Paulo Coelho - Veronika decide morrer

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«Não, isso é loucura, estou perdendo o controle, os astros não falam — exceto para aqueles que se dizem astrólogos. Se a lua conversou com alguém, foi com aquele esquizofrênico.»

Mal terminara de pensar isso, sentiu uma pontada no peito, e um braço ficou dormente. Veronika viu o teto rodar: o ataque de coração!

Entrou numa espécie de euforia, como se a morte a

libertasse do medo de morrer. Pronto, estava tudo acabado! Talvez sentisse alguma dor, mas o que eram cinco minutos de agonia, em troca de uma eternidade em silêncio? A única atitude que tomou, foi a de fechar os olhos: o que mais lhe horrorizava era ver, nos filmes, os mortos de olhos abertos.

Mas o ataque de coração parecia ser diferente daquilo que imaginara; a respiração começou a ficar dificil, e, horrorizada, Veronika começou a descobrir que estava prestes a experimentar o pior de seus medos: a asfixia. Ia morrer como se estivesse sendo enterrada viva, ou fosse puxada de repente para o fundo do mar.

Cambaleou, caiu, sentiu a pancada forte no rosto, continuou fazendo um esforço gigantesco para respirar— mas o ar não entrava. Pior que tudo, a morte não vinha, estava inteiramente consciente do que se passava a sua volta, continuava vendo as cores e as formas. Tinha dificuldade apenas de escutar o que os outros diziam — os gritos e as exclamações pareciam distantes, como se vindos de um outro mundo. Afora isso, todo o mais era real, o ar não vinha, simplesmente não obedecia aos comandos dos seus pulmões e de seus músculos — e a consciência não ia embora.

Sentiu que alguém a pegava e a virava de costas — mas agoira havia perdido o controle do movimento dos olhos, e eles rodopiavam, enviando centenas de imagens diferentes ao seu cérebro, misturando a sensação de sufocamento com uma completa confusão visual.

Aos poucos as imagens foram ficando também distantes -e, quando a agonia atingiu seu ponto máximo, o ar finalmente entrou, emitindo um ruido tremendo, que fez com que todos na sala ficassem paralisados de medo.

Veronika começou a vomitar descontroladamente. Passado o momento da quase tragédia, alguns loucos começaram a rir da cena

— e ela sentia-se humilhada, perdida, incapaz de reagir.

Um enfermeiro entrou correndo, e aplicou-lhe uma injeção no braço.

— Fique tranquila. Já passou.

— Eu não morri! — ela começou a gritar, avançando em direção aos internos, e sujando o chão e os móveis com seu vómito.

— Eu continuo nesta droga de hospício, sendo obrigado a conviver com vocês! Vivendo mil mortes a cada dia, a cada noite — sem que ninguém tenha misericórdia de mim!

Virou-se para o enfermeiro, arrancou a seringa de sua mão e atirou-a em direção ao jardim.

— O que você quer? Por que não me aplica veneno, sabendo que eu já estou mesmo condenada? Onde estão seus sentimentos?

Sem conseguir controlar-se, tornou a sentar no chão e começou a chorar compulsivãmente, gritando, soluçando alto, enquanto alguns dos internos riam e comentavam sobre sua roupa toda suja.

— Dê-lhe um calmante! — disse uma médica, entrando as pressas. — Controle esta situação!

O enfermeiro, porém, estava paralisado. A médica tornou a sair, voltando com mais dois enfermeiros, e uma nova seringa. Os homens agarraram a criatura histérica que se debatia no meio da sala, enquanto a médica aplicava até a última gota de calmante na veia de um braço imundo.

Estava no consultório do Dr. Igor, deitada em uma cama imaculadamente branca, com o lençol novo.

Ele escutava seu coração. Ela fingiu que ainda estava dormindo, mas algo dentro do peito havia mudado, porque o médico falou com a certeza de que estava sendo ouvido.

— Fique tranquila — disse. — Com a saúde que você tem, pode viver cem anos.

Veronika abriu os olhos. Alguém havia trocado sua roupa. Teria sido o Dr. Igor? Ele a vira nua? Sua cabeça não estava funcionando direito.

— O que o Sr. disse?

— Falei que ficasse tranquila.

— Não. O Sr. disse que eu ia viver cem anos. O médico foi até sua escrivaninha.

— O Sr. disse que eu ia viver cem anos — insistiu Veronika.

— Na medicina, nada é definitivo — disfarçou o Dr. Igor. — Tudo é possível.

— Como está o meu coração?

— Igual.

Então não precisava mais nada. Os médicos, diante de um caso grave, dizem «você vai conseguir viver cem anos», ou «não é nada sério», ou «você tem um coração e uma pressão de menino», ou ainda «precisamos refazer os exames». Parece que temem que o paciente vá quebrar o consultório inteiro.

Ela tentou levantar-se, mas não conseguiu: a sala inteira começara a rodar.

— Fique ai mais um pouco, até sentir-se melhor. Você não está me incomodando.

Que bom, pensou Veronika. Mas, e se estivesse?

Como experiente médico que era, Dr. Igor permaneceu em silencio algum tempo, fingindo-se interessado nos papéis que estavam em sua mesa. Quando estamos diante de outra pessoa, e ela não diz nada, a situação torna-se irritante, tensa, insuportável. O Dr. Igor tinha a esperança que a menina começasse a falar — e ele pudesse colher mais dados para a sua tese sobre a loucura, e o método de cura que estava desenvolvendo.

Mas Veronika não disse uma palavra. «Talvez já esteja num grau de envenenamento muito grande pelo Vitriolo», pensou o

Dr. Igor, enquanto resolvia quebrar o silêncio — que estava se tornando tenso, irritante, insuportável.

— Parece que você gosta de tocar piano — disse ele, procurando ser o mais casual possível.

— E os loucos gostam de ouvir. Ontem teve um que ficou grudado, escutando.

— Eduard. Ele comentou com alguém que tinha adorado. Quem sabe, volta a alimentar-se como uma pessoa normal.

— Um esquizofrênico gosta de música? E comenta isso com os outros?

— Sim. E aposto que você não tem a menor ideia do que está dizendo.

Aquele médico — que mais parecia um paciente, com seus cabelos tingidos de preto — tinha razão. Veronika escutara a palavra muitas vezes, mas não tinha ideia do que significava.

— Tem cura? — quis saber, tentando ver se conseguia mais informações sobre os esquizofrênicos.

— Tem controle. Ainda não se sabe direito o que se passa no mundo da loucura: tudo é novo, e os processos mudam a cada década. Um esquizofrênico é uma pessoa que já tem uma tendência natural para ausentar-se deste mundo, até que um fato — grave ou superficial, dependendo do caso de cada um — faz com que criem uma realidade só para ele. O caso pode evoluir até a ausência completa — que nós chamamos de catatonia — ou pode ter melhoras, permitindo ao paciente trabalhar, levar uma vida praticamente normal. Depende de uma coisa só: o ambiente.

— Criar uma realidade só para ele — repetiu Veronika. -O que é a realidade?

— É o que a maioria achou que devia ser. Não

necessariamente o melhor, nem o mais lógico, mas o que se adaptou ao desejo coletivo. Você está vendo o que tenho no pescoço?

— Uma gravata.

— Muito bem. Sua resposta é lógica, coerente com uma pessoa absolutamente normal: uma gravata!

« Um louco, porém, diria que eu tenho no pescoço um pano colorido, ridículo, inútil, amarrado de uma maneira complicada, que termina dificultando os movimentos da cabeça e exigindo um esforço maior para que o ar possa entrar nos pulmões. Se eu me distrair quando estiver perto de um ventilador, posso morrer estrangulado por este pano.

« Se um louco me perguntar para que serve uma gravata, eu terei que responder: para absolutamente nada. Nem mesmo para enfeitar, porque hoje em dia ela tornou-se o simbolo de escravidão, poder, distanciamento. A única utilidade da gravata consiste em chegar em casa e retira-la, dando a sensação de que estamos livres de alguma coisa que nem sabemos o que é.

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