Paulo Coelho - Veronika decide morrer
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«Mas sensação de alivio justifica a existência da gravata? Não. Mesmo assim, se eu perguntar para um louco e para uma pessoa normal o que é isso, será considerado são aquele que responder: uma gravata. Não importa quem está certo — importa quem tem razão.»
— Donde o Sr. conclui que eu não sou louca, pois dei o nome certo ao pano colorido.
Não, você não é louca, pensou o Dr. Igor, uma autoridade no assunto, com vários diplomas pendurados na parede de seu consultório. Atentar contra a própria vida era próprio do ser humano — conhecia muita gente que fazia isso, e mesmo assim continuava lá fora, aparentando inocência e normalidade, apenas porque não tinham escolhido o escandaloso método do suicídio. Matavam-se aos poucos, envenenando-se com aquilo que o Dr. Igor chamava de Vitriolo.
O Vitriolo era um produto toxico, cujos sintomas ele havia identificado em suas conversas com os homens e mulheres que conhecia. Estava agora escrevendo uma tese sobre o assunto, que submeteria a Academia de Ciências da Eslovenia para estudo. Era o passo mais importante no terreno da insanidade, desde que o Dr. Pinei mandara retirar as correntes que aprisionavam os doentes, estarrecendo o mundo da medicina com a ideia de que alguns deles tinham possibilidade de cura
Assim como a libido — o liquido sexual que o Dr. Freud reconhecera, mas nenhum laboratório fora jamais capaz de isolar, o Vitriolo era destilado pelo organismos de seres humanos que se encontravam em situação de medo — embora ainda passasse desapercebido nos modernos testes de espectrografia. Mas era facilmente reconhecido pelo seu sabor, que não era nem doce nem salgado — o sabor amargo. Dr. Igor — descobridor ainda não reconhecido deste veneno mortal — batizara-o com o nome de um veneno que fora muito utilizado no passado por imperadores, reis, e amantes de todos os tipos, quando precisavam afastar definitivamente uma pessoa incomoda.
Bons tempos aqueles, de imperadores e reis: naquela época vivia-se e morria-se com romantismo. O assassino convidava a vitima para um belo jantar, o garçom entrava com duas taças lindas, uma delas com Vitriolo misturado na bebida: quanta emoção despertavam os gestos da vitima — pegando a taça, dizendo algumas palavras doces ou agressivas, bebendo como se fosse mais um drink saboroso, olhando surpresa para o anfitrião, e caindo fulminada no solo!
Mas este veneno, hoje caro e dificil de encontrar no mercado, foi substituído por processos mais seguros de extermínio — como revolveres, bactérias, etc. Dr. Igor, um romântico por natureza, resgatara o nome quase esquecido para batizar a doença de alma que ele conseguira diagnosticar, e cuja descoberta em breve assustaria o mundo.
Era curioso que ninguém jamais tivesse se referido ao Vitriolo como um toxico mortal, embora a maioria das pessoas afetadas identificasse seu sabor, e se referisse processo de envenenamento como Amargura. Todos os seres tinham Amargura em seu organismo — em maior ou menor grau — assim como quase todos temos o bacilo da tuberculose. Mas estas duas doenças só atacam quando o paciente acha-se debilitado; no caso da Amargura, o terreno para o surgimento da doença aparece quando se cria o medo da chamada «realidade».
Certas pessoas, no afã de querer construir um mundo onde nenhuma ameaça externa pudesse penetrar, aumentam exageradamente suas defesas contra o exterior — gente estranha, novos lugares, experiências diferentes — e deixam o interior desguarnecido. É a partir dai que a Amargura começa a causar danos irreversíveis.
O grande alvo da Amargura (ou Vitriolo, como preferia o Dr. Igor) era a vontade. As pessoas atacadas deste mal iam perdendo o desejo de tudo, e em poucos anos já não conseguiam sair de seu mundo — pois tinham gasto enormes reservas de energia construindo altas muralhas para a realidade fosse aquilo que desejavam que fosse.
Ao evitar o ataque externo, tinham também limitado o crescimento interno. Continuavam indo ao trabalho, vendo televisão, reclamando do transito e tendo filhos, mas tudo isso acontecia automaticamente, e sem qualquer grande emoção interior -porque, afinal, tudo estava sob controle.
O grande problema do envenenamento por Amargura era que as paixões — ódio, amor, desespero, entusiasmo, curiosidade -também não se manifestavam mais. Depois de algum tempo, já não restava ao amargo qualquer desejo. Não tinham vontade nem de viver, nem de morrer, este era o problema.
Por isso, para os amargos, os heróis e os loucos eram sempre fascinantes: eles não tinham medo de viver ou morrer. Tanto os heróis como os loucos eram indiferentes diante do perigo, e seguiam adiante apesar de todos dizerem para não fazerem aquilo. O louco se suicidava, o herói se oferecia ao martírio em nome de uma causa — mas ambos morriam, e os amargos passavam muitas noites e dias comentando o absurdo e a gloria dos dois tipos. Era o único momento em que o amargo tinha força para galgar sua muralha de defesa e olhar um pouquinho para fora; mas logo as mãos e os pés cansavam, e ele voltava para a vida diária.
O amargo crónico só notava a sua doença uma vez por semana: nas tardes de domingo. Ali, como não tinham o trabalho ou a rotina para aliviar os sintomas, percebiam que alguma coisa estava muito errada — já que a paz daquelas tardes era infernal, o tempo não passava nunca, e uma constante irritação manifestava-se livremente.
Mas a Segunda-feira chegava, e o amargo logo esquecia os seus sintomas — embora blasfemasse contra o fato de que nunca tinha tempo para descansar, e os reclamasse que fins-de-semana passavam muito rápido.
A única grande vantagem da doença, do ponto de vista social, é que já se transformara numa regra; portanto, a internação não se fazia mais necessária — exceto nos casos onde a intoxicação era tão forte que o comportamento do doente começava a afetar os outros. Mas a maioria dos amargos podiam continuar lá fora, sem constituir ameaça a sociedade ou aos outros, já que -por causa das altas muralhas construídas ao redor de si mesmos -estavam totalmente isolados do mundo, embora parecessem partilhar dele.
O Dr. Sisgimund Freud descobrira a libido e a cura para os problemas causados por ela — inventando a psicanálise. Além de descobrir a existência do Vitriolo, o Dr. Igor precisava provar que, também neste caso, a cura era possível. Queria deixar seu nome na história da medicina, embora não se iludisse quanto as dificuldades que teria que enfrentar para impor suas ideias — já que os «normais» estavam contentes com suas vidas, e jamais admitiriam sua doença, enquanto os «doentes» movimentavam uma gigantesca indústria de asilos, laboratórios, congressos, etc.
«Sei que o mundo não reconhecerá agora meu esforço», disse para si mesmo, orgulhoso de ser incompreendido. Afinal, este era o preço que os génios precisavam pagar.
— O que aconteceu com o Sr.? — perguntou a moça a sua frente. — Parece que entrou no mundo de seus pacientes. Dr. Igor ignorou o comentário desrespeitoso. — Você pode ir agora — disse.
Veronika não sabia se era dia ou noite — o Dr. Igor estava com a luz acesa, mas ele fazia isso todas as manhãs. Entretanto, ao chegar no corredor, viu a lua, e deu-se conta que dormira mais tempo do que o que imaginara.
No caminho para a enfermaria, reparou uma foto
emoldurada na parede: era a praça central de Lubljana , ainda sem a estátua do poeta Preseren, mostrando casais passeando -provavelmente num domingo.
Reparou a data da foto: Verão de 1910.
Verão de 1910. Ali estavam aquelas pessoas, cujos filhos e netos já tinham morrido, capturadas num momento de suas vidas. As mulheres usavam pesados vestidos, e os homens estavam todos de chapéu, paletó, gravata (ou pano colorido, como chamavam os loucos), polainas, e guarda chuva no braço.
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