. O que isso tem a ver com seu casamento, ou com o sacrifício que a senhora e seu marido fizeram? Há quanto tempo ela mora sozinha?
— Seis anos.
— Está vendo? Independente até a raiz da alma. Mesmo assim, porque um médico austríaco — Dr. Sigmund Freud, tenho certeza que a Sra. já ouviu falar dele — escreveu sobre estas relações doentias entre pais e filhos, até hoje todo mundo se culpa de tudo. Os Índios acham que o filho que se tornou assassino é uma vitima da educação de seu pais? Responda.
— Não tenho a menor ideia — respondeu a mulher, cada vez mais surpresa com o médico. Talvez ele tivesse sido contagiado pelos próprios pacientes.
— Pois eu vou lhe dizer a resposta — disse o Dr. Igor. -Os indios acham que o assassino é culpado, e não a sociedade, nem seus pais, nem seus antepassados. Os japoneses cometem suicídio porque um filho deles resolveu se drogar e sair atirando? A resposta também é a mesma: Não! E olha que, segundo me consta, os japoneses cometem suicídio por qualquer motivo; outro dia mesmo li uma noticia de que um jovem se matou porque não conseguiu passar no vestibular.
— Será que eu posso falar com a minha filha? — perguntou a mulher, que não estava interessada em japoneses, índios ou canadenses.
— Já, já — disse o Dr. Igor, meio irritado com a interrupção. — Mas antes, eu quero que a Sra. entenda uma coisa: afora alguns casos patológicos graves, as pessoas enlouquecem quando tentam fugir da rotina. A senhora entendeu?
— Entendi muito bem — respondeu. — E se o senhor está achando que não serei capaz de cuidar dela, pode ficar tranquilo: nunca tentei mudar a minha vida.
— Que bom — o Dr. Igor mostrava um certo alívio. — A senhora já imaginou um mundo onde, por exemplo, não fossemos obrigados a repetir todos os dias de nossas vidas a mesma coisa? Se resolvêssemos, por exemplo, comer só na hora em que tivéssemos fome: como as donas de casa e os restaurantes se organizariam?
«Seria mais normal comer só quanto estivéssemos com fome», pensou a mulher, que não disse nada, com medo que lhe proibissem falar com Veronika.
— Seria uma confusão muito grande — disse ela. — Eu sou dona de casa, e sei do que está falando.
— Então temos o café da manhã, o almoço, o jantar. Temos que acordar em determinada hora todos os dias, e descansar uma vez por semana. Existe o Natal para dar presentes, a páscoa para
passar três dias no lago. A senhora ficaria contente se o seu marido, só porque foi tomado de um súbito impulso de paixão, resolvesse fazer amor na sala?
«De que este homem está falando? Eu vim aqui ver minha filha!»
— Ficaria triste — respondeu ela, com todo cuidado, esperando ter acertado.
— Muito bem — bradou o Dr. Igor. — Lugar de fazer amor é na cama. Senão, estaremos dando mau exemplo e disseminando a anarquia.
— Posso ver minha filha? — interrompeu a mulher.
O Dr. Igor resignou-se; esta camponesa nunca ia entender do que estava falando, não estava interessada em discutir a loucura do ponto de vista filosófico — mesmo sabendo que sua filha tentara o suicídio para valer, e entrara em coma.
Tocou uma campainha, e sua secretária apareceu.
— Mande chamar a moça do suicídio — disse. — Aquela da carta aos jornais, dizendo que se matava para mostrar onde era a Eslovenia.
— Não quero vê-la. Eu já cortei os meus laços com o mundo.
Fora dificil dizer isso ali na sala de estar, na
presença de todo mundo. Mas o enfermeiro tampouco fora discreto, e avisara em voz alta que sua mãe a estava esperando — como se fosse um assunto que interessasse a todos.
Não queria ver a mãe porque as duas iam sofrer. Era melhor que já a considerasse morta; Veronika sempre odiara as despedidas.
O homem desapareceu por onde viera, e ela voltou a olhar as montanhas. Depois de uma semana, o sol tinha finalmente retornado — e ela já sabia isso desde a noite anterior, porque a lua lhe dissera, enquanto tocava piano.
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